Gaby está indo rumo à Mina Grande em busca de vingança! O que vocês acham disso?
Gaby seguia pela estrada pensando em sua vida. Embora estivesse mais fortalecida, precisava admitir que ainda doía muito ter sido passada para trás por Beto mais uma vez. Ela sabia que tinha jurado nunca mais pisar em Minaçu, mas as circunstâncias do destino a estavam levando de volta as suas origens. Isso estava bem claro em sua mente. Gaby seguiu o GPS e após 2h de viagem chegou a Jaraguá. Seguindo pela BR —153 ela passou por Rianápolis e depois Ceres, onde ela decidiu parar para almoçar, já que a próxima cidade com mais estrutura estava há cerca de 2 horas dali e ela correria o risco de não encontrar almoço devido ao adiantado da hora. Às 15h, Gaby chegou a Uruaçu, onde ela decidiu abastecer. Ainda tinha combustível o suficiente, mas por via das dúvidas achou melhor se prevenir. Nunca se sabe o que pode acontecer numa estrada. Ela acabou demorando um pouco mais em Uruaçu, pois ao passar pela rodoviária da cidade onde há exatos 9 anos e 8 meses ela embarcou para uma nova vida, a em
A bateria do celular de Gaby havia acabado. —Droga! A bateria acabou. Agora se esse mecânico de araque não aparecer estarei em maus lençóis! Gaby não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Ali sentada à espera do guincho começou a recapitular a sua vida e viu passar um filme em sua mente. Não podia acreditar no que estava acontecendo. Era muito azar! Gaby agora se perguntava: “Porque fui dar tanta importância para as palavras daquele vidente?” Após 30 minutos de espera, Gaby viu um caminhão de Guincho passar por ela. “Droga! Agora só falta o mecânico de araque não a ter visto.” Desceu do carro correndo e levantando as mãos. Ela estava de calças montaria preta, blusa preta tipo corselete de alças com bojo e saltos altos. Ao correr para sinalizar ao mecânico ela virou o pé e quebrou o salto. —Drogaaaaaa! —Xingou irritada e sentindo dor. Fred de longe avistou um carro com o pisca alerta ligado parado no acostamento no sentido Minaçu. Passou por ele para confirmar se era
Rubens estava louco de preocupação! Já havia ligado milhares de vezes no celular de Gaby e só caia na caixa de mensagens. Na certa a bateria teria acabado. Preocupado, passou a ligar para o número do serviço de guincho 24h de Minaçu. Mas o maldito mecânico não atendia. Se ele tivesse problema de coração já teria infartado. Aflito, resolveu ligar uma última vez. Fred procedeu as amarras e içou o carro. Finalizado o processo, ele já ia entrar na cabine para irem embora, quando se lembrou de tirar o celular do bolso. Ele havia esquecido o celular no silencioso. Ao pegar o celular, entrou uma ligação do número do “siga-me” do Guincho. Eita, será que ele teria outra ocorrência. Fred não queria atender outra ocorrência aquela noite, pois pretendia passar a noite conversando com sua amiga Gaby. —Guincho 24h, Boa noite! —Que serviço de guincho é esse que não atende o telefone? Fred ouviu a voz forte e aborrecida de um homem acostumado a dar ordens. —Senhor, desculpe-me, eu estou em uma oc
Enquanto Fred dirigia, ela tentava reconhecer a cidade em que um dia crescera. Absorvida com as imagens, não percebeu que ele havia chegado à padaria. Ele desceu, deu a volta no carro e a pegou no colo. Os clientes que ali estavam, ficaram assistindo a cena e ela protestou, pedindo que ele a colocasse no chão, pois tentaria andar. Ele a ignorou e seguiu carregando-a se sentindo o homem mais importante da cidade, afinal havia despertado a curiosidade de muitos que na certa queriam saber quem era aquela bonita jovem, sem falar que era sensacional tê-la em seus braços. Gaby por sua vez, depois de refletir, chegou à conclusão de que aquela chegada nos braços de Fred poderia lhe ser útil, já que chamaria a atenção de muita gente e com certeza a notícia se espalharia, chegando até Beto. Feliz com a ideia, ela resolveu aproveitar. Fred optou por uma mesa na parte de dentro e a colocou sentada. Imediatamente Tony veio-lhes atender. —Fred, como está? – cumprimentou-o como se não o tivesse v
