Eu lembro que você nem sempre foi tão próximo assim de mim. Ocasionalmente eu até te via passando pela rua, mas sempre me dava um "oi" e um conselho. Com o tempo você se aproximou de mim e nos tornamos bons amigos. Te via poucas vezes na escola, né? Se bem pensar, suponho que você também nunca ligou muito para escola… falando melhor, escola é uma bosta.
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a vida toda. Para que ficar velho e morrer de alguma doença, sendo que pode atalhar e terminar tudo aqui? Vale mesmo a pena? Vamos acabar com isso hoje, eu vou com você, nunca te abandonei, não vou fazer isso agora… Você fez uma pergunta muito boa para mim. Eu respondo, vamos pular juntos, quando estiver caindo olhe para os vidros do prédio e verá quem sou eu. Garanto que nesse instante, tudo fará sentido e juntos daremos fim a esse sofrimento.
Parte I Vou ficar de pé, assim fica melhor para contemplar pela última vez toda essa cidade que só me atrasou, cidade m*****a, cheia de arranjos políticos e acordos entre camaradas que criam um sistema que só beneficia os deles. Os pobres que se lasquem. Então vou realizar tal pedido,embora acheque não vai resolver nada, nem valerá a pena. Mas ele já me ajudou no passado. Tenho certa gratidão por ele, apesar de não ter dado nada c
Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você.” Tentei entender coisas que não poderiam ser entendidas, além de me entregar a sentimentos e pensamentos que não mereciam atenção total. Fui estrangulado, esmagado, o vazio está dentro de mim, ao meu redor. Não vejo valor nem sentido em nada, religião, política, amor ou ódio, muito menos na sociedade, eu repulso os humanos. Minha vontade passou a ser a inexistência. Acho, me recordo de alguns golpes fatais que me empurram cada vez mais perto desse buraco negro. Hoje estou só o espaguete. A luz que estava em mim foi toda absorvida, extraída, restando agora somente esse corpo… Vejamos. O primeiro golpe foi alguns anos atrás, não lembro a data certa, no entanto, eu fazia a nona série do ensino
“Ter muitos amigos é não ter nenhum.” “Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura.” “O ignorante afirma, o sábio dúvida, o sensato reflete.” (Aristóteles) “Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe.” (Padre Fábio de Melo) Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe.” (Padre Fábio de Melo)
Reencontro com alguém distante. Era na época uma moto Bros 150. Nos A aproximamos e iniciou-se a ação. O Vidar estava com uma bombinha enorme, daquelas que vendem no supermercado. Elas são até grandes e com muito poder. Penso que tinha uns 8 cm de comprimento, por aí… Eu lembro que, quando mais novo eu as usava para brincar na rua. Acendia uma, colocava uma panela velha em cima e corria. Ela explodia e jogava a panela mais alto do que os postes de energia. Aquilo era o máximo, parecia lançamento de foguete. O Vidar alongou o pavio de uma e colocou na boca do escapamento da moto do professor. E ainda mijou dentro do capacete que estava pendurado no guidão. Após isso, nos preparamos para correr, acendemos e saímos correndo em disparada. Subimos a escada muito rápido, passamos pela
No dia seguinte, levantei igual a um zumbi por não ter dormido direito. Só tinha pegado no sono depois das quatro horas da manhã. Meu corpo estava pesado. Meus olhos pareciam que tinham areia. Vermelhos e ardendo. Alguém desconhecido poderia até me julgar, dizendo que estava usando drogas… Fui para escola, entrei, não vi em lugar nenhum o Vidar nem a Oizus. Então pensei automaticamente que estavam com medo de ir à aula. Talvez o Vidar. Já a Oizus podia apenas estar com preguiça. Entrei na sala normalmente, assisti até o terceiro horário, lanche e intervalo. A quarta e a quinta aula eram do bendito professor, até tinha me esquecido. Lembrei no intervalo porque um colega de classe havia comentado de um exercício que teria que corrigir nessa aula. Agora tinha complicado, teria que encarar o professor, olhar no seu rosto e tentar manter a calma. Não poderia deixar nada escapar, afinal sentia o remorso crescer de
─ O Sísifo está trancado no quarto ainda? ─ Questionou o pai de Sísifo. ─ Sim está, desde ontem não sai. ─ Respondeu a mãe e o advertiu em seguida: ─ Deixe o em paz. Algo aconteceu, ele está muito deprimido. ─ Se a gente não procurar saber o que aconteceu, nunca saberemos, ora bolas. ─ Bradou o pai levantando os braços. ─ Tudo tem seu tempo, há tempos para chorar e outros para rir. Vai surgir o momento certo e vou dialogar com ele. ─ Você estragou nosso filho, mulher! ─ E saiu para rua. No quarto, cheio de dúvidas, eu olhava as telhas. Imóvel, somente respirando e existindo. Indignado, triste, olhares vazios, a esperança de mudança havia desaparecido em cada suspiro. As dúvidas haviam voltado, com um sentimento de revolta e raiva do ser humano. Sentia-me traído por meus próprios pensamentos e vontades. Em certos momentos apertava o lençol e os travesseiros com raiva absoluta. Não sabia se sentia ódio de mim mesmo ou das pessoas. Minha me
Um ano depois Depois de tudo o que aconteceu, parei de estudar, mesmo meus pais me obrigando a ir para escola, eu não ia. Fugia das aulas, até fingia que ia, mas meu destino era uma praça, uma Lan House quando tinha dinheiro, jogar Conter Strike, Mortal Kombat, Street Fighters. Isso me distraia bastante. No entanto, quando retornava para casa, não tinha coragem para encarar meus pais. Meu quarto era minha fortaleza e ao mesmo tempo minha prisão. Eu me autoencasulei sem falar com ninguém. Aquele sentimento cada vez mais crescia dentro de mim. O “Outro” a todo momento me visitando. De fato ele era o único que me entendia, era meu confidente. O Vidar deu uma sumida, mas a Oizusestava sempre presente, com aquela fo
Comecei a ir para escola, normalmente. Apesar de sempre a Oizus me aconselhar a fugir ou ficar em casa. O Vidar mudou de turno também e o “Outro” se afastou um pouco. Normal de sua parte fazer isso. Turno novo, turma nova, professores diferentes, direção da escola diferente. Até parecia outro colégio. Tudo normal. Seguia aula após aula. Comecei a me esquecer das coisas do passado. E passei a gostar de uma garota. Ela sempre conversava comigo me dando atenção em tudo que falava. Aquele jeito de olhar dentro do meu olho me agradava bastante. Sempre comprava balinhas e bombons e levava para ela. Estava começando a viver normalmente, aqueles sentimentos ruins que eu sentia foram desaparecendo aos poucos. Mas como tudo na vida é uma balança, pesos são lançados em ambos os lados e o ciclo da vida decide qual será o mais pesado. Foi assim em mais um episódio da minha vida. Nessa turma havia um garoto muito popular, tanto com as garotas quanto com