(Ella)
Eu me remexi na cama, sentindo um calor leve se espalhar pelo meu corpo, e o aroma familiar e envolvente me invadiu. Era ele. Ethan. Aquele cheiro amadeirado e inconfundível parecia tomar conta de mim, mesmo antes de abrir os olhos. Suspirei, mas logo despertei assustada, lembrando-me das últimas horas. Meu corpo se ergueu na cama, e, ao olhar ao redor, reconheci que estava no quarto dele.
Levantei-me com uma dor de cabeça insuportável, um reflexo direto da minha bebedeira na noite anterior. Passei as mãos pelos cabelos bagunçados e olhei ao meu redor. Ele tinha me trazido aqui. Mesmo com o desconforto da ressaca, um sentimento de tristeza e vazio começou a tomar conta de mim. Ele havia me deixado sozinha, e isso, depois do beijo que trocamos, parecia errado. Meu primeiro beijo com Ethan... Meu corpo ainda se lembrava da intensidade daquele momento. Passei os dedos pelos lábios, que ainda e
(Ethan)Eu corri com força pelas trilhas escuras, minha forma lupina respondendo a cada comando instintivo. A floresta era um borrão ao meu redor, mas eu não sentia cansaço. Minha mente estava dividida entre a preocupação com Ella, que deixei no chalé, e a irritação por ter sido chamado a lidar com um problema na alcateia. Meus pés desaceleraram ao avistar a clareira onde meu grupo se reunia provisoriamente. Assim que atravessei os últimos metros, encontrei a cena que exigia minha presença. Uma mulher, suja e maltrapilha, estava sentada no centro, mãos e pés amarrados com cordas grossas. Ela parecia deslocada e vulnerável, mas havia algo nos olhos dela — uma confiança inabalável, quase desafiadora, como se ela não temesse estar cercada por lobos. Minha forma mudou conforme me aproximei. Ossos se ajusta
(Ethan)Meu lobo explodiu em um rugido interno tão alto que pensei que todos no chalé poderiam ouvir. Caminhei até ela rapidamente, agarrando seus pulsos para interromper o que estava fazendo. — Ella — minha voz saiu rouca, carregada de desejo e confusão. — O que você fez? Ela tremia, seu corpo ainda consumido por algo que não consegui identificar imediatamente. — Eu... bebi algo no seu quarto. Estava em um frasco com uma inscrição estranha. Minhas mãos apertaram seus pulsos com mais força. — Onde você encontrou isso? — Na gaveta trancada... Meu coração afundou. Ela havia tomado o amplificador de cio. A bebida não era feita para humanos. Eu precisava manter o controle, mas a visão dela naquele estado — a ca
(Ella)Acordei com um calor insuportável. Meu corpo parecia em chamas, e uma sensação estranha de peso sobre meu peito me fez abrir os olhos devagar. A luz da manhã invadia o quarto de Ethan, e quando foquei minha visão, meu coração quase parou. Ethan estava deitado sobre mim. Seus cabelos escuros estavam esparramados pelo meu peito nu, criando um contraste quase hipnótico com minha pele. Seus braços estavam relaxados ao meu redor, como se ele quisesse me proteger de algo, mas o que me deixou mais nervosa foi perceber que ele estava entre meus seios, com a respiração quente batendo contra minha pele sensível. O que havia acontecido? Tentei lembrar, mas minha mente estava uma confusão completa. A última coisa que recordava claramente era estar no quarto dele e mexer em algumas coisas que eu não devia. Depois disso... nada. Apenas flashes desconexos de calor, desejo e um nome ecoando na minha cabeça: Ethan. Meu coração batia descontrolado enquanto eu o empurrava de leve, tenta
(Ethan) Eu me sentei à mesa da sala, observando Ella do outro lado, ainda tentando absorver tudo o que havia acontecido. O dia tinha sido caótico, e agora eu precisava esclarecer tudo para ela. Ela ainda estava enrolada no roupão, com os cabelos úmidos e um ar de confusão estampado em seu rosto. Apesar disso, seus olhos brilhavam com uma curiosidade que ela não conseguia esconder. Respirei fundo. A verdade seria difícil de explicar, mas esconder só criaria mais problemas. — Acho que está na hora de te contar tudo, Ella — disse, minha voz mais calma do que eu esperava. Ela cruzou os braços, mas seu olhar permaneceu fixo em mim. — Tudo? Tipo, de onde você veio, por que eu acordei toda marcada e… o que você é exatamente? — Ela me estudava como se tentasse encontrar uma mentira em minha expressão. Assenti. — Exatamente. Os olhos dela se estreitaram, como se ainda estivesse decidindo se podia confiar em mim. — Certo, comece do início. Inclinei-me para frente, apoiando os
