Toda escolha implica em uma renúncia e em uma consequência
Os dias passam agora cada vez mais arrastados, tirei uma licença do clube para reorganizar minha mente e decidir meu futuro, mas sei que não retorno mais para lá por enquanto. Trevor me apoiou dizendo que é o melhor a fazer, tenho medo desse futuro incerto que me aguarda, mas preciso ser corajosa, pois tenho uma vida preciosa que depende de mim.
Lyonel todas as noites bate na minha porta querendo me ver, grita, ameaça que vai ficar lá fora até eu recebê-lo, diz que não fez por mal e quer explicar. O problema é que não esqueço aquela noite desgraçada no restaurante, nunca vai assumir nada. Entrei nisso sabendo que ele não era homem para mim, mas eu queria tanto que fosse. A mocinha gordinha da adolescência que sonhava c
A partidaJessJá dentro do carro desolada ordeno ao motorista:— Leve-me ao Hotel TWA no aeroporto JFK o mais rápido que puder. Durante o trajeto tento me acalmar, mas é impossível, esfrego as mãos uma na outra para tentar parar o tremor que acomete meu corpo, e continuo a chorar descontrolada.— A senhorita está bem? — o motorista pergunta preocupado.— Sim, é que recebi uma notícia ruim, já, já passa, não se preocupe. — Fungo. Cinquenta minutos depois estou fazendo check-in em um hotel caríssimo, não me importo em gastar, é no aeroporto e vou ficar somente essa noite.— Por favor preciso comparar um celular o meu extraviou, pode me ajudar?— pergunto ao recepcionista. Ele encara-me assustado, não o culpo minha face deve estar desfigurada das lágrimas que derramei
A viradaLyonelAssim que retorno do hospital vou direto para casa da minha italiana, vou dormir agarrado ao meu amor.Só que ela não atende a porta, não atende o celular, e isso me perturba muito, toco direto pro clube masmorra, talvez ela tivesse um compromisso lá e não teve tempo de me avisar já que saí com pressa. Chegando lá vou direto ao bar.— Ei Trevor, pode avisar a Jess que vim buscá-la.— Ela não está aqui, Dupontt— Como? Não brinca comigo, Trevor, fizemos as pazes, saí da casa dela a menos de duas horas, tive que resolver um problema com minha mãe, mas voltei para lá e ela não está, a casa em silencio com nenhuma luz acesa.— Ela teve um problema, me ligou e pediu para avisar que teve que sair da cidade, mas que entra em contato em breve. — O rosto del
Lyonel2° mês do sumiço de Jess Durante dois meses o detetive investigou e trouxe um relatório minucioso. Na noite em que ela foi embora, um fato estranho ocorreu, e eu fiquei realmente muito alarmado em saber que a ameaça foi bem mais que um telefonema.Atiraram na lâmpada em frente à casa dela, o detetive Eliott não descobriu quem dirigia. Imagino como ela estava mesmo assustada, só não entendo por que ela não me liga e nem dá notícias, eu a protegeria de quem quer que fosse, chego a pensar que ela nunca confiou em mim, o sentimento era muito maior da minha parte e isso me devasta ainda mais. E o mais estranho e ela ter ido direto para o aeroporto, mas não embarcar em nenhum voo comercial, não tem rastro dela, de lá ela sumiu. Isso me diz que ela não deseja ser encontrada, mas s
Lyonel— Sr Dupontt, a que devo seu chamado urgente essa manhã? Quer que eu continue as buscas pela sua namorada?— Não. Tenho um outro trabalho para você. Não é apenas uma pessoa, quero que investigue uma família inteira— Sim, posso fazer isso, de quem se trata?— A minha.— Como? Quer que eu investigue os Dupontt? O que o levou a isso?— Ouvi uma conversa muito estranha entre minha mãe e o advogado da família.— Quanto estranha, conte-me mais— Ela proibiu que ele me contasse algo que ele mesmo disse que tenho direito de saber. Quero saber o que é, tem algo a ver com a morte de meu pai ou que ele queria me contar, algo assim.— Você sabe que mexer em assuntos familiares às vezes pode-se descobrir coisas que não queremos realmente saber, esqueletos muitas vezes po
Em instantes vejo o topo da cabeça loira caminhando apressada com uma mochila nas costas, me ergo e vou ao seu encontro, quando me vê ela parece uma criança correndo e largando a mochila no gramado, nos abraçamos, pulando e gritando juntas sem parar, tento erguê-la do chão pelo abraço como sempre fazia, mas dessa vez não consigo.— Selena Catarina, você engordou? — Ela gargalha.— Graças a Deus, Jessica Maria.— Você tá linda, minha amiga.— Você é que tá, NY te fez muito bem, uau!— Devia ter ido para Espanha para voltar com o seu bronzeado.— Amiga é verdade que serei tia?— É sim.— Parabéns!Ela me abraça novamente pulando e gritando que vai ser tia, quando paramos e apanhamos a mochila subindo a estradinha para dentro, vemos os dois marm
— Que pergunta, meu filho! Lógico é seu quarto.— Não, é que vocês ofereceram hospedagem para Selena, quis garantir que tenho pouso hoje.— A menina Lena nunca dorme no seu quarto quando fica aqui, mesmo quando você não está.— Não?— Não, ela dorme no quarto da sua irmã, ficam batendo papo até altas horas. — Estreito os olhos para meu irmão marrento que disfarça roendo a maçã, sei muito bem o porquê de tanto interesse na minha melhor amiga, entretanto não convém estender esse assunto agora. Ele percebe que estou pensando coisas e rapidamente se põe em pé.— Então, vamos maninha?Levanto-me apressada e com as mãos na minha cintura roliça, encaro meu irmão mais velho que me olha divertido sorrindo a denta
Lyonel11° mês do sumiço de Jess Mais dois meses nessa infame rotina, não estou suportando mais.Cheguei da empresa exausto, hoje resolvi dispensar o meu professor, agora depois de um jantar e banho relaxante, estou na cama e pretendo terminar de ler o livro, confesso que me emocionei várias vezes nesse tempo em que li nossa história do ponto de vista dela. Muito satisfeito em saber que ela tem ou tinha sentimentos por mim, eu sentia o amor naqueles olhos amendoados. À medida que folheio as páginas, e chego nas últimas, descubro quem a amedrontou e um misto de horror e descrença se apodera de mim. Não pode ser verdade o que está escrito, não pode ser! Minha mãe não pode ser esse monstro que ela descreveu.Imediatamente visto outra roupa, apanho a chave do carro e dirijo até o clube, preciso
EsclarecimentosChegando em casa, entro com Eliott para conversarmos. Seu semblante transparece apreensão me deixando exatamente igual.— Preciso de uma bebida? — indago percebendo sua expressão carregada.— Com certeza, e eu também Dupontt.— Certo, enquanto eu sirvo, comece a falar, você está me assustando.Ele abre uma pasta cheia de papéis e documentos.— Investiguei a sua família como você me pediu, e reuní todas as provas que precisa, demorei dois meses para reunir tudo, estava muito bem camuflado esse segredo.— Preciso de provas para quê?— Não sei o que você pretende, mas as suas dúvidas sobre sua mãe vão acabar agora — Sorvo um longo gole de whisky.— Despeje logo o que descobriu homem, sem rodeios!— Você n