Liam
Alguns anos atrás...
Não consigo sair do quarto, meu pai nos trancou como das últimas vezes, só escuto a minha mãe gritando pedindo para ele parar. Olho para meus irmãos, que estão chorando assustados. Eu tento acalmar a Celina e o Natan segura a Iara nos braços que fica chorando baixinho com David.
— Liam, ele vai machucar a mamãe, você precisa fazer alguma coisa. — O Natan diz, e ele tem razão. Nosso pai tem ficado muito agressivo, não só com a mamãe, mas comigo também, ele me vê como um saco de pancadas para descarregar as suas frustrações.
— Eu vou sair pela janela, feche e não deixe as meninas e nem o David sozinho, vou tentar entra para ajudar a mamãe!
Mesmo com medo eu saí pela janela e fui pelo canteiro da janela do nosso quarto, eu não gosto de altura mais não posso deixar a minha mãe sofrendo, chego até a janela do quarto deles, e ele estar agredindo a minha mãe, ele está a violando, ele segura no pescoço da minha mãe, eu não aguento entro com tudo fazendo barulho ele fica assustado ao me ver aproveito para chutar em sua costa o fazendo cair longe da minha mãe. Pego o lençol e cubro a minha mãe.
— Você não pode fazer isso com ela!— e única coisa que falo e pela primeira vez vou com tudo para cima dele o batendo. Jogando para fora toda raiva que estou sentindo, por tudo que ele tem feito a nós. Ele me acertar um soco que não consigo respirar, tento me manter firma para respirar, mais dói acabo desmaiando pela dor que estava sentindo em minhas costelas, tento levantar para ajudar a minha mãe, porém eu não consigo acabo sendo engolido pela escuridão.
Quando acordei eu estava no hospital com a minha mãe, ainda doía muito ao respirar. Vejo os olhos da minha mãe preocupada por eu estar assim. Eu sempre vou proteger e se fosse preciso eu o mataria. Mas não vou mais suportar tudo que ele tem feito, ele é um monstro, psicopata, um ser nojento que só merece a morte.
— Filho, que bom que acordou, já estava ficando preocupada.
— Eu estou bem mãe, e a senhora? Ele estava machucando a senhora. — falo com pesar, só em lembrar da forma que ele estava tratando, ele destruiu o brilho dela, só vejo tristeza em seus olhos.
— Eu vou ficar bem meu menino! Eu só estava com medo de te perder!— ela diz me abraçando.
— Eu vou ficar bem mãe, eu não vou deixar que ele te machucasse de novo!— falo para consolar.
— Eu sei meu menino, por isso agradeço a Deus por ter você e seus irmãos! — quando ela fala nos meus irmãos b**e um desespero ao lembrar que os deixei no quarto presos.
— Mãe, com quem eles ficaram? Não podemos deixar os meus irmãos com ele.
— Não se preocupe, Liam! Eles ficaram com a vizinha. E pelo desespero dele em ver você desacordado, não voltará nunca mais. — Ela diz e por um momento cinto até mais aliviado por não termos que olhar em sua cara outra vez.
— Eu espero mãe, eu não quero ele perto da senhora ou dos meus irmãos outra vez. Se ele morresse era bem melhor!
— Filho não fala assim. Não encha o seu coração de mágoa ou raiva. Isso não faz bem.
— Mãe não faz bem, é ele agir assim, nos vimos ele com outra mulher, e ainda vem nos culpar, vem agredindo a senhora, e eu ainda tenho que fingir que isso não aconteceu?— confesso toda raiva que estou sentindo.
— Não falei isso filho, só é complicado, um dia você vai entender.
— Ele é louco. Eu não quero ser que nem ele. Eu nunca vou me casar, eu te prometo mãe. Vou lutar para proteger a senhora e meus irmãos, e dar uma vida boa, bem longe desse louco, e nunca mais vamos sofrer outra vez. Eu te prometo mãe!— falo e minha chora me abraçando.
— Obrigada filho!
Após esse dia, tive que dizer ao médico que foi uma briga de rua, minha mãe pediu, assim não teríamos problemas com ele, que poderia voltar e se vingar quando soubesse que a polícia estaria o procurando.
Sai do hospital e teve que ficar de cama por três dias, ainda estava dolorido.
Mais eu tinha um foco, precisava dar um rumo na minha vida, já ia completar meus 17 anos. Eu teria que tomar a frente da família, com ele indo embora, precisava arrumar um trabalho para ajudar em casa e não deixar faltar nada para meus irmãos.
