Arion estava sozinho na sala do trono, dispensara os soldados pessoais e todos os serviçais, precisava estar só para dar o seu passo mais ousado em direção às trevas, terminara de ler pela terceira vez a carta que escrevera de próprio punho, seus planos corriam como o desejado, mas com o Décimo metido bem no centro dos acontecimentos tudo podia se tornar imprevisível, a única coisa que lhe dava um pouco de paz era saber que a nova Dragonesa não se manifestara até o momento, talvez Anothron já dera um fim a ela e o estava testando, o mago investira muito nesta nova era que eles estavam tentando iniciar, mas o preço para ele também era alto, precisava conquistar Behemoth e sua única moeda era Aghata, concretizando o matrimonio ele teria poder e influencia sobre o antigo império, seus lideres eram fracos, Mariel Frost não tinha a sua visão de futuro, o novo mundo precisava de uma mão forte e Anothron tinha os meios para fazê-lo o imperador supremo e tudo o que lhe pedia era que o deixa-se ficar com sua atual conquista, Morghot e metade do mar que separa Hyperion, ele não precisava dos dois impérios caídos, que o mago fizesse o que quisesse daquelas ruínas, com Hyperion e Behemoth iria se tornar o imperador mais poderoso do mundo conhecido, não demoraria a derrubar o próprio Anothron, só precisava juntar as lagrimas do outros três dragões o que acreditava que iria conseguir com o tempo, sofria por sua filha mas ela era o preço que teria que pagar para fazer de Hyperion aquilo que ela estava destinada a ser, o governo central do mundo, sabia muito bem do perigo que sua jogada representava para Aghata, Anothron odiava o Décimo com todo o seu espírito maligno, não descansaria enquanto não revira-se o mundo para matá-lo, a estas alturas já devia saber que as embarcações que enviara sobre o pretexto de despistá-lo havia sido só mais um ardil para encorajar o Décimo Cavaleiro, seria muito obvio entender que ele estaria na verdade na nova expedição, tudo saia a seu favor, Anothron mataria Décimo e na melhor das hipóteses, cuidaria para que Aghata chegasse a Behemoth e consuma-se a união, este era um dos pedidos que ele fazia para o mago sombrio seria como uma forma de agradecimento por entregar-lhe a cabeça do Cavaleiro Dragão, por outro lado se Aghata morresse no ataque de Anothron ele poderia exigir ao imperador Mariel Frost apoio total por divida de honra, pois desde o momento em que Aghata saiu de sua casa para ir ao encontro deles era uma responsabilidade irrecusável e como era da tradição e lei se algo atentasse contra a vida da prometida e ela viesse a falecer, mesmo que fosse um acidente a união se daria por confirmada e a princesa seria considerada como alguém da família sendo a afronta da morte dela também agravo contra a família imperial do noivo, com este trunfo usaria Mariel em uma batalha já acertada com Anothron e já tendo o plano acertado com o mago entregaria toda a estratégia de Behemoth e negligenciaria o exercito na batalha, Anothron os esmagaria, e quando Mariel e seu filho Gawain fossem derrotados ele poderia reivindicar o trono de Behemoth, mas ainda haveria um sacrifício, para que sua trama não corresse nenhum perigo de ser descoberta Hyperion teria que ser atacada por Anothron, não seria preciso um ataque em grande escala como o impedido por Crison e Nina anos atrás, mas talvez os pequenos reinos do leste, não estavam rendendo muito em impostos ultimamente, Anothron poderia arrasá-los, que ficasse com os escravos, talvez fosse até uma solução para este problema com a falta de contribuição, mais um sacrifício necessário pela grandeza de Hyperion, caminhou até outro cômodo onde havia uma bandeja redonda rasa com uma chama que ardia no centro encima de um pedestal, um presente do mago, era uma magia simples antiga mas que só era usada por magos experientes, era para receber e responder mensagens instantaneamente, a mensagem era escrita em papel e queimado no fogo o texto aparecia para o destinatário em letras de chamas onde ele estivesse em uma bandeja igualmente enfeitiçada, e foi ali que ele jogou o envelope com as informações de onde estava o Décimo, com quantas pessoas estava, que tipos de armas dispunha e um pedido de que se poupasse a princesa no ataque! O envelope foi consumido rápido pelas chamas e em pouco tempo a resposta voltou, ele leu e sua face parecia se contorcer com um prazer mórbido, o mago aceitara seus termos, claro não garantiria a segurança da princesa, mas prometera fazer o possível por ela, e por gratidão pela entrega do seu inimigo reafirmava todos os acordos combinados! Então como se estivesse consumido por alguma loucura momentânea ele falou para si mesmo em voz alta assim que as letras de chama se dissiparam no ar:
--Perdão minha filha, a você devo o futuro de Hyperion e do mundo, em breve serei Arion o supremo imperador e então construirei um templo em sua homenagem, você se tornara um símbolo de sacrifício,eu lhe darei a eternidade! Mas não estarei para sempre do lado do mago seu assassino, depois que ele destruir Eliel e nossos inimigos eu o destruirei em seu nome!
