(Ella) De repente, Ethan mudou de atitude e começou a encarar a porta como se esperasse algo ou alguém. Aquilo me deixou com um calafrio. Minha fome desapareceu, e o simples ato de engolir parecia difícil. Quando ele disse para eu não me mover, minha vontade era questionar, mas seu tom firme me congelou no lugar. As três batidas na porta soaram altas, cada uma ecoando como se fosse o prenúncio de algo ruim. Meu coração disparou, e tudo o que eu conseguia pensar era nas mensagens ameaçadoras. E se o stalker realmente conseguisse me encontrar, mesmo aqui? Ethan abriu a porta de maneira brusca, sua raiva era palpável. Foi quando ouvi um som que parecia um rugido baixo vindo de sua garganta. Meu corpo inteiro ficou tenso, mas minha curiosidade me fez espiar da cozinha. Na entrada, estava um homem. Um estranho de uma confiança que quase rivalizava com a de Ethan — talvez até mais. Ele sorriu, um sorriso largo e quase desafiador, estendendo a mão para Ethan, que a pegou com evide
(Ethan) Abri a porta com a tensão pulsando no ar. Desde o primeiro instante, meu instinto gritava para acabar com ele ali mesmo. Vampiros e lobos eram inimigos naturais, e aquele cheiro inconfundível de morto-vivo me fazia querer rasgar sua garganta. Mas eu sabia que, por causa da guerra, precisava engolir meu orgulho e fazer sacrifícios. Ele estendeu a mão, seu gesto irritantemente polido, e falou com uma confiança que já me irritava: — Senhor Silvershadow, sou Harrison. Bryce Harrison, do Clã Beaufort. Cerrei o maxilar antes de apertar sua mão, mantendo minha postura firme. Caminhamos até a sala, e mal nos sentamos quando ele soltou um comentário que quase me fez perder o controle: — Sua humana tem um cheiro maravilhoso. A maneira como ele a olhou fez meu sangue ferver. Em um instante, fui até Ella, tocando seu rosto com possessividade e beijando sua bochecha, deixando minha saliva em sua pele. Bryce sabia o que aquilo significava. Minha marca de domínio. Ela era min
(Ella) Estava sentada na beirada da cama, ainda trancada no quarto. A curiosidade me consumia enquanto tentava ouvir o que estava acontecendo lá fora. Pressionei o ouvido contra a porta, mas não consegui distinguir nada. A madeira era robusta, sólida, e abafava qualquer som. Suspirei frustrada, me afastando da porta. Então, ouvi passos pesados ecoando pelo corredor. Meu coração disparou. Fiquei encarando a maçaneta, que começou a girar devagar. Minha respiração ficou presa na garganta. Quando a porta finalmente se abriu, o alívio me invadiu ao ver Caelan parado ali, com um sorriso de canto nos lábios. Aquele sorriso era descontraído, mas também parecia zombeteiro, como se ele soubesse que eu estava tentando escutar através da porta. — Ethan mandou te entregar isso. — Ele ergueu a mão, revelando um celular. Caelan deu um passo à frente, inspecionando o aparelho antes de entregá-lo para mim. — É mais moderno que o seu antigo. Já vem com um chip novo — informou, me observ
(Ethan) Eu estava sentado no sofá, segurando a carta da líder do Clã Beaufort. As bordas do papel eram firmes, um reflexo da formalidade daquele clã. Do quarto, podia ouvir a respiração acelerada de Ella, mesmo que ela tentasse ser discreta. Rompi o selo da carta sem cerimônia, abrindo-a para ler o que Dominique Beaufort havia escrito. Seus favores nunca vinham sem um preço, e eu sabia disso desde o momento em que aceitei sua ajuda. 'Caro senhor Silvershadow, Espero que sua humana esteja bem. Independentemente de vocês terem um acordo ou não, fique tranquilo, pois ninguém além de mim sabe de sua relação com ela. Perdoe-me se Bryce foi um pouco imprudente; ele tem uma língua afiada. Os costumes de nosso clã são respeitosos e pacíficos, mas meu intermediador vaga muito pelo mundo, o que o fez mudar um pouco. Eu não ia cobrar seu favor, foi algo tão insignificante. Meus vampiros estarão de olhos no pai da humana e em sua recuperação. Porém, recentemente chegou ao meu conhecim
