Parte 1...Fellipe garantiu que estava linda no vestido violeta que tinha escolhido para ir com ele à recepção.— Estou me achando estranha - fez um pequeno bico — Eu não me recordo de ser pançuda antes.— Não é pançuda - riu e a abraçou por trás — Está grávida. E uma grávida linda e cheirosa - beijou sua nuca.— Acha mesmo?- se sentia insegura.— Não acho, tenho certeza - a virou para ele — Você está com outro brilho, agápe mou.— Obrigada, você também está lindo.— Ah, estou é? - ergueu uma sobrancelha — Se não fosse algo importante, eu dispensaria essa recepção para ficar na cama com você.— Hum... Eu gosto dessa ideia - riu.— É, mas vai ficar para depois, porque tenho que ir.Ela suspirou fundo. Claro que tinha.No carro ele segurou sua mão o tempo todo. Ela se sentia um pouco receosa de aparecer assim no meio de tanta gente. Pelo que tinha entendido ela sempre estava com ele, mas pouco conhecia de sua família e amigos e agora iria aparecer dessa forma, esperando seu filho.Quand
Parte 2...— Tudo bem, eu entendo que tem a questão da criança - um dos irmãos disse — Mas que inferno, você não tem que se casar com ela. Essa mulher não presta, é falsa.Ela levou a mão à boca, espantada.— Não fale dela desse jeito, Eros.Pelo menos ela ouviu que Fellipe a defendia.— Meu irmão, essa mulher vai trazer desgraça para sua vida.Ela levou um choque. Porque ele pensavam isso dela? O que será que tinha acontecido no passado para odiarem assim seu casamento?— E você não pode perdoar o que ela fez com a empresa - ouviu a voz de Miranda — Ela é uma ladra. Roubou os projetos das embarcações e vendeu ao concorrente - falava com raiva — Agora eu descobri que tinha mais coisas roubadas também. Foi ela, Fellipe. Não pode se casar.— Você é só uma empregada, Miranda - ele respondeu irritado com ela — Não tente mandar em mim ou vai se arrepender.Cora sentiu um gosto estranho na boca. Seu coração disparou e uma pontada fina na lateral da testa a fez apertar os olhos de dor. Começ
Parte 3...— Você tem que ter calma, Cora - Robin bateu de leve em sua perna.— Como eu vou ter calma - fungou e aceitou o lenço de papel que ela lhe passou — Eu os ouvi conversando... Lá no jardim - sua voz ficou fraca e secou os olhos com o lenço — Veio tudo... Assim... - soluçou.— Calma... Eu não entendi direito... Respire fundo e comece de novo. Me diga tudo, não esconda nada.Cora esfregou a testa se sentindo agoniada. Seria bom poder desabafar. Precisava mesmo tirar isso de dentro ou acabaria causando um mal ao seu filho.— Eu ouvi... - gesticulou nervosa — E veio na minha cabeça... Ele brigou comigo, me acusou de coisas que eu não fiz - soluçou de novo — E eu nem sabia do que falava...Robin alisava sua perna, deixando que ela falasse tudo o que queria, sem apressar, nem questionar. Talvez se fizesse isso, ela se quebrasse de vez, de tão frágil que sua figura parecia agora.— Eu nunca faria o que ele disse... - recomeçou a chorar — E ainda assim eu nem pude me defender, ele n
Parte 4...Ficou revoltado. Ele nunca soube de nada sobre isso. Pensou nos irmãos, mas apesar da raiva, eles não seriam capazes de fazer algo do tipo. Esconder um pedido de resgate, sabendo que Cora estava na mão de bandidos. Não, eles não seriam cruéis assim.— Fellipe, minhas suspeitas recaem sobre uma pessoa.Ele passou os dedos pelo cabelo, nervoso, pensando que agora Cora sabia que ele era um dos culpados de seu sequestro. Ele a tinha jogado para fora de sua casa naquela noite e ela tinha ido direto para as mãos dos homens que a sequestraram.— De quem desconfia?— Eu não vou revelar anda agora, isso pode atrapalhar nossa investigação, mas creio ter conseguido um ponto importante.— Obrigado pelo que está fazendo, Robin.— Fico feliz em ajudar - foi sincera — Quando você apareceu na agência eu aceitei o serviço não apenas pela parte financeira, mas pela história difícil que Cora se encontrava. E ao conhecê-la tive certeza de que deveria entrar nessa investigação - se aproximou de
