Luciana
Diego desmaiou, mas fui eu quem ficou congelada.
Éramos irmãos?
Amélia não era minha mãe?
Tudo era culpa do meu tio?
Minha verdadeira mãe morreu anos atrás?
Lutero ajudou Diego a se levantar, e ficou dando pequenos tapinhas em seu rosto. Na confusão, as muletas de Diego caíram sobre eles. O rosto do meu primo... do meu irmão ficou completamente pálido, como se o sangue tivesse desaparecido dali. Seus lábios pareciam os de um morto.
Eu o olhei sem inclinar meu rosto para baixo. Eu não conseguia assimilar tudo o que Lutero me disse, e acho que precisava de um bom tempo refletindo.
Depois de colocar Diego sobre o sofá, Lutero chamou uma enfermeira, que verificou os sinais vitais do meu prim... irmão e o encaminhou de volta ao seu leito.
Quando eles saíram e Maurício ve
Luciana— Patético. — Eu virei o rosto e não pude conter uma risadinha. — Eu já vivi isso, Maurício.— Como assim? — Ele arqueou as sobrancelhas, sem retroceder.— Eu sei no que quer que isso termine. Quer que eu me apaixone pelos seus beijos e seus cuidados. Não vai acontecer. — Avisei, fria.— Se tem tanta segurança disso, então um beijo não vai te custar muito. — Ele declarou e eu fiquei mais nervosa.Empurrei os ombros dele para que ele se afastasse de mim.— Quando quiser seu celular, me avise. — Ele foi para seu quarto, obstinado a arrancar de mim qualquer sentimento, ainda que fosse raiva.Eu revirei os olhos.— Eu co
LucianaEu o afastei somente um pouco, e fiquei olhando em seus olhos.Maurício deve ter achado que eu ia gritar, estalar a mão em seu rosto ou amaldiçoa-lo eternamente. No entanto, eu não fiz isso. Eu entendi que eu tinha poder sobre ele, e que deveria usá-lo em meu benefício. Afinal, ele pode ser um psicopata, mas continua sendo um homem, com anseios e angústias.— Se eu o beijar, você permite que eu veja o Christofer? — Suscitei.Maurício se afastou dessa vez, mantendo contato visual.— Por que me faz uma pergunta assim tão difícil? — Ele disse, e me olhou como se eu o tivesse colocado contra a cruz e a espada. — Sim, é verdade que sinto muita vontade de beijá-la, mas não quero que o veja.— Então é melhor que se decida. — Joguei a bomba para que ele digeris
NarradorQuando Christofer acordou, sua mãe já estava trazendo o café da manhã. Ele sentia muita fome. A recuperação estava sendo mais rápida que o esperado e sua pele, outrora pálida, estava recuperando a tonalidade vívida aos poucos.Contudo, a fisioterapia era bem incômoda, e não ter o pleno controle de seu corpo estava o deixando angustiado. Com certeza ele já viveu momentos melhores na vida.— Eu preciso do meu celular. — Christofer disse, vendo a bandeja que sua mãe colocou diante de si. Frutas, pães, e suco de laranja. Além de uma xícara de café fumegante.— Não pode. Vai ser um bombardeio de informações, não é bom para sua saúde no momento. — Yoko respondeu, bem objetiva, quase mecanicamente.— Um bombardeio de informa&cced
LucianaEu me virei de costas, rápida como uma gata arisca, e o vi ali.Christofer.Ele tinha um olhar indagativo e, talvez, até curioso.Dei um passo para trás instintivamente, e pisei numa das raízes da árvore. Acabei perdendo o equilíbrio, e torci para não cair de cabeça no chão.No entanto, ele segurou minha mão. Seu toque continuava firme, rígido e, ao mesmo tempo, cuidadoso.— Cuidado. — Christofer disse, me segurando firmemente até que eu me restabelecesse.Fiquei olhando para a mão dele segurando a minha, e ele percebeu e me soltou. Mas, eu não queria que ele soltasse, estava apenas admirando aquele toque que não sentia há tanto tempo.Não conseguiria superar aquele contato por um bom tempo. Eu ia dormir me lembrando daquele toque.Minhas pernas tremeram
LucianaÀ noite, eu já tinha terminado a segunda garrafa de vinho. Eu bebia e chorava, bebia e chorava.O Christofer apaixonado morreu.Agora ele era um safado sem escrúpulos.Comecei a abrir a terceira garrafa. Eu soluçava, minhas pálpebras pesavam. Meu corpo tentava me desmaiar para que eu parasse de beber, mas eu insistia no erro.E, para piorar, eu estava esmagando meu tesão há muito tempo. E ele aflorou naquele dia porque beijei Christofer.Eu estava bêbada, excitada e abandonada.Maurício chegou com a pasta e o paletó na mão e viu aquele ambiente escuro dentro de casa. Ficou preocupado.— O que é isso, um ritual macabro? — Ele indagou.Eu o ignorei, e continuei tentando abrir a garrafa.Ele não sabia o que dizer.Christofer voltou a ser o mesmo de um no atrás. Tal
LucianaChristofer fez uma expressão severa por causa da minha pergunta.— Eu pensei que era óbvio. — Ele disse.Mordi o lábio por um segundo.— Não é. — Falei.— Então, lamento, mas você não me ama. — Ele disse, desconfiado.— É claro que eu amo, mas eu não posso atrapalhar sua vida. — Falei, suplicando que ele entendesse meu lado.Ele levantou uma sobrancelha, contente por eu ter revelado meus sentimentos por ele assim tão abertamente.— Lute por mim, Luciana. Lute. — Ele disse, suspirando. Esperava alguma atitude minha, eu sei, mas era muito difícil para mim. Eu tinha pavor de rejeição, quanto mais vindo de uma pessoa tão importante para mim, e que não tinha motivo algum para gostar de mim naquela circunstância.E
Luciana Empurrei a segunda mala porta adentro.Meu apartamento ainda estava igual: confortável e solitário. Eu estava feliz por estar de volta, e angustiada para saber como eu iria pagar as contas de agora em diante.Eu me despejei no sofá e pensei na vida.Maurício logo iria me procurar, ele saberia que eu estou aqui. Deixei um bilhete para ele, e disse que estava indo morar com Alessandra. Ele não iria acreditar, é claro. Mas, eu já tinha pedido que não o deixassem subir em meu prédio.Não quero vê-lo.Ele me abala.Não sei se é um abalo de afeição, talvez seja culpa por ter brincado com os sentimentos dele.Fiquei pensando no que fazer da minha vida, na situação de Amélia e na minha mãe de verdade. Amélia me tratava como um lixo por eu ser o símbolo
Narrador"— Quer me ajudar? Cave um buraco e me enterre.— Olhe, eu sinto muito pelo que meu irmão fez. Ele não te merece."***"— Vou direto ao ponto. — Eu posso te ajudar a seduzir meu irmão."&nb