Lembrando o passado

Cap. 04

         Me Reverso por Amor a ela

                       Stefano

     Esses dias no hospital está sendo como uma prova de fogo, estou cheio de pensamento, e revendo tudo que vivi até aqui, e assim que sair pretendo dar um tempo, e pensa em tudo, inclusive noto que não estou conseguindo disfarçar o tom da minha voz, com tanta facilidade como antes, minha voz está mais grossa, e os pelos estão voltando com tudo, em todas as partes, talvez seja porque não estou tomando o coquetel de hormônios femininos, e as injeções, nem fazendo depilação a laser em todo corpo, minha mãe até quis trazer a profissional de estética, e meu maquiador, porém não permitir nada disso, estou exausta desses sacrifício, e não acho que quero continuar lutando tanto para ser visto como mulher, afinal é muito desgaste para obter o resultado, quando não se tem o gênero Xy. Sempre fiz tudo antes, mesmo sofrendo horrores, mas achava que era isso mesmo, já que as próprias mulheres, relatam sentir dor, então achei que fosse normal.

    As visitas frequentes ao psicanalista, psiquiatra, todos amigos da minha mãe, sempre me ajudou, pois sempre dizia que eu realmente estava seguindo o meu caminho, e que o sacrifício para obter minha beleza incomum valia a pena, realmente o resultado de anos de intervenção e estética me tornou uma mulher trans de beleza única deixando uma mulher convencional chorando, mesmo com minha altura de quase um metro e setenta e sete…

     Sou ruiva natural, com olhos azuis, e rosto impecável com traço harmônico, realmente sempre fui bonita mesmo sem maquiagem, apesar das leves sardas, que nem apreciar devido a tantos tratamento de pele, coloquei silicone com dezesseis anos, minha mãe conseguiu uma autorização especial, meu pai apesar de distante sempre me aceitou como mulher trans, e também autorizou, mas houver uma única vez, que ele me levou no psicólogo, quando fui vê-lo no Brasil, sou bilíngue pois meu pai é Brasileiro, e sempre estudei português, espanhol, alemão, inglês, além da minha língua pátria, francês, mas meu conhecimento  intelectual nunca chamou atenção, sempre foi a minha beleza exótica, e cor dos meus cabelos de um tom único, Lina e Chloe, minhas colegas modelos que são aclamada nas passarelas mundial junto a mim, e que também vivem da imagem, morriam de inveja, porém elas nunca souberam que eu não era tão mulher quanto elas. 

     Realmente sempre me senti muito bem ouvindo, que era belíssima, e claro desde muito pequena adorei o apelido que minha mãe me deu, princesa maravilhosa.

      Eu sempre fazia tudo para ela me elogiar, e me falar que eu Stefani era sua princesa, e ainda por cima maravilhosa.

         Já que ter um órgão diferente das meninas, era para mim um pouco confuso, mas mamãe sempre me fez acredita que eu era especial e maravilhosa por isso, tive aulas em casa até os dez anos de idade, e só depois que comecei a estuda em escola normal que tive conciência que era algo anormal, pois fui no banheiro de meninas e vi, por puro acaso uma colega que precisou de ajudar, pois estava sagrando pela vagina, e ela me mostrou, pois até aquele momento eu não sabia que meninas eram diferentes de mim, já que fui criada de forma restrita e com pouco convivência de pessoas fora do círculo restrito de amizade da minha mãe, que era só de mulheres, por isso geralmente eu só brincava com filhas dessas amigas, e me lembro que a única vez que havia brincando com um menino, e foi incrível pegar os carrinho e super heróis dele, minha mãe gritou em desespero quando viu, que eu fazia igual o garotinho, então ela me mandou largar imediatamente os brinquedos, em seguida minha mãe rapidamente, desfez a amizade com a nova amiga, e nunca mais  eu tive a chance de brinca com um menino, já que minha mãe me fez prometer nunca mais pegar um brinquedo de menino, pois eu era sua princesa maravilhosa, e ela não iria admitir ou aceitar, coisas masculinas.