Em seus delírios de grandeza Arion não conseguia enxergar que ele era menos que um peão no tabuleiro de Anothron, a muito ele estava sobre o controle do mago sombrio, sua grande ganância e seu ódio por Eliel deixaram praticamente um convite para Anothron, o demônio parasita nos cantos mais obscuros de sua mente era maior e mais forte que o de Nina e Eliel, seu ódio pelo guerreiro era muito antigo, desde que Eliel resolveu ainda criança o conflito com Barone e fora trazido vitorioso por Nina até seu pai, ganhou a honra de ser treina do por Crison e posteriormente foi revelado ser o Décimo Cavaleiro Dragão, honrarias que nem ele o herdeiro do trono da poderosa Hyperion jamais iria ter, e para piorar tudo seu pai o imperador Gregori Arion parecia sentir mais orgulho daquele plebeu sujo que dele seu filho, foi muito fácil para o bruxo descobrir seu ponto fraco, inexperiente e tolo como Herodente Sessil logo se tornaria somente em uma casca para Nasthirt!
Estava ainda distraído demais com seus delírios para notar que na sala atrás do trono alguém escutara o para entender toda a trama, ainda estarrecida Amuren deu meia volta, tinha ido até ali para ter uma audiência de emergência com o imperador, ao ouvir sua voz pensou que estava ocupado talvez com Beltran, mas antes que se retirasse não pode deixar de ouvir o que ele falava e não demorou a notar que falava sozinho, acabou escutando toda a loucura de uma mente insana, dirigia-se ao corredor quando ela própria foi surpreendida e trombou com seu marido o general Beltran na curva do corredor, entendeu de imediato que ele também a espreitava já a algum tempo, ela bateu uma continência e falou testando se ele tinha algo contra ela:
--General, senhor!
--O que faz aqui capitã?
--Eu vim solicitar uma audiência com o imperador, mas ele parece estar ocupado!
-- E como sabe que nosso imperador esta ocupado se ao menos entrou na sala?
-- Estava me espionando senhor?
-- É mais suspeito ainda como se esquiva da minha pergunta, alias talvez me responda diretamente a outra? Por que minha esposa vem falar ao imperador e não se consulta com seu marido que é o general maior em comando?
-- Senhor não o encontrei e pensei estar com o Imperador já que não o abandona quase nunca!
--É meu dever proteger o imperador em todos os momentos inclusive contra possíveis espiões!
-- Quer dizer eu? E não vou reclamar por ser casada com você já que somos praticamente estranhos! Mas eu cresci aqui em Hyperion, em Sina, me dediquei à defesa aos doze anos, sofri por ser mulher e tive que escalar degraus mais altos para me tornar guerreira, entreguei minha vida e sofri muitas humilhações para conquistar meu lugar e respeito, para defender meu povo! Perdão senhor, mas não mereço ser tratada como traidora ou espiã!
--Como ousa Amuren! Eu não esperava encontrar você aqui! Mas este seu desrespeito com o seu superior só demonstra o seu caráter rebelde! Devo lhe lembrara que Revencroft também cresceu aqui, foi acolhido e alimentado pelo imperador, treinado pelo melhor entre nós, e como ele pagou ao império? Com traição e morte!
-- Isto senhor é o que dizem aqueles que não testemunharam o ocorrido em Mote Morte! Eu nunca acreditei nestas mentiras absurdas, só aqueles que tiveram coragem de invadir o inferno sabem a verdade!
