Meu Querido Titã(Blezzard)
Meu Querido Titã(Blezzard)
Por: Kakau
Prólogo

Rarysha, terceira predestinada.

Pisco meus olhos, tentando conter as lágrimas que caiam de saudades. Elas preenchiam os meus olhos, ao abraçar minha querida prima.

Ela havia morrido, pelas mãos de uma princesa da escuridão. Seu Titã Darkness a reivindicou das garras da morte, pedindo clemência a deusa da Lua. E a deusa clemente como é, lhe ouvio, trazendo de volta para nós nossa Brymel.

Durante aquela celebração tão especial, sinto o vento soprar, sussurrando, os galhos secos das árvores se agitam. A voz de todos ao meu redor, começam a ficar distante, disfocados, como uma pintura manchada rodopiando ao meu redor.

E era cada vez mais difícil de ouvi-las, as vozes se confundiam e, se misturavam causando me tontura.

De repente me vejo sobre minha cama, oito servas lobas estavam ao meu redor, servas que eu nunca tinha visto, desde que cheguei em Kritos. Corro meus olhos pelo quarto, a procura do meu companheiro, mas nada, apenas me deparo com um cômodo luxuoso, bastante espaçoso, decorado em estilo Chinês.

Os Titãs adimiravam o estilo de vida desse povo e, gostavam de adaptar a decoração em seus hambientes. Fossem no espaço externo ou no interno do castelo.

As lobas falavam comigo, mas não conseguia compreendê-las, desço minha vista pra minha barriga, arregalando os olhos, surpresa. Ao dar de cara com o meu ventre alto, roliço e, uma das lobas entre minhas pernas.

Ela se curvava, olhando para a entrada da minha vagina, parecia estar esperando por algo, segurando firme com suas mãos, uma de cada lado das pernas.

As dores eram infernais, algo me rasgava por dentro e, meus pensamentos firmaram se nelas, mas continuava querendo saber.

Aonde estava o meu Titã?

Grito várias vezes o seu nome, mas ele não vem, então as dores param. Um choro alto é ouvido, as mulheres começam a dançar e cantar em sua linguagem, uma canção tão melodiosa que quase me fez dormir.

Fico zonza e totalmente confusa. Um bebê! Exclamei.

Quando fiquei grávida?

__ Uma menina minha senhora! A milênios, não, há milhares de milênios, nossa antiga rainha desejava ansiosamente por uma lobinha, mas nunca foi abençoada, agora nosso soberano foi honrado com a sua primogênita.

Quando a serva selou seus lábios, uma aura perolada brilhante, invadiu o quarto, entrando entre as cortinas.

As sacodindo com a sua passagem enquanto penetrava o lugar se acumulando no canto do cômodo, ao lado da serva que segurava minha filhote. Se transformando na figura de uma mulher e, eu a conhecia muito bem.

Seus olhos pousam sobre mim, frios, sem qualquer emoções. Brisaz levita suas mãos, fazendo com que um espesso nevoeiro preencha o lugar.

Fico desesperada, procurando pela minha filhote, dentro da selva branca, em vão. Então uso meu ofato.

Minha pequenina era tão jovem e, já possuía seu odor tão forte, marcante e, próprio dela. Deslizo da cama vagarosamente com minhas mãos sobre a barriga que aos poucos começa a voltar ao normal.

Sinto o útero fazendo sua limpeza, enquanto sangue escorre pelas minhas pernas. Mas ainda assim, ando, dando um passo de cada vez, seguindo o cheiro da minha lobinha. Os corredores estão vazios, continuo caminhando, seguindo em frente com as mãos apoiadas na parede dos corredores.

O castelo se encontrava sombrio, totalmente deserto. Aonde estavam todos?

Minhas pernas dóiam, caio me sentindo fraca, chamando por Blezzard, mas ele não está, não aparece de lugar algum.

Me ergo, tremula com muita dificuldade, consigo chegar nas escadas que me levam ao grande salão. Desço os degraus apoiando-se no corrimão, caindo novamente ao final dela. Então continuo me arrastando, deixando um trilha de sangue no chão, paro ofegante, puxando ar pra dentro dos meus pulmões. Ergo minha cabeça, a visão fica turva, mas preciso continuar, vou seguindo me arrastando, até que chego de frente à porta.

As empurro, gemendo de dor, pois são demasiadamente pesadas, sou banhada pela frágil luz solar, quando consigo abri-las. Olho ao meu redor, contemplando as árvores secas com seus galhos secos, sendo balançados pelo vento me causando arrepios.

Estava no território do meu companheiro, definitivamente, pois a neve reinava plena, pálida. Desço as escadarias da entrada do castelo, ainda me tremendo, a dor insuportável me assolando por dentro, parecendo querer me rasgar, mas continuo seguindo.

O cheiro da minha pequenina está ficando distante, meu sangue pinta a neve de vermelho, me levanto, mas volto a cair novamente. Até que chego a um emaranhado de cipós e raízes. Precisava atravessá-los.

Deito me na neve fria e, começo a me arrastar por entre os cipós e raízes, mesmo eu sendo pequena, sinto que o espaço por entre eles estava diminuindo. Continuo a atravessar aquele vale sem fim. Os cipós ganham vida, se enrrolam pelo meu corpo segurando minhas perna, se comprimindo sobre meu ventre. Grito de dor, fazendo um grande esforço, invoco minha espada, cortando os cipós. Mas rapidamente voltam a crescer e se enlaçar em mim novamente.

Escorregam sobre a minha pele, apertando e, causando queimaduras onde eles tocam. Mais um grito sai da minha garganta ao sentir a ardência das queimaduras, chega aos meus ouvidos, o choro de um bebê.

Minha lobinha, preciso chegar até ela!

Mas como iria fazer isso?

Neste momento um monte de neve começa a se juntar, os galhos e raízes vão se fundindo com a neve, arrastando árvores para serem seu esqueleto se tornando um boneco gigantesco de neve. Sou erguida no ar, minha espada cai das minhas mãos, meu sangue escorre pelas minhas coxas, sedo absorvido pelos cipós.

Espinhos crescem deles, perfurando minha pele, urro em dor, rosnando para aquele demônio que se formou na minha frente. Seus olhos se abrem enquanto sou elevada as alturas, presa por cada lado dos braços e, pernas, por seus cipós.

Até que ficasse ao alcance dos seus olhos, azuis, injetados de sangue.

Respiro com dificuldade, pela fraqueza em perder tanto sangue e, o medo se alastrou em mim. Estou eu não sei, a quantos metros de altura, de pendurada pelos cipós do monstro que estava sugando meu sangue. Mas resistindo, pois meus pensamentos estavam na minha lobinha. Estou um caco, os cabelos molhados da umidade da neve, grudavam no casco da minha cabeça, a camisola não existia mais, se transformando em um trapo.

A voz cortou o barulho do vento, que chicoteava minha pele.

__ O Fim está próximo minha criança, logo a verdadeira rainha acordará e, todos da humanidade e, do reino de Kritos perecerá. Então tudo irá virar cinzas, caos e, destruição.

A voz sinistra ecoa nos meus ouvidos, não pude acreditar no que ouvia. O monstro abre sua boca aterrorizante com estacas de gelos sólidas, quê brilhavam com a fraca luz refletida nelas.

Os cipós se movimentam me levando de encontro a sua boca, acordo aos gritos, sinto ser sacudida levemente, então abro meus olhos. Estou sentada na minha cama, ao reconhecer meu Blezzard me jogo em seus braços em prantos e, soluços, aconchegada, o sentindo me estreitar em seu abraço. Sua voz sendo um alento para a minha aura atormentada.

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