LuccaUm tempo depois que todos foram embora, me encaminharam para um quarto hospitalar numa área vip do hospital — provavelmente meu pai deve ter falado com os superiores daqui — uma enfermeira avisou que um dos médicos viria falar comigo e levar até onde a Luíza está. Minha cabeça ainda está processando todos os acontecimentos desde o momento que recebi a ligação da Emma até a notícia de que tínhamos perdido nosso filho.É até engraçado pensar que quando eu soube que seria pai, surtei, porque nesse momento tudo que mais queria depois de ver a minha mulher bem era saber que daqui a mais ou menos seis meses e meio o teria em meus braços. Parece a porra de uma piada de mau gosto para me provar o quanto pode se amar um serzinho que você nem se quer conheceu e que no primeiro momento até correu para longe por puro medo. Não sei qual foi a maldita hora que minha vida deu uma virada de chave errada e tudo que estava na mais perfeita harmonia começou a desmoronar. A única coisa que sei é qu
LuccaSaio da ala indo de volta para o quarto que será meu até que a Luíza seja transferida, tenho medo de sair daqui e sei lá, algo acontecer. Quando entro no quarto dou de cara com o meu irmão e o Erick.—Vamos ficar com você o resto do dia para que não fique sozinho — Vicenzo fala percebendo minha confusão.—Quem ficou nas empresas? — Pergunto passando a mão nos olhos que ainda tem vestígios do meu choro de agora pouco.—Luigi está no seu lugar e na minha, o meu Vice tomou a frente. Você sabe que ele é competente — tudo faz sentido agora. Realmente Erick não colocaria qualquer pessoa como seu substituto e já conheci o homem por conta da nossa sociedade, ele é realmente capaz.—Entendi — falo meio sem vontade me jogando numa poltrona.—Frattelo, sei que está mal mas precisa de um banho e comer alguma coisa, nossa mãe falou milhões de vezes para enfiar comida na sua boca e até te jogar debaixo do chuveiro se fosse necessário — imagino minha Mamma falando essas coisas — então não me c
Lucca—Ei cara como você está? — Vejo Mike aparecer na porta do quarto. Suspiro antes de me sentar e responder alguma coisa.—Primeiro quero pedir desculpas por ter te deixado tão desinformado sobre as coisas que estavam acontecendo na minha vida, mas foi tudo acontecendo rápido demais e quando vi estava aqui recebendo uma das piores notícias da minha vida — falo sincero olhando nos olhos do meu amigo de faculdade.—Não se desculpe Lucca, compreendo que tenha sido uma avalanche de novidades, afinal você não arrumou uma submissa como eu havia dito, mas sim uma namorada e ainda a engravidou em pouco tempo — ele fala tentando animar um pouco o clima.—Pois é, aquela mulher que está longe de mim agora virou minha vida de cabeça para baixo, mas a deixou do jeito que eu mais queria e não sabia — falo abaixando a cabeça por um momento, pensando em tudo que nós dois passamos juntos —Ela é incrível Mike, vou te apresentar ela direito quando isso tudo passar e ela estiver bem.—Imagino que ela
LuccaComo previa, a minha noite foi completamente atordoada, quase não consegui dormir e as vezes que consegui, tive sonhos variados com a Luíza e com o nosso filho...Era tudo tão real que acordei desse cochilo com a impressão de ser real, sabe aqueles sonhos bem reais que você fica se questionando até entender que foi apenas sonho? Pois é. Foi a visão de um futuro que não virá mais para nós — pelo menos não agora — nós estávamos numa casa grande, com um grande jardim cheio de grama, lembrava a mansão dos meus pais, ela corria animada atrás de um menininho loiro de olhos da cor dos dela que gargalhava para a mãe numa brincadeira contagiante de pega-pega. Assim que acordei me bateu a tristeza, não consegui mais pegar no sono e desde então olho a cada segundo para o relógio que tem na parede do quarto para que possa ir ver a minha namorada logo, então tomei um banho, botei uma das roupas trazidas pelo meu irmão ficando à espera do médico que sei que em breve irá aparecer. Logo batem n
