Ronald acompanhou Carla até sua casa, ele foi para buscar a mala de Davi que iria passar uma semana na casa de a Ronald e Hermínio seu bisavô que acabará de conhecer. Carla e Ronald agora estavam no quarto de Davi, cercados por brinquedos e pequenos pertences espalhados pelo chão. O clima era carregado, não de tensão, mas de algo que ainda oscilava entre o alívio e o desconforto. O silêncio entre eles durava apenas alguns segundos, mas parecia se estender muito mais. Ronald, com uma camisa casual e o semblante pensativo, olhou para Carla enquanto ela dobrava uma pequena camiseta de Davi. Ele, finalmente, quebrou o silêncio. — Carla, eu ainda tenho que me acostumar com essa ideia de já ter um filho. — disse Ronald, a voz um pouco hesitante, mas com um tom sincero. — Mas confesso que me sinto muito feliz. — Um leve sorriso atravessou seu rosto, algo raro em meio à complexidade dos sentimentos que o envolviam. Carla, parada à frente da cama de Davi, sentiu um nó se formar em sua garg
Na casa de Hermínio, a presença de Davi trouxe uma nova energia. O garoto corria pelos amplos corredores da mansão, explorando cada canto como se estivesse em uma grande aventura. Para Hermínio, que até poucos dias atrás nunca havia conhecido o bisneto, essa semana estava sendo como um presente inesperado. Ele observava Davi com um olhar misto de curiosidade e afeto, admirando a vitalidade e inocência da criança. Às vezes, Hermínio se via pensando em tudo o que havia perdido ao longo dos anos, mas tentava não deixar que esses pensamentos dominassem o momento. Zefa, a fiel governanta, estava sempre por perto, ajudando a cuidar tanto de Hermínio quanto de Davi. Ela, que sempre teve um carinho especial por Ronald, agora se via encantada pelo pequeno Davi, ajudando-o com as refeições, acompanhando suas brincadeiras, e, claro, zelando pela saúde e bem-estar de Hermínio, que ainda estava em processo de recuperação. Era uma rotina cansativa, mas Zefa estava feliz com a novidade que o menino
Naquela tarde, depois da fisioterapia de Hermínio Carla e Ronald sentaram-se juntos na sala da mansão para discutir os planos da semana seguinte. Ronald conversando com o filho descobriu que o maior sonho de Davi era conhecer a Disney. Então Ronald propôs a Carla que viajassem na semana seguinte para realizar o tão sonhado desejo do Davi. — Carla eu e você e o Davi vamos para Disney a semana que vem. — Ronald, impossível não posso me afastar do trabalho agora. — Eu já preparei tudo, você não vai deixar nós dois viajarmos sozinhos? — Está bem vou ver se consigo ajeitar tudo e pegar uma semana de folga. — Então, estamos mesmo decididos. — Ronald começou, olhando para Carla com um sorriso leve. — Na semana que vem, vamos levar Davi para a Disney. Ele não vai acreditar quando chegarmos lá. Carla riu, mas havia uma mistura de nervosismo e expectativa em seu riso. Ela olhou para Davi, que estava distraído brincando com seus bonecos, e depois voltou sua atenção para Ronald. — Ele va
De repente Carla teve um pensamento, e começou a se sentir estranha. — Ronald, de repente veio em minha mente que estamos agindo muito errado, pois nós três aqui, e você é um homem casado. — Carla, você conhece toda a minha história, meu casamento com Ingrid e apenas conveniência, estou só esperando ela voltar de viagem e finalmente me divorciar. — Será que Ingrid vai aceitar Ronald? — Com facilidade tenho certeza que não, mais não tem mais motivos para continuarmos com essa farsa, até o vovô já sugeriu o divórcio. — Ronald… — começou ela, hesitante. — Eu nunca imaginei que estaríamos aqui, assim, juntos com Davi. É tudo tão… estranho. — Havia um tom de vulnerabilidade em sua voz que Ronald nunca tinha ouvido antes. Ronald sentou-se ao lado dela na cama, a proximidade entre os dois causando uma onda de eletricidade que era difícil de ignorar. Ele suspirou, como se estivesse ponderando tudo o que sentia naquele momento. — Eu também não. — Ele admitiu, a voz mais suave, quase um
Ingrid estava radiante após a sua participação em dois desfiles importantes durante a turnê pela Europa. A fama e o glamour tinham sido intensos, mas agora, de volta à Itália, onde ela e as outras modelos estavam se preparando para o mais aguardado de todos os desfiles — o de Paris —, ela finalmente teria alguns dias para si. Richard, o organizador da turnê, havia dado a todas três dias de descanso, e Ingrid soube exatamente como aproveitá-los. Ela saiu do hotel cedo naquela manhã, determinada a resolver algo que vinha pairando sobre sua mente. O sol da Itália estava agradável, mas Ingrid mal prestava atenção ao clima ao redor. Sua mente estava focada em um único pensamento: verificar se o processo de inseminação havia dado certo. Ao chegar à clínica, seus passos eram rápidos e decididos. Ela foi recebida e levada para uma série de exames. O médico disse que Ingrid atrasou muito para retornar a clínica , e se ela estivesse grávida mesmo, já estaria com quase dois meses de gravidez.