--Isto é muito reconfortante para você não? Afinal você vivia rastejando aos pés dele! Vocês viviam se encontrando em cantos escuros! Por que ele? Aquele estrangeiro de um reino conquistado, você podia ter qualquer outro naquela época, nobre ou guerreiro, Sebastian daria tudo por você, eu dei tudo por você!
-- E, no entanto eu escolhi você não foi? Eu me casei com você não com Eliel ou Sebastian ou qualquer outro nobre pomposo! Por que você esta falando isto? Coisas de quando éramos muito jovens? Não pode ser ciúmes! Você foi um bom esposo no começo, eu fui feliz com você, mas você mudou, não é mais o guerreiro dedicado ao país que eu conheci agora você serve estritamente a Arion!
--Você casou-se comigo depois que Décimo fugiu e se escondeu como um rato, mas você nunca o esqueceu, eu vi isto assim que vocês se encontraram no regresso dele, eu sei ler você Amuren, você também mudou assim que o reviu!
-- Eu tive lembranças do passado, isto não significa que eu iria te trair ou abandonar, você já me abandonou a muito tempo! Alias já que você acha que me conhece tão bem devia lembrar-se do passado quando éramos todos recrutas, devia saber por que devo muito a Eliel, por que lhe tenho gratidão, você se lembra? Quando eu tinha dezesseis anos e era odiada pelos recrutas por me sair bem em todas as provas? Pois apesar de haver muitas outras mulheres eu era considerada a menos digna por vir de um dos pequenos reinos mais pobres conquistado por Hyperion!
Beltran virou os olhos e ficou mais sério ainda, ele não queria ouvir aquela história, ele, Amurem, Eliel e Sebastian praticamente cresceram treinando no mesmo pelotão sobre a supervisão de Nina e Crison, as garotas dormiam em quartos separados mas durante o dia e as folgas a maioria se encontravam nos mesmos lugares, nas tabernas as raras vezes que podiam e no centro de treinamento, e o que ela estava prestes a lhe atirar na cara para ele era a sua maior vergonha, e o maior ponto de ódio que ele tinha por Eliel, isto por que ele se apaixonara por Amuren desde aquela época quando se conheceram e conviveram, tentou se desvencilhar do que ela estava prestes a falar, mas ela não deu importância as palavras dele, a acusação de traição feita a ela a deixara furiosa então sem deixar ser interrompida ela falou:
--Você se lembra daquela noite na taberna fechada? Pois eu me lembro como se tivesse acontecido agora, você estava sentado a um canto escuro e eu fingi que não te vi, pois não queria te incomodar, mas quando fui sair fui cercada por quatro recrutas mais velhos que estavam bêbados, eles me desarmaram rápido e me arrastaram de volta para dentro rindo e falando o quanto iam se divertir comigo, que iam me provar que eu não era um homem para ser soldado, e eles teriam acabado comigo de uma forma irrecuperável, quando me seguraram encima da mesa eu olhei para você, era a minha única esperança, não havia mais ninguém, mas você nem reagiu, ficou paralisado, eu sei que você não o fez por cumplicidade ou por ser ruim como eles, você fez por que teve medo, eu compreendi depois e te perdoei, era assustador aqueles homens transformados em bestas descontroladas pelo álcool, mas alguém apareceu quando eu não tinha mais esperança, foi Eliel que notou a agitação, e ele não hesitou ao ver a cena, ele os enfrentou e os derrotou, e depois garantiu punições severas para cada um junto a Crison e Nina! Eu vim para este país e em vez de virar uma cortesã almejei a carreira militar com a benção do imperador e do Nono Cavaleiro, graças a bravura de meu pai e meu irmão mortos em combate, eu me lembro de ser a única mulher estrangeira entre centenas de homens aspirantes ao exercito, e mesmo tendo outras garotas e de Nina e Crison deixarem claras as punições severas que aconteceria a qualquer um que nos discrimina-se ou desrespeitassem, bastou uma noite de diversão e álcool para quatro patrióticos recrutas Hyperianos quase acabarem com a minha vida não fosse um plebeu estrangeiro como eu intervir bravamente! Eu devo muito a ele, e não pense que estou falando isto para te entristecer ou dizer que não acho você tão bom quanto ele, eu me casei com você por que você me conquistou, mostrou bravura eu nunca guardei magoas daquele acontecimento na nossa adolescência, eu acabei me apaixonando de verdade por você anos depois, mas eu nunca poderia esquecer o que Eliel representou para mim, e por isto vocês podem dizer o que quiser dele, mas nunca que é um covarde ou um traidor, eu sou a prova viva da sua coragem!
