Joana Valentina estava com três anos e, enquanto brincávamos juntas em casa, ela olhou para nós com seus olhinhos curiosos e perguntou: "Por que eu tenho duas mães e um pai?"Eu sorri para ela, sentindo-me grata por sua curiosidade e abertura para entender nossa família. Me agachei para ficar na altura dela e comecei a explicar: "Querida Valentina, você é muito especial. Você tem duas mães, a mamãe Júlia e eu, e um pai, o papai Vagner."Ela franziu a testa, tentando assimilar a informação, e perguntou: "Mas por quê? As outras crianças têm só uma mãe e um pai."Eu segurei suas mãozinhas e disse com carinho: "Valentina, todas as famílias são diferentes. Algumas têm uma mãe e um pai, outras têm duas mães, dois pais ou até mesmo mais de dois pais. O importante é que todas essas formas de família são especiais e cheias de amor."Ela ponderou por um momento, processando a informação, e então perguntou: "Como as duas são minhas mamães?"Júlia se juntou a nós e respondeu com doçura: "Valenti
Isis Hernandez Roux Fui buscar as crianças na escolinha como de costume. Assim que entrei na sala, a tia nos recebeu com um olhar preocupado. Meu coração começou a acelerar, já prevendo que algo não estava certo."Isis, preciso conversar com você sobre um incidente que aconteceu hoje", disse a professora com seriedade.Meu estômago se apertou e eu me aproximei, ansiosa para saber o que havia acontecido. "O que aconteceu? Está tudo bem com as crianças?", perguntei preocupada.A professora respirou fundo e explicou: "Houve uma briga na escola. Um menino estava zombando do Romeu e rindo da forma como ele fala. Julietta, então, deu um soco no menino para defendê-lo."Meus olhos se arregalaram de surpresa e eu senti uma mistura de orgulho e preocupação. Por um lado, eu admirava a coragem da minha filha em defender o amigo, mas, por outro, queria garantir que ela entendesse como lidar com seus sentimentos de forma pacífica."Entendo", eu respondi, tentando controlar minha reação emocional.
Lidiane Feitosa BaumannEu estava deitada naquela sala de parto, sentindo uma mistura de emoções - nervosismo, ansiedade e uma expectativa avassaladora. Matteo estava ao meu lado, segurando minha mão com firmeza, transmitindo-me uma sensação de segurança e apoio inabaláveis. A cada contração, eu me concentrava em sua presença, sabendo que ele estava ali para me acompanhar em cada momento.O médico e a equipe de enfermeiros se movimentavam com agilidade ao meu redor, preparando-se para a chegada do nosso tão esperado filho. Eu sabia que aqueles profissionais eram experientes e competentes, mas isso não me impedia de ficar nervosa. Afinal, trazer uma vida ao mundo é um milagre, e eu queria que tudo corresse perfeitamente.Enquanto as contrações se intensificavam, eu fechava os olhos e respirava profundamente, buscando força para enfrentar a dor. Matteo estava lá, encorajando-me a cada momento, dizendo palavras gentis e reafirmando o quanto me amava. Sua presença era um bálsamo para minh
Diz a lenda que todos nós nascemos com um fio vermelho amarrado ao nosso dedo mindinho, que se estende pelo tempo e espaço, conectando-nos à nossa alma gêmea. O fio pode esticar, emaranhar e se complicar, mas nunca se romperá. É assim que, um dia, encontraremos a pessoa que está destinada a nós.Essa história tem sido passada de geração em geração no Japão e é frequentemente usada como metáfora para o amor verdadeiro e o destino. Acredita-se que o fio vermelho conecta as almas gêmeas, independentemente de distâncias ou circunstâncias.A história do Akai Ito é uma expressão da crença no amor verdadeiro e na ideia de que cada um de nós tem um destino que nos aguarda. A lenda sugere que não importa quão longe estejamos de nossa alma gêmea, eventualmente encontraremos o caminho de volta para ela, graças ao fio vermelho que nos une.Após lermos um pouco sobre o Akai Ito percebemos que essa história se aplica bem aos nossos personagens Romeu e Julietta, fiquem a vontade para conhecer a hist
