Hanna Cooper.Olho o enorme letreiro da boate em que elas me trouxeram.- Juro, eu estou com vontade de vomitar - falo sincera, meu estômago embrulha a cada vez que Koni e Marcela me guiam para dentro da casa noturna. Eu não tinha ânimo algum para me divertir hoje. Sinceramente.- Vamos tomar alguma bebida lá dentro e isso vai passar - Marcela garante, com seu sorriso perfeito.- Eu odeio você - falo em pensamento.Passamos sem dificuldades pelos seguranças do local e um deles nos guiou pra dentro, por entre a multidão dançando alguma musica eletrônica, e por fim, uma escada de metal.Olho para cima enquanto subo e os rostos familiares do meu irmão, da minha cunhada, do Tony e ate meus pais que sorriem em minha direção.Eu não acredito nisso!Quando eu alcanço o topo na escada, Vince é o primeiro a se aproximar e me abraçar. Ele fala algo sobre meu vestido está indecente e deseja feliz aniversário mais uma vez, em seguida, todos os outros fazem a mesma coisa. Meus olhos ardem com as l
Hanna Cooper.Danço por muito tempo com Theo, depois com Vicente e Tony.Depois com a Angel, nós dançamos Despacito remixado juntas.Quando voltamos para cima, meu corpo ainda está elétrico demais, até que eu procuro por Murilo com os olhos e vejo que ele e Marcela estão conversando com a socialite cheia de si, de peitos falsos, sentados no sofá.Murilo está entre elas. Marcela fala algo, gesticulando e quando a senhora que tem os olhos falsos também, abria a boca para falar, ela fazia questão de tocar os braços fortes de Murilo ou esfregar seus seios turbinados contra ele.Mordo o lado interior da minha boca e olho para longe, porque afinal, eu não tinha o direito de ter ciúmes agora. Mas, é tão maldita mente difícil.- Precisamos ir agora! - Vince anuncia - Já passam das quatro da manhã. Eu posso levar Hanna para casa, já que não bebi hoje.- Você vai para o outro lado, o prédio dela é caminho para mim - minha cabeça vai para o lado quando ouço Murilo dizer.Definitivamente não!Não
Hanna Cooper.Em casa, eu tomo um banho demorado, de cabeça, com a água gelada, numa tentativa de expulsar qualquer álcool do meu sistema. Acabo o banho, enrolo uma toalha em volta do meu corpo e seco meu cabelo ainda no banheiro. Em meu reflexo no espelho, eu posso ver o quão ruim eu pareço agora.Meus olhos estão fundos e escuros na parte de baixo, e meus lábios estão levemente inchados.Depois que acabo no banheiro, saio para meu quarto e vejo Murilo, sentado no sofá do outro lado da cama. Ele retirou o sapato e sua camisa preta está com a metade dos botões abertos, deixando-me apreciar seu peito bem malhado. Ele está inclinado sobre seus joelhos, mexendo em seu celular. Quando nota minha presença, ele coloca o aparelho celular de lado, mas não se levanta, apenas olha direto em meus olhos.Me viro para pegar algo para dormir. Eu deixo minha toalha cair no chão, ciente dos seus olhos em minha bunda, porque todo o meu corpo está em chamas agora. Pego uma camisola de cetim, na cor azu
Hanna Cooper.Eu nunca, em toda minha vida, implorei por um homem.Mesmo quando eu sabia que estava apaixonada por Murilo e ele escolheu ficar com Ana, eu dei um passo para trás e o deixei ir. Eu não implorei por ele, tampouco deixei alguém saber dos meus sentimentos.Eu procurei disfarçar de todas as maneiras quando estávamos próximos, e funcionou.Mas ontem, talvez por influência do álcool, e eu estou acreditando fielmente nisso, eu estava desesperada pelo seu toque. Eu queria saber se ele não tinha criado nenhum tipo de repulsa pelo meu corpo, depois da minha dança com Theo.Eu não me orgulho, no entanto. Se estivesse sóbria, eu apenas deitaria em minha cama e daria as costas para ele. Eu não quero que ele pense que isso é algo mais para mim, porque, mesmo com todo sentimento por ele que ainda está dentro de mim, pulsando através das minhas veias, eu não quero isso. Não mais.Eu não preciso de outra decepção na minha vida. Ela já estourou sua meta para uma vida inteira.E uma dece
