Fred teve problemas no sítio do pai com início da vacinação do gado e decidiu acompanhar de perto todo o processo. Por esta razão foi dormir no sítio e só voltaria na quinta-feira à tarde, quando ele decidiu que faria seu pedido de casamento custasse o que custasse.Beto e Jane viveram momentos maravilhosos de paixão intensa em Goiânia e nenhum dos dois conseguiam esquecê-los. Estavam sentindo falta de dormir abraçadinhos, falta do cheiro e da pele um do outro. Desta forma se aproveitaram da ausência de Fred e dormiram todos esses dias abraçadinhos. Beto havia deixado o celular no silencioso para ninguém atrapalhar o momento de paixão e por isso não percebeu as ligações de Gaby.—*—A quarta-feira amanheceu e Gaby mais uma vez não dormiu direito. Passou o dia no piloto automático e na correria para finalizar as metas do mês de fevereiro, não ligou mais para Beto. Imaginava que ao ver suas ligações da noite anterior, ele retornaria. Mas não retornou. Preocupada se algo havia acontecido
Beto soube por Luiza, a funcionária da padaria, que estava tudo programado para Fred fazer o pedido à Jane na quinta-feira à noite e decidiu contar a ela. À noite, deitados nos braços um do outro, Jane disse:—Adorei esses dias todos com você!—Eu também adorei. Vou sentir falta deles. – falou em tom de voz triste —Sabia que Fred vai te pedir em casamento?—Sério?—Sério. Ele vai te pedir em casamento amanhã. Já comprou o anel de noivado. Ele programou te fazer uma serenata e o pedido. Eu soube que seria no fim de semana e por isso dei um jeito de te tirar da cidade.—Aff! Acho serenata a maior breguice... ridículo...—Você devia achar ridículo é o pedido dele.—Infelizmente o pedido dele eu posso até achar ridículo, mas terei que aceitar.—Por quê? Você não gosta dele. Se gostasse não estaria aqui comigo.—Não gosto mesmo, mas preciso me casar. Meu futuro é incerto, você sabe como andam os negócios da família. Seu pai é nosso contador e ele pode te falar.—Ao ponto de ter que se casa
Beto não foi trabalhar. Ligou na empresa e como desculpa para não ir trabalhar, disse que não estava se sentindo bem. Acordou Jane e em seguida saíram em direção ao sítio de Fred. Optaram por ir no carro dela, pois o ideal era ninguém saber que eles estavam juntos, ao menos por enquanto. Pararam o carro na entrada do sítio, antes da porteira, para Beto não ser visto e Jane seguiu o resto do caminho a pé. Fred estava no curral ajudando a vacinar o gado quando a viu. Feliz em vê-la, abriu os braços e foi encontrá-la. Porém ela se esquivou de seu abraço, alegando que ele estava sujo e fedendo a gado. Sem jeito com a reação dela, tentou se justificar para a amada. —Desculpe querida, mas você veio ao sítio, aqui fico mesmo fedendo a gado. A saudade sua era tanta que não aguentou esperar à noite para me ver, foi? – falou com olhar apaixonado. —Fique tranquila, a vacinação está indo bem e vou terminar antes do almoço. Se ficar, ao terminar poderemos matar a saudade. Te juro que tomo um ba
A quinta-feira finalmente amanheceu para Gaby. Havia passado a noite em claro. Mesmo assim, foi trabalhar, pois ela era uma profissional e não poderia se deixar abalar, mesmo com a enxaqueca que insistia em acompanhá-la. Chris tentou conversar com ela, porém nem isso Gaby se permitiu. Omitiu o quanto pôde.—Gaby, você não está bem. Não quer conversar?—Não. Obrigada! – disse taciturna.—Quando achar que está pronta para falar, estarei aqui.Chris não se deu por vencida. Ligou para Rubens e informou a ele que achava que Gaby não estava bem. Ele contou-lhe que Gaby havia lhe pedido as fotos e que talvez seu comportamento tivesse alguma relação com isso. Rubens pediu para Chris observá-la e sempre informar a ele como ela estava.—*—Gaby estava tendo um dia péssimo! Vinha dormindo mal há pelo menos 3 dias e estava com uma bela crise de enxaqueca desencadeada pela constatação de que Beto a estava traindo novamente e não bastasse isso, com a mesma vagabunda que havia destruído os sonhos de
