A vasta sala de espera do consultório do médico parecia sufocante. Kate tentou diminuir sua náusea, inalando profundamente. Colton sentiu seu desconforto, acariciando a coxa dela de forma tranquilizadora antes de passar o braço ao redor de seus pequenos ombros, puxando-a para seu peito, onde seu coração batia rapidamente. Aquele ritmo era calmante para Kate; o ritmo acelerado a acalmando, para sua surpresa.Um casal de idosos estava sentado em frente a eles, com as mãos envelhecidas entrelaçadas no colo do cavalheiro enquanto assistiam à reportagem médica na televisão. A mulher olhou para Kate, e um sorriso enrugou os lados de sua boca. Kate sorriu de volta e teve que conter a risada que vibrou em seu peito quando os olhos azuis nebulosos da mulher se arregalaram, passando pela pele tatuada de Colton. Ela foi facilmente conquistada quando Colton lhe deu um sorriso de parar o coração, e suas bochechas se tingiram de vermelho.A respiração de Colton pareceu melosa quando ele se inclino
A cobertura de plástico da mesa de exame rangeu quando Kate prendeu o lençol sobre as pernas nuas, esperando pacientemente que o ultrassonografista voltasse. Os últimos dias tinham sido torturantes, na melhor das hipóteses, e ela se sentia mais doente a cada passo. Colton tentou o seu melhor para tranquilizá-la; as promessas de que o ultrassom encontraria o bebê na posição certa foram recitadas com tanta frequência que Kate achou ser apenas uma resposta automática para ele.A Dra. Bharathi havia confirmado a gravidez através do exame de sangue de Kate, afirmando que ela estava grávida de 5 a 6 semanas e, embora houvesse uma pequena chance de Kate não ver muita coisa, o ultrassonografista saberia exatamente o que procurar.Quando o ultrassonografista voltou, dando início ao exame, os lampejos cinzas do útero de Kate brilharam na pequena tela. Sua respiração travou em sua garganta, e as batidas de seu coração pararam quando seus olhos se estreitaram na imagem. Ela havia estudado os ult
O silêncio encheu a sala.Um silêncio entorpecente, opressivo, desanimador.As paredes estavam se fechando, avançando cada vez para mais perto como um maldito pesadelo. A voz da Dra. Bharathi atravessou o vazio de dormência entre os ouvidos de Kate: “Olhando aqui para os seus exames de sangue, seus níveis de hCG parecem estar caindo por conta própria. Acho que devemos manter o monitoramento ativo. A gravidez parece estar se dissolvendo por conta própria. Se seu nível hormonal aumentar, precisaremos procurar outros tratamentos, mas, no momento, acho que seu corpo está fazendo o trabalho duro por nós”.A voz da médica sumiu, e os batimentos cardíacos de Kate soaram alto em seus ouvidos. Ela não se importava com os efeitos colaterais da rejeição de seu corpo ou o fato de que precisaria fazer exames de sangue a cada dois dias para garantir que seus níveis hormonais estivessem caindo. Ela não se importava com suas chances futuras de uma gravidez próspera ou com o fato de seu DIU ter sido
A porta se abriu, e o rosto cheio de tristeza de Paloma cumprimentou Kate com um abraço caloroso. “Dylan se ofereceu pra levar a Floss pra passar a noite. Somos só você e eu, bebê. Comprei chocolate, sorvete e pipoca de caramelo, que você gosta, e um monte de Tylenol e pastilhas. Eu não sabia do que você ia precisar, então comprei tudo o que pude pensar”.Kate forçou um sorriso e sentiu a rigidez de suas bochechas por causa das lágrimas secas. Ela não tinha pensado em nenhuma de suas necessidades e sentia-se muito grata pelo bom senso de Paloma, já que parecia que o seu próprio havia desaparecido. “Obrigada, P”.“Você fez o mesmo por mim”, Paloma sorriu, esfregando suavemente os braços de Kate enquanto a conduzia para dentro. “Vá e coloque seu moletom. Vou pegar uma bolsa de água quente e podemos sair e ver algum filme”.Paloma desapareceu de vista, e Kate serpenteou pelo corredor, parando na entrada do quarto de hóspedes e respirando fundo. Por mais que ela amasse sua melhor amiga,
