Nihara Vitti — Nihara, a senhora Nancy está aqui para buscar a Sophie — Natie anuncia ao entrar na sala. Com alguma dificuldade devido à saia justa e saltos altos, eu levanto-me do chão onde estava brincava com a bebê. Com agilidade, vou até o armário, retiro a bolsa dela e organizo as coisas. — Por favor, peça para ela entrar — solicito, já com tudo pronto em mãos. Volto a abaixar-me para pegar a menina no colo. — Minha borboleta linda, foi maravilhoso passar o dia com você, mas agora é hora de ir para casa. — Ni… Nina — ela balbucia. Meus olhos fixam-se nela com ternura. Beijo a sua bochecha e respondo: — Ah, meu bem, seu pai também me chama assim, mas só quando está bêbado. Sorrio para a criança e desvio o olhar para a porta, onde Nancy observa a cena com um sorriso que fala por si só. — É tão lindo vê-las juntas. — Oi, Nancy, como vai? Entre, por favor. Gostaria de beber algo? — Não, querida, precisamos ir agora. A senhora Emily espera-me. Esta
Tobias BernstorffMeu coração quase sai pela boca, quando meus olhos enxergam Meyer vindo na minha direção. Examino sua expressão e imediatamente sinto que algo está errado, desvio o olhar para além dele procurando por Nihara, mas não a vejo. Meu Deus, o que deve ter acontecido, por que ela não está vindo com ele? O homem, entra no espaço privado onde me encontro, com o semblante incomodado, como se relutasse em dar voz à notícia que carrega. — Diz-me que ela foi ao banheiro, por favor — suplico, encarando-o com um nó na garganta, a mágoa pulsando em meu peito. — Sinto muito, senhor. Mas parece que surgiu uma situação de última hora e, me pareceu ser grave, senhor — ele informa com pesar. Fecho os olhos tentando controlar minhas emoções e sentimentos agora, e respiro pesado. Sei que ela não me deixaria pendurado se não fosse nada realmente grave. — Ela não disse o que era? — Não, senhor, ela só disse que ligaria. — Será que tem algo a ver com Leandra? Ela teria m
Nihara VitteTobias examina-me dos pés a cabeça, a sua expressão de repúdio, a toalha amarrada de modo frouxo, denunciando que um movimento brusco ela cairá ao chão. Nossos olhares fixos um no outro, posso imaginar o que ele deve estar pensando, pelo jeito que me olha em silêncio, os seus olhos faiscando de raiva. Os gemidos de Harrison, preenchendo o ambiente, inóspito. Desvio o olhar para mim e depois para o homem sentado na beira da minha cama, ajeito a toalha e peço: — Harrison pode nos deixar a sós? — com os braços cruzados, sustento o olhar ríspido de Tobias, que permanece imóvel no meio do quarto. O homem tenta se levanta, mas o rosnado que ele solta, faz-me desviar o olhar na sua direção e socorrê-lo com urgência. — Não acredito que estou presenciando isso — ele diz por fim, com uma expressão de repulsa nos olhos. O encaro e inspiro pesado, segurando o braço do Harrison e ajeitá-lo. — Por favor, deixa-me levá-lo ao hospital, não sabemos o que está acontecendo por dentro
Tobias Bernstorff Entro no carro atordoado, antes de dar arranque, bato violentamente o votante, até sentir as mãos doendo. Inspiro profundamente o peito me doendo ainda mais. As imagens de Harrison pelado na cama de Nihara e ela saindo do banho, atormentam-me como uma ferida aberta que não consigo ignorar. Minhas emoções são como um furacão descontrolado, me levando para lugares sombrios que eu não quero visitar. Como ela pôde fazer isso comigo? Meu questionamento, surgi juntamente com as lágrimas que rolam em meu rosto como correnteza. Como pode o nosso amor ter sido reduzido a pó em míseros segundos de prazer? Ela pediu que não machucasse o seu coração, quando ela é quem foi, uma vadia mentirosa em destroçar o meu coração da pior forma, um dia para o ano terminar. M*****a, m*****a, m*****a. Bato o volante novamente, antes de sair pela estrada afora. Dirijo sem rumo por algum tempo, tentando processar a onda de emoções que tomou conta de mim. Por favor, que isso seja um pesadel
