Hanna Cooper.Murilo não queria falar sobre nosso “pequeno” ataque de ciúmes na noite do meu aniversário. Ele queria me contar sobre meu pai biológico.Mas, isso me deixou mais confusa do eu já estava quando entrei aqui.Por que ele procurou pela minha progenitora depois de tantos anos? Por que depois de tanto tempo?E o mais importante. Como Murilo sabia disso e eu não?- Por que ele faria isso, Miranda? - olho diretamente para a mulher que me colocou no mundo, minha voz falha por causa da ardência na minha garganta.Pelo que conheço da Miranda, ela é o tipo de mulher cheia de si, que não vive sem sua maquiagem, mesmo estando dentro de casa. Suas roupas são sempre das melhores marcas, em sua maioria, exclusivas e feitas pelos melhores estilistas. Claro, ela aproveita bastante do conhecimento do nome Cooper, ela se gaba por um sobrenome que nem é dela. E, mesmo hoje, parecendo abalada, ela ainda está com seu terninho azul feito sob medida, um salto alto, brincos de diamantes e uma bo
Murilo LewisAlguns dias atrás ( DIA DA PRIMEIRA VEZ DE HANNA E MURILO)Émile entra em meu escritório após uma leve batida de porta.- Aqui está, senhor Lewis! - ela deixa sobre minha mesa, meia dúzia de papéis e documentos para serem assinados por mim - Esses são os pedidos que a Ema me mandou pelo e-mail.Ema é o meu braço direito na minha empresa, ela está tomando conta de tudo enquanto eu estou sendo o mentor de Hanna. Émile está sendo minha secretária nas duas empresas, até dobrei o salário dela, pelo tempo que estou aqui.Agradeço, vagamente, enquanto me concentro no documento de pedido em minhas mãos. Eu escuto os saltos de Émile bater contra o piso enquanto ela vai embora. Inclino-me para trás, na poltrona, olhando os dois nomes familiares que fizerem o pedido.Miguel Lee.O mesmo nome do homem que Hanna acredita ser seu pai.Inclusive não veio trabalhar hoje, então tenho tempo de saber mais sobre esse homem.Estendo o braço e pego o telefone.Eu espero até que Émile atenda.-
Murilo Lewis.Dias Atuais.- Sério, Kaila, você devia ter me dito que viria! - olho sério para mulher em minha frente - Eu teria mandado um jatinho para buscar você! Ela me encara com um olhar debochado, enquanto esfrega um pano úmido contra a grande mancha roxa em seu vestido rosa.- Pela milésima vez, eu sou uma adulta, e da última vez que chequei, eu tinha quase a sua idade. Não queira me tratar como trata a Mila.Kaila, a filha mais velha da Maria, a minha segunda irmã postiça, eu amo e cuido das duas desde que Maria começou a trabalhar para mim, o amor fraterno nasceu instintivamente.- Kaila, eu já disse que amo você? - Mila abre um sorriso enorme de onde estava do outro lado da ilha da cozinha, onde folheava uma revista de receitas italianas, pude ver toda fileira branca de seus dentes.Reviro os olhos, voltando a atenção para Kaila.- Eu não trataria, se você não parecesse uma criança agora.- Não pareço uma criança.- Hei - Mila se ofende - Não sou criança.- Tem uma macha
Hanna Cooper.No momento em que as portas do elevador se abrem na sala do apartamento de Murilo e eu entro, com um frio ocupando toda a área da minha barriga, Kate, a mulher dos seios de silicone, aparece na sala, vindo do corredor dos quartos.A encaro com os olhos apertados, observo com desgosto o seu vestido, que parece mais uma segunda pele de tão colado.Os cabelos estão soltos com cachos grossos jogados sobre seu ombro. O salto agulha faz um barulho irritante quando toca o chão. Na verdade, tudo sobre ela me irrita.Seus olhos chegam em mim e um brilho passa por eles. Ela contrai os lábios e o limpa, com o polegar, limpando algum batom dali.Engulo em seco. Entendi o que ela quis me passar.Ela puxa a parte superior do seu vestido, cobrindo mais seu decote extravagante, enquanto anda.- Não finja que houve algo lá dentro - Mila fala com ironia.olho surpresa para ela sentada em um poltrona perto das janelas da sala folheando alguma revista, eu estava tão ocupada odiando a rapari
