“Nenhum arranhão, golpe de espada, marcas avermelhadas de murro, nada. Os corpos parecem estar intactos à primeira vista, mas a destruição que vi dentro deles é surreal. Um lobisomem é capaz de arremessar alguém a metros de distância, mas sempre haverá sinais de luta, porém, o que presenciei não era coisa de lobo, humano ou qualquer outra raça. Com o que estamos lidando? Quem matou essas pessoas? E por que queriam incriminar a Karolina? É verídico tudo o que ela falou sobre o fim do mundo e sobre uma mulher que veio antes de nós que possui magia e quer nos destruir? Antes de alguma conclusão concreta, continuarei investigando esse caso.”Parei por um momento de escrever o diário de trabalho, uso sempre para anotar as tarefas e missões importantes que estou empenhado. Meus dedos doíam e os olhos ardiam, eu preciso encontrar solução para esse caso, mas todas as vezes que encontro algo, parece mais sem lógica e explicação, como se eu estivesse dando voltas e voltas no mesmo lugar, não é a
Todos desceram da escada um atrás do outro, ficando lado a lado me encarando, me observando, nenhum falava nada, coloquei minhas mãos atrás das costas que seguravam a adaga, passei meus olhos por eles e pelo local analisando tudo que eu e eles poderíamos usar como armas, no entanto, o que tinha eram as cadeiras e as mesas, mas eu pretendia usá-las para atacar.Todos correram juntos na minha direção.Rodopiei para o lado esquerdo me esquivando de ser encurralada e atirei a adaga na testa do primeiro que caiu no chão, apoiei minhas mãos na mesa, peguei impulso nas pernas e girei alcançando o segundo com um chute no rosto, ele caiu no chão, mas ainda estava acordado, usando os cincos dedos da minha mão que se transformaram em garras pretas afiadas, apoiei um joelho no chão ao lado do que tinha caído e afundei minhas cincos garras no seu rosto, ele morreu logo em seguida.Tudo em fração de segundos.Os outros três, vendo como matei seus parceiros rapidamente, quebraram cadeiras ao redor e
Preciso sair daqui, não suporto mais ficar nenhum segundo sequer com essas pessoas ajoelhadas diante de mim.Com passos largos, fui embora sem me importar com mais nada, andei pelos corredores do palácio de cabeça baixa, como se um peso enorme estivesse em meu pescoço e costas me impedindo de olhar para cima, algo me sufocava, consumia minha mente, fazendo com que meu corpo tremesse e eu ainda não entendia o que era. São aquelas pessoas? Aquele garoto? Aquelas palavras?“Salve o líder do nosso exército, Lúcius Calmon!”As vozes em coro ressoavam pela minha mente conturbada. Não queria ouvir aquilo, queria arrancar as vozes da minha cabeça.Pare! Pare! Pare!Por quê? Por que eu? O que fiz para ser escolhido entre todos? Por que não um demônio para liderar esse exército maldito? Por que entre todos os mais fortes tinha que ser justo eu? Foi meu estilo de vida? A maneira como matei meu pai? Talvez por tudo que passei na minha infância...Sim, provavelmente é isso.Entre todos, exceto por
Foi o primeiro sonho que tive, a primeira visão da minha vida alternativa, tudo estava tão confuso, como se os mortos estivessem vindo me cobrar por eu ter me casado com Alec, por não ter cumprido a profecia, por ter me tornado a Luna Boldwin e ter fugido das minhas responsabilidades como Suprema Alfa. Minhas vestes eram outras, meu reino era somente a Tribo Boldwin, o povo ao qual eu liderava me amava, nessa vida, no início do meu mandato, havia algo além da felicidade, algo incompreensível, como se meu mundo girasse em torno de algo ou alguém, eu estava alegre, satisfeita, me sentindo tão amada, sortuda, e sabia quem havia me proporcionado todas essas sensações.A casa onde eu morava era maior que a do meu tio, minha filha descia lindamente da escada com sua farda da escola, ela parecia bem animada para a aula de literatura.Clara preparava nosso café da manhã, mas ninguém comia nada da mesa já posta, foi uma regra que criei na casa, todos deveriam estar presentes durante as refeiçõ
