Hanna Cooper.- Como estou? - pergunto com os óculos dele em mim, jogo os cabelos de um lado para o outro e mordo os lábios de forma sedutora.- Está linda - ele sorri devasso - E está parecendo uma atriz pornô, fazendo a cena da secretária sexy - responde, com um sorriso divertido. Ele me observa, atentamente, segurando em minha cintura, como se não quisesse que eu saísse dali.Ainda estamos no meu quarto, ele sentado na beira da cama enquanto estou montada em cima dele. Fazia apenas uns dez minutos que ele me fez gozar três vezes seguidas, eu nem sabia que isso era possível.- Ou uma professora devassa? - ele beija minha mão delicadamente.- Eu gosto das duas opções. Mas eu comeria do mesmo jeito - fala dando de ombros.Dou um tapa em seu ombro, sentindo minhas bochechas esquentarem.- Secretária sexy e professora devassa são suas fantasias? - questiono.O ciúme se instala em meu coração. É apenas uma fantasia, que talvez todos os homens têm, mas, a minha fantasia sempre foi apenas
Hanna Cooper.Todo mundo têm aquele dia em que deseja que nunca tivesse existido.Na minha vida, há vários desses. Dias em que eu só queria estar sobre o meu edredom e dormir durante todo o tempo, até que chegue o dia seguinte para que eu finja que o ontem sequer existiu.Como por exemplo, o dia na terceira série, em que eu cair com a bandeja de comida e me melei toda, na frente de todo o refeitório, bem próximo ao garoto pelo qual eu tinha um crush de criança.Ou quando eu quinze anos e estava tão desesperada dá o primeiro beijo, que aceitei o convite de Bruno, um garoto da minha classe, e ele babou toda a minha boca, enquanto me beijava no meio do pátio da escola, durante o intervalo. Separei dele e gritei que ele beijava muito mal. Bruno não gostou e ameaçou cortar meu cabelo com uma tesoura, e nós dois acabamos na secretária.Mas há esse dia em especial, o dia do meu aniversário.Aniversário. É um evento importante para várias pessoas. Eles costumam comemorar, brincar, sair com os
Hanna Cooper.Olho o enorme letreiro da boate em que elas me trouxeram.- Juro, eu estou com vontade de vomitar - falo sincera, meu estômago embrulha a cada vez que Koni e Marcela me guiam para dentro da casa noturna. Eu não tinha ânimo algum para me divertir hoje. Sinceramente.- Vamos tomar alguma bebida lá dentro e isso vai passar - Marcela garante, com seu sorriso perfeito.- Eu odeio você - falo em pensamento.Passamos sem dificuldades pelos seguranças do local e um deles nos guiou pra dentro, por entre a multidão dançando alguma musica eletrônica, e por fim, uma escada de metal.Olho para cima enquanto subo e os rostos familiares do meu irmão, da minha cunhada, do Tony e ate meus pais que sorriem em minha direção.Eu não acredito nisso!Quando eu alcanço o topo na escada, Vince é o primeiro a se aproximar e me abraçar. Ele fala algo sobre meu vestido está indecente e deseja feliz aniversário mais uma vez, em seguida, todos os outros fazem a mesma coisa. Meus olhos ardem com as l
Hanna Cooper.Danço por muito tempo com Theo, depois com Vicente e Tony.Depois com a Angel, nós dançamos Despacito remixado juntas.Quando voltamos para cima, meu corpo ainda está elétrico demais, até que eu procuro por Murilo com os olhos e vejo que ele e Marcela estão conversando com a socialite cheia de si, de peitos falsos, sentados no sofá.Murilo está entre elas. Marcela fala algo, gesticulando e quando a senhora que tem os olhos falsos também, abria a boca para falar, ela fazia questão de tocar os braços fortes de Murilo ou esfregar seus seios turbinados contra ele.Mordo o lado interior da minha boca e olho para longe, porque afinal, eu não tinha o direito de ter ciúmes agora. Mas, é tão maldita mente difícil.- Precisamos ir agora! - Vince anuncia - Já passam das quatro da manhã. Eu posso levar Hanna para casa, já que não bebi hoje.- Você vai para o outro lado, o prédio dela é caminho para mim - minha cabeça vai para o lado quando ouço Murilo dizer.Definitivamente não!Não
