— Jesus, Shay! — ela ralhou para a amiga. — Você pode controlar a sua boca por um momento?A mulher levantou as mãos na defensiva.— Ei, tudo bem. Vou voltar ao trabalho. — Virando-se para mim, ela me cutucou. — Sei que isso é chato, mas você pode me dar um autógrafo depois, certo? A minha noiva é sua fã.Abri um sorriso para ela.— Claro. Quantos você quiser.— Certo! — Ela me enviou um sorriso largo. — Oh, garoto. A Jenny não vai acreditar! — Quando notou o olhar feio de Rupi, ergueu as mãos novamente. — Uh... ok. Estou de saída!Depois que Shay já estava fora de vista, eu me virei para Rupi. Suas bochechas estavam coradas, e eu só não sabia se era de chateação ou vergonha.— Desculpe por ter vindo assim. Espero não ter chegado em um momento ruim — falei. — O restaurante ficou bem cheio de repente.Ela cruzou os braços sobre o peito.— A minha avó vai surtar quando vir a quantidade de gente que há aqui, mas não posso reclamar se eles consumirem. Você gostaria de conversar comigo, su
Seus dedos nervosos se retorceram outra vez. O tom de voz uma nota mais baixa quando ela finalmente disse.— Bem, ok. A Shay basicamente me incitou a... fazer coisas com você.A sugestão tímida em seu tom de voz não deixava muito para a imaginação, mas se tratando de Rupi e sua amiga, a minha mente navegou em algo entre a tortura e o assassinato.— Fazer... coisas?— Sim — ela confirmou. — Coisas sujas.Puta merda. Eu gostaria de fazer coisas sujas com ela.Inclinei minha boca em um meio sorriso, sentindo-me divertido.— Ela fez, hein?Rupi deu uma risada nervosa.— Pois é, o que é uma coisa sem sentido, não é? Eu não seria louca de ir pra cama com você.Ela era boa em destruir um ego.— Sim. Totalmente sem sentido — fiz o meu melhor em disfarçar o incômodo. — Mas isso... nunca passou pela sua cabeça?— O quê? — Seus olhos estavam tão amplos, os ombros rígidos. Ela deu outra risadinha, essa mais alta e mais estridente — Humpf! Não. Eu já disse que superei você, Zac. Sem chance!Falemo
PrólogoRUPISe algum dia me dissessem que durante a adolescência eu não viveria um episódio aleatório de Gossip Girl, com toda certeza eu nem sequer teria me dado ao trabalho de ansiar por isso. A dura realidade é que os primeiros anos da adolescência nem sempre são glamourosos. Há as espinhas inflamadas, a menstruação lhe dando as boas-vindas; há os dramas amorosos que parecem se intensificar a cada momento — principalmente se você for uma garota sofrendo por um amor platônico e que não sabe controlar os próprios sentimentos, como eu.No meu caso, eu havia adquirido o pacote completo do Adolescente Esquisito e Vítima da Puberdade que costumamos ver nos filmes. Minha arcada dentária era torta, a maioria dos meninos não me achava atraente, e talvez eu assustasse boa parte deles quando reconheciam que eu tinha uns dez centímetros a mais de altura. Alguns até me chamavam de Rupi Bambu, o que me fez parar na detenção umas quatro vezes por conta das brigas em que me envolvi.Eu não gostav
RUPIAjeitei meus cabelos nervosamente e aproveitei para relancear um olhar na direção de Hillary Morgan. Ela não parecia nada feliz com aquilo. Eu achava que ela tinha uma queda por Zac, assim como eu. Ela era a garota mais bonita do seu grupo de amigos, e a que mais dava em cima dele também. Os dois combinavam, mas apenas o pensamento de vê-los tendo algo fazia meu estômago se retorcer.Depois de muitos segundos, que para mim pareceram uma eternidade, senti a mão de Zachary em meu pulso, me incitando a me levantar com ele. Eu me ergui imediatamente para evitar que ele pensasse que eu não queria ir. Eu queria. Queria muito. Aquela seria a minha chance de dar o meu primeiro beijo. O primeiro beijo com o garoto de quem eu gostava. O meu melhor amigo e minha pessoa favorita no mundo inteiro.Entramos no pequeno galpão que era destinado apenas para guardar algumas máquinas e ferramentas que o jardineiro da mansão usava. Não era um lugar tão sujo, mas também não era limpo. Eu não estava n
