Akira
Caminhávamos pela floresta evitando estradas, nenhum de nós queria ser visto.
Agora armados apenas por bastões de luta, e nem se quer éramos bons no bojútsu que consistia na luta com bastão, Katsuo era um mestre em bojútsu.- Se não tivesse destruído minha katana algum de nós ao menos estaria bem armado.- Reclamou Carson.
- Vocês samurais não andam sempre com outra lâmina curta? Qual era mesmo o nome?
- Wakizashi.- informei.
A Wakizashi era uma lâmina mais curta de no máximo 60 cm enquanto a Katana tinha 90 cm, as duas normalmente sempre estavam juntas, mas eu havia perdido a minha quando o Oni destruiu a casa, deixei meus sentimentos me cegarem e a perda da minha Katana me consumir.Vi mestre Kinoshita revirar toda a bagunça da casa e não me levantei para procurar minha Wakizashi.Um erro que nunca mais cometeria.- Você parece ter perdido a sua.- exclamou a Kitsune.
Takeda TakeshiSayuri estava ajoelhada na lama, a chuva caindo sobre ela enquanto chorava compulsivamente, me aproximei devagar pela chuva e toquei seus ombros que tremeram ao meu toque.Ela virou o rosto na minha direção e embora ele estivesse molhado pela chuva, seus olhos vermelhos eram muito claros para mim que ela chorava.- Estou aqui Say.- pronunciei suavemente e um trovão retumbou no céu.- Está aqui sim, para me convencer a encontrar a entrada do Yomi e de alguma maneira acha que eu posso fecha-la, mas não posso Takeda, não posso, não sou capaz disso.- exclamou se levantando e me encarando nos olhos.- Nós mesmos decidimos do que somos capazes Sayuri, o que nos diferencia uns dos outros é a vontade, se você diz que não é capaz então nada do que eu diga a você mudará o que você acha de si mesma.- Você é um guerreiro, é destemido por natureza, é fácil para você decidir ir até o Yomi
Akira ItoshiObservei o céu se iluminando com o sol subindo imponente, não havia conseguido dormir a noite, deitado na grama pensei no meu mestre e em tudo que me ensinou.Pensei em Sayuri e Emi.Emi ainda me odiava? Com toda a certeza que sim, acreditava que eu era um monstro por ter matado seu pai, ela nem se quer sabia que eu havia gostado de ve-lo morrer, isso me tornava um monstro?- Gostar de ver seus inimigos morrer não torna você um monstro.- murmurou Sill deitada de olhos fechados, já estava cansado de sua intromissão dessa forma e lancei uma pedra nela, que desviou mesmo estando de olhos fechados mas o movimento brusco e a pedra acertando a grama foram o suficiente para despertarem Carson alarmado empunhando a Wakizashi a esmo.- O que houve! Quem está ai!- exclamou ele se levantando com os olhos arregalados.- Ninguém.- respondi.Ele olhou para mim e depois para a Kitsune que se levanta
Castelo WashiO dia nem havia amanhecido ainda e Katsuo já havia reunido todos os guerreiros no pátio, todos enfileirados e aguardando as palavras de Katsuo.Eu observei seus rostos ansiosos e cansados e não pude deixar de imaginar que estaria levando muito ali para a morte certa.Mas não podia me dar ao luxo de ir sozinho em Aokigahara, não por medo do desconhecido, eu tinha medo era de falhar em minha missão.Ainda estava intrigado com minha visão, estava completamente clara para mim, não sabia o que causaria o fogo e nem tantos gritos mas precisava transformar em guerreiros melhores o máximo deles que eu conseguisse.Me aproximei de Katsuo antes que ele iniciasse o treinamento.- Katsuo, vou ajudar a introduzir o Nokashi aos guerreiros.- informei e ele me encarou, talvez ele acreditasse que eu não o julgava bom o suficiente para repassar o que o ensinei a tantos anos atrás.<
