Hanna CooperEu assisto deitada enquanto Flora separa em cima da cama os produtos de cabelos que ela irá usar hoje. Há mais de dez produtos em seu colchão, e ela parece está decidindo se precisa de mais algum. Olho para cima, para seus cabelos soltos.Eles são do comprimento de seus ombros, e estão de uma forma como se alguém tivesse pegado uma faca de cozinha e repicado ele.Eu não digo isso a ela. Iria magoá-la mais do que ela já se magoa quando se olha no espelho.- Como está Maicon ? - pergunto para puxar um assunto. Ela desvia os olhos de seus produtos e quando encontra os meus, há um brilho triste.- Eu ia te contar - suspira e senta na beira da cama.Eu imediatamente fico em alerta e me sento, esperando para saber o que aconteceu para deixá-la dessa forma.- Nós terminamos têm dois dias - diz com um soluço baixo.- Oh, não! - inclino para frente e alcanço sua mão.Flora sempre foi muito apaixonada pelo Maicon, tão apaixonada que isso me fazia sentir medo por ela. Eu mais do
Hanna Cooper.Sigo Murilo por entres os carros que estão parados no estacionamento do hospital, ainda não faço a mínima ideia do que ele quer comigo.Murilo me faz segui-lo até o seu carro.- Entre! - pede - Quero levá-la a um lugar.Concordo e sem dizer uma palavra sento no banco do carona, observo ele dar a volta e tomar seu lugar no banco do motorista. Meu corpo começa a sentir a presença do corpo grande ao meu lado, da sua proximidade, do seu cheiro. Cada nervo está em alerta, assim como os cabelos da minha nuca. Eu arrisco uma olhada para seu perfil e me arrependo no mesmo instante.Murilo colocou um óculos escuro de estilo aviador, todo preto fosco, quando saímos do elevador para garagem. Sua barba está maior que da última vez que o vi, e isso o deixa com um ar mais... não sei, másculo, talvez?Ele é o verdadeiro significado da palavra másculo, em todos os sentidos da palavra, no corpo, na expressão, no olhar, na fala em tudo. Mas, de alguma forma, ele consegue intensificar isso
Hanna Cooper.Sinto sua respiração quente em meu cabelo me deixando mole em seus braços. Ele aperta mais suas mãos em minha carne, deixando nossos corpos mais próximos.Fecho meus olhos fortemente, na esperança que me ajude a controlar a respiração. É o melhor abraço que eu recebi de um homem em toda a minha vida.- Eu sinto muito - repito com minha boca próxima ao seu ouvido.Ele aperta minha carne mais forte em resposta.Porém congelo quando noto que seu aperto não foi sua única resposta.Algo duro e grande está pressionando bem em minha barriga.Eu desfaço meu abraço e seguro seus ombros, afastando-me dele e olhando em seus olhos.Não é o mais indicado, uma vez que seus olhos são a porcaria dos olhos mais quentes que eu já vi, neste momento.Eu passo as mãos pelo meu cabelo, arrumando-o. Estou sentindo todo o meu rosto quente e entre minhas pernas está tão molhado, que eu não quero me sentar nem tão cedo.Eu não sabia que poderia sentir tanto desejo assim, sinto todo o meu corpo qu
Hanna Cooper. Murilo: Aquele cara está com você agora? Encaro a tela bloqueada do meu celular, meu cenho franzido em confusão. Rolo de costas na cama, mordendo a ponta não feita do meu lápis, enquanto penso no que responder e o motivo dele estar me perguntando isso. Eu: Aquele cara tem nome, mas não está. Porquê? Murilo: Vista uma roupa confortável, uma que não te deixe passar frio. Chego por aí em vinte minutos! O que? - exclamo para mim mesma. Eu: Para onde pensa que vai me levar? Murilo: Apenas esteja na portaria em vinte minutos, por favor, ursinha. Sento-me na cama, meu dedo polegar paira sobre a tela do celular. São quase dez horas da noite. Olho pela janela do meu quarto e a tempestade castiga Salvador nessa noite. Para onde ele quer ir a essa hora da noite, debaixo de chuva? Eu não mando essa pergunta para ele, apenas sigo com seu pedido. Retiro o lápis da minha boca, o jogo de lado e vou até meu closet. Me livro do meu pijama das meninas superpoderosas e visto um c
