A jornada os levou a um território onde o ar parecia diferente — mais denso, como se carregasse séculos de segredos e poder. Lis e Matthew caminhavam lado a lado, agora em silêncio, ambos imersos em seus próprios pensamentos. O artefato pulsava no pescoço de Lis, como um coração que seguia um ritmo estranho, diferente do dela.O vale que se abria diante deles era cercado por montanhas de pedra negra, com florestas tão densas que o sol mal conseguia atravessar as copas das árvores. Um rio sinuoso cortava o local, refletindo um brilho prateado que parecia artificial. Lis sentia que estavam se aproximando do destino, mas, com cada passo, a sensação de perigo crescia.— Você sente isso? — Lis perguntou, olhando para Matthew.— Sim. É como se o próprio ar estivesse vivo. Algo está nos observando.Shadow e Rose, os lobos internos do casal, estavam inquietos. Eles não se comunicavam em palavras, mas seus instintos eram claros: a floresta não era segura.Depois de horas caminhando, os dois fi
Os passos de Lis e Matthew ecoavam pelo chão coberto de folhas secas, o som abafado por uma sensação de urgência que se intensificava com cada passo. Após deixarem o vale, o artefato parecia mais pesado em seu pescoço, como se agora carregasse não apenas poder, mas também responsabilidade.A floresta ao redor parecia diferente. As árvores, antes imponentes e acolhedoras, agora projetavam sombras longas e distorcidas, e o som dos pássaros parecia mais distante, quase inexistente. Era como se o próprio mundo estivesse reagindo ao despertar do artefato.— Você está bem? — Matthew perguntou, quebrando o silêncio, seus olhos avaliando cada detalhe de Lis.— Estou… confusa, — ela admitiu. — Tudo isso. O artefato, as bruxas, o sangue. Parece que quanto mais respostas encontramos, mais perguntas aparecem.— Isso não muda quem você é, — disse Matthew, parando para segurá-la pelos ombros. — Você é a minha companheira, a minha Luna. Não importa o que descobrirmos sobre o seu passado, o que impor
A viagem de Lis e Matthew tornava-se mais desafiadora a cada dia. Após o ataque das criaturas na floresta, ambos estavam em alerta constante. O artefato parecia brilhar mais frequentemente, um lembrete silencioso de que sua presença estava atraindo forças que eles ainda não compreendiam completamente.A tensão entre eles não era de desconfiança, mas de uma compreensão tácita de que o perigo os cercava. Mesmo nas noites em que conseguiam parar para descansar, o sono vinha com dificuldade, seus sentidos aguçados para o menor sinal de ameaça.— Precisamos encontrar uma vila ou algum refúgio, — Matthew disse enquanto caminhavam em sua forma humana, a espada improvisada em sua cintura reluzindo sob a luz da manhã. — Não podemos continuar assim, sem respostas ou aliados.— Concordo, mas precisamos ser cuidadosos. O último ataque mostrou que nossos inimigos não são apenas bruxas ou lobos. Eles são algo mais... algo que nunca vimos antes, — respondeu Lis, sua voz baixa e cautelosa.O caminho
O dia mal havia começado quando Lis e Matthew retomaram sua jornada, deixando para trás o vilarejo abandonado. A brisa fria da manhã parecia sussurrar promessas de desafios futuros, enquanto as árvores ao redor lançavam sombras compridas sobre a trilha. Ambos estavam inquietos após o encontro com a misteriosa mulher e suas advertências.— Ainda acha que ela estava apenas tentando nos assustar? — Lis perguntou, ajustando o artefato em seu pescoço, que agora parecia pulsar com uma energia inconstante.Matthew olhou para ela de relance, seus olhos sombrios.— Não. Acho que ela estava nos preparando. Mas isso não significa que confio nela.Lis sorriu levemente.— Pelo menos estamos de acordo.A trilha que seguiam se tornava cada vez mais íngreme, serpenteando por um terreno rochoso e cercado por penhascos que pareciam apertar o caminho. Mesmo com a luz do dia, o lugar tinha uma qualidade inquietante, como se fosse uma fronteira entre o mundo conhecido e algo muito mais sombrio.Horas depo
