ViolletaEle me segura pelo braço e me tira do quarto, me arrastando pelo corredor que leva até o quarto escuro. Ettore continua segurando meu braço enquanto desce as escadas. Quando chega em frente a porta, do tal quarto, ele abre e me joga para dentro. Caio de joelhos no chão, coloco minhas mãos sobre minha barriga, em uma tentativa, desesperada, de proteger meu bebê, e minhas lágrimas caem no chão frio. Em uma fração de segundos ele rasga meu vestido e me deixa somente de calcinha.— Você se lembra do que eu lhe disse da última vez que estivemos aqui?Ele faz a volta por trás de mim, ouço um barulho no fundo do quarto, e, quando me viro para ver do que se trata, vejo Ettore, caminhando em minha direção, segurando um chicote, e o desespero toma de conta de mim.— Eu disse a você que esse quarto não foi criado para dar prazer... Minha imaginação vai longe quando estou aqui para castigar alguém, principalmente, se for alguma puta, como você faz questão de chamá-las. Mas, quando trago
Violleta— Acorde, meu anjo. — Desperto com um beijo suave na testa, e abro meus olhos, mergulhando no oceano azul, que são os olhos dele que me encaram com um sorriso fraco. — Trouxe seu almoço, eu já almocei, então vim lhe fazer companhia! Balanço, francamente, minha cabeça, em positivo. Quero que ele aproveite, pois esta será a noite do meu triunfo. Faço minha refeição com Ettore ao meu lado, eu realmente estava com fome, e para ele estar me dispensando todo esse cuidado é por que está arrependido, porém é tarde demais para arrependimentos. Quando termino, entrego meu prato para ele, que chama Abigail para levar a louça para a cozinha.— O resto do dia vou passar com você, então pensei em vermos algum filme, o que acha? — Ele só pode estar louco se acha que vou esquecer o que aconteceu na última noite, esse lado bonzinho dele não me engana. Era isso que gostaria de responder de verdade, mas, ao contrário disso, digo:— Tudo bem, pode ser um romance?— Por mim tudo bem, não tenho
Ettore FerrariDou um pulo da cama, mas me arrependo amargamente por isso, minha cabeça roda como se eu tivesse passado a noite inteira bebendo e agora estivesse com uma grande ressaca. As lembranças me atingem, me deixam tonto e sinto um aperto no peito, corro para pegar meu celular para ver as imagens das câmeras de vigilância de ontem à noite. Assim que ligo, volto as imagens e vejo Violleta parada diante de mim enquanto eu dormia. Noto que ela hesita por um momento, mas logo depois a vejo aplicar a injeção que me fez apagar de vez. Pauso o vídeo, olho para o meu braço e vejo uma mancha arroxeada no local. Deixo o vídeo seguir e presto atenção na filmagem, cheguei a acordar, olhei para ela e naquele momento, já sabia que minha diabinha estava planejando alguma coisa, não contive minhas lágrimas, pois não queria perdê-la, não agora que finalmente admiti para mim mesmo que a amava, e me declarei; porém foi tarde demais.Em um momento de fúria quebro tudo que vejo pela frente, e em
Ettore FerrariSilêncio paira pela sala. Pietro e Bianca me encaram com surpresa, meu pai pela primeira vez em dias mostra alguma reação.— Ela o quê? — questionou duramente. Não o ouvia falar nesse tom desde que eu era garoto.— Tenho que falar de novo? — Devolvo impaciente, não estou com saco para levar bronca do meu pai. — Violleta está grávida de um filho meu. Eu a fiz passar coisas horríveis nos últimos dias, sem saber, e então ela foi embora. Com certeza teve ajuda para fugir, saiu durante a noite, logo depois de ter me dopado.— Dio mio! — Minha mãe coloca as mãos sobre a boca.— Bom, era só isso. — Digo, finalizando a conversa sobre minha mulher. — Pietro venha até o escritório precisamos conversar! — Claro irmão, vamos!Seguimos juntos até o escritório, e antes de nos sentarmos me sirvo de uma dose de whisky. Pietro me olha, admirado, por eu já estar bebendo a essa hora da manhã, mas beber é tudo o que preciso. Comecei falando sobre algumas coisas referentes à empresa e à se