Nihara Vitte As horas se arrastam com uma lentidão dilacerante, como se o próprio tempo estivesse em conluio para prolongar minha agonia. Vejo tudo ao meu redor se movendo em câmera lenta, como se o mundo estivesse suspenso no espaço. O corredor, uma vez agitado com a movimentação frenética de profissionais da saúde, agora se encontra vazio e gélido, um cenário desolador. Um medo súbito e avassalador começa a se insinuar do fundo do meu estômago, serpenteando meu corpo até se instalar em minha garganta, formando um nó sufocante que me impede de respirar com facilidade. Minha mão busca instintivamente o local onde meu coração b**e, como se pudesse encontrar respostas ali. Mas o aperto em meu peito transcende a simples preocupação com Harrison; é algo mais profundo, algo indescritível que me aflige. Acaricio aquele lugar angustiante enquanto tomo a decisão de me dirigir à recepção em busca de informações sobre o estado de Harrison. Meus passos são hesitantes, carregando o peso de
Tobias Bernstorf Com a mente agitada e o sono distante, percorro meu apartamento de um lado para o outro, enquanto as paredes parecem se aproximar, pressionando-me. A notícia trazida por Sienna me deixou completamente desequilibrado, mergulhado em angústia, ansiedade e até um certo receio. Embora não esteja mais com Nihara, preocupa-me a reação dela ao descobrir o caos que se instaurou em minha vida neste momento. Preciso compartilhar essa situação com minha família e tomar decisões, mas antes, é essencial verificar a veracidade dessa história. Não permitirei que essa mulher me manipule novamente com suas histórias e lágrimas. Estendido no sofá, minhas mãos atrás da cabeça, meu olhar se perde no lustre apagado no teto, em forma de um símbolo do infinito, algo que sempre apreciei. Entretanto, o rosto de Nihara invade meus pensamentos, e sua ausência já pesa profundamente em meu coração. Sinto sua falta de uma maneira insana. Desejo ligar para ela e compartilhar o que está aco
Nihara Vitte Tento me levantar, mas logo sinto o folego de vida me abandonar, e vejo os homens ao meu redor com rapidez vindo ao meu auxílio, e Tobias ganhando a corrida. — Niah! — a voz de Tobias, sai num sussurro preocupado. Encaro-o por uma fração de segundos, tão severamente que ele novamente se afasta. — Eu, estou bem. Quero saber é da minha irmã e o Simon onde estás?— pergunto, sentando bem devagar. — Senhorita Vitte, quando foi a última vez que comeu alguma coisa? — o médico indaga, me examinando com cuidado. — Não sei, que horas são agora? — São seis e quinze — responde, Bernstorf. — A última vez que comi, foi às 11h. — Dá noite? — o doutor, continua me questionando, enquanto me examina. — Não, da manhã. O profissional de jaleco, para o que está fazendo e me encara, ainda mais preocupado. E não entendo por quê? Será que ele acha que tenho algum tipo de distúrbio? Só não tinha fome, e nem vontade de comer, é normal, isso acontece co
Tobias Bernstorff As palavras de Nihara atingem-me como um soco no estômago, e a honestidade de suas palavras ecoa no silêncio que se instala entre nós. Ela está certa, agi precipitadamente, movido pela fúria, e pus fim a um relacionamento que, apesar dos desafios, foi uma conquista árdua. Enquanto nossos olhares se encontram, meu rosto traz à tona o arrependimento que corrói a minha alma. Um suspiro de frustração escapa de meus lábios, e antes que eu possa articular uma resposta, a porta do quarto se abre bruscamente. Nihara se levanta rapidamente, colocando Simon no chão com delicadeza, e fixa os olhos em Harry, que entra com os ombros caídos e uma expressão pesarosa. Sem pensar, também me ergo e me aproximo dele, envolvendo-o num abraço de solidariedade. — Como ela está? — Niah pergunta aflita por uma resposta positiva. — Ela abriu os olhos — ele diz com um sorriso entre lágrimas. — Meu Deus, muito obrigada. Agora posso respirar aliviada — exclama Nihara, os olhos m