ViolletaDesperto com a luz do sol iluminando o quarto, me espreguiço deixando o corpo relaxar, minhas mãos pousam na minha barriga, e mal posso acreditar que agora tenho um serzinho se formando dentro de mim. Levanto-me e caminho até a sacada, avisto Stefano em sua vestimenta de segurança, e seu cabelo levemente bagunçado, dando-lhe um charme especial à sua figura. Ele me vê e me lança um sorriso, daqui consigo ver seus dentes, perfeitamente brancos; Lembro-me do beijo, de como ele me segurou tão gentilmente e retribuo o sorriso. Volto para dentro do quarto, preciso tomar um banho, e descer para comer alguma coisa, ontem Sandra me trouxe uma sopa, mas, assim que terminei de tomar, vomitei tudo na privada. Pego minhas coisas e volto para o quarto, não tenho roupas aqui, então tenho que me arrumar no outro mesmo, só espero que o crápula não esteja mais lá. Abro a porta e não vejo ninguém, acredito que Ettore já tenha saído para trabalhar. Entro no banheiro, ligo o chuveiro, pego um po
Violleta— Ragazza... vamos almoçar! — Desperto, com Pietro me chamando.— Me deixe dormir — digo, virando para o outro lado no enorme sofá.— Negativo, já está muito tarde, e você precisa se alimentar, ou se esqueceu que, ainda ontem estava desacordada por fraqueza, por ter ficados horas a fio sem comer, por culpa do meu irmãozinho? — Viro novamente olhando fixamente, para seus olhos, ele parecia agir como se fosse tudo um jogo, como se fosse engraçado.— Não precisa lembrar, obrigada. Eu desço daqui a pouco, agora pelo amor de Deus, me deixe aqui. — Tudo bem, mas não demore, estamos só esperando você para almoçar. Continuo deitada, sinto que o sono quer me dominar, mas trato de firmar meus olhos bem abertos. Sei que é por causa da gravidez, e acho que vai ser assim durante nove meses. Levanto, marco a página em que parei minha leitura e guardo o livro no mesmo lugar de antes, saio da sala e caminho até o quarto, preciso tomar outro banho para arrancar essa moleza e esse calor do
SOFFIA ANTONELLITermino de vestir minha camisola, passo um perfume e um creme corporal enquanto penso em tudo que acontecerá amanhã. Estou um pouco nervosa, mas espero que dê tudo certo, pois não aguento mais viver com ele, termino o que estou fazendo, soltando meus cabelos, penteando-os e deitando logo em seguida. Não posso dormir, devo sempre estar acordada, esperando por Leonardo, pois ele quer que eu desate sua gravata e tire seu terno e sapatos. Sempre faço assim, como ele determinou, para não receber nenhuma bofetada ou ser ofendida com suas palavras pesadas. Estou muito cansada por aguentar as humilhações que partem deste bastardo. Agora finalmente tenho uma chance de sair daqui, e não vou perder essa oportunidade de jeito nenhum. Saio dos meus pensamentos, com Leonardo entrando no quarto com uma expressão enraivecida, fico quieta para ele não descontar nenhum de seus problemas em mim. — Por que ainda está aí, parada? Anda com isso, antes que eu perca o pouco de paciência qu
ViolletaEle me segura pelo braço e me tira do quarto, me arrastando pelo corredor que leva até o quarto escuro. Ettore continua segurando meu braço enquanto desce as escadas. Quando chega em frente a porta, do tal quarto, ele abre e me joga para dentro. Caio de joelhos no chão, coloco minhas mãos sobre minha barriga, em uma tentativa, desesperada, de proteger meu bebê, e minhas lágrimas caem no chão frio. Em uma fração de segundos ele rasga meu vestido e me deixa somente de calcinha.— Você se lembra do que eu lhe disse da última vez que estivemos aqui?Ele faz a volta por trás de mim, ouço um barulho no fundo do quarto, e, quando me viro para ver do que se trata, vejo Ettore, caminhando em minha direção, segurando um chicote, e o desespero toma de conta de mim.— Eu disse a você que esse quarto não foi criado para dar prazer... Minha imaginação vai longe quando estou aqui para castigar alguém, principalmente, se for alguma puta, como você faz questão de chamá-las. Mas, quando trago