VIOLLETA PETROVADurante o trajeto para onde Stefano disse que era minha verdadeira casa, mal consigo conter a ansiedade. Desde que entramos no pequeno avião particular, até pararmos na Grécia e depois na última descida em Istambul, não consigo parar de tremer. Estou morta de medo. A presença de Stefano me faz bem, mas não diminui meus pensamentos. E se esse homem não for meu pai? E se ele estiver errado? E se não me reconhecer ou me rejeitar? Não terei para onde ir. Mesmo assim, fico impressionada quando passamos pelos os grandes portões, a segurança é a mesma de sempre, um verdadeiro batalhão no alto dos muros, mas a casa parece muito mais arejada e bonita que a de Ettore. Na verdade, parecia mais um antigo palacete, com paredes de pedra e grandes janelas. Era mais aberto, com mais verde e numa encosta alta próxima ao mar. Eu conseguia sentir o cheiro salgado do litoral e isso me fez tão bem.Quando Stefano estaciona o carro em frente a enorme porta de madeira, ele desce para abrir
Então ele me contou. Na época estavam prestes a selar um acordo que deixaria ambos no topo de suas cadeias alimentares. Ambos dividiriam rotas de negócios, parceiros e influência. Tudo estava acertado, porém a ganância de Domenico o fez decidir que guerrear com o clã Petrov o traria muito mais lucros. As duas famílias entraram em guerra, e os Ferrari tomaram dele os irlandeses e os mexicanos, principais veículos de comercialização de armas e drogas.— Ele é um filho da p**a ganancioso e o filho dele não é diferente — terminou com dureza e ódio na voz e contive o impulso de tocar meu ventre. — E quando a hora chegar, querida, vou matá-lo e trazer o coração dele numa bandeja. Eu prometo que vou estripar aquele…— Eu estou grávida.Soltei num único fôlego atraindo o olhar chocado dele.— Estou grávida de Ettore Ferrari.— Minha nossa — diz surpreendido, chocado. — Eu não tive escolha… — Meu medo aumenta, medo de que ele me jogasse para fora como se eu fosse nada ao saber disso. — Tentei
VIOLLETA PETROVADesperto com a luz do sol clareando o quarto, vou para o banheiro fazer minha higiene, e quando termino, desço e tenho a sorte de ver meu pai fazendo sua refeição.— Bom dia, Aurora!— Bom dia. — digo um pouco incomodada. — Pai, se importa de continuar me chamando de Violleta? Acho que o nome já se impregnou em mim.— Sem problemas, meu amor. Como foi sua noite?“Sonhei com meu ex-marido psicopata gozando em cima de mim”, minha mente respondeu, mas minha boca falou:— Melhor não poderia ser, obrigada por perguntar! — Ótimo, quando você terminar vamos ao meu escritório!— Claro! Assim que termino meu café da manhã, acompanho ele até lá, a sala não é diferente dos outros cômodos, é luxo por todos os cantos.Sento em uma poltrona de frente para ele.— Minha querida, vou começar por sua gravidez, você vai fazer seu pré-natal aqui em casa mesmo, não posso permitir que você saia, não por ora, até resolver o que vou fazer com a ameaça dos Ferrari. Eles ainda têm muitos co
Ettore FerrariDesço as escadas, saindo do meu escritório para ir até uma das salas de tortura que mantenho aqui na sede. Comprei uma nova remessa de armas, e o desgraçado do entregador achou que eu não perceberia as armas com defeitos entre elas. Agora ele me paga, vou descontar, nele, toda a raiva que tenho acumulado durante esses dias. Hoje faz duas semanas que não vejo, nem toco em Violleta, estou ficando louco sem ela comigo. Minha raiva só aumenta desde que ela se foi já matei inimigos com mais crueldade do que o necessário, para tentar acabar com o estresse e essa raiva que me consome a cada dia por não conseguir achar minha diabinha.Entro na sala e vejo o desgraçado amarrado, esperando por mim, assim que ele me vê, noto o terror tomar seu rosto, sorrio com isso, pois gosto dessa sensação de saber que tenho a vida deste monte de merda em minhas mãos. E, de antemão, já sei que ele sofrerá, pois hoje ainda não descontei minha ira em nada nem ninguém. — Vejam só o que temos ho