Capítulo II

- Christopher, meu irmão....

***

Luna Ryha

- C-como assim?... Ele tinha olhos...- Ela me interrompe, era uma pessoa? Não,  não! Isso não  pode estar acontecendo.

- Vermelhos. Sim, ele é o supremo alfa, um lobisomem.-Ela fecha os olhos esperando a bomba de perguntas.

- Ta, agora você ferrou com o meu psicológico... supremo alfa? Que? Ele é um lobisomem?? Impossível!Isso não existe. Eu sonhei com isso já, mas não imaginava que acontece...- Ela tampa minha boca e olha pro lado como se alguém estivesse ouvindo. 

- Fica quieta e observa. - Fico olhando pra ela e ela se levanta- Eu ia deixar pra contar depois mas aquele idiota estragou tudo. - Ela balança a cabeça e seus olhos ficam um amarelo lindo, ela se transforma pela metade e rosna. Eu grito. Penso em correr, mas vai que ela me pega? Não é,  não é lua cheia, ela não  faria isso comigo, né? 

- Calma. - Ela balança de novo e volta ao normal. - Essa é só uma parte da forma. Minha loba é muito mais bonita que isso.

- Você está querendo que eu fique louca?? E-eu vou pensar um pouco... pra tentar assimilar tudo que está acontecendo..Eu preciso ficar sozinha. 

- Tudo bem, amanhã a gente se fala. - Afirmo e vou para meu quarto.

Começo a pensar em tudo que aconteceu. Não que eu não entende sobre lobos, entendo até demais, mas eu estou confusa. Tudo o que mais quis que acontecesse acontece e eu não sei o que fazer. Será que é sonho? Será que quando eu acordar tudo irá acabar?. Acabo dormindo depois de pensar muito.

---

Estava tudo escuro, aparece lágrimas no meus olhos sem nenhum motivo. Paro de chorar e olho para o lado, vejo os mesmo olhos vermelhos que vi na floresta chegando perto, lento, astuto. Não dava para ver nada, só escuto uma voz grossa e ríspida em meu ouvido. Olhe além do meus olhos de sangue.

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Acordo assustada e passo a mão no cabelo frustrada. O que está acontecendo comigo? Por que está tudo confuso??

Vou fazer minha higiene matinal e quando saio, Teny estava na porta me encarando séria.

- Não foi um sonho né? - Ela nega com a cabeça.

- Luna, eu sei que é confuso, mas tudo isso tem que acontecer ... você tem que saber de tudo isso. Você é a chave para nossa salvação.

- A chave pra nossa salvação? Eu não sei cuidar nem de mim direito, imagine salvar alguém.

- Eu não posso falar nada, Só quando for a hora e não será eu que irá fazer isso. Mas eu só posso dizer que tenha coragem e seja curiosamente calma.- O jeito que ela fala, mesmo que eu esteja nervosa,  me tranquiliza, como é possível? 

- Curiosamente eu já sou... agora, calma?- Ela ri

- Fiz café pra gente. - Pulo da cama. 

- Ebaaa - Vou correndo pra cozinha e que monte de coisas gostosas.

- Se quiser, pode ficar aqui pra sempre. - Digo, ela ri e eu começo a comer. 

***

Já está anoitecendo, o dia inteiro eu fiquei pensando o que tinha acontecido ontem, eu não sei o que me espera, mas quanto mais eu penso nisso tudo, mais eu fico curiosa pra saber.

Chego em casa e jogo a chave na mesa. Estou exausta,  todas essas emoções e  novidades,  é  muita coisa pra minha cabeça. 

- QUERIDAAAAA CHEGUEI. - Brinco, mas fica um silêncio enorme e deduzo que ela não esta em casa. Sinto algo estranho, como se tivesse alguém me vigiando. Como? Se ela não está aqui? Tento igonrar e vou em direção ao meu quarto.

Quando chego no meu quarto, decido tomar um banho, começo a me despir e vou em direção a porta quando escuto um barulho. Assustada, pego minha toalha e me enrolo na mesma.

Com um pau na mão (só por precaução), vou até o barulho.

A luz estava apagada pois nem me preocupei em ascende-la. Mesmo assim, a luz da lua refletia pela pele morena bem bronzeada. Era um homem, que estava de costas mas mesmo assim, dava pra perceber que ele era musculoso.

- Quem é você e o que faz na minha casa?. - O homem não responde e continua parado de costas. - Se você não me responder eu vou tacar esse pau na sua cabeça. - Ele não fala nada e vai andando em direção a porta. Aaa mas ele não vai sair ileso sem me dar uma explicação.

Vou até ele e taco o pau em sua direção é claro que não é para machucar, afinal, não tenho força. Bem, não deu muito certo, pois ele segura a minha mão antes. Quando vira, a minha raiva some, e eu fico perdida um tempo em olhos castanhos.

Esse, é o homem mais lindo que eu já vi. No mesmo instante o pau que estava em minha mão cai e ele me olha furioso.

- COMO OUSA TENTAR ME BATER COM ESSE PAU? - Esse cara só pode estar de brincadeira com a minha cara.

- COMO OUSA VOCÊ INVADIR MINHA CASA E AINDA ME AFRONTAR? - Ele fica confuso por um tempo e chega mais perto, perto até demais.

- Como é seu nome. - Não respondo. - Me fala seu nome! - Diz alto.

Grosso!

- Não interessa meu nome, SAIA DA MINHA CASA. - Grito encarando profundamente seus olhos.

- Não. - Ele me desafia, sorrindo. Olho para sua boca no mesmo instante, até  que é  beijavel 

Por lua, o que eu estou pensando. Saio dos braços dele e vou em direção ao pau de vassoura para pega-la. Pego ele e o levanto pra cima, para ameaçar. 

