— Seu livro preferido era O Pequeno Príncipe - recordou.
— Sim. E continua sendo, mas tenho outros agora - mordeu o lábio — E não gosto que mexam em meus livros - ergueu os olhos para ele — Vou comer agora, estou com fome. Se quiser falar comigo, então venha para a cozinha.
Ele deu um suspiro exasperado e a seguiu até a cozinha, olhando a casa pelo caminho. Puxou uma cadeira e sentou observando-a mexer na cafeteira.
Era uma sensação boa e diferente do que estava habituado, como um lar mesmo. Tantos anos longe e ele ainda sentia que ela lhe passava algo de tranquilidade.
Mas não podia se deixar enganar. Isso era com certeza uma de suas pe
"Amar é reencontrar a própria alma através da alma do amado. Quando o amado vai embora, perde-se a alma”.Phoebe estava sem fôlego depois de tossir tanto.— Que loucura é essa agora? - abriu a torneira para lavar as mãos grudentas do café derramado e pegou um pano de prato para secar, respirando fundo sem entender essa novidade.— Não tem loucura nenhuma.Ele a impediu de sair do lugar, colocando um braço de cada lado de seu corpo, a deixando presa entre ele e o balcão da pia.— Você achava mesmo que eu não iria c
— Eu... Eu não bebo mais - se sentiu insultada e triste por ver que ele queria machucá-la com palavras, mas esperava por isso mesmo — Eu era só uma adolescente que confiou nas pessoas erradas e não teve malícia. Você me conhecia, Apolo. Não achou estranho que eu estivesse fora do meu comportamento habitual? Por que eu iria fazer aquelas coisas? Trair sua confiança? Não era meu normal.Apolo não se importou em vê-la abatida. Queria que ela se sentisse humilhada como ele se sentiu antes. Queria dar o troco.— E quem vai saber? Você era mimada e andava com aquela sua prima Yane que não era um exemplo de pessoa e aquela amiga dela sem noção - olhou-a com escárnio — As duas são ridículas.
Ela não gostou da ousadia dele em chegar exigindo que ela largasse o trabalho e começaram a brigar. De novo.Ele insistia que ela deveria sair do trabalho e se dedicar a ser a esposa que ele queria. Que teria muitas ocupações e não poderia ficar brincando de festinha. O que a irritou muito.Ela jamais faria isso, ainda mais sabendo que isso era parte do plano de vingança dele. Estava querendo deixá-la em uma situação delicada e não iria permitir isso.Quando o casamento acabasse ela estaria na rua, no zero e tendo que recomeçar. Uma vez só já tinha sido suficiente. Poderia até se deixar chantagear na questão do casamento por causa de sua consciência pesada, mas la
— Eu sei sim, claro - sorriu de leve escondendo os pensamentos — É só preocupação natural. Desencane.— Ai, Phoebe, isso é tão lindo - apertou sua mão _ Um amor antigo que renasce. Ele nos disse que vocês eram amigos, mas que um problema o fez se afastar por esse tempo todo.— Verdade... Isso aconteceu - empalideceu.— Bom, mas agora vocês estão juntos de novo. É só o que importa, não é mesmo?Phoebe queria tanto uma amiga em quem pudesse confiar e tirar aquele peso de dentro do peito. Apesar de ter se fechado, ela sentia falta de alguém para compartilhar o bom e o ruim de seu dia.
Todo recomeço é dolorido e envolve muito sofrimento... Mas se realmente se faz necessário, não adianta lamentar... É preciso sempre ir em frente”.Apolo estava irritado com Phoebe.Ela se negava a encontrá-lo na suíte do hotel onde estava hospedado. E ela não podia se dar ao luxo de negar um chamado seu quando queria vê-la.Ele era muito ocupado e tinha trabalhado rápido para ter a noite livre só para acertar alguns detalhes com ela. E não era muito fã do clima da Escócia e estar ali trabalhando o cansava mentalmente.A chuva o dia inte
— Você está me dispensando? - apertou os olhos.— Sim, estou - deu uma risadinha — Não é o que você pretende fazer comigo em breve? Me poupe, Apolo. Não espere que eu seja sua bonequinha para brincar e jogar fora depois — Vá embora!Ele não esperava por essa. Foi pego de surpresa pela reação dela. Ficou sem saber exatamente como deveria agir após a cena ridícula e infantil. Achou melhor ir embora.*******— Jesus, amiga - Carolina balançou a cabeça — Eu sempre t
“Arrufos de amantes, renovação do amor”.Ela estava se preparando para dormir. Tinha acabado de pentear o cabelo e vestido o pijama, quando o celular que estava em cima da cama tocou. Era Apolo.— A sua amiga já foi embora?— Já - franziu a testa.— Então abra a porta, estou aqui na frente.“De novo, não é possível?”Ele queria mesmo enlouquecê-la, só podia ser. Fez uma careta quando se olhou no espelho. Estava de pijama de novo. Mas não iria se
Pelo menos não agora. Talvez depois fosse criando coragem para abordar o assunto de novo.Ainda estava presa à sua ideia de que tinha culpa no ocorrido, mesmo não sendo proposital. Tinha sido uma grande confusão.A questão da morte de seus pais também pesava em sua cabeça e em seu coração. Isso ainda teria anos de terapia pela frente.*******Apolo só a procurou por telefone três dias depois, para dizer que já estava com toda a papelada do cartório pronta.