Após uma temporada de isolamento e tranquilidade na cabana, Luke e Hellen retornavam a Forks, prontos para enfrentar as responsabilidades que os aguardavam. Luke estava especialmente ansioso pela reunião com o Conselho da Aliança, uma estrutura estabelecida após a formação da trégua entre vampiros e lobos, um esforço para manter a paz e segurança em tempos turbulentos.Ao chegar à sala do conselho, Luke foi surpreendido pela presença de Vanessa entre os membros. Era inesperado vê-la ali, não apenas participando, mas em um papel de destaque. Edgar notou a surpresa de Luke e rapidamente esclareceu que Vanessa havia sido escolhida como representante do grupo de patrulha devido ao seu excepcional desempenho e dedicação. Ela havia demonstrado uma habilidade notável em liderar e coordenar as patrulhas, ganhando o respeito e admiração de todos, uma transformação notável da mulher que Luke se lembrava como frágil e dependente.Vanessa, por sua parte, tinha suas próprias intenções. Embora tive
Severus, embora aparentasse obediência absoluta ao Sacerdote Negro, não estava totalmente dócil. Por trás de sua fachada submissa, ele maquinava incessantemente, estudando cada detalhe das ordens que recebia. O plano do Sacerdote Negro era simples, mas maquiavélico: Vanessa foi instruída a conquistar a matilha e os vampiros, tornando-se indispensável enquanto saboteavam Hellen para que ela parecesse incompetente. Paralelamente, Vanessa deveria simular uma aproximação com Luke, culminando em uma traição que certamente desencadearia a fúria de Hellen, liberando Herlon como consequência.Apesar de seguir as ordens, Severus tinha seus próprios planos. Ele desejava ser o preferido de Herlon, e nem mesmo o medo que sentia do Sacerdote Negro era suficiente para mantê-lo quieto. Dentro de seu covil escuro, ele trabalhava em segredo, buscando uma forma de superar seu mestre.Severus havia sequestrado dois lobos vermelhos, usando-os em seus experimentos. Ele sabia que Herlon não podia sair de s
Ao entrar no quarto de Gloria, Hellen foi imediatamente envolvida pela escuridão espessa que dominava o ambiente, tão densa que parecia quase tangível. Era meio-dia, mas dentro do quarto de Gloria, poderia muito bem ser meia-noite. A única luz que entrava era filtrada por grossos panos pretos que cobriam completamente as janelas, aprisionando o quarto em um abraço gélido e sombrio.A mobília do quarto, uma vez alegre e colorida, estava agora desordenada e coberta de roupas e papéis. Um abajur derrubado jazia ao lado da cama, sua lâmpada estilhaçada no chão ao lado de livros com as capas amassadas. As paredes, antes adornadas com pôsteres de bandas e paisagens luminosas, agora ostentavam apenas algumas sombras dos antigos decalques, tornando o ambiente ainda mais desolador." Já falei que não quero comer, mãe," Gloria, resmungou uma voz fraca da cama, mal notando a presença de Hellen. A voz, carregada de exaustão, parecia arrastar-se pela penumbra do quarto.Hellen, sem hesitar, caminh
Santos tinha trabalhado incansavelmente para construir um refúgio seguro para sua matilha. Na vastidão verde da floresta, casas de madeira pintadas de branco começavam a surgir, alinhadas cuidadosamente em fileiras que respeitavam o terreno natural. Cada casa era um testemunho do esforço coletivo e do desejo de criar um lar onde todos pudessem viver em paz e harmonia.A vila de Santos estava ganhando forma rapidamente. Ele supervisionava cada detalhe com um olhar atento e uma determinação feroz. Embora o trabalho fosse árduo, a visão de um lar seguro e próspero para sua matilha dava-lhe a força necessária para continuar.As casas de madeira eram robustas e bem construídas, projetadas para resistir aos elementos da floresta e ao mesmo tempo oferecer conforto e segurança aos seus habitantes. Pintadas de branco, elas se destacavam contra o verde profundo da mata, criando uma sensação de pureza e tranquilidade.Santos também havia conseguido trazer serviços básicos como energia elétrica e