Hanna Cooper.Essa última me pegou de jeito, e eu não sabia o que responder. Mastiguei lentamente, foi todo um processo para engolir a massa adocicada, minha garganta fazendo um movimento difícil com o processo.Heitor me atraiu desde o dia em que nos vimos pela primeira vez, naquele dia eu bebi mais do que deveria e quase me entreguei para ele. Mas ele foi tão cavalheiro, me respeitou e desde então me trata tão bem que foi impossível não dá uma chance.Seus olhos brilhantes e seu sorriso bonito atrai qualquer mulher em sã consciência, e eu sou uma mulher, afinal de contas. Mas, se eu for parar para comparar a forma que meu corpo fica quando estou perto dele com a forma que meu corpo fica quando estou diante do Murilo, eu vou ver que há uma diferença gritante.Não desaprendo a respirar perto de Heitor e minhas pernas não ficam bambas. Eu não fico molhada apenas com o seu olhar por mais lindos e atraentes que eles sejam. Minha boca não fica seca e meu coração não dispara com a menção d
Hanna Cooper.Eram quatro horas da madrugada quando eu consegui dormir um pouco para poder trabalhar no dia seguinte. Quando deu meia-noite, Murilo me trouxe em casa.Eu pensei sobre minha conversa com ele, sobre como eu não tomo minhas decisões com o coração. Pensei sobre meus relacionamentos e o fato de que todos eles me fizeram mal. Pensei sobre como eu estou usando Heitor, porque apesar de que me sinto bem com ele, a maior parte do tempo e que ele é um cara bom para mim, o que eu sinto por ele não é algo grande. Não é algo que uma namorada deve sentir pelo namorado.Eu quero me sentir amada da mesma forma que eu amo. Eu quero ter um relacionamento que seja tão intenso, que me deixe sem fôlego. Principalmente, um que me deixe molhada apenas com um olhar, por mais inocente que ele seja.Murilo!.Ele me faz todas essas coisas, sem nem querer.Sacudo minha cabeça, espantando esses pensamentos e viro o corredor do segundo andar do hospital, para esbarrar com o corpo de Koni. Dou um pas
Hanna Cooper.A semana passou rápido, assim como o dia de hoje no hospital.Estou tão cansada, com os ombros pesados. No entanto, estou feliz porque amanhã já é o jantar de ação de graças, o dia em que minha família irá conhecer meu namorado.Resolvi que daria uma chance para Heitor. Talvez, com o tempo, eu aprenda a sentir por ele a mesma coisa que eu sinto pelo Murilo.O tempo cura tudo!Li essa frase em uma vitrine uma vez, e acredito que o tempo será capaz de curar o meu sentimento pelo melhor amigo do meu irmão.Dirijo para casa, com a chuva castigando o capô do meu carro. Eu havia enviado uma mensagem para Heitor, avisando que chegaria um pouco tarde, então provavelmente, ele já pediu o jantar.Quando as portas do elevador se abrem no meu andar, meu estômago ronca de fome. Busco pelas minhas chaves, dentro da bolsa e coloco na fechadura da porta. Quando ela se abre tomo um susto com cena em minha frente, meu coração começa a palpitar forte.Heitor, está de fato, em casa. Ele est
Murilo Lewis.Salvador é realmente uma cidade maravilhosa, principalmente, sendo observada durante a noite e de cima. As luzes da cidade parecem como uma festa, coloridas, de todos os tipos. Os carros fazendo seu caminho, provavelmente alguns voltando para casa depois um dia cansativo dia de trabalho, outros saindo de casa para curtir a noite antes do dia de ação de graças e outros apenas indo viajar para casa de familiares.Eu trabalho meus braços, levantando os pesos, na academia particular do meu apartamento, enquanto assisto a cidade lá fora através da parede de vidro, que cerca todo o cômodo. O suor escorre pela minha testa, pelo meu peito, minhas costas e minhas pernas sobre o calção térmico.Procuro esvaziar a minha mente, eu tenho feito muito isso. Ajuda-me a não cair em pensamentos nas coisas f.o.d.i.d.as da minha vida. Eu não posso pensar em Ana, e muito menos em Hanna.Então, eu apenas assisto minha cidade de cima. Como se estivesse em um camarote.O som do trânsito e buzi