Hanna Cooper.Em casa, eu tomo um banho demorado, de cabeça, com a água gelada, numa tentativa de expulsar qualquer álcool do meu sistema. Acabo o banho, enrolo uma toalha em volta do meu corpo e seco meu cabelo ainda no banheiro. Em meu reflexo no espelho, eu posso ver o quão ruim eu pareço agora.Meus olhos estão fundos e escuros na parte de baixo, e meus lábios estão levemente inchados.Depois que acabo no banheiro, saio para meu quarto e vejo Murilo, sentado no sofá do outro lado da cama. Ele retirou o sapato e sua camisa preta está com a metade dos botões abertos, deixando-me apreciar seu peito bem malhado. Ele está inclinado sobre seus joelhos, mexendo em seu celular. Quando nota minha presença, ele coloca o aparelho celular de lado, mas não se levanta, apenas olha direto em meus olhos.Me viro para pegar algo para dormir. Eu deixo minha toalha cair no chão, ciente dos seus olhos em minha bunda, porque todo o meu corpo está em chamas agora. Pego uma camisola de cetim, na cor azu
Hanna Cooper.Eu nunca, em toda minha vida, implorei por um homem.Mesmo quando eu sabia que estava apaixonada por Murilo e ele escolheu ficar com Ana, eu dei um passo para trás e o deixei ir. Eu não implorei por ele, tampouco deixei alguém saber dos meus sentimentos.Eu procurei disfarçar de todas as maneiras quando estávamos próximos, e funcionou.Mas ontem, talvez por influência do álcool, e eu estou acreditando fielmente nisso, eu estava desesperada pelo seu toque. Eu queria saber se ele não tinha criado nenhum tipo de repulsa pelo meu corpo, depois da minha dança com Theo.Eu não me orgulho, no entanto. Se estivesse sóbria, eu apenas deitaria em minha cama e daria as costas para ele. Eu não quero que ele pense que isso é algo mais para mim, porque, mesmo com todo sentimento por ele que ainda está dentro de mim, pulsando através das minhas veias, eu não quero isso. Não mais.Eu não preciso de outra decepção na minha vida. Ela já estourou sua meta para uma vida inteira.E uma dece
Murilo Lewis.Deixo meu copo de uísque vazio sobre a mesa do meu escritório.As únicas coisas que estão sobre a mesa, além do copo, é o computador e o maldito envelope, que a mãe de Ana me entregou. Todas as outras coisas, os papéis, contratos, porta caneta, estão espalhados ao redor da mesa, no chão.Pego um isqueiro de uma das gavetas e ascendo o cigarro pendurado em minha boca. É a única maneira de não perder a cabeça mais do que já perdi.Eu não sou um homem ruim. Eu trabalho duro todos os dias para demonstrar isso ao mundo. Eu criei uma empresa de joias, ela se tornou famosa em todo o mundo. Respeito cada pessoa que está ao meu redor. Ajudo-as a resolverem seus problemas. Às vezes até problemas pessoais. Eu faço muitas coisas, mas eu ainda não sou bom o suficiente para uma mulher, no ponto de vista dela.Eu entendo a Hanna, no entanto. Falei para ela que não estava pronto para um relacionamento, mas, caramba, depois de todos esses meses, convivendo com ela no hospital, sendo seu
Hanna Cooper.- Sinto muito por chamar por você essa hora da manhã! - olho para Koni quando ela se aproxima, com a cara de sono.- Não tem problema - aponta para cima - Marcela ainda está dormindo, e não vai acordar tão cedo. E eu calcei meu tênis, já que você me disse que estava caminhando - aponta para seus pés.- Eu precisava desabafar com alguém e, sinto informar que, infelizmente, você é minha única amiga - ainda sinto um gosto amargo na ponta da minha língua quando falo sobre isso.- Então, conta tudo!Enquanto caminhamos pela calçada da Barra, eu conto sobre tudo, desde o início. Conto sobre como peguei Heitor e Flora em meu sofá. Sobre como fui parar no apartamento do Murilo, bêbada demais até para lembrar de levar a carteira e o dinheiro do U.b.e.r. Contei sobre como comecei a me envolver com ele, sobre nossos momentos de sexo quente, sem entrar em detalhes, claro. E, por fim, contei sobre todo o ciúme, a forma como eu implorei, e então, sobre o que eu disse no dia seguinte,