Hanna Cooper.Uma pessoa normal abriria um sorriso e, rapidamente, atenderia o telefona de sua mãe, e não a ignoraria dez vezes seguidas. Uma pessoa normal adoraria falar com sua mãe, colocar os papos em dias, tagarelar sobre sua própria vida, contando os seus segredes e ouvindo os dela.Mas não eu.Talvez, eu não seja uma pessoa normal então, porque eu, mais uma vez, estou desviando a chamada em meu celular, com o nome daquela mulher piscando na tela.Ela nunca quis me procurar, falar comigo, e quando eu ia atrás dela sempre me tratava com frieza, ela pode ser minha mãe biológica, mas não a considero como mãe realmente. Já tem alguns dias que ela tenta me ligar, mas nunca atendo.Deixo o celular sobre o balcão da sala de descanso da administração do hospital ao lado da cafeteira e volto a preparar meu café. Minhas mãos estão suando, e eu não sei dizer se é por causa das ligações insistentes da minha "mãe" ou porque Murilo está de volta, e está em nossa sala agora, há alguns poucos pa
Murilo Lewis.É quase sete horas da noite quando entro com Hanna na garagem do seu prédio.- Segura aqui - peço estendendo uma garrafa de vinho que trouxe - Enquanto pego as pizzas.Seguimos lado a lado para o elevador e ela aperta o botão do seu andar, estamos em um silêncio confortável e cheio de promessas.- Você vai colocar os óculos, Mumu? - quebra o silêncio com a voz baixa e um pouco manhosa, me fazendo lembrar do seu corpo em baixo do meu e depois por cima.Instantaneamente meu membro incha dentro da calça, estou morrendo de saudade de estar dentro dela. Nessas horas Vicente é a última pessoa que penso, meu amigo um dia terá que entender que a garotinha dele cresceu e se tornou um furacão, pronto para abalar a minha vida. Espero que ele não queira me matar.Sorrio de lado e pego os óculos dentro do paletó e o coloco no rosto.- Você fica muito sexy - ela sussurra próxima e sou capaz de sentir sua respiração ofegante.Antes que eu possa enlaçar a sua cintura, as grandes portas
Hanna Cooper.- Como estou? - pergunto com os óculos dele em mim, jogo os cabelos de um lado para o outro e mordo os lábios de forma sedutora.- Está linda - ele sorri devasso - E está parecendo uma atriz pornô, fazendo a cena da secretária sexy - responde, com um sorriso divertido. Ele me observa, atentamente, segurando em minha cintura, como se não quisesse que eu saísse dali.Ainda estamos no meu quarto, ele sentado na beira da cama enquanto estou montada em cima dele. Fazia apenas uns dez minutos que ele me fez gozar três vezes seguidas, eu nem sabia que isso era possível.- Ou uma professora devassa? - ele beija minha mão delicadamente.- Eu gosto das duas opções. Mas eu comeria do mesmo jeito - fala dando de ombros.Dou um tapa em seu ombro, sentindo minhas bochechas esquentarem.- Secretária sexy e professora devassa são suas fantasias? - questiono.O ciúme se instala em meu coração. É apenas uma fantasia, que talvez todos os homens têm, mas, a minha fantasia sempre foi apenas
Hanna Cooper.Todo mundo têm aquele dia em que deseja que nunca tivesse existido.Na minha vida, há vários desses. Dias em que eu só queria estar sobre o meu edredom e dormir durante todo o tempo, até que chegue o dia seguinte para que eu finja que o ontem sequer existiu.Como por exemplo, o dia na terceira série, em que eu cair com a bandeja de comida e me melei toda, na frente de todo o refeitório, bem próximo ao garoto pelo qual eu tinha um crush de criança.Ou quando eu quinze anos e estava tão desesperada dá o primeiro beijo, que aceitei o convite de Bruno, um garoto da minha classe, e ele babou toda a minha boca, enquanto me beijava no meio do pátio da escola, durante o intervalo. Separei dele e gritei que ele beijava muito mal. Bruno não gostou e ameaçou cortar meu cabelo com uma tesoura, e nós dois acabamos na secretária.Mas há esse dia em especial, o dia do meu aniversário.Aniversário. É um evento importante para várias pessoas. Eles costumam comemorar, brincar, sair com os