Fred encostou o carro do outro lado da rua em frente ao hotel de onde Gaby pôde ver a fachada: HOTEL PACHECO. —Você deve estar brincando! —Eu te falei que você não ia querer ficar. – sorriu para ela. —São duas unidades, todos da família. Sr. Paulo se afastou dos negócios há algum tempo. Entrou em depressão e se tronou alcoólatra. Luiz Gustavo e Jane assumiram os negócios, que não vão bem. Estão apostando na alavancada do turismo. —Eu não posso me hospedar na toca da minha inimiga! —Também acho! Por isso te disse que você pode ficar lá em casa! —Não tem mais nada na cidade além deles? —As pousadas viraram restaurante self servisse por falta de hóspedes. E restaram duas pensões, mas estão sem condições de recebê-la. —Ué! Por quê? —É sério, Gaby. Sem chance de você se hospedar nelas. —Leve-me até elas, por favor. —Ok. Vou levá-la e você verá com os próprios olhos. As pensões ficavam já na saída da cidade à beira da Rodovia. Eram lugares de passagens de beira de estrada, fluxo d
A casa de Fred não era luxuosa, pelo contrário, era bem simples, mas tinha tudo que alguém poderia precisar. Jane reclamava da simplicidade, pois era fútil e fresca. Queria casa moderna, de preferência com dois andares e piso da moda. Ela chamava a casa de Fred de casa velha e em seus planos, caso se casassem ou construiriam uma casa nova do jeito que ela queria, ou teria que remodelar aquele casarão velho inteiro, o que implicaria em praticamente pô-lo abaixo. Para Gaby, a casa de Fred por fora, era exatamente o que ela lembrava. Era uma casa grande e acolhedora. Fred tinha dois irmãos mais velhos, já casados que um dia moraram ali. Apesar de ser antiga, já que era a casa em que Fred crescera, ao longo dos anos havia passado por reformas que preservaram sua estrutura intacta e trouxeram um pouco de conforto. Para Jane, não servia, pois “casa com alpendre é coisa ultrapassada!” Sim, a casa de Fred era daquelas com arquitetura romântica com ar de magia que resiste ao tempo. Gaby paro
Na terça-feira Gaby acordou bem mais descansada. Já estava em Minaçu e agora era só começar a sua vingança. Antes precisava resolver a questão de sua hospedagem e do carro também. Levantou-se, pegou seus itens de higiene pessoal e partiu mancando para o banheiro. A casa parecia estar em silêncio. Fred deveria estar dormindo. Abriu a porta do banheiro e viu a visão mais linda que poderia ver pela manhã: Fred nu, com cabelos molhados, de costas para a porta se enxugando. “Uau! Que bumbum! Que pernas, longas, grossas e musculosas. O que é aquilo?” Assustada com o que viu, ela fechou a porta e voltou correndo para o quarto antes que ele a visse. Na verdade, ela tentou correr. Por causa do pé machucado, antes dela chegar ao quarto a porta do banheiro se abriu e ele saiu com a toalha enrolada na cintura e o peito nu. Ao ouvir o barulho da porta do banheiro se abrir, instintivamente ela se virou de frente e se deparou com aquele corpo escultural. Lembrou-se que um dia achou o corpo de Beto
Após concluírem o café, Fred foi para o quarto e em minutos voltou vestido de camiseta roxa com uma camisa xadrez de verde e vermelho por cima. Estava feio, pois as peças não ornavam com a beleza do corpo que as carregava. Mas Gaby achou correto ficar calada. Ele a carregou até o carro e ao sair, fez questão de passar na rua da casa dela para ver e matar a saudade. Gaby sentiu uma coisa estranha. Era um misto de alegria e tristeza, pois naquela casa vivera momentos felizes de sua infância, mas a memória do dia em que foi embora ainda eram bem presentes ali. Viu um filme daquele dia passando em sua mente. Sua madrinha estava aguando as plantas no jardim. Gaby, então, pediu para Fred acelerar, pois temia que a madrinha a visse. Se visse, iria correndo ligar para sua mãe. —Por que não quer que sua madrinha te veja? Por causa de Beto? —Não. Por causa de meus pais, Ainda não contei a eles que estou aqui. —Isso é ruim. Sabe que mais cedo ou mais tarde eles saberão. —Verdade. Vou contar