Hanna Cooper.Respiro fundo, tomando coragem, a verdade é que estou tão nervosa e com tanta saudade dele que é quase impossível me concentrar.- Sinto muito se estou interrompendo alguma coisa - meu polegar aponta para a porta do quarto.Ele olha sobre meu ombro, sua expressão impassível, inocente.- Vi a Kate saindo daqui e também a outra mulher que acabou de sair de banho tomado e vestida com uma camisa sua.- Hum - ele arrasta uma mão pela nuca, estalando o pescoço de um lado para o outro. Havia um sorriso divertido enrolando seus lábios agora. Ele vem em minha direção e para ao meu lado, dentro do espaço do batente da porta, onde seu corpo grande fica inclinado sobre o meu. Ele toca gentilmente minha cintura - Não tenha uma crise de ciúmes, ursinha. Era tudo que você queria - ri, e vai para o quarto.- Eu não estou tendo uma crise de ciúmes! - me viro para vê-lo se aproximar de sua mesinha de cabeceira - Eu nem sequer estou aqui por isso!- Ah, sim - ele retira um maço de cigarros
Hanna Cooper.Sinto as lágrimas queimarem os meus olhos.As palavras frias do Murilo ressoam em minha cabeça diversas vezes, jogando na minha cara que sou a unica culpada por isso.Ele enrola os braços as redor da minha cintura e eu bato neles com força.- Me solta, imbecil - reclamo socando seu braço, o mais forte que eu consigo no momento. Não é muita coisa para um homem forte como ele, mas já demonstra meu descontentamento de estar em seus braços.- Quer dizer que sou imbecil por estar fazendo o que você disse pra fazer? - ele sussurra divertido em minha orelha e aperta mais seu braço ao meu redor, fazendo minhas costas colarem em seu peito nu. E ele está lá, ainda muito duro, se apertando contra mim.Fecho os olhos com força, irritada comigo mesma por ter vindo até aqui.- Foda-se você. Eu não me importo - reclamo com o choro preso na garganta. Estou tão chateada por querer chorar agora.Murilo ri contra minha orelha. - Claro que não se importa - fala desapontado e se move, comig
Hanna Cooper.- Hanna - a voz grossa de Murilo me tira dos meus devaneios, desde que cheguei para trabalhar hoje que não consigo focar direito, não quando estou na mesma sala que esse homem, sentindo seu cheiro sem poder estar em seus braços - Venha comigo, por um instante, por favor - pede passando pela minha mesa.Assinto, levanto da mesa sentindo como se minhas pernas fossem gelatina.- Pegue suas coisas também - aponta para minha bolsa. Faço o que ele pede e o sigo até o lado de fora da nossa sala. Ele caminha em minha frente, o silencio reina e não me atrevo a abrir a boca.Ele para em frente a uma porta enorme de madeira, do mesmo modelo da porta do nosso escritório, não olha para mim, em nenhum momento ele falou comigo, e nem se moveu, minimamente, em minha direção. Ele está pensativo e estranho.- Por que estamos aqui parados? - minha voz soa baixa.Ele finalmente me olha, seus olhos verdes prendem os meus. Tão intensos e seguros.- Não seja apressada - ele repreende, num to
Hanna Cooper.Lembro do dia que experimentei o vestido do baile, olhei meu reflexo no espelho e aprovei o caimento do vestido, ele é perfeito, emoldura todas as minhas curvas e me deixa sexy sem ser vulgar.De início fiquei um pouco receosa quando Marcela, Koni e Angélica trouxeram ele para mim, acredito que o Murilo vai pirar quando me ver.Sem contar que elas me deram duas opções simples, usá-lo ou usá-lo. Era pegar ou largar, não tinha o que contestar.E eu me rendi.Mas, o resto das coisas eu decidi que eu mesma escolheria, então, na sexta pela tarde, eu arrastei Koni de sua cama para um final de tarde de compras de última hora, no Shopping.Eu não tinha dormido durante toda a noite pensando no quão delicioso foi ter a boca e a língua do Murilo no meu ponto pulsante, eu não sabia que poderia ser tão safada e devassa, mas é isso que aquele homem provoca em mim. Eu pensei em lhe mandar uma mensagem, pedindo para que ele fosse para minha casa, mas eu engoli essa vontade. Eu o quero,