Fernando Cortez Ver Helena dormindo em cima do meu peito, não tinha preço. Não queria admitir, mas eu estava dando pulos de alegria. Os últimos meses foram péssimos com sua rejeição e seu afastamento, no entanto, agora sabia que estávamos bem. Acariciei seus cabelos longos e negros, ainda bem que nos acertamos. Não queria assumir para mim mesmo, mas estava apaixonado por Helena e isso me causava certo medo de ser abandonado novamente. Mas eu evitava esses tipos de pensamentos, porque ela nem de longe era igual à Rebeca. A diferença entre as duas era que Helena sabia o que era ter um coração partido, já que também passou pela mesma experiência. No fundo, estava tão quebrada quanto eu, não quis se envolver com ninguém. Eu iria tentar esquecer aquele inferno que ocorreu em meu passado, meu futuro era com Helena. Rebeca foi apenas uma parte amarga desse passado que pretendia deixar enterrado a sete palmos de terra para sempre, nunca iria perdoar o que ela fez comigo. Aquilo foi uma cov
Helena Hernandes Após a noite incrivelmente maravilhosa que passei ao lado de Cortez, finalmente me encontrei em casa, arrumando meu quarto. Passei a manhã e ainda almocei com ele, também passamos a tarde toda assistindo filmes. No início da noite, ele me trouxe para casa, contra sua vontade. Assim que cheguei, cuidei de arrumar meu quarto que estava uma verdadeira bagunça. Alguns minutos se passaram e vi Luísa entrando pela porta com um sorriso malicioso e um olhar curioso, tentando adivinhar o porquê eu estava tão sorridente. Continuei ignorando sua presença, até que ela mesma, movida pela curiosidade, perguntou, me encarando e esperando minha resposta: — Posso saber onde a senhorita estava? Porque percebi quando cheguei em casa que você não se encontrava aqui. Olhei para Luísa ainda sorrindo e disse, enquanto ajeitava as roupas no meu closet: — Agora tenho que dar satisfação dos meus passos, é isso? Mas irei responder a sua pergunta. Eu estava com, ninguém menos, que o genera
Fernando Cortez Meu dia havia começado muito bem, e tarde também me parecia ser sem nenhum problema ou estresse para resolver. Estava apenas bem ansioso para aquela noite, pois iria me encontrar com Hernandes e matar a saudades de a beijar e sentir. Eu estava em minha sala, tomando um café e lembrando da atitude provocativa de Helena agora pouco, mordendo aqueles malditos lábios. Saí do meu transe quando ouvi batidas na porta, e pela voz, tratava-se do Tenente Klaus. Suspirei fundo já pensando que aquele velho idiota havia me mandado mais relatórios. Assim que disse para ele entrasse, percebi a presença de Helena e Míriam. Minha tampinha olhava possessa para a outra soldada, mas se controlava. Klaus então me contou a situação toda, e, mais uma vez, Míriam arrumando confusão. Mandei que me deixasse a sós com elas. Agora iria cuidar daquela soldada encrenqueira de vez. Apenas me mantive observando as duas e então me levantei e me pronunciei: — Míriam, já ando por aqui com você. Pelo
Helena Hernandes Quando entrei no quarto do alojamento, Luísa ainda não havia chegado. Suspirei fundo e me deitei na cama. Ainda bem que ela não estava, se não iria ficar me enchendo de perguntas, como sempre fazia. Concentrei-me em tentar dormir um pouco mais. Estava exausta da brincadeira de ontem com Cortez. Amava estar com ele, contudo, me sentia massacrada, como se um trator tivesse passado por cima de mim. Nem percebi quando adormeci, mas acordei com Luísa me sacudindo. Me despertei lentamente. Ainda estava acabada e com muito sono. Me virei para dormir novamente e ela me sacudiu. — Helena, acorda! Já são quase sete horas. O que está acontecendo? Você é sempre tão pontual! Quando ouvi o horário, levantei maneira apressada, esfregando os olhos e disse: — Nossa, eu dormi demais! Preciso tomar um banho, te vejo no refeitório, Luísa. Entrei no banheiro depressa e fui logo procurando uma das cabines vazias. Quando senti a água gelada cair sobre meu corpo, me despertei rapidam
Fernando Cortez Ainda estava assimilando o que havia ocorrido. Não acreditava que aquilo estivesse realmente acontecendo comigo. Míriam, possessa de ciúmes, atingiu Helena com uma facada em seu abdômen. Hernandes ainda tentava registrar tudo que acontecerá ao seu redor, no entanto, minha preocupação maior era a feição em seu rosto. Estava muito pálida, mesmo a amiga tentando mantê-la acordada até que o médico chegasse, meu desespero foi maior ao ver sangue saindo de sua boca. Míriam olhou para Helena e deu várias gargalhadas. Notei que aquela mulher já não se encontrava mais em seu bom estado mental. Sabia que de certa forma aquela garota iria trazer algum problema. Klaus tentou conter o sangue que jorrava pelo uniforme de Helena. Me levantei furioso e apertei o pescoço de Míriam, a ameaçando. — Se algo acontecer a Helena, acabarei com a sua carreira militar, sua filha da puta! Deixei bem claro que jamais tive qualquer tipo de atração por uma mulher vulgar e vagabunda como você!
