Capítulo 218
Nada ali havia sido tocado recentemente. Ao fechar suavemente a porta atrás de mim, percebi que o único som que podia distinguir era o tique-taque constante de um relógio vindo de algum canto da sala.

Não havia sinal de Samuel, mas enquanto passava os dedos pelas encadernações ásperas de couro, limpando a poeira dos dedos, eu sabia que ele estava ali.

Podia o senti em tudo; reconhecer aquele aroma familiar que me deixava louca (embora desta vez trouxesse um tom metálico de sangue). Por isso, mal me surpreendi quando saí da fileira de estantes e o encontrei sentado em um dos dois sofás desgastados, em um espaço fechado com uma lareira apagada.

Teria sido uma cena acolhedora se o ambiente não parecesse tão abandonado, com teias de aranha pendendo do teto e partículas de poeira dançando por toda parte.

Mas seria difícil não admitir que a visão do meu parceiro tornava tudo um pouco melhor.

Samuel estava reclinado em sua poltrona com o queixo erguido para o teto e os olhos fechados.

Ele não
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