— Eu não acredito, que você conseguiu fazer negócios com a Irma para me prejudicar. Sua voz quase falhava. O olhar de Giovana estava perdido. Ela começou caminhar no meio da cozinha sem parar, com as mãos na cabeça, como se pudesse pegar os pensamentos e reorganizá-lo. — Eu não fiz negócios com a Irma — mas Antony continuava comendo despreocupado. Tinha um olhar totalmente indiferente quando olhava para o desespero de Giovana. — Como não? Você mesmo acabou de dizer isso. — Eu recusei, Giovana — sua voz ficou alta — eu disse a ela que não a ajudaria a colocar você na cadeia. — Está tentando me convencer que ela disse para você onde eu morava em troca de nada? Antony largou o prato de lado, voltando sua atenção para ela. Ele não havia ido ali brigar com sua ex mulher. Então se levantou já disposto a partir e encerrar de vez aquele assunto. — Foi exatamente isso que aconteceu — ele disse, sentando-se no sofá e calçando os sapatos — eu não fiz acordo nenhum com a sua mãe. Acha mes
O coração de Giovana bateu fora de compasso quando ela observou Antony entrar no carro e desaparecer, deixando-a com um grande problema. Logo em seguida, desviou o olhar para Matteo, aparentemente decepcionado.— Poderia ter avisado que viria – ela murmurou baixo, demonstrando o quanto estava envergonhada.— Para dar tempo de o Antony sair sem que eu visse. – Não havia ressentimento na voz de Matteo, e Giovana percebeu isso. – Desculpa, eu não tenho nada a ver com sua vida particular.Ele abaixou a cabeça e relaxou os braços, deixando as flores caírem.— Não aconteceu nada entre mim e o Antony. – Ela se agachou, pegando as flores caídas. – Ele queria conversar comigo sobre as coisas estranhas que andam acontecendo comigo, e já estava tardiamente. Você sabe que essa casa já foi dele um dia, não é?As sobrancelhas de Matteo formaram um arco. Ele estava bastante confuso.— O quê? – Matteo ficou curioso ao ouvir a informação – que coisas estranhas andam acontecendo com você?Giovana passo
Quando Antony entrou no escritório, foi como se o mundo se desligasse lá fora. Ricardo vinha logo atrás dele, falando sobre as reuniões e assuntos da empresa que ele havia perdido no último dia, em que esteve preso. Mas Antony tinha o olhar distante como se apenas o seu corpo estivesse presente e sua mente vagando em qualquer lugar longe dali.Ele se recordou da noite anterior em que esteve com Giovana e do sentimento que sentiu em protegê-la, mas quando suas lembranças o levavam até Matteo e nas palavras dele sobre o jantar que teria com a sua ex-mulher, o sentimento dentro dele se modificava completamente.— Antony — a voz grossa e alta de Ricardo fez ele voltar a si — está escutando o que eu estou dizendo a você?Antony olhou arregalado para ele e abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu.— O que aconteceu entre você e a Giovana na noite passada? — a pergunta o deixou agitado. Antony se levantou demonstrando impaciência — não me diga que você vai fazer o que eu te disse e tentar
Antony viu Matteo saindo apressado da empresa e ainda que tivesse outras coisas para resolver, saiu antes do horário e dirigiu em alta velocidade em direção a sua casa. Os empregados da mansão estranharam o fato dele chegar tão cedo, ainda mais apressado como estava.Tomou um rápido banho e desceu avisando que não jantaria em casa naquele dia. Sua rotina era sempre essa, mesmo quando esteve casado com Giovana, costumava chegar tarde em casa e muitas vezes nem sequer dormia em casa.Quando estacionou o carro em frente à casa de Roberta, ela já estava na porta, o esperando ansiosamente. Era estranho para Antony olhar para aquela mulher e não sentir absolutamente nada. Se recordava, mesmo que brevemente, o quanto foi apaixonado por ela. Loucamente apaixonado, de modo que até mesmo pensou em passar por cima dos caprichos do Nicolau para saciar apenas os desejos do seu coração.Quando Roberta desapareceu, dizendo já não suportar vê-lo com outra mulher, Antony achou que morreria. Daquele di
