Lívia
Me despedi do meu pai com muito custo. Dei-lhe um longo abraço e muitos beijos, eu sabia que ele voltaria logo, mas o amava tanto que tinha certeza de que apenas um dia sem ele se pareceria com um ano.
— Oh, acabei de me lembrar de algo. Você pode fazer um favor para mim, filha?
— Claro, qualquer coisa pai. — respondi prontamente, feliz em ser útil de alguma forma.
— Eu não vi o Demétrio durante todo o dia e acabei me esquecendo de entregar a ele a lista de compras de ração para os animais. Você pode fazer isso para mim?
— Claro, pode deixar. — aceitei de i
DemétrioEu estava quieto no meu canto preferido quando aquela garota intrometida chegou e meus olhos por um acaso se encontraram com os dela pela primeira vez desde que chegou a fazenda. Percebi que havia ficado um pouco perdido naquele olhar azul tão intenso e perfeito, eu não havia notado-a ainda desse jeito. Ela era linda.O que mais me chamou atenção foram o quão fortemente azuis eram seus olhos, depois, aquela boquinha rosinha e bem desenhada dela. Me fez começar a imaginar como seriam certas partes sensíveis de seu corpo. Quando dei por mim, estava duro pensando nela.Mas que porra estava havendo comigo? Eu sempre senti uma raiva incomum dentro de mim, mas naquele momento,
LíviaDois dias se passaram...Acordei com mãos macias acariciando meus cabelos, abri os olhos e vi o rosto do meu pai.— Pai. — dei um sorriso preguiçoso, me levantei feliz em vê-lo e o abracei, contemplando o sorriso enorme em seu rosto.—Que saudade, filha — me abraçou de volta.— Parece que faz um ano. — sorri.— Foram só dois dias. — sorriu — Como foi aqui sem mim?— Foi chato, senti sua falta o tempo todo.
LíviaEle estava demorando... Será que não viria mais? Eu estava com os braços nos joelhos sentada quando senti alguém se aproximando, olhei para frente e meus olhos encontraram a pessoa que fazia meu coração acelerar e meu corpo estremecer.— Frederic não vai poder sair com você. Ele tem aula. Não sei para que prometeu que te levaria em algum lugar em horário de aula. — Demétrio informou-me com olhos cheio de raiva.Ele estava montado em um cavalo, a visão de sua camisa de botões entreaberta e seus cabelos caindo nos ombros de forma selvagem, fez meu corpo esquentar.No mesmo instante, vi meu pai se a
DemétrioContinuei olhando para a porta fechada mesmo após ela ter passado por ela e batido-a com força. Suas palavras se repassando em minha mente. Remorso se aponderou de mim como uma mão agarrando meu peito e espremendo-o.Eu sempre deixava que minha raiva falasse por mim e tratava as pessoas de maneira rude, mesmo quando no caso de Lívia, não mereciam.Eu merecia que ela me odiasse por ser um bruto. Mas acontecia que meu coração era de pedra e eu não conseguiria corresponder a ela com a mesma educação e doçura que ela tinha.Talvez eu tenha exagerado, a culpa e o arrependimento me consumia cada vez mais, principalmente no
LíviaDesci as escadas, entrei em meu quarto e fechei a porta da varanda, puxei a cortina e me encostei na parede, tentando acalmar as batidas frenéticas do meu coração.Estava grata por ter tido forças o suficiente para me levantar sem que meus joelhos fraquejassem quando os lábios de Demétrio quase tocaram os meus e as sensações que sua proximidade me fez sentir, como minhas mãos trêmulas e suadas e meu corpo quente.Eu tinha quase certeza que ele me beijaria e eu estava a ponto de fazê-lo também. No entanto, consegui me recompor e me afastar antes que pudéssemos fazer algo que nos arrependeríamos depois, eu não, mas ele sim e eu não iria mais
LíviaHaviam se passado vários dias desde o quase beijo com Demétrio e desde então, eu não tinha mais o visto. Também não procurei por ele, tampouco perguntei ao meu pai, para que ele não desconfiasse que eu gostava do capataz.Apesar disso, os dias estavam sendo muito felizes para mim, me divertia com meu pai fazendo alguns passeios, ele me contava histórias de sua juventude e me ensinava o básico do que sabia sobre os animais e a fazenda.Embora meu pensamento estivesse na maioria do tempo em Demétrio, eu não sabia onde ele estava e nem por onde andava e nem queria saber.Eu estava deitada na cama, terminando o último
LíviaEstávamos passando perto do celeiro quando avistei o maldito bruto lá dentro, meu coração disparou, ergui as sombrancelhas quando vi uma mulher se aproximar dele. Ela tinha cabelos loiros, era alta e parecia ter a mesma idade do Demétrio.Totalmente o oposto de mim. Pareciam que estavam discutindo.Minha maldita curiosidade falou mais alto.— Marcos, posso te encontrar lá? Preciso falar com o capataz bem rápido.Ele franziu o cenho.— Ele está acompanhado.— Eu sei. &Eac
LíviaEu estava totalmente perdida, mas no bom sentido, um sentimento desconhecido mas muito bom tomou conta do meu corpo, eu queria mais, queria voltar a beijá-lo e a sentir suas mãos em mim, no entanto, estava receosa quanto a reação dele depois disso.Ele estava vulnerável e poderia achar que foi um erro. O encarei, sentindo minhas bochechas quentes, Demétrio me olhou de volta, com um olhar indecifrável.— Demétrio... — balbuciei seu nome na tentativa de dizer algo para quebrar o silêncio, mas fui interrompida quando ele puxou-me novamente para si.Pulei em seu colo com um impulso juntamente com sua pegada. Demétrio vol