Violleta No final do corredor ele abre uma porta, e vejo a escada, que leva para algo como um porão, olho para ele sem entender nada.— Vamos desça! — Balanço minha cabeça em negação, com medo do que seja. — Então te levarei a força! Ettore me joga sobre seus ombros, descendo as escadas, como se eu não pesasse nada. A iluminação é fraca e não consigo enxergar quase nada. Quando ele chega no final das escadas tem outra porta dupla, que chega do chão ao teto. Ele me coloca no chão e me olha com sua expressão séria.— Não pense que me esqueci do tapa, Violleta. Pronta para ser castigada? Meu cérebro entra em colapso e não consigo processar corretamente o que ele diz, meu corpo trava com suas palavras, sinto medo nesse momento e não sei se quero saber o que se encontra por trás daquela porta, falando sinceramente, eu não quero. Ettore abre a porta me dando passagem, quando ouço a porta sendo trancada, meu corpo congela, e tudo que penso é que sairei quebrada desse lugar. Ele passa p
Ettore FerrariSubo para o quarto com Violleta nos meus braços e a deito na cama, vou para o banheiro e coloco a banheira para encher, tiro minhas roupas e vou buscá-la para tomarmos um banho. Ela vai tirando o roupão que colocou antes de sairmos do quarto subterrâneo, e enquanto isso vou buscar nossas peças íntimas para vestirmos quando saímos do banho. Entro na banheira atrás dela e vou relaxando até ela quebrar o silêncio que eu tanto aprecio.— Ettore, por que você me escolheu para casar e ter seus herdeiros? Eu não tenho nada de especial, deve ter tantas outras mulheres que fariam de tudo para ficar com você! — Porque eu quis e eu sempre obedeço à minha própria vontade. Não confunda as coisas, ragazza.Voltamos a ficar em silêncio, e algum tempo depois, saímos do banheiro, visto minha cueca e me deito. Logo Violleta aparece, totalmente vestida e se deita ao meu lado.Levanto-me cedo, tomo um café rápido e saio de casa indo direto para a empresa, chego e já vejo minha secretária
Ettore Ferrari Violleta é uma de nós agora, casou-se com o chefe e entrou para uma família da máfia, hoje vou mostrar-lhe como funciona tudo isso, e principalmente, vou dar-lhe a oportunidade de ver o que sou e o que posso me tornar. Caminho para a sala onde estão os desgraçados, já disseram tudo que eu precisava saber, não têm mais valor algum para mim. Espero alguns minutos, até que Violleta chegue, ela me olha, assustada, e depois olha para os vermes que estão pendurados, de cabeça para baixo. Desvia o foco para mim tentando ignorá-los.— Ettore, o que estou fazendo aqui? O que é isso? — pergunta assustada, sem parar de respirar, falando rapidamente.— Muitas perguntas. — Vou até a mesa pego uma A PL-15k, coloco o pente, e atiro na cabeça do primeiro, Violleta grita com as mãos nos ouvidos. — Vamos fazer isso sem gritaria, tudo bem? Venha cá. Eu a chamo, mas ela continua parada, com as mãos nos ouvidos e os olhos enormes, cheios de lágrimas ainda não derramadas, como se fossem s
VIOLLETA FERRARISaio correndo para não ter que olhar para a cara desse monstro, quando passo pela a porta principal desabo de vez, eu não posso acreditar que matei aquelas pessoas. Sinto um toque no meu ombro, me viro para ver quem é, e dou de cara com Stefano e seu par de olhos azuis, e antes que ele possa falar qualquer coisa, eu o abraço forte, aninho meu rosto na curva do seu pescoço, e choro, soluço e falo, descompassadamente:— Eu... matei eles! Matei todos! Meu Deus! — digo entre os soluços, mal consigo respirar. — Eu não queria, mas ele me obrigou, foi horrível, por favor me tire daqui, eu quero sair desse inferno, eu não deveria estar aqui, não pedi por isso, e muito menos para me casar! Ele apenas me deixa chorar, me aninhando em seus braços e deixando que eu sinta seu perfume, que me conforta. Algum tempo depois, me afasta com cuidado e me olha, como se quisesse me dizer alguma coisa, e eu, pacientemente, espero. Sinto a respiração dele em meu rosto, está tenso.— Eu poss