ZACDias atuaisOs lençóis de seda embaralhavam-se entre os dedos de Alyssa. A forte ascendência de seu peito era notória, conforme Edgar se posicionava entre suas pernas. O beijo foi faminto, as mãos urgentes do homem passeando pelo vestido longo de sua amada. — Você deve ser tão doce aqui embaixo, querida. Estou louco para prová-la, tal como provaria uma rosada e madura fruta suculenta. — Deus, aquela provavelmente era a frase mais brega que um cara já havia dito durante as preliminares. As pessoas realmente chamavam vaginas de frutas maduras no século 19? Insano. — Você é tão requintada, Alyssa. Diga-me. Diga-me o que você gostaria que eu fizesse com sua delicada fruta. Os olhos de Alyssa o encaravam com desejo e... diversão?Oh, não. Não faça isso, Ashley. Antes que eu pudesse lhe ajudar, Ashley Deacon, atriz premiada e colega de trabalho mais recente, explodiu em uma gargalhada.— Corta! — Malcom, o diretor, ordenou.Eu saí de cima dela, agradecendo quando a assistente de ceno
Minha colega de trabalho revirou os olhos.— Eu achei, por um momento, que não conseguiria levar em frente a gravação — disse. — Eu amo esse livro, e realmente acho o Malcom e o Sid profissionais incríveis, mas eles modificaram quase tudo da história original. Há coisas neste roteiro que eu não consigo concordar. — Então ela fez uma careta, se aproximando mais para cochichar: — Fruta rosada e delicada? Olhe só pra mim, pareço ter uma vagina rosada? Aliás, que tipo de pessoa hoje em dia consegue manter sua boceta como a de uma boneca?Se fosse qualquer outra pessoa ali, eu teria certeza de que cuspiria o gole de água que acabara de tomar, mas era com Ashley que eu estava lidando, então meio que já estava acostumado. Ela era o tipo de celebridade que tinha muita gente amando e odiando ao mesmo tempo. Ela podia ser um pouco assustadora se você não a conhecesse bem, mas eu já estava acostumado à sua boca suja e falta de filtro em alguns momentos.Nos tornamos amigos ainda na faculdade, qu
É realmente ruim ter todos os holofotes em cima de você vinte e quatro horas, então às vezes é mais fácil dançar conforme a música daqueles que têm o poder de nos derrubar.No andar de cima, adentrei minha suíte de proporções gigantescas e tomei um banho longo debaixo do chuveiro chique que eu só tinha porque, como havia mencionado antes, minha vida solitária ficava menos merda quando eu comprava coisas caras.A roupa que eu usaria na festa de casamento já havia sido separada, e estava muito bem passada em cima da minha cama. Eu me perguntava qual a maldita necessidade de se usar terno, uma vez que a festa seria em uma boate, mas não discuti as recomendações de Hillary. Ela era a anfitriã, no fim das contas.Eu já havia me vestido pela metade e estava colocando minha camisa quando a campainha tocou. De má vontade, desci as escadas e abri a porta. Não foi uma surpresa quando avistei a pessoa do outro lado, afinal já esperava por aquilo:Lindsay.Era incrível como, mesmo depois de termi
RUPI— Você está tão bonita!Sorri para a minha avó ao ouvir seu elogio, mas no fundo eu não estava tão animada para aquela noite quanto gostaria. O único motivo de eu estar me empenhando tanto para parecer apresentável na festa de casamento da minha rival de adolescência, a ponto de gastar meu único vestido de festa em uma cerimônia como aquela, era que eu era uma mulher orgulhosa, e recusar o convite de Hillary seria espelhar a menina medrosa e covarde que um dia eu fui.Hillary Morgan era, naquele momento, uma das maiores empresárias no ramo de joias da atualidade, e dado ao fato de que ela conseguiu encontrar meu perfil no Facebook e me convencer a ir à sua festa depois de dez anos, eu reconhecia que seu poder de influência era bem admirável.“Quero que todos os meus amigos de infância estejam no momento mais importante da minha vida”, ela disse quando lhe perguntei por que diabos estava me convidando. Eu cheguei a rir um pouco enquanto fitava a tela do meu notebook, tentando deci