(Ella)Meu coração estava a mil enquanto me preparava para aquele jantar. Era a primeira vez que estaria em público como companheira de Ethan. A cada segundo que passava, um frio se instalava na minha barriga, misturando ansiedade e nervosismo. Passei a tarde no salão, algo completamente fora da minha rotina. Meus cabelos foram penteados em um coque delicado, minhas unhas estavam impecáveis, e a maquiagem leve realçava meus traços. Apesar de toda a preparação, o nervosismo ainda era maior que minha confiança. Quando voltei ao chalé, comecei a separar algumas opções de vestidos que tinha comprado mais cedo. Deixei-os dispostos sobre a cama e fui tomar um banho. A água quente parecia aliviar um pouco o turbilhão de pensamentos, mas ao sair do banheiro, um detalhe inesperado me fez parar no meio do quarto. Duas caixas
(Ethan)Minha mente vagava por territórios perigosos enquanto meus olhos acompanhavam Ella no vestido que abraçava cada curva dela. Ela estava tão gostosa, tão perfeita, que era difícil manter o controle. Queria que ela soubesse o quanto eu a achava incrível, porque, para mim, nenhuma mulher que cruzou meu caminho se comparava a ela. Depois que perguntei se ela estava pronta, vesti a parte de cima do meu terno, ajustando a gravata. Estendi o braço para Ella, que deu alguns passos trêmulos em minha direção, tentando equilibrar-se nos saltos. — Eu não estou acostumada com saltos altos — ela disse com um sorriso tímido, quase pedindo desculpas. Aproximei-a mais de mim, inclinando-me para sussurrar em seu ouvido: — Você tem seu noivo para se apoiar, então segure-se em mim. Sua pele
(Ella)Eu estava radiante. Talvez fosse o vinho, talvez fosse a atmosfera do lugar. Não, eu sabia o que era: Ethan. Cada vez que meus olhos encontravam os dele, eu sentia uma onda de felicidade me invadir. Ele estava tão gostoso, másculo e sexy. Ele havia tirado o terno e a gravata, deixando a camisa social com os punhos dobrados, revelando seus antebraços fortes, onde as veias saltadas chamavam minha atenção. Eu estava inquieta, fascinada, enquanto ele bebia e conversava com os homens. Queria saber sobre o que falavam, mas as esposas rapidamente desviavam minha atenção com suas conversas. Pareciam tão acostumadas àquilo, como se jantares formais fossem parte de suas rotinas. Uma delas, a mais nova — cujo nome eu já tinha esquecido —, se aproximou e cochichou animada: — Não sei o que vocês vão fazer depois, mas tenho uma ideia. Por que não vamos a uma boate? Consegui ingressos VIP para o show de um DJ incrível. Ele vai tocar músicas eletrônicas clássicas, só as melhores. Eu he
(Ethan) Ver Ella audaciosa daquela forma me deixou completamente enlouquecido. Ela havia me marcado com aquele beijo indecente. Não consegui evitar e a agarrei de imediato, firmando minhas mãos em sua cintura delicada. Aquilo alimentava meu instinto de posse, e por um breve momento, o lobo dentro de mim rugia em aprovação. O toque dela, mesmo inocente, me queimava como fogo, e eu sabia que estava jogando com um perigo que dificilmente conseguiria controlar. Quando ela falou que precisava conversar com "o homem dela", senti meu peito inflar com uma sensação estranha de orgulho e perigo. Aquilo me colocou numa posição vulnerável, mas também perigosa. Meu lobo estava à superfície, os olhos dela me desafiavam, e o cheiro doce de sua pele aumentava meu tormento. Eu sabia que Ella estava mais ousada por causa da bebida. Era evidente na forma como ela se aproximava, como a confiança brotava em seus gestos. Mas eu também sabia que ela sentia o calor do meu corpo contra o dela, e os meus