Sill me encarava, suas palavras me pegaram completamente de surpresa.
Meu pai que eu nunca conheci, segundo essa Kitsune havia matado seu povo e aprisionado sua mãe.Eu não tinha informações suficientes para negar o que ela dizia nem concordar.Não sabia muito desse homem, sabia só o que havia lido da visão da minha mãe em seu diário, mas sabia que a lealdade do seu povo era notável.Lutaram ao meu lado ao saber da minha linhagem, isso era lealdade.- Porquê está realmente aqui? - a questionei.
Carson que observava de longe se aproximou de nós, cauteloso ao perceber toda a tensão no ar, essa Kitsune falava do homem que me fez um mestiço.- Você não consegue imaginar?- retrucou.
Seus olhos pespicazes de raposa se sobressaíam agora, seu cabelo negro brilhava.
Não se notava mais nenhum ferimento, se eu fosse um humano teria fic- O que pensa que está fazendo Akira?Ela não é nossa inimiga.- protestou Kane se pondo entre nós dois, a Kitsune agora se levantava me encarando, um fio de sangue saía pela sua boca, ela passou as costas da mão limpando o sangue.Minha bochecha que havia sido atingida pela adaga dela também estava com um rastro fino de sangue.Limpei e observei o sangue vermelho em minhas mãos.- Entendeu que eu não te devo nada?!- exclamei para ela.- Eu trai meu povo, matei a Kitsune líder por você e você diz que não me deve nada?!- rebateu e vi suas garras se alongarem, seus olhos mudaram de cor para um azul gelado.Ao nosso redor o vento gelado nos atingiu e ohei para a grama aos pés da Kitsune, estava se formando finas camadas de gelo.Então era isso, uma Kitsune de gelo.Sill avançou cotra mim com suas garras expostas, sua calda agora revelada, era longa e branca como neve, seus olhos gelados me encarav
O kami das tempestades e do mar, matador de dragões havia se envolvido em batalhas de youkais.E sua escolha de lado foi baseada nos anseios de seu coração.Isso não me surpreendia.O Kami era sempre conhecido por ser impetuoso, imprevisível.Sempre procurou brigas com a poderosa Kami Amaterasu, rainha dos céus e deusa do sol.Então Susanoo havia se posicionado com os mesomorfos.- A princesa Akemi era uma guerreira brilhante, ganhou várias batalhas com seu povo contra os vampiros e feiticeiras e acho que isso chamou a atenção do Kami Susanoo.- continuou Sill.- Susanoo lutou com Akemi e recuperou todas as terras.- E o que aconteceu depois?- perguntou Carson.- Após a Vitória O Kami se casou com a princesa, tiveram uma filha chamada Mina que foi a mãe do rei atual dos mesomorfos, seu avô, minha mãe foi presa durante todas essas gerações Akira.- Sua linhagem vem de um Kami, do deus Susanoo!-
SayuriEra um verdadeiro caos na enfermaria, guerreiros feridos entrando carregados, semi-mortos.As curandeiras do castelo estavam juntamente comigo fazendo o melhor, mas eram tantos os feridos..Seus gemidos e lamentos ecoavam, não conseguia entender como um Oni que supostamente fica no Yomi torturando almas, aquilo era obra de uma feiticeira poderosa, abrir as portas do Yomi não era uma tarefa fácil e muito menos uma magia leve.Mas porque libertar um Oni dessa forma? Porquê?Corri na direção de um jovem que se debatia na cama, sua perna havia sido arrancada, sua pele estava completamente mastigada.Havia administrado uma poção para que ele dormisse, para que partisse sem dor, muitos homens podiam sobreviver sem uma perna mas em outros casos, no caso de uma mordida de um Oni parecia ser diferente.Antes de fazer todos os procedimentos necessários percebi que o lugar ferido parecia apodrecer rapidamente, eu não sabia como
AkiraCaminhávamos pela floresta evitando estradas, nenhum de nós queria ser visto.Agora armados apenas por bastões de luta, e nem se quer éramos bons no bojútsu que consistia na luta com bastão, Katsuo era um mestre em bojútsu.- Se não tivesse destruído minha katana algum de nós ao menos estaria bem armado.- Reclamou Carson.- Vocês samurais não andam sempre com outra lâmina curta? Qual era mesmo o nome?- Wakizashi.- informei.A Wakizashi era uma lâmina mais curta de no máximo 60 cm enquanto a Katana tinha 90 cm, as duas normalmente sempre estavam juntas, mas eu havia perdido a minha quando o Oni destruiu a casa, deixei meus sentimentos me cegarem e a perda da minha Katana me consumir.Vi mestre Kinoshita revirar toda a bagunça da casa e não me levantei para procurar minha Wakizashi.Um erro que nunca mais cometeria.- Você parece ter perdido a sua.- exclamou a Kitsune.