LuccaMuitas coisas aconteceram, então vou começar explicando o que aconteceu após a ida da Luíza para o quarto.Dois dias depois que ela havia sido transferida, tiraram toda sua sedação, a examinaram e apesar da pancada na cabeça, da grande perda de sangue e da cirurgia soba a qual foi submetida, o médico disse que ela estava muito bem, que a partir daquele momento tudo dependeria exclusivamente dela para acordar. Quis continuar meu plantão permanente no hospital, mas no mesmo dia que tiraram a sedação por completo estavam todos no hospital e a Emma foi a primeira a dizer que não havia chance de isso continuar acontecendo porque além de eu estar acabado. Sim, ela falou isso. Na verdade, ela disse que se a amiga dela visse meu estado deplorável, provavelmente desistiria de mim, sabe o que foi pior nessa situação toda? Todo mundo que estava presente concordou com ela, então montamos uma espécie de escala onde cada um de nós fica como acompanhante. Se estou conseguindo cumprir de maneir
Lucca—Cheguei! — É a primeira coisa que falo, recebendo os olhares tanto da Emma como dela. Sem me conter, sinto meus olhos inundarem e corro para abraça-la — Meu amor, meu amor... que saudade de você, que susto — falo tudo atropelado a abraçando, beijando todos os cantos do seu rostinho, vendo que ela sorri em meio as poucas lágrimas que derrama.—Vou deixar vocês sozinho em quanto o médico não chega — Emma fala já se retirando do quarto enxugando as lágrimas que derramou a pouco.—Vo.... você estava onde? — É a primeira coisa que ela fala. Sua voz está meio baixa, provavelmente devido ao tempo que está sem falar e meu coração parece que vai saltar para fora do peito só em ouvir sua voz novamente — não... não vai responder?—Desculpa Baby, é que senti muita falta de você, do seu olhar, da sua voz — falo alisando o rosto perfeito dela, já sem nenhum arranhãozinho — Você não faz ideia do medo que tive de nunca mais poder te ver, de não ter a chance de olhar nesses olhos de novo, eu te
Lucca—O carro que bateu no seu, ultrapassou o sinal que estava fechado — suspiro tentando não surtar ao lembrara que já sei quem fez isso — seu carro rodou na pista capotando em seguida, o que deixou você de cabeça para baixo — ela me olha atenta em quanto pego sua mão — você está aqui a exatamente vinte dois dias, contando com o dia de hoje.—Nossa! — Ela arregala os olhos — não pensei que fosse isso tudo, imaginei uma semana no máximo.—Pois é, acho que isso explica a minha reação e a da Emma quando você acordou — falo vendo ela balançar a cabeça em concordância.—E o nosso bebê Lucca? Ninguém me falou nada sobre isso ainda, mas sei que são muitas coisas para me deixar a par — agora será o momento do qual venho tentando me preparar todo esse tempo. Respiro fundo e ela me olha atentamente.—Você sofreu muitos impactos fortes no acidente, quando chegou aqui estava apagada por conta de uma pancada na cabeça que foi considerada leve e estava em estado de choque — dou uma pausa para pen
LuízaQuando saí da empresa rumo ao trabalho da Emma, lembro de estar tão feliz com a vida. Tinha acordado radiante naquele dia — parece até uma grande piada — então estava cantarolando uma música qualquer que tocava na rádio pois nem a chuva que caia me fez mudar de humor, quando parei no semáforo não muito longe de onde teria que buscar a Emma lembro de passar a mão pela barriga tentando ver se tinha mudado alguma coisa, porque nós ainda não víamos diferença a não ser nos meus peitos e na parte hormonal que estava me fazendo comer triplicado além de me irritar com facilidade coisa que não é do meu feitio, depois disso, só lembro de passar no sinal verde, sentir um impacto muito forte do meu lado e o resto é um completo borrão, não consigo me lembrar de nada por mais que já tenha me esforçado desde o momento que abri os olhos. O médico disse que isso é muito comum, que pode ser que com o passar do tempo eu comece a lembrar dos fatos como também pode não acontecer e minha lembrança c