VittorioEu observava Chiara de perto, enquanto o drama que eu mesmo havia orquestrado se desenrolava diante dos meus olhos. A dor em seu rosto, os olhos marejados de lágrimas, tudo aquilo era resultado de minha manipulação cruel, mas não havia nenhum remorso em mim.Ela estava agora subindo as escadas que levavam ao andar superior, envolta em um abraço solitário, os cabelos bagunçados e o rosto pálido. Chiara não tinha ideia de que aquele momento não passava de uma artimanha elaborada por mim para afastá-la de Rafael. Ela não merecia ser usada como peça em meu jogo sujo, mas eu não podia permitir que ela se aproximasse de Rafael. Meu ciúmes, embora irracional, queimava em meu peito, alimentando-se do fogo da atração que sentia por ela.Os minutos arrastaram-se lentamente no caminho do apartamento de Rafael até aqui, enquanto eu testemunhava o desmoronamento daquela relação que eu mesmo tinha sabotado. Chiara não sabia da verdade, de que não havia encontrado seu namorado com outras ga
ChiaraSentir os lábios de Vittorio esmagando os meus é algo tão inacreditável, que eu me segurei fortemente a ele, desejando sentir o seu corpo cada vez mais perto do meu. Eu queria senti-lo completamente. A minha pele clamava pelo contato com o corpo dele. Os meus lábios anseiam por sua boca e os beijos pareciam não ser suficientes.— Eu quero tudo — Falei, desejando mais e mais dele.— Eu estou todo aqui… — Vittorio respondeu enquanto afastava sua boca da minha, seus olhos me encarando com desejo visível.Eu não sabia o que estava fazendo naquela noite, quando decidi seguir até a biblioteca. A dor que senti ao encontrar Rafael com outras garotas na cama me consumia, e algo em mim simplesmente me impelia a procurar conforto no homem misterioso que tinha sido confiado para me proteger, como ele mesmo fez questão de destacar.Cada passo em direção à biblioteca era como uma promessa de que eu finalmente encontraria alguém que compreendesse minha solidão e a confusão em meu coração. Qua
Andrei PetrovO dia anterior fora uma verdadeira provação. Tentei, repetidas vezes, entrar em contato com Rafael, mas o maldito rapaz não atendia minhas ligações. Aquilo me deixou extremamente aborrecido, pois meu plano estava em andamento e qualquer atraso ou obstáculo não era bem-vindo.Minha aproximação com Rafael tinha um propósito claro: usar o jovem ambicioso como uma ferramenta na minha vingança contra Vittorio Castellani. Aquele italiano arrogante e intocável havia causado a morte do meu irmão Alexei, e agora era minha vez de fazer com que ele pagasse por suas ações.Durante anos, eu investiguei minuciosamente cada movimento de Vittorio, cada contato, cada fraqueza. Foi através de minha rede de contatos e uma busca incansável que descobri uma estranha ligação entre ele e uma jovem brasileira. Uma protegida, algo que ele mantinha em segredo por anos.A ligação entre meu maior inimigo e aquela garota era obscura, um mistério que eu precisava desvendar. Não podia me dar ao luxo d
ChiaraApós uma noite insone, acordei tarde na manhã seguinte, sentindo-me exausta. Minha mente estava inundada por uma única imagem: Vittorio. Impossível esquecer os momentos ardentes que compartilhamos, os toques intensos e os sussurros provocantes. Meu corpo dolorido insistia em relembrar cada minuto daquele encontro proibido, e com cada lembrança, meu coração acelerava ainda mais.Algo mais também martelava incessantemente em minha mente: o enigmático comentário de Vittorio sobre Don Antonio. "Não quero que a história de Don Antonio se repita", ele disse. Mas quem era Don Antonio? Um Don? O que aquilo significava? Minha curiosidade crescia, e eu sentia que havia algo importante que eu estava perdendo nessa história.Seria Don Antonio alguém próximo a nós, alguém que tinha influência sobre meu destino? As respostas pareciam estar escondidas em algum lugar, e eu estava determinada a descobri-las. Se segredos estavam sendo guardados de mim, era hora de revelá-los.Levantei-me da cama
