Amélia Alder– De todos os dias disponíveis, precisava mesmo chover justo hoje? – questiono olhando a chuva torrencial que cai pela janela. Não estamos em época de chuva e mesmo assim está chovendo.Enquanto Maximus ligava para o piloto e reservava o nosso helicóptero, eu sai para passear no jardim e observei que as nuvens pareciam mais escuras que o normal, o que eu não sabia é que um toró forte começaria a cair dez minutos depois.Não preciso nem dizer que a chuva acabou com o nosso programa de casal e agora estamos aqui, no nosso quarto, escolhendo um filme para assistir. Maximus sugeriu de irmos para o cinema que há na casa, mas eu neguei. Assistir deitado parece muito melhor e a TV que há no quarto é grande o suficiente para isso.– Não podemos controlar a chuva – Maximus diz, zapeando entre os filmes a procura de um.– Eu sei, mas Las Vegas nunca chove assim, fora da época e veja lá fora, está chovendo tanto que parece que vai cair o mundo.– Acontece as vezes, não precisa ficar
Maximus SilverEstamos nos beijando loucamente no meio da chuva e eu não sei onde meu corpo começa e onde o de Amélia termina quando ela se afasta subitamente, assim como fez da outra vez em que nos beijamos. Rapidamente, seguro-a pelo braço e mantenho ela no mesmo lugar de sempre.A mulher decidida e animada deu espaço a uma mulher contida, que me olha com desconfiança e vergonha.– Não pode continuar fugindo, Amélia. Não para sempre. Seu corpo sabe o que quer e eu também sei – murmuro para ela e faço questão de que veja meus olhos, mas ela desvia o olhar.– Acho que você tem razão. Vamos entrar antes que a gente adoeça – evitando o meu olhar, ela se levanta rapidamente só para cair segurando o tornozelo. – Ai!– Esqueceu o motivo de estarmos no chão? Me joguei para que você não quebrasse a cara, mas não pude fazer mais nada pelo seu tornozelo. Vamos, eu te carrego.– Não, eu posso andar perfeitamente.– Um caralho que pode – digo indo contra seus protestos e pegando-a no colo. Olho
Amélia Alder– E acho também que deveríamos mudar a cor das cortinas da casa para… Senhora, está ouvindo o que estou dizendo? Senhora?– Desculpe, sim, estou ouvindo. Que cor você sugere? – digo despertando do meu transe e Grace me encara com curiosidade.Não consegui dormir bem na noite passada, pois cada vez que eu fechava os meus olhos revivia a cena da chuva que aconteceu na tarde de ontem. Estou presa em casa por causa do meu tornozelo machucado e Maximus foi trabalhar, não antes de me proibir de descer para qualquer coisa que seja. – Bem, branco. A senhora aprova? – ela diz com os olhos brilhando.– Grace, por que quer pôr cortinas na casa? – questiono interessada. A casa é muito iluminada e há muitos detalhes em vidro, o que permite que a luz do sol entre.– O Sr. Silver disse que eu poderia discutir qualquer mudança com a senhora – ou seja, ele está me forçando a tomar decisões. Maldito controlador.– Eu entendo, mas qual o motivo das cortinas?– Não acha que a casa é muito i
Maximus SilverAndo rapidamente e desço as escadas de dois em dois degraus o mais rápido e estável que as minhas pernas permitem. – Senhor, o almoço… – Grace diz ao pé da escada, mas eu apenas levanto a mão e saio andando até a saída.– Senhor… – John está me olhando com confusão e eu apenas levanto a mão, indicando que não quero ouvir.– Para a empresa – peço entrando no carro.– O almoço…– Agora – meu tom não deixa espaço para questionamentos ou dúvidas e John percebe isso rápido, porque ele não diz mais nada.Consigo controlar meus pensamentos apenas até o momento em que entro no meu escritório e tranco a porta. Ao lado da porta, me sento em crise e agarro os joelhos, a respiração falha, o coração acelerado com as lembranças da infância e é como se eu tivesse um flashback da minha versão mais nova, mais fraca e um pouco mais inocente também numa ocasião única, o dia em que estraguei o jantar de negócios do meu pai e, consequentemente, a primeira vez que a minha mãe me colocou de