Ingrid chegou à mansão de Ronald sentindo o peso da longa viagem da Europa em seu corpo. O cansaço era evidente, e tudo o que ela queria era descansar. Não encontrando Ronald, presumiu que ele ainda estivesse na empresa, resolvendo questões da Belle Essenza. Subiu para o quarto, tomou um banho longo e relaxante, deixando a água quente lavar não só o cansaço, mas também as preocupações que começavam a pesar em sua mente. Ao descer as escadas, renovada, Ingrid foi cumprimentar Hermínio. Ela notou de imediato algo diferente no semblante dele. Hermínio parecia muito mais animado do que de costume, seu olhar mais leve e uma felicidade que ela não reconhecia. — Você está ótimo, Hermínio. Algo especial aconteceu? — comentou ela, tentando esconder o próprio cansaço na voz. Antes que ele pudesse responder, a porta da frente se abriu, e Ingrid ouviu vozes familiares. Virou-se e, para sua surpresa, viu Ronald, Carla e um garoto entrando na sala. A visão inesperada a pegou desprevenida. Davi,
Naquela noite, o jantar estava acontecendo em silêncio até que, de repente, Ingrid começou a ficar pálida. Sem dizer uma palavra, ela se levantou apressadamente da mesa, levando a mão à boca e correndo em direção ao banheiro. Ronald e Hermínio se entreolharam, e Hermínio foi o primeiro a quebrar o silêncio. — Ronald, será que ela está realmente grávida? — perguntou Hermínio, com um olharam preocupado. — Acho que deveríamos ter certeza disso. Chame o doutor Armando, nosso médico de confiança. Ele pode examiná-la e tirar todas as dúvidas. Ronald, ainda cético, hesitou por um momento, mas acabou concordando com o avô. Pegou o telefone e ligou para o doutor Armando, explicando a situação. Pouco tempo depois, quando Ingrid voltou do banheiro, ainda um pouco pálida, Ronald a encarou com firmeza e disse: — Ingrid, pedi para o doutor Armando vir até aqui. Ele vai chegar em uma hora e fazer alguns exames. Eu disse a ele que você pode estar grávida, então ele virá preparado para eventuais te
Os dias passaram de forma lenta para Ronald, que, apesar de seus esforços para se reaproximar de Carla, encontrava uma resistência inesperada. Carla, agora ciente de que Ingrid estava realmente grávida, sentia um peso moral que a impedia de aceitar a separação imediata entre Ronald e Ingrid. Mesmo que soubesse que o casamento deles nunca foi fundamentado no amor, não parecia justo, aos olhos de Carla, que Ronald a deixasse justamente agora que havia uma criança a caminho. Ronald, frustrado com a distância que Carla impunha entre eles, foi procurar conselhos com Hermínio. O avô, embora sempre tenha desprezado Ingrid, agora concordava com Carla. — Se esse filho for mesmo seu, seria imprudente qualquer movimento brusco agora. A separação pode acontecer, sim, mas de forma mais controlada, depois que a criança nascer. Assim você faz o teste de paternidade e, se não for seu, tudo se resolve de maneira amigável. Entre vocês dois, nunca houve amor de verdade, e isso facilita. Ronald ouviu