(Ella) Minha cabeça parecia uma tempestade, cada pensamento se chocando contra o outro enquanto eu tentava organizar os eventos das últimas horas. Aos poucos, os flashes voltavam à minha mente, como peças de um quebra-cabeça sendo montadas sem a minha permissão. Lembrei-me do calor insuportável, do desejo ardente que tomou conta do meu corpo, e, mais do que isso, das coisas que eu fiz com Ethan. Definitivamente, tudo aquilo foi minha culpa. E, claro, culpa da minha m*****a curiosidade. Se eu não tivesse bebido aquela droga estranha, nada disso teria acontecido. Meu rosto esquentou só de pensar no quanto eu tinha me entregado, no quanto eu havia me exposto diante dele. Mas, por mais que me envergonhasse, a realidade era clara: não me arrependia. Enquanto encarava o teto do quarto, uma pergunta insistente ecoava em minha mente: Eu estou apaixonada por um homem lobisomem?Sim, eu estava. Suspirei, sentando-me na beirada da cama. Tentei afastar esse pensamento, mas ele era como uma ond
(Ethan) Desde o momento em que ouvi Ella dizer que estava apaixonada por mim, meu mundo inteiro pareceu se alinhar. Ela não só sentia o mesmo, mas também me desejava, e isso despertava em mim um turbilhão de emoções. Eu a queria de todas as formas possíveis — corpo, alma e coração. Mas, mesmo com essa certeza, a sombra das responsabilidades pesava sobre mim. Ella era humana, e eu sabia que isso seria motivo de conflito dentro da alcateia. Embora minha palavra fosse lei como alfa, os anciões estavam vindo para a nossa alcateia, e isso trazia consigo um peso enorme. Meu pai sempre ensinou a mim e meu irmão que, por mais poder que tivéssemos, o respeito aos mais velhos era essencial para a estabilidade do nosso povo. Mesmo que, em retrospecto, eu duvidasse que Lucian realmente ligasse para isso. Deixei Ella sob os cuidados de Caelan. Ele era confiável e tinha um jeito mais calmo de explicar as coisas para ela. Antes de sair, parei à sua frente, e nossos olhos se encontraram. Havia um
(Ella)Ficar sozinha com Caelan parecia menos intimidante do que imaginei. Ele tinha uma presença tranquila e um jeito de falar que me deixava confortável, mesmo com toda a confusão em minha mente. Enquanto estávamos no chalé, não consegui evitar minha curiosidade. — Caelan... você também é um lobo? — perguntei, sem rodeios. Ele sorriu, aquele sorriso de quem já esperava a pergunta. — Sou, sim. Mas, ao contrário do Ethan, eu sou um beta. — Beta? — franzi a testa, tentando entender. — É como um segundo no comando — ele explicou, cruzando os braços. — Ethan me colocou nesse posto porque confia em mim. Sou o segundo em poder na alcateia. Assenti, absorvendo a informação. Saber que havia toda uma hierarquia no mundo deles era fascinante. — Por que o Ethan me marcou daquela maneira? — perguntei, sem hesitar, referindo-me às marcas dele em meu corpo. O sorriso de Caelan diminuiu, e ele desviou o olhar por um momento, claramente desconfortável. — Talvez... talvez essa seja u
(Ethan)O cheiro doce de Ella era algo que me acompanhava desde a primeira vez que a vi. Era um aroma que parecia impossível de ignorar, algo que se infiltrava nos meus sentidos e me fazia perder o controle. Quando entrei no chalé e senti o ar preenchido por aquele perfume, misturado ao leve odor de queimado, meu lobo despertou imediatamente.Eu queria ir com calma. Queria que ela se sentisse à vontade comigo, que confiasse antes de qualquer coisa. Mas quando percebi que ela havia se queimado e precisei lamber sua pele ferida, senti algo ainda mais intenso. O cheiro de sua excitação, mais puro e doce do que eu poderia imaginar, me atingiu como um soco no peito. Era intoxicante.Ela não fazia ideia do efeito que tinha sobre mim, e isso era o mais enlouquecedor. Meu controle estava por um fio. Mesmo assim, eu precisava manter a calma.— Nossa saliva pode curar pequenos ferimentos — expliquei enquanto tratava sua queimadura. — Só fique parada.Eu esperava que ela protestasse ou se afasta