        Minha mãe chegou a me bater com cinto e me colocou de castigo, por vários dias, já que chorei querendo os carrinhos, e os bonecos, então ela fez várias ameaças, me dizendo que eram coisas monstruosas.

      Com apenas seis anos não entendi nada, realmente minha infância foi muito confusa.

     E, com anos de medicação, injeção e acompanhamento psiquiátrico e psicológico, e já com doze anos comecei a fazer canto, e aprender a dominar o tom de voz, e usar maquiagem, sempre.

      Os concursos de beleza vieram em seguida, e como minha mãe era profissional da beleza, ela  fazia minhas maquiagens, pois tinha curso de cabelo e maquiagem, e com tempo e empenho, ela começou com seu negócio, um salão de beleza incrível. 

   Ganhei vários prêmios de concurso de beleza que ela investiu na empresa, e por fim tia Emma se casou, e seu marido faleceu em um acidente de carro, deixando a ela um seguro de vida de alto valor, e ela aceitou investir ainda mais no salão.

      Acabei estudando química farmacêutica industrial, e com tantas necessidade desenvolvi uma série de produtos, para meu próprio uso, e assim nasceu várias versões mais versátil para o grande público que frequentava o salão New Donna, sempre notei a clientela de homens que se transformavam em mulher, e assim fui crescendo vendo de tudo e me familiarizando, e aceitando se parte deles, já que essa foi minha vida, nunca me senti menos. Afinal, minha vida era  perfeita e cheia de conquistar eu realmente estava indo rapidamente direto para o sucesso, e foi o que realmente aconteceu, alguns anos depois nos negócios, de forma que a fábrica se tornou real, e os produtos de cosméticos, e suplementos alimentar, e maquiagem começou a sair um lançamento atrás do outro, onde a maquiagem de cobertura especial de marchas e de sobrancelha, e sombreado de barba e batons, e cremes, e até vitaminas para inibir testosterona, seguido de um poderoso anestésico anal, e perfumes erótico, fez o grande trunfo da Starkay cosméticos ir para todos lugares pelo mundo, em escala global, e meu rosto sendo a modelo das embalagens. 

  E, dos catálogos dos lançamentos, mas, acabei dando também oportunidade a vários modelos, masculino trans, gay, lésbico.

      Até mesmo na empresa, e na fábrica sempre fiz questão de trazer pessoas com o meu perfil, e de ter escolhido a sexualidade diferente da sua original, já que eu sabia da dificuldade de aceitação no mercado de trabalho, e portanto era minha meta abrir portas para os meus iguais.

      Minhas amigas, Melanie, Josie, Will, meus braços direitos, e minha então fiel empregada Mércia, são todas trans.

      Somente William mantém a forma de homem, por dizer ser uma trans de uma geração liberal sem tanto sacrifício, inclusive já rimos muito dela por isso.

 Somos uma comunidade de amigas, mulheres que se sentem à vontade, mesmo tendo ainda o órgão masculino, Mércia, minha empregada fez a retirada do seu membro, a pouco tempo, e puder acompanhar todo o seu sofrimento até a recuperação, e ela mesma disse que se soubesse de como seria realmente não teria feito.

     

     Partindo de todos que conheci e souber, já que mesmo eu estando no meio deles, quase ninguém sabia da minha condição, somente Melani e Will sabia, pois precisei me abrir, e saber como seria minha primeira vez. 

      

         Connor, era meu primeiro encontro, e eu não tinha medo dele, porque ele me disse que era bissexual desde que nos conhecemos, foi uma situação tranquila e nos envolvemos por cerca de seis meses, porque ele queria trocar comigo, de forma tradicional, comigo passivo e ativo Não durou muito, já que todas as experiências eram realmente horríveis, e usei todos os dias de Melani e Will, não pude dar ou devolver, e finalmente acabou. Mas, ficamos amigos, e ele sempre me manda mensagens, ou almoçamos e vamos a algumas festas juntos. 

       Autor: Graciliane Guimarães

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