VIOLLETA FERRARIEstá ficando cada vez mais absurdo para acreditar. Toda a minha vida foi passada na crença de que minha família não me queria, que meus pais me abandonaram naquele buraco e agora Stefano, o matador número um da Ndrangheta, me diz que os tais russos estavam tentando me resgatar? E que o chefe deles era meu pai?Poderia muito bem ser um teste de Ettore. Queria provar que eu estava envolvida com seja lá o que for e iria traí-lo.— Por que eu deveria acreditar em você? — perguntei. — Eu poderia ter minha cabeça arrancada só por estar aqui assim com você, Violleta. De ambos os lados do conflito — sussurrou voltando a me encarar.— Você não me ensinou aquilo tudo para que eu soubesse me defender, fez aquilo para que eu matasse para ele. — falei, amarga. — A única pessoa que ainda tem o que perder aqui sou eu, Stefano. Então, eu não acredito em você.Ele para um segundo, nossos olhares estão presos um no outro. Seu hálito de maçãs sopra em meu rosto a centímetros de distânc
ViolletaStefano pareceu preocupado quando mencionei o anticoncepcional, mas concordou em parar numa farmácia antes de seguirmos para casa, tinha feito sexo várias vezes com Ettore sem nenhuma proteção ou medicação, e eu não queria acabar grávida estando prestes a finalmente sumir da vida dele. As consequências que isso traria… Chegando na farmácia, entro sozinha, compro coisas aleatórias, para não chamar atenção por não ter levado nada, e me dirijo ao atendente:— Bom dia, vim aqui há algumas semanas, não sei se lembra de mim — digo ao mesmo rapaz que me atendeu quando saí do hospital e ele pareceu me reconhecer. — Preciso tomar aquele remédio… — Perdão senhora, mas todas as injeções estão em falta! Provavelmente chegarão na semana que vem.B**e o desespero, pois não posso ficar sem essa injeção, não quero correr o risco!— Então o que eu faço? — O rapaz dá um sorriso, como que se desculpando e fala, calmamente.— A senhora pode tomar a pílula anticoncepcional, o efeito é o mesmo e
ViolletaDurante o caminho para a casa de Soffia, Ettore foi em silêncio, apenas mexendo no seu celular de vez em quando, nem parecia que havia me feito gozar duas vezes com sua língua quando ainda estávamos em casa. Já faz alguns minutos que chegamos mais ainda não vi Soffia, perguntei a Leonardo, que me disse que ela ainda estava se arrumando, achei um pouco esquisito, pois acredito que ele, assim como Ettore, não tolera atrasos. Passados alguns minutos, vejo Soffia descendo as escadas, porém com um semblante entristecido, e assim que ela me vê, lança um sorriso simples, vindo em minha direção. — Olá, estava com saudades! — digo dando-lhe um abraço. — Você bem que poderia ir me ver de vez enquanto, poderíamos sair, dar uma volta, tomar um café! — Ah! Minha amiga, você nem sabe o que passo aqui, Leonardo nunca permitiria tal coisa — diz, cabisbaixa.— Não tem sido fácil, não é mesmo?— Não, Violleta, não tem! — fala com um suspiro triste. — Você nem imagina o que eu tenho passado
VIOLLETA FERRARIAmanheceu e não consegui pregar os olhos, a luz do sol passa pelas frestas da madeira do celeiro, com o pouco de luz posso ver o quanto esse lugar é deplorável. Meu estômago dá sinais de que preciso me alimentar, espero que Ettore mande que alguém venha me buscar, caso contrário vou passar mal a qualquer momento, sou muito fraca para esse tipo de coisa. Olho para o corpo coberto de ratos, sinto mais uma vez meu estômago revirar, me viro para não ficar olhando para aquela cena pavorosa.Passaram-se horas e continuo aqui, deitada no chão, junto aos insetos que passam por todos os lados, não consigo mais manter meus olhos abertos, falta pouco para perder minha consciência, estou com muita sede e fome, preciso de um banho e não consigo ficar em pé, aos poucos vou fechando meus olhos, até que tudo fica escuro.♡♡♡♡♡Desperto com um barulho irritante, e noto que já não estou no celeiro fétido, sinto todo o meu corpo doer quando faço esforço para me levantar, mas sou interro