Takeda TakeshiSayuri estava ajoelhada na lama, a chuva caindo sobre ela enquanto chorava compulsivamente, me aproximei devagar pela chuva e toquei seus ombros que tremeram ao meu toque.Ela virou o rosto na minha direção e embora ele estivesse molhado pela chuva, seus olhos vermelhos eram muito claros para mim que ela chorava.- Estou aqui Say.- pronunciei suavemente e um trovão retumbou no céu.- Está aqui sim, para me convencer a encontrar a entrada do Yomi e de alguma maneira acha que eu posso fecha-la, mas não posso Takeda, não posso, não sou capaz disso.- exclamou se levantando e me encarando nos olhos.- Nós mesmos decidimos do que somos capazes Sayuri, o que nos diferencia uns dos outros é a vontade, se você diz que não é capaz então nada do que eu diga a você mudará o que você acha de si mesma.- Você é um guerreiro, é destemido por natureza, é fácil para você decidir ir até o Yomi
Akira ItoshiObservei o céu se iluminando com o sol subindo imponente, não havia conseguido dormir a noite, deitado na grama pensei no meu mestre e em tudo que me ensinou.Pensei em Sayuri e Emi.Emi ainda me odiava? Com toda a certeza que sim, acreditava que eu era um monstro por ter matado seu pai, ela nem se quer sabia que eu havia gostado de ve-lo morrer, isso me tornava um monstro?- Gostar de ver seus inimigos morrer não torna você um monstro.- murmurou Sill deitada de olhos fechados, já estava cansado de sua intromissão dessa forma e lancei uma pedra nela, que desviou mesmo estando de olhos fechados mas o movimento brusco e a pedra acertando a grama foram o suficiente para despertarem Carson alarmado empunhando a Wakizashi a esmo.- O que houve! Quem está ai!- exclamou ele se levantando com os olhos arregalados.- Ninguém.- respondi.Ele olhou para mim e depois para a Kitsune que se levanta
Castelo WashiO dia nem havia amanhecido ainda e Katsuo já havia reunido todos os guerreiros no pátio, todos enfileirados e aguardando as palavras de Katsuo.Eu observei seus rostos ansiosos e cansados e não pude deixar de imaginar que estaria levando muito ali para a morte certa.Mas não podia me dar ao luxo de ir sozinho em Aokigahara, não por medo do desconhecido, eu tinha medo era de falhar em minha missão.Ainda estava intrigado com minha visão, estava completamente clara para mim, não sabia o que causaria o fogo e nem tantos gritos mas precisava transformar em guerreiros melhores o máximo deles que eu conseguisse.Me aproximei de Katsuo antes que ele iniciasse o treinamento.- Katsuo, vou ajudar a introduzir o Nokashi aos guerreiros.- informei e ele me encarou, talvez ele acreditasse que eu não o julgava bom o suficiente para repassar o que o ensinei a tantos anos atrás.<
Montanhas ao sulRegião NobakeÉramos três andarilhos viajando por uma região que a mim e Carson era desconhecida, Sill não escondeu sua forma de Kitsune, seus olhos azuis brilhantes analisavam tudo ao redor, era uma província parecida com a dos humanos exceto que em vez de humanos eu via entrar na cidade Transmorfos de todos os tipos, seus olhos coloridos me diziam isso.Ao chegarmos nos portões fomos parados por um guarda que colocou a mão no ombro de Sill e Carson.- Somente transmorfos!- exclamou o guarda alto de barba branca.- Você transmorfo pode entrar.- se virou para mim.- Como sabe que sou transmorfo? - perguntei.- O cheiro imbecil.- exclamou o guarda.- apesar de você ter um cheiro muito fraco, deve ser mestiço não é?- Ouça ele não conhece nada daqui, eu já estive aqui antes e vou guiar ele na região.- exp