Enquanto o carro se movia suavemente pela estrada que levava de volta à casa principal de Forks, Hellen se sentia cada vez mais inquieta. A revelação de Gloria e a aparente rejeição de Edgar não apenas a incomodavam, mas também despertavam um senso de injustiça que não conseguia ignorar. Edgar, em sua dor, havia esquecido a responsabilidade que carregava como líder e como companheiro destinado.Os pensamentos de Hellen eram um turbilhão de emoções conflitantes. Ela não conseguia parar de pensar na expressão de dor no rosto de Gloria quando revelou quem era seu companheiro destinado. A angústia de Gloria ressoava profundamente com Hellen, que sentia cada palavra como um golpe pessoal. Não era apenas uma questão de lealdade; era uma questão de fazer o que era certo."Onde posso encontrar Edgar a essa hora?" Hellen perguntou de repente, sua voz tensa com determinação. Seu olhar era firme, focado, como o de um predador antes do bote.Trevan, sentindo a intensidade da irmã, hesitou por um
Na calada da noite, Forks mantinha seu ritmo tranquilo, mas naquele momento, o ar estava carregado de tensão e urgência. Luke apressou-se para alcançar Edgar, que caminhava rapidamente em direção à casa que servia de alojamento temporário para ele e seus acompanhantes. A silhueta do rei vampiro se destacava contra as luzes fracas que iluminavam o caminho."Edgar, você não pode ir agora, não quando estamos no escuro sobre o retorno de Herlon," chamou Luke, sua voz carregando a gravidade da situação.Edgar parou, seu corpo tenso, e virou-se lentamente para enfrentar Luke. A frustração era evidente em seu semblante:"Eu não posso ficar aqui e aguentar a impulsividade de sua companheira," respondeu ele, a voz baixa mas firme. "Ela ainda vai te levar à destruição. Não vou permitir que minha raça sofra por ela."Luke sentiu o peso das palavras de Edgar. Ele sabia o quanto a situação era delicada, especialmente agora que as tensões entre as raças estavam temporariamente aplacadas e qualquer
Na grande casa que agora servia como centro de operações para a aliança dos lobos e vampiros, um silêncio denso e pesado pairava sobre os corredores, marcado apenas pelos ecos distantes de passos e o ocasional som abafado de vozes. Hellen, situada em uma das amplas janelas do corredor, contemplava o céu de Forks se tingir com os últimos raios do pôr do sol, cada tonalidade de laranja e vermelho pintando uma tapeçaria de beleza e melancolia. Enquanto observava, os pensamentos sobre as repercussões de suas ações recentes pesavam profundamente em sua consciência.Cada momento de reflexão trazia uma nova onda de realidade e culpa, revelando a ela a gravidade das consequências que suas escolhas impetuosas haviam desencadeado. Edgar, o rei vampiro, permanecia uma figura central em seus pensamentos conturbados. A morte de Ravena, uma vida perdida devido a uma cadeia de eventos que ela havia inadvertidamente posto em movimento; a dor e a perda que Edgar sofreu; e agora, Gloria, enredada em um
Depois de revelar as informações sobre Vanessa, Luke observava Hellen processar as implicações. Ela tinha reagido impulsivamente, uma característica que começava a lhe trazer problemas significativos em sua nova posição de liderança."Vanessa já te procurou e pediu desculpas," começou Luke, tentando mediar a situação com calma. "Ela disse que te superou e está focada em ser útil para a aliança. Inclusive, mencionou que tentou cumprimentar você, mas foi ignorada." A voz de Luke era suave, mas carregava uma severidade subjacente, refletindo a seriedade do assunto. "Ela até se ofereceu para deixar o cargo no conselho."Hellen, ainda dominada por um turbilhão de emoções e frustrações, respondeu quase sem pensar:"Ótimo, me sentiria melhor assim." As palavras saíram mais ríspidas do que pretendia, e ela podia sentir o peso de cada uma delas no ar.Luke, contudo, não deixou passar. Com um rosnado baixo, ele retorquiu:"Não é sobre você, Hellen. É sobre todos os que governamos." Sua expressã