Desejos EstranhosChego em casa, tomo um banho relaxante, visto minha camisola, vou preparar alguma coisa para comer.“Porque não me esperou?”. Rocco pergunta.“O que faz aqui?”. Pergunto indo procura alguma coisa na geladeira para comer, mais nada me interessa.“Está com fome?”. Pergunta vejo ir até onde ficam as facas corta seu pulso arregalo os olhos,não acredito no que estou vendo.“Está louco?”.pergunto, mas o cheiro de sangue me dar água na boca.“Beba”. Ordena “Não desperdice”.“Não”. Falo incrédula.“Elena, esse bebê que espera não é uma criança normal.beba logo”. Ordena.olho para seu pulso, me aproximo, minha boca saliva, pego seu braço, levo até a boca.nunca pensei que sangue fosse tão gostoso, fecho os olhos me deliciando com o líquido quente.“Chega”. Fala puxando o braço, seguro com força puxando de volta.“Por hoje está bom”. Ouço fala, passo a mão na minha boca limpando.“O que esta acontecendo comigo?”. Pergunto, me sinto satisfeita, deixando um pequeno arroto esc
Quando Rocco veio até minha casa, nem precisei me vira para saber que ele estava aqui. A sala ficou gelada no momento em que ele entrou. Ele não precisava falar para dominar o espaço, a intensidade de sua presença fazia isso sozinha. Mas, dessa vez, seus olhos carregavam algo diferente. Não era apenas raiva. Era algo mais cruel, mais distante. Como se eu tivesse deixado de ser alguém para ele.“Você dormiu com Tony?” ,A pergunta saiu como uma acusação, mas havia algo mais em sua voz. Um tom sombrio, como se a resposta já não importasse porque ele sabia que o controle ainda era dele.“O que isso importa agora?” retruquei, cruzando os braços.Ele deu um passo à frente, e o ar ao meu redor pareceu desaparecer. Seu cheiro, uma mistura de terra úmida e algo metálico, invadiu meus sentidos. A ponta de seus caninos apareceu quando ele curvou os lábios em um sorriso cruel.“Vou foder tanto com você até o cheiro desse babaca sumir do seu corpo.”As palavras bateram em mim com força, fazendo m
Fragmentos do passadoAcordei mais relaxada, o peso da noite de pesadelos já parecia ter se dissipado. Joguei os lençóis para o lado e me levantei, ainda um pouco atordoada. Fiz minha higiene, tentando espantar a sensação de inquietude que me perseguia. Estava faminta, então fui direto para a cozinha. Porém, assim que cheguei, algo no ar me paralisou. Meu coração bateu descompassado, fora de ritmo, e um arrepio percorreu minha espinha. Uma presença estranha, uma criatura humanoide peluda, estava ali, na minha cozinha. Era como algo saído diretamente de um filme de terror, mas, diante da situação, não tinha tempo para racionalizar.“Quem é você? O que quer aqui?”, minha voz saiu trêmula, embora eu tentasse manter a postura.A criatura riu, uma risada baixa e rouca. “Então é verdade, está grávida. Posso sentir o cheiro desses bastardos…” Ela falava com uma voz grotesca, quase desdenhosa.O medo me dominou, uma sensação gelada que percorreu meu corpo inteiro. Eu não sabia o que fazer, m
O livroO som dos sapatos de salto de Elvira ecoava pelas escadas do casarão. Desde o momento em que tocou a barriga daquela humana, e teve aquela visão, um pressentimento sombrio se alojou em sua mente. Havia algo naquela mulher… algo que a deixava inquieta, como se um fio invisível as ligasse de uma forma que Elvira não podia compreender.“Será que você é ela?”, Elvira sussurrou.Seus pensamentos estavam tão dispersos que quase não percebeu o cheiro estranho que invadiu suas narinas.Um cheiro metálico e acre, que desapareceu tão rápido quanto surgira, e ela o ignorou.Elvira estreitou os olhos e continuou descendo as escadas, seus movimentos graciosos escondendo a inquietação que sentia. Chegou à biblioteca, um lugar onde os segredos mais obscuros e proibidos estavam guardados.Ali, talvez, encontrasse respostas. Caminhou até uma estante no canto mais afastado, onde livros que ninguém ousava abrir estavam reunidos. Sua mão parou em um volume de capa negra, adornado com uma boca cos