Parte 1...Cora abriu os olhos devagar. Se sentia pesada, não cansada, mas o sono tinha feito algo bom. Agora estava com a energia recobrada e podia fazer algo. Na noite anterior ficou tão mal que não sabia o que fazer, além de chorar. Estava muito desesperada.Levantou e ao foi ao banheiro. Estava sozinha. Melhor assim.Trocou de roupa e com o coração pesado, tomado de inseguranças e medo do que viria por aí, retirou o anel de compromisso que ele havia lhe dado e deixou em cima da mesinha ao lado da cama.Saiu do quarto devagar. Não sabia bem o que fazer ainda, mas precisava pensar e se ficasse ali, logo alguém iria aparecer e ela acabaria sendo convencida a continuar.Não estava em condição de ter uma conversa com Fellipe agora, depois de tudo o que sua mente havia lhe revelado e que talvez fosse melhor ter ficado escondido para sempre.Ele a tinha jogado na rua e depois a abandonou com as pessoas que a sequestraram. Então, o que ele planejava agora para ela. Porque havia lhe pedido
Parte 2...Viu um carro preto passar e sentiu um arrepio de medo. Pensou na noite em que a levaram. Se arrepiou de novo. Não deveria estar ali na rua, tinha agido por impulso. Poderia pensar no que fazer no apartamento de Fellipe, ainda que ficar lá agora seria muito difícil, mas tinha que pensar no filho que teria e por isso não dava mais pra agir de modo egoísta.Respirou fundo e voltou pelo mesmo caminho, andando apressada, quando ouviu um carro ao seu lado e seu coração disparou.— Cora!Ela se assustou, mas olhou de lado. Era o irmão dele. Continuou a caminhas e ele a seguiu com o carro.— Cora, por favor... Fellipe está louco atrás de você.— Até parece - deu uma risadinha irônica.— Juro que é verdade. Acabei de chegar ao condomínio e ele estava saindo desesperado em sua busca.Ela apenas deu de ombro.— É bom que ele esteja fora quando eu voltar, assim terei tempo de pegar o que for meu e dessa vez sumir de vez.— Não faça isso, Cora, por favor. Meu irmão não merece isso.Ela
Parte 1...Fellipe entrou no apartamento como um furacão, mas Eros o segurou na sala.— Eu tenho que falar com ela - puxou o braço.— Não agora. Robin está no quarto com ela e as duas estão conversando - inspirou fundo — E eu tenho que pedir desculpas - esfregou a nuca — E para ela também. Pelo pouco que vi e ouvi, não creio que Cora tenha feito o que a acusamos no passado. Erramos feio.— Eu também errei muito - sua voz ficou embargada.— Você não teve culpa, irmão, foi um momento difícil.— Mas fui eu quem a mandou embora e eles aproveitaram disso. — As coisas vão melhorar, eu sei que vão.Eros no fundo sentia um tanto de culpa também, porque ele tinha sido um dos que mais falou contra Cora ao saber do suposto roubo. Teria que explicar a Alezandro também. Ele também estava curioso.— Deixe que Robin a acalme e depois você entra.— Está bem.Fellipe assentiu, mas tão logo o irmão se afastou para ligar, ele foi depressa ao quarto, mas parou antes ao ouvir as vozes lá dentro. A porta
Parte 2...— Meu Deus, isso é horrível, irmão. Ela deve estar realmente muito fragilizada agora - apertou os lábios pensando — Eu não creio que ela tenha feito isso, não diante do que estamos vendo agora. Nesse momento Robin apareceu na sala onde estavam. Finalmente pode revelar o que fazia. Eros ficou chocado.— Então, você na verdade é uma detetive?— Exato - sorriu — Seu irmão acertou com o chefe de polícia que cuida do caso, para haver uma investigação em vários níveis. Eu trabalho em conjunto com eles e trocamos informações - cruzou os braços — E também tenho mesmo curso de enfermagem, o que facilitou para que eu fosse chamada para esse caso - fez uma cara pensativa e suspirou — E tudo o que descobri, junto com a equipe da polícia, nos leva a crer que quem fez tudo isso foi...— Miranda!O irmão o olhou fazendo uma careta perplexa.— Sim. Como pensou nela?— Estava ao lado da porta, ouvindo sua conversa - esfregou o rosto — Ela tinha como fazer isso e podia fazer.— Então ela te