Amélia Alder SilverEstou tentando entender qual foi a entidade que me possuiu noite passada para que eu tivesse coragem de sugerir aquilo para Maximus, mas cheguei a conclusão de que não há entidade alguma, a única coisa que há entre nós dois é desejo mais do que suficiente para quatro pessoas.Ao observá-lo na festa, eu já estava convencida de que não ia segurar minha inocência para sempre, mas não sabia que ia aproveitar para barganhar com ela. Foi algo que me ocorreu subitamente e quando vi as palavras já estavam saindo da minha boca. Assim como eu imaginei, ele não me disse nada, mas eu ainda quero saber e vou continuar tentando até ele ceder. Percebi que eu realmente quero saber tudo, são coisas que me assombram a mente quando menos espero e eu preciso de respostas que só Maximus pode me dar. – A festa foi um sucesso! Estava tudo lindo, assim como o planejado. Vocês estão em todos os jornais – Grace diz animada enquanto serve o café e eu sorrio.– Você quer ver? – Maximus pergu
Amélia Alder– De todos os dias disponíveis, precisava mesmo chover justo hoje? – questiono olhando a chuva torrencial que cai pela janela. Não estamos em época de chuva e mesmo assim está chovendo.Enquanto Maximus ligava para o piloto e reservava o nosso helicóptero, eu sai para passear no jardim e observei que as nuvens pareciam mais escuras que o normal, o que eu não sabia é que um toró forte começaria a cair dez minutos depois.Não preciso nem dizer que a chuva acabou com o nosso programa de casal e agora estamos aqui, no nosso quarto, escolhendo um filme para assistir. Maximus sugeriu de irmos para o cinema que há na casa, mas eu neguei. Assistir deitado parece muito melhor e a TV que há no quarto é grande o suficiente para isso.– Não podemos controlar a chuva – Maximus diz, zapeando entre os filmes a procura de um.– Eu sei, mas Las Vegas nunca chove assim, fora da época e veja lá fora, está chovendo tanto que parece que vai cair o mundo.– Acontece as vezes, não precisa ficar
Maximus SilverEstamos nos beijando loucamente no meio da chuva e eu não sei onde meu corpo começa e onde o de Amélia termina quando ela se afasta subitamente, assim como fez da outra vez em que nos beijamos. Rapidamente, seguro-a pelo braço e mantenho ela no mesmo lugar de sempre.A mulher decidida e animada deu espaço a uma mulher contida, que me olha com desconfiança e vergonha.– Não pode continuar fugindo, Amélia. Não para sempre. Seu corpo sabe o que quer e eu também sei – murmuro para ela e faço questão de que veja meus olhos, mas ela desvia o olhar.– Acho que você tem razão. Vamos entrar antes que a gente adoeça – evitando o meu olhar, ela se levanta rapidamente só para cair segurando o tornozelo. – Ai!– Esqueceu o motivo de estarmos no chão? Me joguei para que você não quebrasse a cara, mas não pude fazer mais nada pelo seu tornozelo. Vamos, eu te carrego.– Não, eu posso andar perfeitamente.– Um caralho que pode – digo indo contra seus protestos e pegando-a no colo. Olho
Amélia Alder– E acho também que deveríamos mudar a cor das cortinas da casa para… Senhora, está ouvindo o que estou dizendo? Senhora?– Desculpe, sim, estou ouvindo. Que cor você sugere? – digo despertando do meu transe e Grace me encara com curiosidade.Não consegui dormir bem na noite passada, pois cada vez que eu fechava os meus olhos revivia a cena da chuva que aconteceu na tarde de ontem. Estou presa em casa por causa do meu tornozelo machucado e Maximus foi trabalhar, não antes de me proibir de descer para qualquer coisa que seja. – Bem, branco. A senhora aprova? – ela diz com os olhos brilhando.– Grace, por que quer pôr cortinas na casa? – questiono interessada. A casa é muito iluminada e há muitos detalhes em vidro, o que permite que a luz do sol entre.– O Sr. Silver disse que eu poderia discutir qualquer mudança com a senhora – ou seja, ele está me forçando a tomar decisões. Maldito controlador.– Eu entendo, mas qual o motivo das cortinas?– Não acha que a casa é muito i