Giovana olhava para Antony, a uma certa distância segura, perguntando-se quais eram suas verdadeiras intenções em estar ali. Ela não acreditaria, nem que ele contasse um milhão de vezes, que sua presença era uma coincidência do destino. Ele havia feito de propósito, com quais intenções ela jamais teria ideia.— Já escolheu o que vai querer para essa noite, Giovana? – Matteo perguntou, apenas para fazê-la olhar para ele.O incômodo tomou completamente o ambiente entre eles. Giovana não conseguia disfarçar o que a presença de Antony causava em seu corpo. Ele respondia como ondas magnéticas, a cada olhada que ele lançava a ela.— Me perdoe, Matteo – colocou a mão sobre a testa, alisando-a delicadamente, talvez tentando disfarçar as rugas de preocupação que predominavam –, eu vou querer o mesmo que você.Era clara que ela não estava prestando atenção em nada que acontecia ao seu redor, a não ser na presença de Antony. Se tivesse, saberia que Matteo não havia escolhido nenhum prato em espe
Os lábios quentes dele fizeram ela perder o sentido da realidade. A língua dele invadiu a sua e Giovana quase se entregou completamente.Matteo, paralisado no meio do salão, olhava para a cena sentindo o sangue ferver quase no ponto de ebulição. A vontade dele era correr até onde eles estavam e socar o rosto de Antony até ele aprender a não se meter entre ele e Giovana. Mas como se a própria Giovana lesse os seus pensamentos, o corpo dela se afastou e ela levantou a mão dando um tapa no rosto de Antony.Todo o restaurante ouviu o estalo que o tapa fez. O rosto de Antony ficou vermelho quase que imediatamente e quando ele olhou nos olhos de Giovana havia uma pequena pontada de arrependimento, mas não o suficiente para ela implorar pelo seu perdão.— O que você acha que está fazendo? – Seus olhos logo lacrimejaram, não sabia ela ao certo de vergonha ou da dor que aquele beijo causava em seu coração. – Eu não sou mais a sua esposa, Antony, sendo assim você não tem mais direito de me toca
Antony pegou Giovana no colo, quando percebeu que ela não acordava, e a levou de volta até o veículo, colocando-a desacordada no banco do passageiro. Só percebeu que suas mãos tremiam quando segurou no volante para dirigir até o hospital.O caminho até lá foi tenso e cheio de pensamentos ruins. Giovana continuava desacordada, enquanto o celular de Antony vibrava insistentemente ao seu lado. Ele olhou a tela várias vezes, percebendo que Roberta estava desesperada para falar com ele, mas Antony não pararia para conversar com ninguém até que Giovana estivesse bem.Dirigiu até o hospital particular, onde um dos melhores médicos era seu amigo de longa data. Pegou Giovana novamente no colo, percebendo que a temperatura corporal dela havia abaixado bastante. Ele teve medo de que ela morresse em seus braços, até inclinou o rosto na direção das narinas dela, apenas para se certificar que Giovana respirava. Entrou na recepção às pressas, quando viu uma enfermeira, implorou.— Eu preciso de ajud
O sangue parou de circular pelo seu corpo e Antony ficou branco. Ele só ouvia ruídos e com a visão embasada observou Caleb se aproximar dele às pressas. Quando recuperou a consciência, estava deitado sob a maca do hospital e achou realmente que havia tido um sonho.— Se eu soubesse que você iria ficar assim com essa notícia, eu não teria falado sem antes sedá-lo – Caleb riu, quando terminava de medir sua pressão.— Do que você está falando, Caleb? – pareceu ainda mais confuso, colocando as mãos na cabeça e esperando que a tontura o deixasse em paz.— A Giovana está grávida, Antony – repetiu as palavras que ele não queria ouvir – e pelos exames a gestação já vai para o quarto mês.Ele se levantou tão depressa, que quase desabou novamente. Se segurou na mesa, quando Caleb o fez sentar novamente.— Eu sei que é uma notícia assustadora para você, que se divorciou dela recentemente – deu a ele um copo d’água – mas precisa se acalmar.— Eu estou calmo – disse com pressa.Contudo, a verdade