VittorioEstou farto da teimosia de Chiara. Seus olhos desafiantes, seu desejo de confronto constante, tudo isso está me tirando do sério. Ela não percebe que estou fazendo isso para protegê-la, para mantê-la segura em meio a um mundo cheio de perigos que ela desconhece.Com um olhar de desafio, Chiara me confronta:— Você não é meu dono, Vittorio. Estou saindo desta casa neste exato momento.Ela se vira e, desafiadoramente, começa a caminhar em direção à porta de saída da mansão. Sua atitude audaciosa me enfurece, como se ela não tivesse noção das consequências que podem vir de sua impulsividade.Eu não posso permitir que ela vá atrás de Rafael, um homem que claramente não merece sua confiança. Agarro com firmeza em seu pulso, interrompendo seu avanço determinado.Chiara me encara com olhos faiscantes de raiva, mas eu mantenho minha firmeza, travando um embate silencioso.— Você vai ficar aqui, Chiara — ordeno, minha voz soando ríspida.Ela contra-ataca:— Vou ligar para Rafael e con
VittorioMinha mente estava turva pelo ardente momento que compartilhei com Chiara, mas a realidade não demorou a me atingir. A interrupção abrupta da nossa paixão me deixou irritado, mas, um pensamento frio me ocorreu: Theodoro só ligaria se fosse algo verdadeiramente importante. Saí do quarto de Chiara e, com a pressa de quem está determinado a resolver um problema, atendi a ligação do meu braço direito em São Paulo. — Theodoro, o que está acontecendo? — minha voz soou mais dura do que eu pretendia.Theodoro, sempre calmo e eficiente, respondeu de maneira direta.— Temos um problema. Hoje, Rafael recebeu uma visita em seu apartamento, e, após uma investigação rápida, encontramos algumas informações suspeitas sobre o homem que esteve com ele.Meus olhos se estreitaram enquanto eu absorvia a informação. As palavras de Theodoro soavam sérias, e isso não era algo que ele diria levianamente.— Continue — ordenei, mantendo a voz firme.Theodoro prosseguiu com a explicação, revelando det
ChiaraA revelação de Vittorio me atingiu como um raio. Rafael, o homem com quem eu planejava me casar, envolvido em atividades perigosas? Era difícil acreditar naquilo.— Isso não pode ser verdade, Vittorio — murmurei, minha voz quase um sussurro. — Você deve estar enganado.Vittorio me encarou com seriedade. — Eu entendo que isso seja difícil de aceitar, Chiara, mas confie em mim.Eu me sentia dividida. Queria confiar em Vittorio, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim se recusava a aceitar a verdade. Rafael não podia ser um criminoso.— Você está tentando me afastar de Rafael, Vittorio? — perguntei, com suspeitas pairando no ar.Vittorio balançou a cabeça com veemência.— Não deveria me acusar dessa forma, Chiara. Eu só estou preocupado com a sua segurança.Claro que ele não admitiria tal intenção, caso fosse verdade. Senti que Vittorio estava ocultando algo nessa história. Talvez ele apenas quisesse me manter afastada de Rafael, inventando essas ligações perigosas. Mas eu não seri
VittorioEu sabia que a decisão de permitir que Chiara voltasse à universidade com um segurança era um compromisso perigoso. Afinal, eu não poderia dar-lhe total liberdade para investigar os segredos que eu e sua mãe havíamos mantido ocultos por tanto tempo. No entanto, era um risco que eu estava disposto a correr para mantê-la sob minha vigilância.Quando saí da biblioteca, após resolver alguns assuntos importantes, decidi ir até o quarto de Chiara. Algo me levava a sempre procurar pela garota rebelde. Mas Chiara não estava em seu quarto, constatei após encontrar a porta entreaberta e olho dentro. Deduzi que ela estivesse novamente no quarto de sua mãe, em busca de informações sobre seu passado e a suposta fortuna que acreditava ter herdado.Tentei a maçaneta da porta, e para minha surpresa, ela estava aberta. O silêncio que ali reinava era quase opressivo, mas havia uma tênue luz vindo do closet, revelando a presença de alguém no cômodo.Caminhei até o closet, já imaginando o que en