- Vai sair por bem ou por mal? - Falo ameaçando.

- Isso não vai fazer nem cócegas.

- Quer pagar pra ver? - Encaro ele.

- Não, eu queria pagar pra ver você sem essa toalha. - Coro. Que intimidade é essa? Não é porque é bonitão que eu vou deixa-lo falar comigo dessa forma. Vou em sua direção pra atacar, mas ele pega o cabo e me puxa para perto de si. Tão perto que o que eu só consigo ver, são seus olhos e sua boca.

- Você é muito corajosa para uma humana. - Ele diz no meu ouvido. Isso me fez arrepiar inteira. Fecho os olhos procurando controle, o encarando com raiva, não vou abaixar a guarda! Não vou mesmo!

- O que quer aqui? - Digo saindo de perto dele, disfarçando.

- Vim atrás de minha irmã, cade ela? - Aaa ele é o supremo. Engoli a seco, ótima idéia Luna, pegar um mísero pau para atacar em um lobisomem! Mas como que eu ia saber que esse brutamontes ia vir aqui procurar a Teny? Nem eu sei onde o ser foi.

Respiro fundo e encaro seu olhos, é difícil sustentar seu olhar de fúria mas me mantenho firme.

- Aaa olha o que temos aqui, um supremo alfa!? Que medo. - Digo ironizando. Mas o cu está tão fechado que nem uma agulha passa. Coragem Luna. Ele fica furioso pelo que eu percebi. Era essa a intenção.

- CADE ELA - Seu olho fica vermelho e eu lembro do sonho. Não, não pode ser esse idiota.

- EU NÃO SEI CARAMBA, ELA NÃO ESTAVA AQUI QUANDO CHEGUEI.

- Droga, ela sumiu de novo. - Diz chutando o sofá.

- O sofá não tem culpa da sua raiva, brutamontes.

- Olha, não me tira a paciência. É melhor você ficar quieta.

- Me obrigue. - Eu não acredito que disse isso. Ele me encara, chega perto de mim e da um sorriso malicioso.

- Você tem certeza que quer que eu te obrigue? - Diz com a voz rouca, devo estar como um pimentão. 

- Saia daqui. - Eu digo virando o rosto e ele da uma risada gostosa e sai pela porta de saída. Antes de partir ele vira e fala.

- É melhor que da próxima vez, você esteja com roupa, porque não sei se vou me segurar.

- QUEM DISSE QUE VAI TER PRÓXIMA VEZ?

- EU. - Logo, não vejo mais sinal dele.

Fico parada no meio da sala assimilando o que acabou de acontecer. O que foi isso?

Vou para meu quarto e tomo meu banho pensando o porquê dele aparecer em meu sonho. Por que eu sonhei com ele? Por que eu estou me preocupando com isso? Ele só é um idiota qualquer que se acha o bonsão só porque é o supremo. Mas comigo isso não vai colar. Se ele pensa que vou abaixar a bola pra ele, ele está muito enganado.

Tomo meu banho e vou para sala. Pego um livro e começo a ler.

Na verdade, eu não consegui. Estava preocupada com a Teny... Aonde aquele ser se meteu?

Escuto um barulho da porta sendo aberta e já pego o pau de novo.

- NÃO ACREDITO QUE VOCÊ TEVE A OUSADIA DE VOLTAR AQUI. - Grito

- Hey, calma, o que eu fiz? - Ah, é a Teny.

- Ah, desculpa, pensei que fosse o idiota do seu irmão.

- Meu irmão esteve aqui? Droga.- Ela fala pra ela mesma.

- Eu posso saber aonde você estava senhorita?

- Bem.. hihi.. eu estava... é. .. Passeando na floresta!. - Diz disfarçando

- Teny teny... Não minta pra mim.

- Mas eu não estou mentindo... vamos mudar de assunto! O que meu irmão falou?.- Um dia eu vou fazer ela falar.

- Ele só estava te procurando e com muita raiva. Quando falei que não estava aqui ele falou "ela sumiu de novo"... como assim sumiu de novo Teny?

- É. .. eu sumi por uns anos...

- Quantos?

- 40 - Ela da um sorrisinho como com quem fez besteira.

- Está louca, por que sumiu tanto tempo assim?

- Estava procurando algo.

- Nossa, esse algo era muito importante para você sumir por tanto tempo.

- Era muito importante mesmo - Ela me encara.- Mudando de assunto, então, você conheceu meu irmão... - Ela levanta e abaixa a sombrancelha rapidamente e eu reviro os olhos.

- Infelizmente sim.

- Hey, ele não é tão mal quanto parece. - Olho incrédula e ela me encara séria.

- Pelo pouco que conheci, ele se acha muito pelo meu gosto.

- Me acho é? - Ouço aquela voz atrás de mim ríspida igual ao sonho e isso me faz arrepiar inteira, esse homem não tem casa não? Viro e o encaro levantando uma sombrancelha.

- O que quer? - Ele me encara e da um sorriso de canto mas logo depois muda completamente de expressão.

- Teny. - Ela arregala os olhos. - PRECISAMOS CONVERSAR. - Enfatiza e ela se levanta e vai em direção a porta saindo pra fora. Quando Christopher vai para segui-la eu seguro seu braço e ele olha com desprezo na minha mão.

-Da próxima vez, não entre sem bater, sua mãe não te deu educação não?

- Ela deu, mas eu uso com quem merece. - Essa doeu.

Ele tira o braço da minha mão com força e sai como um furacão pra fora.

Antes de fechar a porta me encara e vejo em seus olhos que estou ferrada. Lembro que ele não pode fazer nada contra mim pois não sou loba e suspiro aliviada.

***


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