A face de Beltran fechou-se mais ainda, ele amava aquela mulher, sempre a amou conquistou-a e casou-se com ela, no começo queria que ela abandona-se o exercito, algo que ela recusou rapidamente, mas este acontecimento do passado e o relacionamento que ela e Décimo alimentaram por alguns anos depois nunca o deixaram em paz, no fundo sentia que por sua covardia quando jovem ele nunca a teria de verdade, ela era ligada a Eliel e ele era ligado a sua vergonha! Um triste caso de um homem que por orgulho era cego e não se perdoava, sem se perdoar não via que ele fora o escolhido de livre e espontânea vontade por ela, mas se corroia de um ciúme infundado e para compensar o sentimento de covardia do passado não media esforços para ganhar mais poder, inclusive negligenciara por anos sua esposa, e ai era outro lugar onde Anothron podia instalar seu mal.
Depois desta conversa se convencera de que não podia fazer nada por ela, pensara há anos atrás que depois de eliminar Décimo ela o esqueceria, mas nada adiantou destruir a vida dele, esmagar sua honra, esfacelar sua coragem, ele sempre voltava, sempre estava ali nos pensamentos de sua esposa, endureceu seu coração e dirigiu sua missão o mais impessoal possível, Anothron o incumbira de vigiar Arion e graças à loucura dele agora ela sabia demais, perguntou:
-- O que você ouviu?
-- Nada de mais, ouvi vozes, pensei que o imperador recebia alguém de fora e voltei!
-- Mentira, eu cheguei logo depois de você, vi que escutava sei quanto tempo ficou!
--Então você também sabe da traição de Arion! Vai só assistir de novo ou você faz parte disto?
--Você é só uma capitã o que entende do peso de dominar um império?
-- Ele esta nos vendendo ao inimigo, esta vendendo a própria filha, ele enlouqueceu ou esta enfeitiçado!
--Cale-se traidora! Homens prendam-na!
Quatro soldados que estavam escondidos próximo apareceram e foram direto a ela, Amurem ficou sem ação, não esperava que Beltran chegasse a este ponto, pelo menos com ela, mas só notou que ele estava tão louco quanto Arion assim que ele gritou esta ordem aos homens a chamando de traidora, ele não era dado a acessos descontrolados de fúria nem mesmo nas atividades normais, ele podia ter vários defeitos, mas não demonstrava descontrole normalmente, as únicas vezes que isto acontecera fora contra Eliel, pensou em sacar a espada talvez não conseguisse vencê-los só precisaria escapar e tentar avisar Etriel, ele saberia o que fazer, antes que pudesse sacar a arma Beltran já segurava seu braço, o momento sem reação inicial foi seu inimigo, ela desferiu um soco no rosto dele, mas apesar de lhe machucar a boca não surgiu nenhum efeito pratico, ele somente endureceu mais o aperto no braço dobrando-o levemente, os soldados a imobilizaram e prenderam suas mãos, Arion foi atraído pelo barulho e apareceu na frente deles perguntando:
-- O que esta acontecendo aqui? Não exigi ficar sozinho?
--Perdão majestade, fiquei sabendo de rumores sobre um possível espião, vim com meus homens para cá e para minha tristeza peguei a capitã, eu a interroguei e ela não negou, e o senhor deve saber que se trata de minha esposa, mas a importância da segurança do império é prioridade, por tanto estamos detendo a capitã!
--Alteza, Beltran mente, me escute o senhor esta doente, enfeitiçado, precisa falar com Etriel urgente!
--Eu conheço você mulher, de antes de se casar com o general, ouvi na juventude falar de uma jovem de um reino conquistado que sob a batuta de Nina e Crison conquistou um posto de capitã, admirável, mas também ouvi dizer que teve algo com o traidor Eliel!
-- Bem sim alteza, há muitos anos atrás eles tiveram um certo relacionamento!
-- Sim Beltran, obrigado! Como sabe depois do retorno do Décimo para uma missão aqueles que tiveram uma ligação mais forte com ele começam a mostrar as garras, não vejo alternativa, levem-na para a masmorra e executem-na pela manhã!
Antes que os soldados saíssem o general voltou a falar:
--Espere majestade, eu vou lhe pedir um favor!