Violleta— Acorde, meu anjo. — Desperto com um beijo suave na testa, e abro meus olhos, mergulhando no oceano azul, que são os olhos dele que me encaram com um sorriso fraco. — Trouxe seu almoço, eu já almocei, então vim lhe fazer companhia! Balanço, francamente, minha cabeça, em positivo. Quero que ele aproveite, pois esta será a noite do meu triunfo. Faço minha refeição com Ettore ao meu lado, eu realmente estava com fome, e para ele estar me dispensando todo esse cuidado é por que está arrependido, porém é tarde demais para arrependimentos. Quando termino, entrego meu prato para ele, que chama Abigail para levar a louça para a cozinha.— O resto do dia vou passar com você, então pensei em vermos algum filme, o que acha? — Ele só pode estar louco se acha que vou esquecer o que aconteceu na última noite, esse lado bonzinho dele não me engana. Era isso que gostaria de responder de verdade, mas, ao contrário disso, digo:— Tudo bem, pode ser um romance?— Por mim tudo bem, não tenho
Ettore FerrariDou um pulo da cama, mas me arrependo amargamente por isso, minha cabeça roda como se eu tivesse passado a noite inteira bebendo e agora estivesse com uma grande ressaca. As lembranças me atingem, me deixam tonto e sinto um aperto no peito, corro para pegar meu celular para ver as imagens das câmeras de vigilância de ontem à noite. Assim que ligo, volto as imagens e vejo Violleta parada diante de mim enquanto eu dormia. Noto que ela hesita por um momento, mas logo depois a vejo aplicar a injeção que me fez apagar de vez. Pauso o vídeo, olho para o meu braço e vejo uma mancha arroxeada no local. Deixo o vídeo seguir e presto atenção na filmagem, cheguei a acordar, olhei para ela e naquele momento, já sabia que minha diabinha estava planejando alguma coisa, não contive minhas lágrimas, pois não queria perdê-la, não agora que finalmente admiti para mim mesmo que a amava, e me declarei; porém foi tarde demais.Em um momento de fúria quebro tudo que vejo pela frente, e em
Ettore FerrariSilêncio paira pela sala. Pietro e Bianca me encaram com surpresa, meu pai pela primeira vez em dias mostra alguma reação.— Ela o quê? — questionou duramente. Não o ouvia falar nesse tom desde que eu era garoto.— Tenho que falar de novo? — Devolvo impaciente, não estou com saco para levar bronca do meu pai. — Violleta está grávida de um filho meu. Eu a fiz passar coisas horríveis nos últimos dias, sem saber, e então ela foi embora. Com certeza teve ajuda para fugir, saiu durante a noite, logo depois de ter me dopado.— Dio mio! — Minha mãe coloca as mãos sobre a boca.— Bom, era só isso. — Digo, finalizando a conversa sobre minha mulher. — Pietro venha até o escritório precisamos conversar! — Claro irmão, vamos!Seguimos juntos até o escritório, e antes de nos sentarmos me sirvo de uma dose de whisky. Pietro me olha, admirado, por eu já estar bebendo a essa hora da manhã, mas beber é tudo o que preciso. Comecei falando sobre algumas coisas referentes à empresa e à se
VIOLLETA PETROVADurante o trajeto para onde Stefano disse que era minha verdadeira casa, mal consigo conter a ansiedade. Desde que entramos no pequeno avião particular, até pararmos na Grécia e depois na última descida em Istambul, não consigo parar de tremer. Estou morta de medo. A presença de Stefano me faz bem, mas não diminui meus pensamentos. E se esse homem não for meu pai? E se ele estiver errado? E se não me reconhecer ou me rejeitar? Não terei para onde ir. Mesmo assim, fico impressionada quando passamos pelos os grandes portões, a segurança é a mesma de sempre, um verdadeiro batalhão no alto dos muros, mas a casa parece muito mais arejada e bonita que a de Ettore. Na verdade, parecia mais um antigo palacete, com paredes de pedra e grandes janelas. Era mais aberto, com mais verde e numa encosta alta próxima ao mar. Eu conseguia sentir o cheiro salgado do litoral e isso me fez tão bem.Quando Stefano estaciona o carro em frente a enorme porta de madeira, ele desce para abrir