Para cada ano a escola inventava um festival diferente. Esse ano era o festival do sorvete. Parecia até ironia do destino porque eu me sentia gelada por dentro.
Mesmo depois de toda a conversa com Bruno. Mesmo depois da tia Lilian conversar comigo, mesmo depois de tudo eu ainda me sentia culpada e aliviada de formas diferentes.
A única coisa que não tinha voltado ao normal era nossa vida sexual. Eu e Bruno não tínhamos mais aquele fogo, não que eu não o amasse, porque acho que o sentimento só cresceu com o tempo e todas as dificuldades.
Passamos a ter menos momentos em que rolava sexo mas, cada momento era especial. Muito especial. Pelo menos eram para mim. Eram nesses momentos que eu me sentia viva e uma parte de mim se aquecia de uma forma diferente.
Bruno e Wallace pareciam ter construído uma espécie de amizade. Conversavam bastante, os dois até fizeram a festa do meu irmão juntos.
Eu não ti
Cheguei até achar graça do que Wallace fazia, sair me arrastando desesperadamente pelo colégio. Eu pensei que talvez ele tivesse algo para contar da tal garota que ele está apaixonado.Assim que nós nos afastamos Wallace parou na minha frente, o lugar estava praticamente vazio, sua expressão estava uma bagunça indecifrável. Ele parecia aflito, nervoso, ansioso e... Confuso ou indeciso._Eu tenho que te falar uma coisa, preciso te contar ou vou ficar maluco! Eu... Só não sei como falar, não sei como começar.Eu ri do seu nervosismo e peguei em sua mão._É só falar. Fala de uma vez, como retirar um esparadrapo. - dei meu melhor sorriso acolhedor, estava curiosa para saber o que ele queria me dizer mas, quis ser gentil._Eu estou apaixonado por você! Não sei como aconteceu Ana, juro que se pudesse teria evitado e... Caramba! Eu estou muito, muito apaixonado eu...Antes que pudesse
Bruno me deixou sozinha, chorando, sofrendo, de coração partido e sangrando.Para piorar ele contou para todos a história da "minha traição", numa versão que fez tudo parecer bem pior. Todos na escola me olharam com ar de superioridade e o substantivo "puta" era transmitido pelo olhar.Estava dando graças no último dia de aula. Porque eu não ia aguentar tanto sofrimento e julgamento por muito mais tempo. Pelo menos meu pai e tia Lilian acreditavam em mim e na minha versão da história.Ela até tentou conversar com o meu amigo, ex-amigo. O que causou ainda mais problema e revolta da parte do Bruno. Eu me sentia a pior pessoa do mundo, não conseguia comer direito ou dormir.Perdi as contas de quantas vezes pedi perdão ao Bruno, eu me humilhei tantas outras vezes, implorava que ele pelo menos me ouvisse, porém nós últimos dias ele nem me olhava.Outro dia de manhã uma garota saiu do quarto dele. Acho que eles d
Acordei ouvindo uma discussão que parecia estar vindo da sala. A primeira coisa que pensei foi que o tio Cláudio tinha brigado com a esposa por minha causa, meu corpo inteiro tremeu, ouvir tia Lili chorando o que me deu ainda mais certeza de que aquilo tinha acontecido.As lágrimas se juntam nos meus olhos enquanto me vistia. Assim que abri a porta do meu quarto ouvi o som da porta da sala batendo. Desci as escadas com o coração a mil. Medo! Estava com muito, muito medo. Meus pés travaram no chão antes que eu conseguisse reagir.Minha segunda mãe estava parada de joelhos em frente a porta, chorando. Corri até ela abraçando apertado, fiz carinho nos cabelos dela até que ela se acalmou onde estava Bruno que não veio me ajudar?_ Ele foi embora. Simplesmente foi embora, saiu depois brigar comigo, não era para ser assim. - sei que tia Lili ama o marido, espero que se acertem - Sempre quis que ficassem juntos, não deveria ter dese
Eu perdi as forças nas minhas pernas no momento seguinte em que ouvi a palavra "grávida". Foi só o tempo do meu celebro processar a informação e fazer os cálculos nescessários para que eu descobri que estava muito atrasada.Pelo menos quinze dias.Tentei segurar o máximo que consegui até a mulher ir embora, quando ela se foi eu desabei, chorei até dormir. Eu não poderia estar grávida, não mesmo! Não agora. Talvez fosse uma coincidência.Acordei de manhã tão enjoada e com muita dor de cabeça. Me arrastei até o banheiro tomei um banho vesti o uniforme, meu pai me levou até a escola e toda hora me perguntava se eu estava bem. Minha única resposta era "tudo bem pai". Quando não estava nada bem eu queria gritar até perder a voz. Estava com medo. Muito medo.Já na sala, no meu primeiro dia de aula, no meio da semana, Sara se sentou ao meu lado. Ela foi muito legal comigo, acho que é porque agora ela é quem está namo