Luísa Spark Ver minha amiga daquela forma era inaceitável, quando toda a culpa foi daquela m*****a vaca. Miriam era uma doente, sem dúvidas. Atacou Helena pela paixão doentia que sentia por Cortez. Eu esperava que ela permanecesse presa por bastante tempo. Meu medo era que pudesse fazer algo pior com Helena no futuro, se a sua obsessão por Cortez continuasse. Observei o general andar de um lado para o outro, nervoso. Eu sabia que ele não era culpado pelas loucuras daquela filha da puta, mas ele não via assim. Desde que chegamos naquele hospital, não tiramos o pé dali por nenhum instante. Cortez olhava fixamente para o relógio na parede. Realmente observar as horas passando e não saber notícias alguma era um inferno que parecia não ter fim. Novamente o general foi até à cafeteira da sala de espera e se serviu com um café. Então, comentou, me olhando: — Essa espera por notícias é horrível! Que demora. Será que deu algo errado? Observei seus olhos azuis me fitarem preocupados e come
Helena Hernandes Abri meus olhos lentamente, tentando reconhecer o lugar onde estava, tudo indicava que era um hospital. Minha cabeça estava doendo bastante e meu corpo também não estava em um dos melhores dias. Quando tentei me levantar, senti uma dor invadir meu abdômen e soltei um gemido. — Mas que merda, isso está doendo muito. Nesse momento, vi a enfermeira entrar e resmungou, ao me ver fazendo força para levantar: — Mas você, hein?! Bem que me avisaram que era teimosa. Pode voltar agora mesmo para cama e deitar como estava. Quer que esses pontos no seu abdômen se abram? — Pontos? Como assim? Do que você está falando? — perguntei sem entender. A enfermeira se aproximou, puxando meu lençol, e levantou minha roupa hospitalar. — Você levou uma facada e quase morreu. Então, dona Helena, é bom que não se esforce se não quiser que esses pontos arrebentem e você tenha uma hemorragia interna. Olhei incrédula para a enfermeira, assim, a mesma me contou que outra soldada
Fernando Cortez Olhei para Helena mais uma vez enquanto ela ainda permanecia dormindo em cima do meu peito. A cama do hospital nem de longe era confortável, mas só de estar ao seu lado já valia muito a pena. Eu respirei aliviado em finalmente saber que ela estava bem e que nada de ruim lhe aconteceria. Não conseguiria me perdoar se algo muito grave tivesse acontecido com ela. Nos últimos meses, desde que a conheci, minha vida se tornou muito mais bonita. Mesmo que no começo nós dois tenhamos nos desentendidos, mas isso agora era diferente, estávamos mais envolvidos do que nunca. Tinha que admitir que fui muito descuidado com a soldada Míriam. Jamais pensei que fosse capaz de tal ato contra vida de Helena. Por esse motivo, decidi que tomaria todos os cuidados daquela vez, infelizmente ela preferiu tomar esse caminho. E por isso, não seria benevolente com as ações que andava praticando. Até mesmo no serviço no quartel, quando seu arquivo chegou em minhas mãos e Dona Lúcia havia me