Alívio profundo surgiu em mim, mas ao mesmo tempo não consegui levantar a cabeça para encarar aqueles rostos curiosos na minha frente. Senti tanta vergonha por Alec, Marcus e até mesmo a empregada terem presenciado o que aconteceu comigo segundos atrás.– O que houve? – Marcus me perguntou com uma carranca.– Como você sentiu o vínculo de companheirismo sem nem ao menos termos feito nenhum voto? – Alec perguntou. A empregada continuou calada, porém em seu semblante também tinha perguntas. – Karolina...– Preciso descansar, por favor, saiam. – Respondi melancolicamente sem levantar a cabeça.Marcus e a empregada saíram a contragosto, mas segurei na mão do Alec quando ele se levantava da cama.– Eu tive uma visão. – Admiti ainda segurando sua mão.– Visão? Do futuro? – Alec se sentou novamente.– Não. De uma vida, uma vida diferente da que temos agora.– E nessa vida, o que aconteceu? – Ele parecia ter acreditado em mim.– Lembra-se do que tinha dito na cabana para você, Lúcius, Natanae
– O Império?! Não! De jeito nenhum! Você não pode ir, é perigoso! – Contestei me aproximando da Elena.– Karol, eu tenho que ir.– Maria Elena, Natanael antes de partir deixou você sob minha proteção, eu não posso deixar você ir facilmente.– Karolina! – Minha amiga olhou nos meus olhos com firmeza. – Eu irei para o Império e você não pode me impedir.Fiquei sem palavras com a sua reação.– Sinto muito por te deixar preocupada, não era minha intenção, mas eu devo partir agora mesmo e vim me despedir de você antes de ir... n-não sei se um dia a verei novamente. – Elena vacilou nas palavras e um soluço cortado saiu pela sua garganta.– Minha amiga... – Sussurrei essas palavras com um nó na garganta e a abracei.Ver minha melhor amiga partir assim sem saber se um dia voltará, despedaçou meu coração, mas infelizmente eu não posso impedi-la, a Elena sabe qual caminho seguir, como também não posso acompanhá-la, pois minha missão em Valiska ainda não terminou.Acompanhá-la até os portões do
Dois dias depoisApós a primeira tentativa de curar os possuídos com meu sangue fracassar com o vampiro vomitando tudo depois de beber o líquido vermelho, tentamos mais e mais vezes com outros vampiros, até mesmo com o neto do Davi, porém todas as tentativas falharam, eles sempre vomitavam e voltavam a serem controlados novamente.– É inútil. – Natanael falou frustrado após bater na mesa da sala de reuniões. – Sempre voltamos à estaca zero, eles nunca ficam muito tempo lúcidos e sempre rejeitam seu sangue, por quê? – Me perguntou abatido.– Talvez porque meu sangue, apesar de ter vestígios, não é da Karolina, o poder que passa para eles é pouco diferente do que beberem diretamente dela.Ele confirmou a cabeça a contragosto.– Você tem razão, eu só queria pensar que você aqui seria o suficiente para salvá-los. – Natanael endireitou as costas curvadas e deu um longo suspiro. Aquelas palavras também me desapontaram. Eu queria poder ajudá-los, mas não sou ela.– Sinto muito por isso. – Po
Espera! Não posso me empolgar assim, nós não nos conhecemos e ele está arisco, não posso ir falando tão formalmente, devo conquistar sua confiança.Permaneci impassível e séria.– Miguel... – Chamei sua atenção. – Você sabe quem eu sou?Ele levantou as sobrancelhas.– Só há uma pessoa no mundo com olhos vermelhos... A Suprema Alfa, Karolina Stevens, descendente de Victor Stevens, a primeira mulher que precisou quebrar suas correntes da escravidão para reivindicar o que era seu por direito, que passou por cima das regras dos líderes mundiais e declarou liberdade para os escravos e união entre os vampiros gerando caos, admiração, ódio e medo das pessoas.Engoli seco com a descrição, era como se eu fosse um livro aberto e ele um leitor desse livro. Mas, permaneci séria.– Sabe sobre os boatos que dizem por aí não é? – Perguntei.– Há vários boatos seus, Karolina Stevens.Mais uma vez fiquei tensa quando escutei meu nome sendo pronunciado.Quem diabos é esse homem?– Mas esse é o mais fal