Eu acordei bem cedo aquele dia. O início das provas eram oito da manhã. Meu pai me levou por isso a viagem não foi tão longa. Eu sabia que Ana estava detestando a ideia de eu fazer prova para uma faculdade tão distante.A questão era que essa era a melhor do pais, formava os melhores na área. Só o nome dessa universidade no meu currículo já era um peso enorme.Ia ser muito difícil para nós, ficaríamos um grande período sem nos vermos. Falaríamos por telefone a maioria das vezes. Mas no fim a distância entre nós compensaria, assim que me formasse eu me casaria.Pensando bem... Eu se quer havia feito um pedido formal de namoro. Ainda estava em tempo, ainda bem. Faria o pedido naquele mesmo dia! Tenho certeza que Ana diria sim.Quando cheguei em casa ela já não estava. Apesar de estar mais que cansado eu me esforcei a comer um pouco tomar um bom banho e me arrumar para encontrá-la na escola.Compr
_ Você tem que contar Ana! Eu falo sério já faz quinze dias! Tem que contar que está grávida! Você tem ir ao médico, tem que... Pode acontecer alguma coisa ao bebê. - Erick está quase aos gritos comigo porque eu não tive coragem de dizer ao meu pai que estou grávida.Eu nem sei se quero continuar essa gravidez. Também não sei se tenho coragem de fazer um aborto, eu andei pesquisando na internet e... Descobri muitos meios de fazer um aborto. Mas, eu li que o meu bebê já sente tudo e que o aborto vai ser doloso para ele... Li que posso ficar estéril para o resta da minha vida. Li sobre tantas coisas... Até vi um vídeo de feto ainda se mechendo após o aborto.Isso mexeu comigo..._Ana? Quem é o pai do bebê? - meu irmão pergunta.Esse bebê não tem pai, o Bruno não vai ajudar eu liguei tantas vezes, deixei e-mails, mensagens em todos os mecanismos que pude, mensagens de voz no correio electrónico. Eu teria feito um
_Acho melhor a senhora e eu subirmos... - Digo a minha tia, estou muito nervosa, eu não quero que ela saiba, que ninguém saiba. Por isso uma discussão sem plateia é melhor.Antes de eu subir as escadas Damon cochicha no meu ouvido. "Eu vou estar aqui se precisar!". Aceno com a cabeça e subo as escadas. Eu nem tinha entrado no meu quarto direito quando Lilian começou sem me dar chance de dizer nada._Então mocinha, está enganando o rapaz ou vocês decidiram mentir juntos!? - Lilian está com uma mão em cada lado da cintura e me olha com firmeza._ Eu não estou enganando ninguém. Eu jamais faria isso!_ Então ele concordou com essa mentira descarada!? Ana onde você estava com a cabeça? E as pílulas que eu comprava? A camisinha Ana, sempre falamos da camisinha! - Lilian não está gritando nem nada, seu tom de voz é firme e isso é o que me dá mais medo._Eu fiquei tão triste com o que aconteceu, Bruno ter terminado comigo, eu acabei esquecendo de t
Parece que eu não sou a única que está curiosa quanto ao sexo do bebê. Ao que parece todos estão. Damon dirigi ao meu lado, ele está tão ansioso, parece que irá sofrer um infarto no minuto seguinte.Os pais dele já ligaram umas três vezes querendo saber. Dona Elisa disse que quer bordar as coisas do bebê, por isso temos que saber logo o sexo e dar um nome. Eu tenho sido muito paparicada por ela. Quase todos os dias ela manda por ele alguma coisa super gostosa.Minha barriga ainda não aparece direito. Mas algumas pessoas da escola já sabem sobre a gravidez. A maioria delas me trata diferente. Sara é uma que me trata igual, para ela eu estar ou não grávida é a mesma coisa.A garota loira e meu irmão continuam juntos, ela é oficialmente o relacionamento mais duradouro do meu irmão. Ela é uma garota especial, muito especial. Apesar de não ter um modelo convencional de família, Sara é o modelo de ser humano que pretendo chegar a s