Arion olhou para seu mais estimado general e respondeu com sarcasmo:
--A sim Beltran, você tem este direito!
--Apesar da falta terrível que Amuren cometeu ela ainda é minha esposa, permita que viva trancada em nossa casa, será vigiada e castigada e nunca mais sairá à rua, e alem domais ela pode ter informações preciosas!
-- Beltran, eu lembro que você tinha uma atração doentia por uma guerreira, e já que conseguiu aquilo que desejava devia ser mais cuidadoso com sua mulher, mas eu devo muito a você, leve-a, mas ponha lha correntes nos pés, a sua casa agora é uma prisão, torne a prisioneira dócil! Mas a traição dela não pode passar impune, de qual província ela é?
-- De Hutá, ao sul!
-- Mande uma ordem minha ao exercito, todos os jovens de ambos os sexos de até quatorze anos devem ser alistados de imediato para a infantaria para as fronteiras no ponto inicial de ataque de Anothron, queimem plantações e destrua engenho, confisquem gados, galinhas, ovelhas e o produto da colheita para o exercito, que eles saibam que a traição de sua concidadã levou ao desagrado de Hyperion, que todos os reinos sob nosso jugo saibam do terrível destino reservado aqueles que desafiam Greiton Arion!
Amurem estava horrorizada, Arion nunca fora um exemplo de líder, era totalmente diferente de seu pai, mas ela nunca ia esperar dele uma atitude tão monstruosa, tentou apelar, mas o monarca já virara as costas, os soldados começaram a arrastá-la ela continuou gritando para Beltran, primeiro cobrando seu caráter, logo no auge do desespero implorava, ele parecia nada escutar! Arion fez menção para Beltran acompanhá-lo e ele o seguiu a sala do trono e bateu as portas atrás de si!
Anothron estava sentado em seu trono, a sua frente uma pequena base de pedra sustentava seu espelho de fogo, a mesma bacia rasa de metal onde ardia uma chama vermelha, acabara de ler a mensagem de fogo no ar e as letras estavam se apagando enquanto ele refletia sobre a mensagem de Arion, era muita generosidade ele lhe presentear com Eliel mesmo colocando sua filha em perigo, escreveu uma resposta rápida mandou e refletiu um pouco, ele sorriu para si sarcástico, não pela informação ele já tinha conhecimento de tudo aquilo, sorriu por ter a confirmação de seu controle total sobre o monarca, um individuo realmente baixo, o mago não havia tido o menor trabalho para iludi-lo a um ponto que o levou a vender a vida da própria filha, Anothron conhecia a reputação de Gregory Arion o antigo monarca, homem justo, honesto e corajoso, pensou intrigado, como este imperador podia s
Tarcilio acabava de se comunicar com Ábánigbéro, o sacerdote de Algron que representava as terras negras, muitos vivendo em seu estreito mundo constituído de quatro impérios desconheciam a existência de outros povos e terras, pouquíssimas era as pessoas que tinham contato com outras localidades do mundo, ou se quer imaginavam que em outras partes alem do mar existiam muitos outros reinos e impérios, os lideres da sua parte do mundo tinham visão estreita e acreditavam que aqueles dois continentes eram tudo o que existia neste mundo, e isto por um lado era bom, e este equilíbrio era a grande missão da sociedade secreta a qual Tarcilio fazia parte, através de magia e influencia os maiores sacerdotes e magos de cada canto do mundo mantinham seus territórios separados, mas freqüentemente se relacionavam para ajuda mutua trocar conhecimento, dividir descobertas
Eliel estava distraído recostado à amurada do navio observando o sol se por, desde o começo da tarde as imagens dos dragões reapareceram no horizonte e pareciam ficar cada vez mais próximas moviam-se mais rápido, muitos outros navios já podiam ser notados por suas velas, estavam chegando cada vez mais para dar suporte as feras, Morghot era conhecida por entre seus feitos os maiores e mais resistentes navios para carga, foi uma grande conquista para Anothron, mas apesar desta grande preocupação o que tomava a sua mente neste momento, era o chamado na sua cabeça cada vez mais forte, uma poderosa voz que lhe assaltava a todo o momento, em algum lugar Calmon o príncipe dragão do fogo o chamava, bem que ele próprio poderia vir por si só, não entendia por que criatura tão poderosa precisava de ajuda ser liberto, ignorava que Algron fizera isto e