Beto e Jane aproveitaram a noite de quinta e a sexta-feira em Goiânia. Passearam, foram ao shopping que ela tanto queria e fizeram compras. Beto lhe comprou um anel de noivado. Dentro da loja, se ajoelhou e repetiu o pedido que fizera na noite de quarta. Viveram momentos tórridos no hotel e fizeram planos para o futuro. Decidiram só ir embora no sábado de carnaval. —*— Fred voltou para sua casa na cidade na quinta-feira à noite. Apático, não saiu de casa. Na sexta-feira se entregou ao trabalho em suas empresas. Na padaria, tentou fugir do assunto, mas Tony não deixou. —E aí, Fred? Conseguiu fazer seu grande pedido? – perguntou Tony curioso, já que o amigo havia estado sumido por uns dias. —Não. Acabou, Cara. —Como assim acabou? – perguntou Tony sem entender. —Ela foi ontem pela manhã no sítio e disse que estava tudo acabado entre nós. —Não posso acreditar! —Nem eu, meu amigo. Nem eu. —Puxa, amigo. Sinto muito. —Obrigado! —E agora? —Agora? ... - fez um muxuxo. —Bem, agora v
No hotel fazenda, Rubens tentou tornar o fim de semana o melhor possível, mas realmente estava difícil. Gaby continuava apática e de poucas palavras. Ele temia que ela se afundasse em uma depressão. Na manhã de terça-feira, sentados na ampla varanda, Rubens achou que já havia lhe dado tempo suficiente para digerir os acontecimentos e tentou conversar. — Não quer me contar o que aconteceu? Ela respirou fundo. Sabia que aquele momento iria chegar. Tinha conhecimento que Rubens não a forçaria a falar nada. Mas sabia também que ela lhe devia isso por tudo que ele havia feito por ela, não só neste episódio, mas por anos de amizade e companheirismo. —Ele vai se casar. – soltou apenas aquela frase. —Com aquela mulher? —Sim. Com Jane. A mesma com quem ele me traiu há anos. —Puxa, é a mesma mulher de 10 anos atrás? —Sim. A mesma vaca! – falou mostrando seu desprezo. —Uau! O que será que ela tem? —Com certeza é algo que eu não tenho. – riu descrente. Ele ficou pensando que ele preferi
Na quarta-feira, Gaby voltou ao trabalho, tentando retomar sua vida normal. A dor e a vergonha ainda a acompanhavam. A equipe a recebeu muito bem, desejando-a o pronto restabelecimento. Chris tentou puxar-lhe a língua, porém Gaby se manteve mais calada. Tentava não tocar naquele assunto, já que seu desejo era esquecer.—*— Findado o feriado de carnaval, Beto voltou para a casa e foi recebido por seus pais chateados.Beto anunciou seu casamento com Jane e os pais desaprovaram. Irritado, ele disse aos pais que já era maior de idade, tinha o direito de fazer suas próprias escolhas e que não era obrigado a seguir os planos deles se casando com Gaby, a quem ele não amava. —Você devia ter se lembrado disto antes de perturbar a vida de Gaby até fazê-la te aceitar de volta. – disse o pai. —Exatamente isto, filho. Você agiu errado, pois atrapalhou a vida dela. Ela estava seguindo a vida, mas você, com seu capricho a fez terminar um relacionamento e quando ela finalmente te deu uma segund
Uma nova semana se iniciou. Gaby seguia trabalhando normalmente, porém ainda continuava introspectiva. Ela ainda sentia muita pena e vergonha de si mesma. Na quarta-feira à noite ela resolveu procurar Beto nas redes sociais. Foi fácil encontrá-lo, pois ele gostava de aparecer Jane também. Talvez eles fossem mesmo a tampa com a panela. Havia bastante fotos deles juntos. Mesmo em tão poucos dias. Gaby viu fotos dos dois em vários pontos de Goiânia, além de fotos do carnaval em Minaçu. Eram fotos recentes. Parecia que eles estavam felizes aproveitando o momento. Com o coração doendo ela desligou o notebook. Deitou-se no sofá e tentou aplacar sua raiva pela felicidade deles. Era difícil aceitar aquela situação. Jane certamente zombara de sua cara. “Gaby a trouxa...” Queria ela poder fazer algo para tirar aquela felicidade do sorriso de Jane. No mesmo instante veio em sua mente o sorriso de Jane de 10 anos antes quando ela os pegou no banheiro e, agora, quando Beto subiu a rampa da praça