Colton agarrou-se ao corrimão e ofegou, tentando desesperadamente recuperar o fôlego. Correr nunca tinha sido sua praia, e ele não fazia a menor ideia de porquê ter achado que aquilo seria uma boa ideia. Kate sempre dizia que 'limpava a cabeça', mas ele estava ainda mais nebuloso. Tinha certeza de que os cigarros haviam destruído sua capacidade pulmonar.Depois de ouvir a doce voz de Kate pelo telefone naquela manhã, seu corpo implorou por uma liberação. Não poder abraçá-la para dormir, não poder fodê-la ou beijá-la ou cheirá-la ou saboreá-la, não a ter ao lado dele em cada momento, tudo isso estava o deixando louco. Mas a corrida tinha sido uma ideia idiota e agora ele sentia ainda mais a falta dela.Um barulho suave soou do andar de cima, e Colton gemeu. Ele rezou para que fosse o novo casal que tinha acabado de se mudar e não a velha cadela que havia ameaçado despejá-lo. Ele achava que não seria capaz de não a empurrar acidentalmente pela porra da escada.As pantufas cor-de-rosa
O carro estava parado ao lado do meio-fio, e o motorista observava assiduamente através de um sofisticado par de binóculos. Ele os havia comprado anos antes, quando começou a observar pássaros, e se gabava por usar suas habilidades adquiridas com os pássaros noturnos para vigiar Kate. Ele sabia que ela estava com uma amiga depois uma briga com o namorado idiota, tornando-a um alvo muito mais fácil. A morena esbelta que estava com ela seria muito mais fácil de dominar do que o brutamonte.Os olhos azuis vibrantes se estreitaram quando Kate saiu pela porta da frente, acenando um tchau para sua amiga, com uma pequena criança presa de qualquer jeito ao seu quadril. Mesmo com a tecnologia refinada de seus binóculos, ele só podia supor que fosse Kate. Seu cabelo castanho estava escondido sob um gorro escuro e seu corpo esguio, envolto em um casaco enorme. Ele esteve observando por um tempo, assegurando-se de que eram apenas Kate e sua amiga em casa. Sabia como Kate era terrível com crianças
O lance de escadas parecia interminável; o cheiro clínico do hospital saturava seus sentidos. Seu coração disparou enfaticamente, desesperado para falar com Kate. Ela enfim atendeu sua ligação, explicando a situação com voz trêmula. Paloma e Heath haviam sofrido um acidente de carro. Ela não podia dizer muito mais, e suas palavras se transformaram em um choro baixo. Colton queria abraçá-la, queria ser o único a confortá-la, mas ela disse que Dylan estava indo pegar Florence e a levaria para o hospital.Ele jurou que Kate nunca mais precisaria de outra pessoa para cuidar dela. Não importava o quão ruim a briga fosse, ele nunca sairia do lado dela de novo.Virando a esquina, Colton quase colidiu com o corpo trêmulo dela. Vestida com um moletom e um suéter azul grosso, com o cabelo bagunçado e os olhos castanhos vermelhos e inchados, Kate estava tão bonita como sempre. Os braços fortes dele a envolveram, esmagando seus tremores contra o peitoral duro.“Eles estão bem?”Kate fungou, li
Levaram alguns dias até que Paloma e Heath fossem liberados do hospital. Heath havia sofrido uma concussão, uma perna e algumas costelas quebradas, mas estava se recuperando bem. Paloma estava praticamente ilesa, embora tenha ficado inconsciente durante a colisão. Os médicos fizeram uma infinidade de exames para garantir que ela não estivesse com hemorragia interna ou sofrendo quaisquer problemas subjacentes e descobriram que ela estava bem.Os dois não conseguiam se lembrar muito do acidente, apenas que o carro havia surgido da lateral, como se estivesse estacionado antes deles chegarem ao cruzamento. Teve uma pequena multidão de testemunhas no local, mas ninguém conseguia fornecer uma descrição definitiva do criminoso, o que só fez com que o estômago de Kate se revirasse.A culpa a consumiu com as palavras da policial. Ela se ofereceu para que Paloma e Heath ficassem com ela, mas eles recusaram. Tudo o que Paloma queria era passar um tempo com Florence. As breves visitas ao hospita