Queridos leitores, o que estão achando da história? Contem-me! Beijos,
No hotel fazenda, Rubens tentou tornar o fim de semana o melhor possível, mas realmente estava difícil. Gaby continuava apática e de poucas palavras. Ele temia que ela se afundasse em uma depressão. Na manhã de terça-feira, sentados na ampla varanda, Rubens achou que já havia lhe dado tempo suficiente para digerir os acontecimentos e tentou conversar. — Não quer me contar o que aconteceu? Ela respirou fundo. Sabia que aquele momento iria chegar. Tinha conhecimento que Rubens não a forçaria a falar nada. Mas sabia também que ela lhe devia isso por tudo que ele havia feito por ela, não só neste episódio, mas por anos de amizade e companheirismo. —Ele vai se casar. – soltou apenas aquela frase. —Com aquela mulher? —Sim. Com Jane. A mesma com quem ele me traiu há anos. —Puxa, é a mesma mulher de 10 anos atrás? —Sim. A mesma vaca! – falou mostrando seu desprezo. —Uau! O que será que ela tem? —Com certeza é algo que eu não tenho. – riu descrente. Ele ficou pensando que ele preferi
Na quarta-feira, Gaby voltou ao trabalho, tentando retomar sua vida normal. A dor e a vergonha ainda a acompanhavam. A equipe a recebeu muito bem, desejando-a o pronto restabelecimento. Chris tentou puxar-lhe a língua, porém Gaby se manteve mais calada. Tentava não tocar naquele assunto, já que seu desejo era esquecer.—*— Findado o feriado de carnaval, Beto voltou para a casa e foi recebido por seus pais chateados.Beto anunciou seu casamento com Jane e os pais desaprovaram. Irritado, ele disse aos pais que já era maior de idade, tinha o direito de fazer suas próprias escolhas e que não era obrigado a seguir os planos deles se casando com Gaby, a quem ele não amava. —Você devia ter se lembrado disto antes de perturbar a vida de Gaby até fazê-la te aceitar de volta. – disse o pai. —Exatamente isto, filho. Você agiu errado, pois atrapalhou a vida dela. Ela estava seguindo a vida, mas você, com seu capricho a fez terminar um relacionamento e quando ela finalmente te deu uma segund
Uma nova semana se iniciou. Gaby seguia trabalhando normalmente, porém ainda continuava introspectiva. Ela ainda sentia muita pena e vergonha de si mesma. Na quarta-feira à noite ela resolveu procurar Beto nas redes sociais. Foi fácil encontrá-lo, pois ele gostava de aparecer Jane também. Talvez eles fossem mesmo a tampa com a panela. Havia bastante fotos deles juntos. Mesmo em tão poucos dias. Gaby viu fotos dos dois em vários pontos de Goiânia, além de fotos do carnaval em Minaçu. Eram fotos recentes. Parecia que eles estavam felizes aproveitando o momento. Com o coração doendo ela desligou o notebook. Deitou-se no sofá e tentou aplacar sua raiva pela felicidade deles. Era difícil aceitar aquela situação. Jane certamente zombara de sua cara. “Gaby a trouxa...” Queria ela poder fazer algo para tirar aquela felicidade do sorriso de Jane. No mesmo instante veio em sua mente o sorriso de Jane de 10 anos antes quando ela os pegou no banheiro e, agora, quando Beto subiu a rampa da praça
Gaby seguia pela estrada pensando em sua vida. Embora estivesse mais fortalecida, precisava admitir que ainda doía muito ter sido passada para trás por Beto mais uma vez. Ela sabia que tinha jurado nunca mais pisar em Minaçu, mas as circunstâncias do destino a estavam levando de volta as suas origens. Isso estava bem claro em sua mente. Gaby seguiu o GPS e após 2h de viagem chegou a Jaraguá. Seguindo pela BR —153 ela passou por Rianápolis e depois Ceres, onde ela decidiu parar para almoçar, já que a próxima cidade com mais estrutura estava há cerca de 2 horas dali e ela correria o risco de não encontrar almoço devido ao adiantado da hora. Às 15h, Gaby chegou a Uruaçu, onde ela decidiu abastecer. Ainda tinha combustível o suficiente, mas por via das dúvidas achou melhor se prevenir. Nunca se sabe o que pode acontecer numa estrada. Ela acabou demorando um pouco mais em Uruaçu, pois ao passar pela rodoviária da cidade onde há exatos 9 anos e 8 meses ela embarcou para uma nova vida, a em