HeleonoraElvira entrou pela janela estava entreaberta, permitindo que o cheiro de ervas e sangue fresco escapasse para fora. Ela se esgueirou para dentro, silenciosa como uma sombra.No centro do aposento, Elena estava deitada na cama, pálida como cera. Uma bolsa de sangue estava conectada ao braço dela, enquanto a velha bruxa, vestida com um manto escuro, aplicava uma substância espessa na ferida que antes parecia fatal. Para a surpresa de Elvira, a ferida estava cicatrizando com uma rapidez sobrenatural. A carne já se fechava diante de seus olhos, como se o tempo tivesse sido acelerado.“Ah, você finalmente apareceu,” disse a velha bruxa, sem desviar o olhar do que fazia. Sua voz era fria e cansada, como se a chegada de Elvira fosse tanto uma benção quanto um incômodo.Antes que Elvira pudesse responder, a porta do quarto foi escancarada. Rocco entrou com passos firmes, as botas deixando marcas de lama no chão. Ele segurava dois corações ensanguentados, seus dedos apertando os ór
Salve ElenaRocco recuou como se tivesse levado um golpe. Seus punhos se cerraram automaticamente, e seus olhos vibraram em puro ódio. Não podia ser verdade, mas ele sabia, no fundo, que não estava enganado. Heleonora, a mulher que o condenara à escuridão eterna, estava diante dele, no corpo da mãe de seus filhos."Heleonora…?" Ele sussurrou, tentando manter o controle de sua raiva. "O que faz no corpo dessa mulher?"Elena, ou melhor, Heleonora, inclinou a cabeça para o lado, analisando-o com um ar de superioridade. Ela passou os dedos pelo próprio braço, como se testasse o corpo que ocupava."Ah, meu querido, é tão bom ver que você ainda me reconhece." Ela deu uma risadinha cruel. "Estava ficando entediada. Esse corpo… ah, é uma ferramenta temporária. Mas tenho que admitir, é confortável o suficiente.""Saia dela agora!" Ele rosnou, avançando alguns passos."Calma, calma…" Heleonora levantou uma mão como se estivesse acalmando uma criança birrenta. "Você não quer machucar a mãe
ElenaOlhar estranhoAo abrir os olhos, a luz do quarto parece uma invasão de pequenos raios agudos, ofuscantes. Minha visão está embaçada, e sinto minha boca tão seca que parece um deserto. Tento me mover, mas meu corpo parece pesado demais, como se tivesse pedras amarradas aos meus membros. Vozes indistintas ecoam à distância, mas logo se tornam mais claras conforme minha consciência volta, trazendo com ela uma leve pontada de dor na cabeça."Foi um ataque de animal," diz uma voz feminina, que identifico como a de uma enfermeira."Que tipo de animal faz isso?" indaga outra voz, masculina, provavelmente do médico. "Viu as mordidas?""Sim, doutor," responde à enfermeira. "Mas nunca vi nada parecido. E... de quem será que ela está grávida? Sempre ouvi rumores sobre ela e o prefeito.""Isso não é da nossa conta," corta o médico, ríspido. "Ela está acordada, mas parece que ainda não está realmente aqui."Tento focar, mas minhas pálpebras estão pesadas. Respiro fundo, e um cansaço indescri
Elena Lembrei Saio do closet e, me deito com um suspiro pesado, o corpo cansado, como se cada movimento fosse um esforço. "Perguntei ao médico como estão os bebês.""Os bebês?" repito, surpresa. A ansiedade começa a crescer dentro de mim. "Como sabe que são dois?"Elvira não responde imediatamente. Ela me olha, antes de falar, sua voz distante, como se estivesse em outro mundo."Ele disse que o ferimento foi grave," ela diz, como se fosse algo rotineiro. "Mas que, se seguir as orientações, eles ficarão bem. Você precisa obedecer, Elena."“Porque disse ‘os bebês’?” insisto."Intuição", ela responde, olhando para mim não consigo decifrar. "Quando sua cabeça estiver boa, você entenderá."“Estou cansada disso. Fale o que aconteceu aqui, seja mais clara.” Minha voz sai mais firme do que eu queria.Nesse momento, uma voz rouca e forte chama por ela."Elvira."Nos viramos juntas, e um homem alto, de cabelos negros e olhar intenso, está à porta. Ele parece seguro de si, imponente, como se