Joshua
Não é a primeira vez que sou contratado por alguém que tem alguns problemas, mas uma que se recusa a acreditar que pagou pelo serviço, essa é a primeira que enfrento.
Com uma mão na cintura enquanto a outra tenta organizar o cabelo bagunçado me encara. Me mantém na soleira da porta, está desconfiada demais para me dar qualquer espaço.
Pelo cheiro de álcool vindo dela imagino que tenha feito o pedido enquanto estava bêbada, por esse motivo não se recorda de como aconteceu. No entanto, assistir enquanto ela tenta com todas as forças não surtar é muito engraçado e não deixo de sorrir, notando que tomo a sua atenção sinceramente com isto.
— Pode repetir? — Rio mais uma vez, enfio a mão no bolso do jeans, me encosto contra a soleira e ela sente a necessidade de tomar algum espaço. Por ser a primeira vez que lido com alguém que não tinha ideia de que apareceria cada uma de suas reações se tornam divertidas de ver.
— Me chamo Joshua e faço parte da namoro.com, uma empresa onde homens e mulheres são alugados para fazerem do dia do contratante uma ocasião feliz, no seu caso, quer um mês inteiro de felicidade. — Bato palminhas e isto a irrita ao ponto que penso que a porta será fechada na minha cara novamente. — Acha que alguém fez uma brincadeira com você quando me contratou?
— Acredito que você está brincando comigo, não é possível — fala com a voz soando estranha pela vergonha se misturar com a raiva. — Já fiz muitas coisas ao beber, muitas delas loucuras que não repetiria, mas comprar um homem.
— Alugar, você me alugou Kendra. — Cessa seus movimentos, fica vermelha de raiva. O som de uma pessoa saindo de sua casa após abrir a porta faz com que ela se mova para longe da porta, mesmo que não me sinta como um convidado honroso, entro.
— Pode se sentar em qualquer lugar, mas, caso seja aquele tipo de homem escroto, é bom saber que a minha casa é cheia de câmeras que vão gravar todas as merdas que fizer. — Sorrio por sua personalidade ser bem diferente do que aparentava nas fotos perfeitinhas que inseriu em seu perfil.
— Não ousaria machucar minha contratante — profiro e falar em questões de contratos sempre faz com que ela fique mais nervosa. Some indo em direção a algum cômodo e volta com o notebook em mãos pondo-o para ligar assim que se senta na poltrona.
Enquanto espera pega um pacote de batata chips e começa a comer sem se importar com as vestimentas em seu corpo. Apenas me olha esporadicamente para ter certeza de que não me mexi.
Não sei o que pensa que pode fazer se por um acaso fosse realmente uma invasão quando tudo que pegou foi um pacote de batatas. Acompanhei cada uma das suas mudanças e sua expressão parecia a ponto de explodir enquanto o dedo move-se ligeiro para lhe mostrar mais informações.
— Merda — xinga elevando a cabeça ao me encarar. — Olá meus cem mil dólares. — Sorrio e não a agrada que esteja sendo simples lidar com a sua mercadoria. — O que merda eu estava pensando?
— Não tenho ideia — declaro e ela coloca a mão em cima dos olhos com os lábios mexendo-se sem parar para ter uma conversa solo com a sua mente.
— Pode me reembolsar? Não estava no melhor momento da minha vida, como pode imaginar — diz, coloca o notebook de lado.
— O reembolso pode ser feito, mas o valor integral não será devolvido, pode olhar o contrato melhor, caso queira ter certeza. — Me olha, lança em mim um tipo estranho de poder de descobrir coisas e deixa os ombros caírem em derrota em seguida.
— Não acho que esteja mentindo — fala, coloca a cabeça para trás olhando para o teto e suspira. — Meus cem mil dólares. — Choraminga antes de tampar o rosto com o antebraço. — Não acredito que meu inconsciente é tão burro e pervertido. — Sussurra, somente para colocar os olhos em mim de novo. — Pelo menos tem bom gosto.