Maximus SilverAndo rapidamente e desço as escadas de dois em dois degraus o mais rápido e estável que as minhas pernas permitem. – Senhor, o almoço… – Grace diz ao pé da escada, mas eu apenas levanto a mão e saio andando até a saída.– Senhor… – John está me olhando com confusão e eu apenas levanto a mão, indicando que não quero ouvir.– Para a empresa – peço entrando no carro.– O almoço…– Agora – meu tom não deixa espaço para questionamentos ou dúvidas e John percebe isso rápido, porque ele não diz mais nada.Consigo controlar meus pensamentos apenas até o momento em que entro no meu escritório e tranco a porta. Ao lado da porta, me sento em crise e agarro os joelhos, a respiração falha, o coração acelerado com as lembranças da infância e é como se eu tivesse um flashback da minha versão mais nova, mais fraca e um pouco mais inocente também numa ocasião única, o dia em que estraguei o jantar de negócios do meu pai e, consequentemente, a primeira vez que a minha mãe me colocou de
Amélia Alder Silver– Nós precisamos conversar. Uma conversa que não pode ser pelo celular e não pode esperar – digo de uma forma bem decidida e não há espaço para questionamentos na minha voz.Passei a manhã toda pensando nisso e estou convencida de que é o melhor para nós dois. Não aguento mais essa situação.– John, poderia nos deixar a sós? – Maximus pede ao perceber que estou falando sério e John se despede com um aceno.– Tranque a porta – peço e ele arqueia a sobrancelha. – Não quero que ninguém entre e nos interrompa – explico.Em silêncio e com desenvoltura, Maximus vai até a porta e aperta em vários botões, fazendo algo que eu definitivamente desconheço muito, mas que fecha a porta. Ao vê-lo assim, eu tenho um dejavu do dia que nós conhecemos e o meu dia caiu. Quem diria que eu me casaria mesmo com ele depois de ouvir sobre aquele contrato absurdo. O ditado é certo “nunca cuspa para cima, pois pode cair no seu rosto”.– Certo, a porta está trancada. O que você… – empurro pa
Amélia Alder SilverAo contrário do que pensei, não tive a oportunidade de pular em cima de Maximus assim que chegamos em casa porque Andrew, Liam e Alexander estavam lá esperando por nós dois.– Deem as boas vindas ao seu mais novo vizinho – Andrew diz assim que colocamos o rosto na sala de estar e Maximus não parece nem um pouco feliz.– Você fez mesmo isso? Não acredito. Parabéns pela sua nova conquista – digo tranquilamente. Já que ele está feliz, por que não parabenizá-lo por isso?– É claro que eu fiz, foi uma ótima ideia essa que o seu marido teve.– E qual é o motivo para você estar aqui mesmo? – Maximus questiona aborrecido, mas como Andrew está feliz, ele nem mesmo percebe o tom amargo na voz do meu marido.– Qual mais? Precisamos comemorar minha casa nova com uma boa bebedeira!– Andrew, estamos no meio da semana, você não acha que isso é um pouco… – Irresponsável? Nós dissemos isso também – Liam aponta – mas ele não quis nos ouvir de forma alguma.– Não me importo se esta
Maximus Silver– Será que não vou ter paz hoje? – questiono me levantando. Estou no meio de um oral, mas Grace está batendo na porta a alguns minutos e isso está acabando com o clima. Eu esperava que ela fosse desistir depois de perceber que estamos ocupados, mas parece que é um caso de vida ou morte.É a única explicação para ela ser tão insistente.– O que aconteceu? – Amélia pergunta. Ela está com as bochechas coradas, os cabelos bagunçados e parece aérea.– Grace está batendo na porta a algum tempo. Vou precisar abrir – digo com pesar para ela e ela sorri.– Ela estava batendo? Nem percebi. Será que é algo sério? – questiona se cobrindo enquanto eu visto a calça.– Eu realmente espero que seja – confiro se ela está devidamente coberta e ando até a porta. Abro a porta e encontro Grace aflita do lado de fora. – Sim, Grace?– Está ocupado, senhor? Desculpe incomodar.– Não estou – graças a você, completo mentalmente.– O Sr. Andrew disse que está ligando para você e você não está ate