Posso dizer, que depois que cheguei na casa dos meus pais, me senti culpada por ter deixado esse distanciamento existir entre eu e eles. Me receberam tão bem, me deram privacidade para tudo e apareciam apenas quando eu os chamava.
Depois que minha mãe me trouxe até o meu quarto, optei por dormir este fim de semana aqui, sentia tanta falta daqui que nem me importo por dividir com bonecas e a minha pequena casa de bonecas. E até encontrei meu álbum de fotos do ensino médio, minha nossa, eu e as meninas éramos tipo as donas do Colégio. Todos me conheciam, e é claro, nunca tratei ninguém mal apesar de ser popular, enfim, não tenho o que reclamar do início da minha adolescência.
Já deitada na minha cama, virando de um lado para o outro, com dificuldades em dormir, acredito que seja porque não estou acostumada a dormir aqui novamente, então levantei e desci a escadaria e fui em direção a cozinha comer alguma coisa.
Chegando lá, encontrei meu pai sentado comendo uma fatia de bolo de chocolate e assim que me viu começou a sorrir.
— Acho que alguém perdeu o sono também.
Murmurei pegando uma xícara para colocar café e me sentei de frente a meu pai que assentindo respondeu.
— Meu estômago me acordou.
Comecei a rir pela sua resposta e então ele continua a falar, mas com uma expressão ansiosa.
— Querida, amanhã vamos ter um jantar beneficente para ir, quer nos acompanhar?
Ao ouvir aquilo, senti que tudo estava se encaminhando e contribuindo ao meu favor e assentindo respondi.
— Eu iria adorar, pai. Vai ser ótimo para mim.
E confirmando com um movimento de cabeça, meu pai completou.
— Sua mãe estava preocupada com você, pois queria uma boa oportunidade para que você pudesse socializar mais. Enfim, ela vai ficar feliz por saber que você irá conosco.
Sorrindo, olhei para meu pai que estava finalizando seu café e então respondo cheia de gratidão no peito.
— Agradeço muito o convite. Eu estava mesmo querendo conversar com vocês.
Franzindo a testa meu pai toma um gole do seu café e pergunta com um tom de preocupação na voz.
— O que houve?
Negando com a cabeça, eu tomei meu café e falei de modo que o tranquilizasse.
— Não é nada demais, pai. É que eu queria saber se vocês têm alguns contatos para que eu pudesse conseguir algum trabalho na minha área.
Meu pai me encarou por um instante e fez uma expressão pensativa e murmurou.
— Conheço pessoas incríveis que com certeza iriam contratá-la. Mas, Você pensa em vir morar em New York?
Eu confirmei com a cabeça e respondi.
— Eu estou pensando muito em vir morar na cidade, mas isso só vai ser possível se eu conseguir um emprego.
E meu pai sorrindo responde, sem esconder sua empolgação.
— Que Maravilha. No jantar beneficente eu apresentarei você a alguns dos meus sócios e outros conhecidos, vamos conseguir algo para você.
Sorrindo, estendi a mão para meu pai e murmurei muito grata.
— Obrigado pai, isso é muito importante para mim.
E assentindo com a cabeça, ele fala.
— Farei o que for possível, vou ajudá-la, amor.
Ouvindo isso levantei do banco e fui em direção ao meu pai para abraçá-lo, sempre tive a certeza que ele faria de tudo por mim, e acredito que se ele soubesse o que aconteceu comigo ele seria capaz de acabar com a vida de Heitan e o pior, iria arruinar a sua própria vida, e afastando aqueles pensamentos me senti um pouco enjoada e então resolvi ir para meu quarto.
— Pai, vou subir. Já estou com sono.
E assentindo, meu pai dá um beijo na minha mão e me soltou, andei rapidamente em direção à escadaria.
Assim que cheguei no meu quarto, foi impossível não ficar perturbada com o que pensei sobre Heitan, pois passei por um momento intenso, constrangedor e horrível. Nunca vou me esquecer daqueles dias, e fechando os olhos senti lágrimas descerem no meu rosto. Convivo com esse medo a 3 anos.
Estava indo na casa de Heitan para fazer uma surpresa do nosso aniversário de namoro. Ele tinha me dado as chaves de sua casa, estava levando comigo os presentes, o vinho que nos dois adorávamos e alguns filmes que aluguei para assistirmos juntos, mas assim que entrei no seu apartamento ouvi alguns gritos e gemidos mas nada parecido com gritos de dor, e aquilo foi uma situação estranha, fiquei nervosa então deixei os presentes em cima da mesa de jantar e andei em direção ao corredor onde ficava o quarto dele, e pelo chão do corredor havia muitas roupas espalhadas, e consegui ver que tinha duas calças jeans e duas camisetas sociais e mais a frente um vestido vermelho.