Rio, pois sua sinceridade, apesar da vergonha, não some.
O modo como seus olhos se apertam quando sorri é incrivelmente divertido, além de a personalidade ser muito melhor do que esperava de alguém que gasta tanto dinheiro por uma companhia.
— Tudo bem. — Coloca o pacote de batatas de lado e se ergue. Se aproxima e com a mão estendida na minha frente mantém um sorriso no rosto. — Sou a Kendra, espero que você realmente vale o preço pago.
— Farei de tudo para não decepcionar. — Puxa a mão da minha ligeiro, quase como se um choque a atingisse no momento em que deixei de falar. — Serei o seu namorado perfeito por um mês.
— O que? — Sua voz soa esganiçada antes que se afaste, recua quase sentando-se novamente.
— Me contratou para ser o seu namorado. — Pisca várias vezes, ergue um dedo aponta para o meio do meu rosto como se precisasse me acusar.
— Não é um garoto de programa? — Gargalho por ver que está sendo séria, que acreditava que tinha contratado esse tipo de serviço.
— Não, acho que clicou na categoria errada. — Desaba na poltrona, encara o teto novamente. B**e a ponta dos indicadores uma na outra, pondera sobre o que tem que fazer em seguida. — Quer repensar sobre a situação?
— Não, só não pensei que lá no fundo pensaria em ter um namorado de novo. — Com essas poucas palavras deixou claro que alguém a machucou, que feriu seu coração ao ponto de não desejar ter relacionamentos de novo, até que esse pequeno deslize aconteceu. — Minhas palavras são as mesmas, não quero jogar uma quantia tão grande fora.
— O meu trabalho continua sendo o mesmo Kendra. — Já tinha notado que seu sorriso é muito mais bonito do que a maioria, mas vê-la se ajustar para exibir um outro tive certeza de quem quer que tenha sido aquele a machucá-la, é um babaca completo, pois ninguém com um sorriso tão encantador pode ser ruim.
Kendra Quando ele disse que seria um namorado perfeito, não estava mentindo, foi muito sincero, pois em seu primeiro dia fez questão de estar comigo, mesmo quando percebeu que passaria boas horas em frente ao notebook, e os céus disseram amém, pois estou finalmente conseguindo pensar em coisas decentes que possam ser colocadas no roteiro da história. Mas a premissa inicial mudou completamente, e poderia negar, mas o meu protagonista está bem mais parecido fisicamente com o meu namorado alugado. Seus fios longos são ajustados atrás da orelha enquanto utiliza da minha cozinha fazendo com que um cheiro incrível chegue as minhas narinas. Os fios estão em um tom de loiro acastanhado, como se pudesse mudar de cor completamente. É alto, tem 1,90, informação disponível no namoro.com. tem várias tatuagens no corpo, apesar de não ter visto nenhuma delas pessoalmente, me atrevi apenas a verificar o que exibia no catálogo. E quem sabe, elas não foram o motivo de ter o escolhido, já que sempre
Joshua — O problema com a inspiração é tão grave? — pergunto. O modo como me olha é quase como se gritasse como não tenho ideia do que é importante para o seu trabalho e não tenho muito conhecimento sobre escritores, é a primeira a pedir pelos meus serviços, e nenhuma mulher nunca foi tão sincera com tudo. Aproveitar refeições juntos foi o que pude incluir como programas de casal desde o primeiro dia. Claro, ela não se recusa, mas é óbvio que o silêncio é muito importante para o seu trabalho. — Considerando que posso acabar com as expectativas de muitas pessoas em mim, sim, é um problema gigantesco — fala Kendra, antes de morder uma torrada com vontade. — Seu trabalho inclui estar comigo 24 horas por dia? Porque não esperava você aqui tão cedo. — Cada cliente é diferente e acho que esse t