Amélia Alder Silver– Nós precisamos conversar. Uma conversa que não pode ser pelo celular e não pode esperar – digo de uma forma bem decidida e não há espaço para questionamentos na minha voz.Passei a manhã toda pensando nisso e estou convencida de que é o melhor para nós dois. Não aguento mais essa situação.– John, poderia nos deixar a sós? – Maximus pede ao perceber que estou falando sério e John se despede com um aceno.– Tranque a porta – peço e ele arqueia a sobrancelha. – Não quero que ninguém entre e nos interrompa – explico.Em silêncio e com desenvoltura, Maximus vai até a porta e aperta em vários botões, fazendo algo que eu definitivamente desconheço muito, mas que fecha a porta. Ao vê-lo assim, eu tenho um dejavu do dia que nós conhecemos e o meu dia caiu. Quem diria que eu me casaria mesmo com ele depois de ouvir sobre aquele contrato absurdo. O ditado é certo “nunca cuspa para cima, pois pode cair no seu rosto”.– Certo, a porta está trancada. O que você… – empurro pa
Amélia Alder SilverAo contrário do que pensei, não tive a oportunidade de pular em cima de Maximus assim que chegamos em casa porque Andrew, Liam e Alexander estavam lá esperando por nós dois.– Deem as boas vindas ao seu mais novo vizinho – Andrew diz assim que colocamos o rosto na sala de estar e Maximus não parece nem um pouco feliz.– Você fez mesmo isso? Não acredito. Parabéns pela sua nova conquista – digo tranquilamente. Já que ele está feliz, por que não parabenizá-lo por isso?– É claro que eu fiz, foi uma ótima ideia essa que o seu marido teve.– E qual é o motivo para você estar aqui mesmo? – Maximus questiona aborrecido, mas como Andrew está feliz, ele nem mesmo percebe o tom amargo na voz do meu marido.– Qual mais? Precisamos comemorar minha casa nova com uma boa bebedeira!– Andrew, estamos no meio da semana, você não acha que isso é um pouco… – Irresponsável? Nós dissemos isso também – Liam aponta – mas ele não quis nos ouvir de forma alguma.– Não me importo se esta
Maximus Silver– Será que não vou ter paz hoje? – questiono me levantando. Estou no meio de um oral, mas Grace está batendo na porta a alguns minutos e isso está acabando com o clima. Eu esperava que ela fosse desistir depois de perceber que estamos ocupados, mas parece que é um caso de vida ou morte.É a única explicação para ela ser tão insistente.– O que aconteceu? – Amélia pergunta. Ela está com as bochechas coradas, os cabelos bagunçados e parece aérea.– Grace está batendo na porta a algum tempo. Vou precisar abrir – digo com pesar para ela e ela sorri.– Ela estava batendo? Nem percebi. Será que é algo sério? – questiona se cobrindo enquanto eu visto a calça.– Eu realmente espero que seja – confiro se ela está devidamente coberta e ando até a porta. Abro a porta e encontro Grace aflita do lado de fora. – Sim, Grace?– Está ocupado, senhor? Desculpe incomodar.– Não estou – graças a você, completo mentalmente.– O Sr. Andrew disse que está ligando para você e você não está ate
Amélia Alder Silver Está tocando um rap muito alto assim que entramos na casa nova de Andrew e não posso acreditar no tanto de pessoas que há na sala, na escada e em todos os outros lugares. Parece um pouco com o meu casamento, só que com mais gente e muita bebida envolvida. Como Andrew conseguiu convidar tanta gente em tão pouco tempo? Ele teve menos de cinco horas para organizar. – Segure na minha mão pra não se perder. Há muita gente aqui – Maximus grita sobre o barulho me puxando pela mão enquanto tenta passar pela multidão de corpos que se mexem ao ritmo da música. Diferente do homem de negócios de sempre, ele está vestido de forma mais moderna e está um gato. Demoramos cerca de cinco minutos apenas para atravessar um cômodo e fico aliviada ao chegar na área da piscina, onde há muitas pessoas sentadas conversando e o clima parece um pouco mais tranquilo do que lá dentro. A casa de Andrew é bonita, moderna, mas é diferente da nossa. Na verdade, acho que a nossa casa é diferent