Murilo Lewis.Deixo meu copo de uísque vazio sobre a mesa do meu escritório.As únicas coisas que estão sobre a mesa, além do copo, é o computador e o maldito envelope, que a mãe de Ana me entregou. Todas as outras coisas, os papéis, contratos, porta caneta, estão espalhados ao redor da mesa, no chão.Pego um isqueiro de uma das gavetas e ascendo o cigarro pendurado em minha boca. É a única maneira de não perder a cabeça mais do que já perdi.Eu não sou um homem ruim. Eu trabalho duro todos os dias para demonstrar isso ao mundo. Eu criei uma empresa de joias, ela se tornou famosa em todo o mundo. Respeito cada pessoa que está ao meu redor. Ajudo-as a resolverem seus problemas. Às vezes até problemas pessoais. Eu faço muitas coisas, mas eu ainda não sou bom o suficiente para uma mulher, no ponto de vista dela.Eu entendo a Hanna, no entanto. Falei para ela que não estava pronto para um relacionamento, mas, caramba, depois de todos esses meses, convivendo com ela no hospital, sendo seu
Hanna Cooper.- Sinto muito por chamar por você essa hora da manhã! - olho para Koni quando ela se aproxima, com a cara de sono.- Não tem problema - aponta para cima - Marcela ainda está dormindo, e não vai acordar tão cedo. E eu calcei meu tênis, já que você me disse que estava caminhando - aponta para seus pés.- Eu precisava desabafar com alguém e, sinto informar que, infelizmente, você é minha única amiga - ainda sinto um gosto amargo na ponta da minha língua quando falo sobre isso.- Então, conta tudo!Enquanto caminhamos pela calçada da Barra, eu conto sobre tudo, desde o início. Conto sobre como peguei Heitor e Flora em meu sofá. Sobre como fui parar no apartamento do Murilo, bêbada demais até para lembrar de levar a carteira e o dinheiro do U.b.e.r. Contei sobre como comecei a me envolver com ele, sobre nossos momentos de sexo quente, sem entrar em detalhes, claro. E, por fim, contei sobre todo o ciúme, a forma como eu implorei, e então, sobre o que eu disse no dia seguinte,
Hanna Cooper.Murilo não queria falar sobre nosso “pequeno” ataque de ciúmes na noite do meu aniversário. Ele queria me contar sobre meu pai biológico.Mas, isso me deixou mais confusa do eu já estava quando entrei aqui.Por que ele procurou pela minha progenitora depois de tantos anos? Por que depois de tanto tempo?E o mais importante. Como Murilo sabia disso e eu não?- Por que ele faria isso, Miranda? - olho diretamente para a mulher que me colocou no mundo, minha voz falha por causa da ardência na minha garganta.Pelo que conheço da Miranda, ela é o tipo de mulher cheia de si, que não vive sem sua maquiagem, mesmo estando dentro de casa. Suas roupas são sempre das melhores marcas, em sua maioria, exclusivas e feitas pelos melhores estilistas. Claro, ela aproveita bastante do conhecimento do nome Cooper, ela se gaba por um sobrenome que nem é dela. E, mesmo hoje, parecendo abalada, ela ainda está com seu terninho azul feito sob medida, um salto alto, brincos de diamantes e uma bo
Murilo LewisAlguns dias atrás ( DIA DA PRIMEIRA VEZ DE HANNA E MURILO)Émile entra em meu escritório após uma leve batida de porta.- Aqui está, senhor Lewis! - ela deixa sobre minha mesa, meia dúzia de papéis e documentos para serem assinados por mim - Esses são os pedidos que a Ema me mandou pelo e-mail.Ema é o meu braço direito na minha empresa, ela está tomando conta de tudo enquanto eu estou sendo o mentor de Hanna. Émile está sendo minha secretária nas duas empresas, até dobrei o salário dela, pelo tempo que estou aqui.Agradeço, vagamente, enquanto me concentro no documento de pedido em minhas mãos. Eu escuto os saltos de Émile bater contra o piso enquanto ela vai embora. Inclino-me para trás, na poltrona, olhando os dois nomes familiares que fizerem o pedido.Miguel Lee.O mesmo nome do homem que Hanna acredita ser seu pai.Inclusive não veio trabalhar hoje, então tenho tempo de saber mais sobre esse homem.Estendo o braço e pego o telefone.Eu espero até que Émile atenda.-