Daholk estava na sua cabine no Orca, conseguira com Arkady uma bandeja para criar o fogo místico por onde poderia entrar em contato com seus irmãos, Etriel conseguira entrar em contato com ele mesmo sem o uso desta ferramenta, não era por acaso que ele era um dos quatro maiores da ordem, mas ele não conseguia entrar em contato com o mago de Huiswart, porem agora tinha a ferramenta para enviar pelo menos uma mensagem avisando que entrariam em sua terras para apoiar na guerra que se seguiria, afinal estando ele dado como morto um aviso seria necessário, precisava saber o que o mestre Ábánigbéro poderia ter como plano, é certo que Etriel já o avisara da presença dele mas tinha que avisar o quanto estavam próximos! O fogo acendeu-se na bandeja de prata suja emprestada de Arkady, escreveu a missiva curta e rápida e a queimou, quando Etriel o contatou avisando
El-Don estava orgulhoso de sua missão, antes vivia uma vida abastada na corte e pode estudar magia logo cedo, pois seu pai um rico administrador da coroa também era amigo do mago conselheiro do rei, mas a vida como um mago menor na corte de um pequeno reino não era o que lhe aguardava, tinha vontade de sair ir para os grandes impérios e conhecer magos mais poderosos para aprender e aperfeiçoar seus poderes porem estava preso ao juramento feito ao mago real de que seria seu sucessor e que não teria outro mestre, isto foi até Anothron invadir e dominar seu reino um dos dezessete que constituía o império de Hagardia, ele e o mago da corte lutaram contra a dominação uma luta vã mesmo assim deu o melhor de si, Anothron reconheceu seu moderado poder e lhe propôs clemência em troca de lealdade, e como recompensa pela lealdade lhe ensinaria o real potencial da ma
Karcid: Etriel acabara de ler a mensagem de Daholk e pensava em algum plano que os ajudasse quando sua atenção foi desviada por um aviso que explodiu na sua cabeça na forma de um zumbido e uma dor moderada na têmpora, alguém acabara de invocar um feitiço milenar contra seu protegido, este tipo de magia era muito rara de ser usada, somente um mago muito poderoso conseguiria acessar este tipo de poder e os que ele sabia da existência não atacariam Eliel ou estavam mortos, Anothron poderia fazer isto, mas não havia o bruxo, quando Eliel desistiu de tudo e saiu pelo mundo ele em segredo lançara este feitiço para poder protegê-lo deste tipo de poder, e só havia duas formas de alguém usar este tipo de magia contra o Décimo, ou um mago poderoso o fez ou alguém usou um amuleto onde o feitiço estava guardado já invocado, n&atil
A sacerdotisa de Arcádia dirigiu-se até uma prateleira cheia de livros antigos e pegou três velhos pergaminhos empoeirados, voltou à mesa e sentou na frente de Leal que já estava impaciente esperando a explicação sobre o por que dele estar ali, ela então falou: --Leal, eu sei que anseia para saber sobre si, peço que tenha calma e te garanto que você saberá, mas tudo ao seu tempo preciso que você conheça toda a historia você terá conhecimento que apenas alguns poucos homens muito sábios detém! Ele assentiu com a cabeça e ela começou a narrativa: -- Como você sabe ouve uma grande batalha entre os filhos de Algron os príncipes dragões, Diamond o poderoso príncipe do fogo traiu seus irm&ati
A festa estava animada no navio de Arkady Valhund, precisaram convocar o outro navio para carregar a quantidade absurda de fortuna que roubaram do tesouro que havia sido roubado de Morghot, já no primeiro porto compraram muita carne, frutas e bebidas das mais variadas, se precaveram comprando mais barris para estocar água potável, e enquanto navegavam de volta da ilha secreta onde repartiam e escondiam parte da pilhagem festejavam pois nunca antes tinham conseguido tantos tesouros de uma só vez, muitos estavam contentes pois agora tinham o bastante para abandonar a pirataria e voltar para suas vilas, outros jamais fariam isto, beberiam tudo, pagariam prostitutas e descansariam nos portos mais importantes, mas voltariam logo ao mar e a alegria era tanta que neste momento nem pareciam ser os guerreiros agressivos e duros que eram, dançavam e cantavam, contavam histórias de aventuras, até mesmo o p