A trilha para o leste parecia interminável, serpenteando entre colinas cobertas de névoa e florestas que pareciam cada vez mais densas e sombrias. Lis, Matthew e o estranho homem que se identificou como Kael mantinham um ritmo constante, mas o silêncio entre eles era pesado. O artefato pendurado no pescoço de Lis pulsava levemente, como um coração batendo, um lembrete constante da importância de sua missão.Kael caminhava à frente, movendo-se com a precisão de alguém familiarizado com aquele território. Embora tivesse revelado algumas verdades sobre o artefato, Lis sabia que ele ainda estava escondendo algo.— Quanto tempo mais até chegarmos ao próximo ponto? — Matthew perguntou, quebrando o silêncio.Kael olhou por cima do ombro.— Com sorte, antes do pôr do sol. Mas o tempo e o terreno não são nossos únicos i
Lis e Matthew estavam mais próximos do que nunca. Depois de tantas batalhas, de tantas incertezas e mistérios, o que começou como uma busca por respostas se transformara em uma jornada de descobertas e confrontos. Eles sabiam que as forças que os perseguiam não estavam apenas em busca do artefato que Lis carregava. Elas queriam algo muito mais profundo — o controle sobre o Véu, sobre a realidade que os cercava.O tempo na clareira parecia acelerar. Cada amanhecer trazia novas dificuldades, mas também revelações inesperadas. Lis estava cada vez mais conectada ao artefato, mas isso a fazia sentir uma pressão crescente sobre seus ombros. A sensação de que algo, ou alguém, a observava aumentava conforme o tempo passava.Era uma manhã fria quando Kael, o mago que havia se unido ao grupo, apareceu na entrada da clareira com uma expressão grave. Seus olhos estavam ma
O ar na floresta estava espesso, carregado com uma energia que Lis nunca havia sentido antes. A presença da mulher misteriosa, que se dizia a Guardiã do Véu, fazia o ambiente parecer mais pesado. As árvores ao redor pareciam sussurrar, como se estivessem em sintonia com o que estava por vir. O pulsar do artefato em seu pescoço era mais intenso do que nunca, e Lis sentia a estranha conexão entre a relíquia e a mulher à sua frente.Matthew estava ao seu lado, suas feições tensas, os olhos de Shadow, sua forma lupina, brilhando com cautela. Kael também parecia em alerta, a mão firmemente segurando um feitiço, mas ele sabia que a batalha seria difícil. Algo sobre aquela mulher não era natural. Ela não era uma simples inimiga, mas uma força em si mesma, conectada a algo muito maior do que qualquer um ali podia compreender.— Você não vai passar, — Kael declarou, seu tom sombrio. — Esta não é uma batalha que você pode vencer.A mulher sorriu, um sorriso enigmático e cheio de poder. Ela esta
A clareira estava imersa em uma penumbra densa, um silêncio opressor que parecia engolir cada respiração. O ar, normalmente fresco e claro, estava denso com a energia sombria da mulher à frente de Lis, que agora parecia estar mais do que disposta a transformar aquele espaço em um campo de batalha. As árvores, outrora imponentes e majestosas, agora pareciam pequenas e indefesas diante da força daquela presença.Lis, com o peito apertado pela tensão, sentiu o artefato em seu pescoço pulsando de forma frenética. Era como se estivesse sendo arrastada para dentro de algo que estava além da sua compreensão. O Véu, essa barreira misteriosa entre os mundos, estava mais perto do que nunca de se romper, e ela sabia, no fundo de seu ser, que o que acontecesse agora definiria o futuro de todos ao seu redor.— Você não pode me deter. — A voz da mulher ecoou, fria e sombria. Ela levantou as mãos, e o céu acima delas pareceu se contorcer, as nuvens ficando mais espessas e carregadas. — O Véu será li