Montanhas ao sulRegião NobakeÉramos três andarilhos viajando por uma região que a mim e Carson era desconhecida, Sill não escondeu sua forma de Kitsune, seus olhos azuis brilhantes analisavam tudo ao redor, era uma província parecida com a dos humanos exceto que em vez de humanos eu via entrar na cidade Transmorfos de todos os tipos, seus olhos coloridos me diziam isso.Ao chegarmos nos portões fomos parados por um guarda que colocou a mão no ombro de Sill e Carson.- Somente transmorfos!- exclamou o guarda alto de barba branca.- Você transmorfo pode entrar.- se virou para mim.- Como sabe que sou transmorfo? - perguntei.- O cheiro imbecil.- exclamou o guarda.- apesar de você ter um cheiro muito fraco, deve ser mestiço não é?- Ouça ele não conhece nada daqui, eu já estive aqui antes e vou guiar ele na região.- exp
Encarei a princesa após ela guiar magicamente minha Katana para a mesa atrás dela.- Estamos conversando mestiço, não vai levantar nenhuma espada para mim!- exclamou ela.- Conversando? Princesa não seja hipócrita, não estamos conversando você está me acusando e me ofendendo, ofendendo a memória do meu mestre!- vociferei para ela.Ela me encarou.- Você percebe o que suas ações fizeram mestiço? Você abandonou os transmorfos que lutaram por você em Nara, agora todos estão mortos!- repetiu.- Não estava pronto para liderar, não sabia o que deveria fazer será que não entende?!- rebati.- Você não só causou a morte dos seus, você manchou sua imagem perante os transmorfos, sua lealdade agora é questionada por cada transmorfo desse país, como você espera conseguir o apoio dos clã para sua reclamação sobre o trono transmorfo do
Fui subindo pulando os degraus de dois em dois, ao chegar perto do topo vi um enorme portão aberto, o portão era vermelho escuro, havia dois guardas transmorfos em cada lado.Ao me aproximou da entrada apontaram suas lanças para mim, estava sem paciência para conflitos e gritei por Mina.- Você me faz subir tudo isso para que esses guardas me impeçam de entrar!- gritei pelo portão.Logo vi Mina aparecer, descendo os degraus de uma casa e caminhando até a entrada do portão, com um aceno de mão os guardas abaixaram suas lanças e entrei sendo guiado por ela até a casa, atravessamos um jardim muito bonito, a grama de um verde muito impressionante, alguns arbustos com flores azuis intensas chamou minha atenção.A casa era linda, os degraus eram de um marrom escuro e luminoso, muitas flores por todo o lugar, ao entrar na casa tirei os sapatos como s tradição pedia assim como Mina, uma mesa baixa estava disposta no chão de madeira, a mesa estava cober
Mori AkiraCasa da princesa MinaO mensageiro que se apresentou como servo do clã Saito foi convidado a entrar pelas servas que o conduziram a sala de estar, onde o mensageiro passou por nós mas não nos olhou.- Que mensagem você acha que ele traz?- Carson se aproximou de mim assim como Sill, ele se referia ao mensageiro.Eu não sabia qual era a mensagem mas de certo era minha melhor chance de saber mais do clã Saito.Precisava do apoio deles para lutar contra Kin.- Não sei Carson.- respondi.O dia transcorreu calmo, o mensageiro foi acomodado pelas servas em um cômodo da casa na espera do retorno da anfitriã.Carson e Sill continuaram seus treinos enquanto eu pensava em um modo para me aproximar do mensageiro.- Um jantar, pode pedir para as servas fazerem um jantar e você mesmo se apresentar a ele.- sugeriu Sill.- Ou pode esperar por Min
A estadia de Nakamura estava sendo marcada por suas inúmeras lições sobre as guerras que seu clã foi convocado a participar, Nakamura exibia todo seu orgulho por seu clã Saito, mas a espera por Mina a princesa o estava deixando impaciente.Uma semana havia se passado e a princesa não havia retornado.- Talvez eu deva leva-lo comigo sem a presença dela.- sugeriu Nakamura para certa tarde enquanto treinavamos.- Não sei se é prudente chegar a casa de sua familia sem a princesa.- respondi.Nakamura apertou os olhos me analisando com cuidado.- Compreendo o que você teme Mori Akira, Mina é uma princesa e tem sua própria guarda de Tennyos e transmorfos com ela para garantir sua segurança, mas você tem só seus amigos e vejo que não está ansioso para adentrar um castelo cujo o clã você não tem total certeza da lealdade, mas o que não entendo é que pelo o que me contou antes de Mi