Lidiane Feitosa*Flashback On*(Anos atrás)Saí do meu estágio e encontrei Tomás me esperando. Quando me aproximei dele, notei que ele me olhou de uma forma estranha e não entendi o motivo. Ele abriu a porta para mim e entrei rapidamente. Tentei beijá-lo, mas ele recusou, o que me deixou muito chateada.Durante todo o trajeto, Tomás não abriu a boca e isso me deixou apreensiva. Tentei conversar com ele, mas ele permaneceu calado. Quando chegamos em casa, ele se virou para mim com um olhar feroz."Você pensa que sou trouxa?" Ele perguntou, e eu neguei veementemente. "Então, por que me trata como um?"Eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Ele continuou: "Lidiane, você acha que não sei o que anda fazendo? Você fica até mais tarde no trabalho para flertar com os caras. Pensa que não vi a forma que o cara te olhou? Você age como uma vagabunda barata para conquistar os homens."Eu fiquei chocada com as acusações dele. "Por Zeus, Tomás, de onde tirou tal barbaridade? Nunca dei c
Após quatro anos, o homem estava em minha frente, mas parecia não me reconhecer, mesmo eu olhando para ele em choque. Matteo pediu para me sentar e explicou o que precisava ser feito. Ele me entregou uma agenda eletrônica e pediu para que eu a sincronizasse com a dele, antes de me dispensar.Embora tenha sentido alívio por não ser reconhecida, também fiquei triste. E precisei lembrar a mim mesma que aquela noite foi apenas sexo casual. Em seguida, sentei-me em minha mesa de trabalho e comecei a digitar o planejamento, sincronizando minha agenda com a de Matteo. Logo em seguida, recebi uma mensagem de minha amiga perguntando se eu tinha Fini. Respondi que sim e ofereci para levá-la até ela. Enquanto isso, meu novo chefe pigarreou e repreendeu-me por conversas paralelas, e quando tentei me desculpar ele disse para deixar as desculpas para quem quisesse ouvi-las.Que homem insuportável, ele está agindo igual ao Sebastian quando assumiu o lugar do senhor Arturo, há alguns anos atrás. Mas
Por fim, o expediente terminou. Será difícil trabalhar com Matteo, ele conseguiu irritar até Yan, que é a pessoa mais simpática que conheço. Minha amiga me deu uma carona até a casa dela e, chegando lá, encontrei Romeu e Julietta assistindo a algum desenho que somente eles entendem. Chamei Romeu para irmos embora, mas ele, como sempre, quis ficar um pouco mais, e acabamos ficando para jantar. Depois do jantar, Isis e eu conversamos enquanto Sebastian brincava de correr atrás das crianças. Como Isis diz, às vezes ele é mais infantil que as crianças. "Amiga, e o cara que você estava conversando no Tinder?" - perguntou Isis curiosa como sempre. "Lucca pediu para nos encontrarmos, mas não confio em pessoas de aplicativos, principalmente depois que tive meu filho." Respondi. "Você está certa, amiga. A segurança dos nossos filhos está sempre em primeiro lugar. Lidi, você sabe que uma hora o Matteo irá descobrir sobre Romeu, não sabe?" "Sim, eu sei, amiga. Mas vou adiar o máximo que pude
Mais um dia de trabalho finalizado com sucesso e sem nenhuma tentativa de assassinato. Isis e eu fomos buscar as crianças com Dona Inês, que trata meu pequeno como seu neto. Chegando lá, as crianças estavam pintando. Julietta pintou um unicórnio para a mãe e Romeu um dragão para mim. O que posso dizer? Meu mundo é azul (risos). Dona Inês não deixa as crianças irem embora sem lancharem. Seu marido, Homero, aparece e nos cumprimenta. Isis o chama para sentar conosco e ele aceita. Minha amiga não o aceitava no início, mas agora eles têm uma bela amizade, o que deixa sua mãe muito feliz. Já dentro do carro, Isis percebe que estou um pouco distante e me pergunta o que está acontecendo. A princípio, não queria dizer, mas ela foi tão insistente que acabei contando tudo que está acontecendo entre Matteo e eu e lhe digo que, além de tudo, ele é um cara arrogante. Ela se oferece para pedir a Sebastian para conversar com ele, mas digo que consigo lidar com a situação sozinha. Ela dá de ombros