A bateria do celular de Gaby havia acabado. —Droga! A bateria acabou. Agora se esse mecânico de araque não aparecer estarei em maus lençóis! Gaby não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Ali sentada à espera do guincho começou a recapitular a sua vida e viu passar um filme em sua mente. Não podia acreditar no que estava acontecendo. Era muito azar! Gaby agora se perguntava: “Porque fui dar tanta importância para as palavras daquele vidente?” Após 30 minutos de espera, Gaby viu um caminhão de Guincho passar por ela. “Droga! Agora só falta o mecânico de araque não a ter visto.” Desceu do carro correndo e levantando as mãos. Ela estava de calças montaria preta, blusa preta tipo corselete de alças com bojo e saltos altos. Ao correr para sinalizar ao mecânico ela virou o pé e quebrou o salto. —Drogaaaaaa! —Xingou irritada e sentindo dor. Fred de longe avistou um carro com o pisca alerta ligado parado no acostamento no sentido Minaçu. Passou por ele para confirmar se era
Rubens estava louco de preocupação! Já havia ligado milhares de vezes no celular de Gaby e só caia na caixa de mensagens. Na certa a bateria teria acabado. Preocupado, passou a ligar para o número do serviço de guincho 24h de Minaçu. Mas o maldito mecânico não atendia. Se ele tivesse problema de coração já teria infartado. Aflito, resolveu ligar uma última vez. Fred procedeu as amarras e içou o carro. Finalizado o processo, ele já ia entrar na cabine para irem embora, quando se lembrou de tirar o celular do bolso. Ele havia esquecido o celular no silencioso. Ao pegar o celular, entrou uma ligação do número do “siga-me” do Guincho. Eita, será que ele teria outra ocorrência. Fred não queria atender outra ocorrência aquela noite, pois pretendia passar a noite conversando com sua amiga Gaby. —Guincho 24h, Boa noite! —Que serviço de guincho é esse que não atende o telefone? Fred ouviu a voz forte e aborrecida de um homem acostumado a dar ordens. —Senhor, desculpe-me, eu estou em uma oc
Enquanto Fred dirigia, ela tentava reconhecer a cidade em que um dia crescera. Absorvida com as imagens, não percebeu que ele havia chegado à padaria. Ele desceu, deu a volta no carro e a pegou no colo. Os clientes que ali estavam, ficaram assistindo a cena e ela protestou, pedindo que ele a colocasse no chão, pois tentaria andar. Ele a ignorou e seguiu carregando-a se sentindo o homem mais importante da cidade, afinal havia despertado a curiosidade de muitos que na certa queriam saber quem era aquela bonita jovem, sem falar que era sensacional tê-la em seus braços. Gaby por sua vez, depois de refletir, chegou à conclusão de que aquela chegada nos braços de Fred poderia lhe ser útil, já que chamaria a atenção de muita gente e com certeza a notícia se espalharia, chegando até Beto. Feliz com a ideia, ela resolveu aproveitar. Fred optou por uma mesa na parte de dentro e a colocou sentada. Imediatamente Tony veio-lhes atender. —Fred, como está? – cumprimentou-o como se não o tivesse v
Fred encostou o carro do outro lado da rua em frente ao hotel de onde Gaby pôde ver a fachada: HOTEL PACHECO. —Você deve estar brincando! —Eu te falei que você não ia querer ficar. – sorriu para ela. —São duas unidades, todos da família. Sr. Paulo se afastou dos negócios há algum tempo. Entrou em depressão e se tronou alcoólatra. Luiz Gustavo e Jane assumiram os negócios, que não vão bem. Estão apostando na alavancada do turismo. —Eu não posso me hospedar na toca da minha inimiga! —Também acho! Por isso te disse que você pode ficar lá em casa! —Não tem mais nada na cidade além deles? —As pousadas viraram restaurante self servisse por falta de hóspedes. E restaram duas pensões, mas estão sem condições de recebê-la. —Ué! Por quê? —É sério, Gaby. Sem chance de você se hospedar nelas. —Leve-me até elas, por favor. —Ok. Vou levá-la e você verá com os próprios olhos. As pensões ficavam já na saída da cidade à beira da Rodovia. Eram lugares de passagens de beira de estrada, fluxo d