Kendra— Ontem enquanto não estava um cara veio aqui — fala Joshua enquanto desvio dele para ir em direção a geladeira pegando um pote de sorvete, mas sou parada por ele antes que prossiga. — Não pode comer direto do pote.Faço minha melhor expressão de irritação, mas isso não o comove, assim, preciso assistir enquanto põe uma boa quantidade em uma tigela de sobremesa e me entrega. Como se dissesse: “viu, é assim que seres humanos fazem”.— E quem era? Não tem muitas pessoas que saibam onde moro — profiro ligeiro, me encaminho para perto do meu notebook sorrindo por ver que consegui escrever algumas milhares de palavras. Joshua — Fominha, já voltei, você vai largar esse notebook ou não? — pergunto com entusiasmo. Paro depois de ver que Kendra está acompanhada, que a mulher parece muito perto de ter um colapso nervoso após ver minha presença, como se acreditasse que um fantasma vai pegá-la. — Olá, sou o Joshua, namorado da Kendra. — Ponho um sorriso encantador no rosto, ergo minha mão para cumprimentá-la, no entanto, a minha ação parece piorar a minha situação diante dela. — Puta que pariu, é incrível o que pode conseguir com algum dinheiro. — fala a convidada. Kendra sorri, pede silenciosamente para que vá fazer o que tinha como intenção antes de notar que estava com visita, mas é claro como o dia que a mulher em sua companhia não para de me en09. Dia 4: Não tem dinheiro que pague
Kendra— Então está indo tudo bem com o namorado falso gostoso? — questiona Kitty.Curiosa por minha vida que dá volta estranhas e que às vezes sequer controlo, Kitty pediu por um encontro fora da minha casa para que pudesse falar mais à vontade, mas me pergunto, como não pensei na possibilidade de ela apenas querer arrancar todas as informações possíveis sobre Joshua.— Aquele Thor jovem é uma tentação sem limites. Você está bem? — investiga após notar meu silêncio.— Pareço a ponto de ter um colapso nervoso por ele ser simplesmente perfeito? — Ela nega. — Nossos anos de amizade n&at
Joshua— Uau. — Exclama com os olhos brilhando, cintilando com tamanha força que atrai a atenção de quem está ao redor para olhá-la, apenas querem vê-la brilhar mais forte, e não conheço muitas pessoas que tenham esse tipo de magnetismo, mas Kendra o possui, no entanto, não parece se dar conta disso.Até mesmo eu, a pessoa que tem plena consciência de que nosso relacionamento atual não passa de uma troca de favores se vê mirando o que está na direção dela. Tudo aquilo que pode representar com um sorriso encantador enquanto põe uma mecha de cabelo para trás ou quando sibila sem parar sobre uma cena que precisa descrever em seu novo livro.Cada uma dessas
KendraSequer preciso abrir a porta inteira para que ela seja pressionada por meu ex para adentrar na minha casa como se tivesse todo o direito de estar aqui e não o possui. Perdeu qualquer coisa que podia ter comigo quando me traiu e me trocou como papel usado.— Está em casa dessa vez — fala Roger, coloca a sua pasta em cima do sofá sentando-se ao lado dela.Quando tínhamos um relacionamento me dava a sensação de que éramos próximos, de que se sentia em casa aqui e que por isso poderíamos até mesmo morar nesse apartamento tranquilamente, sem a necessidade de se mudar, coisa que ele comentava constantemente.Porém, acreditava que era apenas pelas dific
KendraMordo meu lábio com força para tentar me parar, para que não tenha ideias ainda mais insanas sobre como seria esconder um cadáver quando a porta se abre. Os cabelos movendo-se ligeiro quando passa pela porta com pressa para colocar as sacolas no chão são a primeira coisa que noto, antes que possa abrir a boca a voz atrás de mim reverbera.— Você deu a senha da sua porta a esse cara? — pergunta Roger, esbravejando sua raiva.Joshua me olha, em seguida analisa Roger que deve estar com o dedo apontado para mim enquanto mantém uma expressão dura, uma que conheço bem, que sempre é marcada pelo queixo quadrado, pelos olhos afiados.Os olhos de Jo