Hanna Cooper.Olho o enorme letreiro da boate em que elas me trouxeram.- Juro, eu estou com vontade de vomitar - falo sincera, meu estômago embrulha a cada vez que Koni e Marcela me guiam para dentro da casa noturna. Eu não tinha ânimo algum para me divertir hoje. Sinceramente.- Vamos tomar alguma bebida lá dentro e isso vai passar - Marcela garante, com seu sorriso perfeito.- Eu odeio você - falo em pensamento.Passamos sem dificuldades pelos seguranças do local e um deles nos guiou pra dentro, por entre a multidão dançando alguma musica eletrônica, e por fim, uma escada de metal.Olho para cima enquanto subo e os rostos familiares do meu irmão, da minha cunhada, do Tony e ate meus pais que sorriem em minha direção.Eu não acredito nisso!Quando eu alcanço o topo na escada, Vince é o primeiro a se aproximar e me abraçar. Ele fala algo sobre meu vestido está indecente e deseja feliz aniversário mais uma vez, em seguida, todos os outros fazem a mesma coisa. Meus olhos ardem com as l
Hanna Cooper.Danço por muito tempo com Theo, depois com Vicente e Tony.Depois com a Angel, nós dançamos Despacito remixado juntas.Quando voltamos para cima, meu corpo ainda está elétrico demais, até que eu procuro por Murilo com os olhos e vejo que ele e Marcela estão conversando com a socialite cheia de si, de peitos falsos, sentados no sofá.Murilo está entre elas. Marcela fala algo, gesticulando e quando a senhora que tem os olhos falsos também, abria a boca para falar, ela fazia questão de tocar os braços fortes de Murilo ou esfregar seus seios turbinados contra ele.Mordo o lado interior da minha boca e olho para longe, porque afinal, eu não tinha o direito de ter ciúmes agora. Mas, é tão maldita mente difícil.- Precisamos ir agora! - Vince anuncia - Já passam das quatro da manhã. Eu posso levar Hanna para casa, já que não bebi hoje.- Você vai para o outro lado, o prédio dela é caminho para mim - minha cabeça vai para o lado quando ouço Murilo dizer.Definitivamente não!Não
Hanna Cooper.Em casa, eu tomo um banho demorado, de cabeça, com a água gelada, numa tentativa de expulsar qualquer álcool do meu sistema. Acabo o banho, enrolo uma toalha em volta do meu corpo e seco meu cabelo ainda no banheiro. Em meu reflexo no espelho, eu posso ver o quão ruim eu pareço agora.Meus olhos estão fundos e escuros na parte de baixo, e meus lábios estão levemente inchados.Depois que acabo no banheiro, saio para meu quarto e vejo Murilo, sentado no sofá do outro lado da cama. Ele retirou o sapato e sua camisa preta está com a metade dos botões abertos, deixando-me apreciar seu peito bem malhado. Ele está inclinado sobre seus joelhos, mexendo em seu celular. Quando nota minha presença, ele coloca o aparelho celular de lado, mas não se levanta, apenas olha direto em meus olhos.Me viro para pegar algo para dormir. Eu deixo minha toalha cair no chão, ciente dos seus olhos em minha bunda, porque todo o meu corpo está em chamas agora. Pego uma camisola de cetim, na cor azu
Hanna Cooper.Eu nunca, em toda minha vida, implorei por um homem.Mesmo quando eu sabia que estava apaixonada por Murilo e ele escolheu ficar com Ana, eu dei um passo para trás e o deixei ir. Eu não implorei por ele, tampouco deixei alguém saber dos meus sentimentos.Eu procurei disfarçar de todas as maneiras quando estávamos próximos, e funcionou.Mas ontem, talvez por influência do álcool, e eu estou acreditando fielmente nisso, eu estava desesperada pelo seu toque. Eu queria saber se ele não tinha criado nenhum tipo de repulsa pelo meu corpo, depois da minha dança com Theo.Eu não me orgulho, no entanto. Se estivesse sóbria, eu apenas deitaria em minha cama e daria as costas para ele. Eu não quero que ele pense que isso é algo mais para mim, porque, mesmo com todo sentimento por ele que ainda está dentro de mim, pulsando através das minhas veias, eu não quero isso. Não mais.Eu não preciso de outra decepção na minha vida. Ela já estourou sua meta para uma vida inteira.E uma dece