Nada do que aconteceu na noite de sexta passou despercebido aos olhos de Guilherme. Ele que tinha ido acompanhar Rubem que precisou atender tarde da noite o chamado de Mateus, precisando assim de alguém que pudesse trazer de volta o carro do patrão, já que esse tinha se enfiado em mais uma noite de bebedeira pela cidade, acompanhado de mais uma mulher.
O que ele não esperava era que essa mulher fosse justamente Alicia. A única que em tempos o despertou um certo interesse. Não era um homem mal, na verdade estava muito longe disso. O problema é que não suportava os caprichos de menino mimado que Mateus ainda tinha, que sempre esfregava na cara dele e do resto do mundo o quanto era melhor.
Melhor amante, o homem mais rico, poeta, homem livre, feito de praia, sol e farra. Não era homem para Alicia.
E nunca se esqueceria de Manoela. Ah, como essa mulher lhe foi in
Os dias estão cada vez mais curtos, a correria do dia a dia, da rotina, as vezes nos impede até mesmo de sonharmos. Mas esse não era o caso de Alicia.Tinha dentro de si tantos sonhos e desejos, que era exatamente isso o que a fazia viver.Por mais difícil que parecesse realiza-los, sonhar ainda não custava nada.- Alicia! – Ela simplesmente suspirou, forçando um sorriso para seu chefe, que se aproximou com o mesmo sorriso malicioso de sempre – Seus textos são totalmente incoerentes – Alicia assentiu, pegando as folhas que ele tinha em mãos – Não podemos publicar algo assim, totalmente sem nexo – Apontou mal humorado – Refaça isso.E lá estava ela, recomeçando pela enésima vez, mesmo sabendo que seu artigo estava muito bem feito e estruturado, e que tudo isso não passada de implicância de s
Capítulo 1 – A mudança.O pedido de demissão de Alicia surpreendeu a todos no jornal, em especial Fábio, que apesar de negar o tempo todo, sabia que ela tinha potencial.Tentou indiretamente fazer com que ela mudasse de ideia, nunca que daria o seu braço a torcer, e isso, fez com que ele perdesse uma de suas melhores jornalistas.Agora, Alicia estava com sua pequena mala em uma mão, enquanto na outra segurava firmemente a coleira de Romeu, em pé ao lado de um ônibus no terminal rodoviário, esperando o próximo que a levaria direto para o Rio de Janeiro.- Ele não pode embarcar, senhora – Alicia encarou o motorista com o cenho franzido – Desculpe, são ordens superiores.- E o que espera que eu faça? – Apontou para o cachorro que cheirava a perna do motorista – Que
Capítulo 2 – Novos horizontesCecília estava que não cabia em si de tanta felicidade, a carta de sua filha dessa vez, a trazia uma boa notícia! Aquela saudade finalmente teria fim.O trabalho naquele dia se tornou mais leve, e até mesmo aguentar o rabugento de seu patrão tinha se tornado algo mais fácil. Sua menina estava vindo, a ela, o resto pouco interessava.- Ceci! – Sorriu ao receber um beijo terno em sua bochecha – Qual o motivo de tamanha felicidade? – Questionou Mateus, se apoiando na bancada ao lado dela – O tirano do meu pai ainda não veio lhe importunar?- Oh senhor Mateus, isso é tarefa diária daquele velho rabugento – Mateus riu, aceitando a xícara de café que ela lhe serviu – Mas hoje não tem nada que será capaz de me tirar o sorriso do rosto, nem mesmo as sandi
Alicia tinha que admitir: aquela era uma bela casa. Olhou encantada para a mansão onde morava Lucca, o famoso patrão rabugento de sua mãe. Sabia pouco dele, apenas que não tinha muito bom humor, e que odiava com todas as suas forças qualquer coisa que o tirasse de sua zona de conforto.Mas ele era milionário, velho e estava doente. Tinha todo o direito de aproveitar o resto de seus dias como bem entendesse, e não seria ela quem o contrariaria quanto a isso.Caminhou encantada pelo imenso jardim da mansão, era de longe, o mais lindo que já vira. Mas ela não era das pessoas mais conhecidas do mundo, então, sua opinião não valeria de muita coisa.- Mas o que... – Mateus parou, assim que desceu de seu carro e sorriu, ao ver uma bela mulher caminhando por seu jardim apenas de robe – Ora, de onde saiu essa mulher? – Bat
A manhã daquela quarta feira amanheceu mais iluminada do que nunca para Alicia, ela se sentia plena, e mais do que isso: realizada. Era como se as coisas finalmente começassem a ter sentido em sua vida. Já estava cansada de andar pra trás, e ao mínimo sinal de que as coisas andariam, já a encheu novamente de esperanças.Tomou café da manha com sua mãe, evitando tocar no nome de Mateus. Foi um choque para ela descobrir que o homem que a cercava era filho de seu patrão, e não Guilherme, um funcionário. Tudo seria muito mais fácil se fosse assim.Mais fácil pra que? Ela não tinha interesse em um, e provavelmente não teria em outro. Não estava ali pra isso, e precisava reorganizar suas ideias.- Pronta para o primeiro dia? – Mateus parou ao lado de Alicia, fazendo com que ela o encarasse de cenho franz
Já estava há quase uma semana trabalhando no marketing digital do novo editorial da revista e Alicia podia dizer que estava tendo os melhores dias de sua vida. As coisas realmente iam bem, a revista parecia deslanchar e seus sonhos estavam mais vivos do que nunca.Como era bom, como fazia bom estar em sua área, fazer o que amava. Ela estava cheia de vida, distribuindo sorrisos e simpatia a quem passasse por ela. Estava até começando a gostar do Rio!Ah, o Rio! A cidade que ainda a causava um grande misto de sentimentos. Ia do amor para o ódio em questão de minutos. Da brisa gostosa do mar, para o inferno que era o transporte público.Eram dois extremos, e se perguntava, como que sobreviviam àquilo sem surtos diários. Ela tinha os seus, por mais que o otimismo sempre predominasse.Mas tinha uma pessoa, uma única pessoa com qu