Os gemidos continuavam cada vez mais altos e aquilo me deixava ainda mais incomodada, e quando cheguei em frente ao seu quarto esperei alguns segundos para criar coragem e abrir a porta, eu já sabia que ele estava diferente a um tempo, me tratava com indiferença passava alguns dias sem falar comigo e depois voltava, como se nada tivesse acontecido e eu pensei que a culpa fosse realmente minha então estava disposta a salvar meu namoro, pois tínhamos 2 anos juntos, então era um tempo bem considerável para sabe o que Heitan quer, mesmo sabendo que virgindade não segura e muito menos garante relacionamentos.
Finalmente criei coragem para abrir a porta e o que eu vi me deixou completamente sem chão e enojada. Meu estômago revirou e senti enjoo, então deitei na cama já me sentindo exausta. Com algumas batidas na porta senti a cama fazer um pequeno barulho, como se alguém estivesse sentado ao meu lado e então senti alguém puxando a coberta do meu rosto.
— Bom dia, querida.
Minha mãe murmura quando encontra meu rosto e então senti um sorriso se formar em meus lábios ao lembrar que quando pequena, minha mãe me acordava assim e agora me dei conta do quanto senti falta disso também. Quem sabe, vir embora será uma das mudanças bem vindas que deveria ter feito há muito tempo. Mas eu sinto que vou ter surpresas, não sei ao certo se serão boas ou ruins, apenas sinto que virão para mudar muitas coisas.
— Vim acordar você, para irmos até o Spa.
Minha mãe murmurou e eu sentei na cama e sorrindo falei.
— Certo, só vou tomar um banho rápido e já desço. Tudo bem?
E assentindo, minha mãe sorri em resposta e me dá um beijo na testa, se levantando, atravessa a porta me deixando sozinha novamente. Olhei para o meu criado mudo Rosa e peguei meu celular para ver que horas são e dando um pulo da cama vejo que já são 09:15 então fui direto para o banho, fiz um coque no cabelo e relaxei no momento em que a água desceu pelas minhas costas. Enrolada na toalha, fui escolher uma roupa leve para o Spa, optei por um vestido florido leve e soltei meus cabelos e pegando meu celular e minha bolsa saí do meu quarto e fui em direção a cozinha onde encontrei minha mãe e meu pai conversando, e assim que me viram logo sorriram e minha mãe murmura.
— Fico feliz que tenha aceitado o convite para o evento desta noite, querida.
Sorrindo em resposta, sentei em um banco na cozinha e respondi.
— Eu que agradeço o convite, pois para mim vai fazer muito bem.
E peguei uma xícara e coloquei café com leite para mim
— Bom, este evento pode abrir várias oportunidades, não è?
Minha mãe responde a mim com outra pergunta e confirmando com a cabeça enquanto tomo um gole do meu café, observo minha mãe levantar e murmurar algo ao meu pai que confirmou com a cabeça e lhe deu um rápido beijo nos lábios, minha mãe me olhou um pouco ruborizada e pergunta.
— Vamos, amor?
Confirmei e levantei do banco já com a minha bolsa nas mãos levando a caneca para pia. Assim que Derek nos deixou no Spa, logo entramos num lugar luxuoso e bem decorado, o chão era mármore escuro e as pessoas que trabalhavam naquele local eram bem vestidas e de boa aparência.
Olhei para os lados para admirar a bela decoração, e quando dei por mim, minha mãe já estava sendo atendida por uma moça de terninho preto, e acenando com a mão, minha mãe me chamou, fomos direcionadas a uma sala onde seria feito a massagem.
Eu não estou acostumada com todo esse tratamento, mas minha mãe se sente em casa, mas vou confessar, é maravilhoso tirar um tempo só para mim e ainda mais com a minha mãe, que esbanja jovialidade.
Nós entramos na sala onde nos foi instruído colocar robes para receber a massagem e assim que nos acomodados nas macas, duas moças entraram sorridentes conversando sobre algo que foi encerrado no momento em que nos viram, e o profissionalismo ganhou vida e com isso me vi relaxar em meio a massagem deliciosa que estava recebendo.
A luz do sol já havia invadido o meu quarto quando acordei, então olhei para o lado e pela primeira vez em anos senti a sensação de sábado em casa. Umasensação que eu havia memorizado quando criança, pois eu adorava sábado de manhã. Sentei na cama e peguei meu celular, já são 09:36, respirei fundo quando apareceram algumas notificações das últimas horas então fui ver o que era, havia algumas mensagens e alguns e-mails, e como eu poderia imaginar, todos de Karl. Acho que ele está, digamos, um pouco apavorado por estar fazendo esses agendamentos e atendimentos sem mim.Soltei um gemido audível e deitei de novo deixando o celular de lado, posicionando o braço em cima dos olhos para aproveitar a sensação de tranquilidade quando ouço algumas batidas na porta e logo me sentei na cama, abrind
Depois que vi o resultado daquele tratamento todo, e olhei para o relógio verificando a hora, fiquei boquiaberta, pois passamos horas no spa apenas com nossos cuidados para esta noite. O meu cabelo estava perfeitamente soltos e bem hidratados, minhas unhas da mão com uma cor em nude e as unhas do pé estavam com o estilo francesinha, já eram 16:42 da tarde quando nosso atendimento foi encerrado. Assim que saímos do Spa, Derek nos levou embora, e quando chegamos em casa me deparei com a sala de visitas repleta de vestidos de gala, um mais lindo que o outro. — Pedi para que eles trouxessem os vestidos para escolhermos tranquilamente.Minha mãe murmurou ao notar meu fascínio e se aproximou dos vestidos de tons mais escuros. É claro que eu estava boquiaberta com os vestidos que eu vi, havia tantos, que poderia
— Porra, como isso aconteceu?Perguntei gritando no telefone durante o trajeto até a casa dos meus pais, eu estava furioso, na verdade estava a ponto de socar qualquer um que se opusesse em minha frente. —Eu... Não sabemos, senhor Michael.O segurança respondeu com seu tom de voz constrangido e aparentemente contido de nervosismo. —Eu vou pegar o próximo voo para Londres, esteja me aguardando no aeroporto quando eu aterrissar.Respondi cuspindo as palavras e encerrando a ligação. Suspirando fundo, tento manter o controle. Não quero ir embora, não queria sair daquele jantar, não queria acabar com a noite sem ao menos saber o nome daquela mulher.<
Virei várias vezes na cama, olhei para o relógio em cima do criado mundo e verifiquei que eram 06:30, levantei para me arrumar, já que não consegui dormir o meu horário normal, pois fiquei pensando naquele homem o tempo todo, e de alguma forma sinto como se fosse encontrá-lo, fechei os olhos mentalizando ele mais uma vez, ele parecia ser musculoso por baixo daquele smoking, senti um arrepio percorrer meu corpo todo pois nunca imaginei um homem por baixo da roupa, não depois do que Heitan fez comigo, passei a ignorar os desejos do meu corpo, naquele evento senti uma energia entre mim e ele que me deixou tensa, só em olhá-lo nos olhos.Nossa, aqueles olhos esverdeados me avaliando de cima a baixo... Sacudi a cabeça tentando afastar aquele pensamento e me direcionei até o banheiro, tirando minha camisola de cetim rose, entrei embaixo do chuveiro, lavando
— Meu Deus, que muher. Acordei num sobressalto depois do sonho mais incrível que tive em pouco mais de 3 anos. Fazia muito tempo que eu não sonhava com mulheres desse jeito, Yven me deixou curioso a seu respeito, com seu olhar delicado e sua língua afiada, acabei ficando ainda mais curioso, pensei que com o simples fato de obter algumas informações sobre ela seria o suficiente para me tranquilizar, mas aconteceu o contrário. Assim que a encontrei na sala do meu pai, meu corpo logo reagiu por vê-la de joelhos, a melhor visão que eu tive na vida com certeza foi vê-la de joelhos diante de mim, não por querer medir força, mas por ser um dominador. Porra. Nunca vou esquecer daqueles olhos tímidos e afiados me olhando, o que será que ela vai pensar quando descobrir que irá trabalhar
No momento em que cheguei no meu apartamento sem a minha amiga por perto, logo senti um frio na barriga, não que eu estivesse com medo, até porque os seguranças da minha mãe são muito bem treinados para qualquer situação que poderia acontecer comigo, mas era tudo tão vazio e silencioso, que é até estranho.Assim que abri a porta fui invadida por uma sensação de estar em casa, deixei os seguranças na rua e subi sozinha andando diretamente para meu quarto, logo ouvi algo estranho, alguns ruídos foram ouvidos no momento em que me aproximei, mas recuando alguns passos para trás, resolvi não entrar sozinha, voltei cuidadosamente para a entrada do apartamento e mandei uma mensagem de texto para o segurança e motorista da minha mãe.“Derek, preciso de uma ajuda aqui, ouvi algo estranho no meu quarto”
— Mas que droga, Karl. Como os seguranças não viram ela entrando? Perguntei aos gritos no telefone quando Karl, meu assistente, disse que a louca da Laura entrou na minha casa, sim, ela é louca, não acho isso das mulheres em geral, não vou generalizar, mas uma pessoa que é ignorada por duas vezes seguida, sendo que antes havia sido pega no flagra no meio de uma traição e ainda assim insisti em ir na casa de uma pessoa no qual não tem interesse nenhuma nela há anos, para mim, é doida, e tem mais, para mim ela invadiu a minha casa, o meu território, para simplesmente me desafiar, mas se ela pensa que vai ficar assim está muito enganada.
Ao som de Strip that down -Liam Payne, terminei de esvaziar a última caixa de utensílios pessoais e eu já estava com muita fome, e não tinha ideia do que comer e muito menos vontade de cozinhar algo, então fechei a porta do quarto e fui até a cozinha para ver o que tinha na geladeira que pudesse se tornar uma boa refeição para o jantar. — Humm.. Queijo, torradas e um vinho. Meu jantar está pronto. Falei em voz alta, revirando os olhos ao lembrar que Amanda um dia me disse que eu iria me pegar falando sozinha. Quando algumas batidas na porta me tiraram das lembranças da minha amiga e logo coloquei o prato de queijo em cima do balcão de mármore e fui atender a porta dando de cara com as duas vizinhas da c