Após a minha recuperação, comecei a procurar emprego, o Natan ainda vai demorar para ajudar ele só tem 13 anos, por mais que tenha uma cabeça feita para o que quer fazer da vida, e nesse requisito pensamos iguais, o melhor para nossa família, mas ele pode ficar com a nossa mãe, David e as meninas.
Durante três semanas não tivermos notícias do nosso pai, e estava bem tranquilo até receber a visita de um oficial de justiça, no começo não compreendi, até pegar o ofício e ler.
Ali estava informando que nosso pai vendeu a nossa casa, e tínhamos pouco tempo para saímos da casa. Até tentamos saber o que poderia fazer para esse despejo não ir adiante.
Meus pais não eram casados, mas tinha o convívio. Mesmo sem dinheiro fui em busca de um advogado, precisava ver a possibilidade de invalidar o documento. Passei a tarde toda para poder ser atendido por um advogado.
No começo ele estranhou.
Explique tudo e entreguei o documento.
Ele me fez algumas perguntas, e respondia as que eu sabia.
Ele disse que poderia pedir anulação do documento e precisava entrar logo, porém eu precisava pagar um valor. Esse valor era muito alto. Contei a situação da minha mãe, e expliquei que estava a procura de um emprego.
Eu estava decidido e ficaria a frente da família e por mais que ainda tenho 16 anos eu teria que amadurecer, e quem sabe depois virar adulto. Ele me fez uma proposta, como estava no último ano do ensino médio, ele me propôs um estágio em seu escritório para pagar pelo valor da entrada da ação. De cara aceitei. Durante o período da manhã vou para escola, e após o almoço viria para escritório.
Estava empolgado. No outro dia teria que voltar com a minha mãe para ela assinar e entregar alguns documentos que seriam necessários.
Ele não iria se livrar fácil assim. Por mais que eu não quisesse nada dele, ainda teriam os meus irmãos. Natan com 13 anos, Celina com 10 anos, David com 5 anos e a Iara, nossa caçulinha com 11 meses. Eles precisavam pelo menos de um teto. Eu ficaria no escritório e dali em diante seguia em buscar de uma profissão.
Durante a semana da solicitação, o Dr. Henrique já tinha feito a solicitação da invalidação da venda da casa, o que deixou minha mãe mais tranquila. Eu gostava de como o Dr. Henrique falava, até mesmo tinha paciência de me explicar algumas coisas. Foi aí que ele me perguntou o que eu queria fazer no futuro não tão distante. Não sabia ao certo, mais ser um advogado seria o começo, eu ficava fascinado pela forma que ele me explicava e até mesmo pegava os livros para ler, quem sabe ser um juiz para poder ajudar muitas famílias, essa seria uma profissão que ajudaria demais. Ele gostou do meu entusiasmo. E disse que iria me ajudar. Então até terminar o ensino médio, continuaria no estágio, e ele iria começar a me pegar pelo trabalho, e assim que finalizar o ensino médio eu iria me ajuda a entrar para faculdade, seria muito trabalho e estudo, mais tudo valeria apena. Teria uma estrutura para dar para minha família! E isso eu não podia desistir, eu seria a base dos meus irmãos, os ajudaria em tudo e até mesmo a minha mãe. Por mais que a caminhada seja turbulenta, eu iria dar o meu melhor e não iria fraquejar.
Então minha rotina ficaria de manhã na escola, com Natan, Celina, e minha mãe ficaria com David e Iara. Ela precisava do nosso apoio, eu já tinha conversado com meus irmãos, e por mais novos que eles são eles entendem do que a nossa mãe precisa. Durante a tarde eu vou para o estágio, e eles ajudam a nossa mãe com o David e Iara. E a noite eu os ajudo, para nossa mãe descansar um pouco, então eu coloco os meus irmãos para dormir. Eu não me canso, pois sei que eles fariam o mesmo por mim. Esse é o nosso foco. Ninguém vai destruir a nossa família. Muito menos ele. O senhor Paulo que infelizmente é nosso pai ou devo dizer genitor…
Acordo com meu celular tocando, o que me deixa irritado. Vou em busca do meu celular com meus olhos ainda fechado.Encontro o aparelho e atendo sem saber de quem se trata.Ligação online:— Liam, preciso de um favor seu!— escuto a voz do meu amigo.— Pode falar Bruce!— Preciso de sua assinatura para liberar uma investigação, o caso é bem sigiloso, sobre o tráfico humano de crianças, e eu só confio em você para liberar essa ordem, não posso confiar em outro ou isso estará tudo perdido. — ele diz sério.— Pode me enviar que eu assino, só tome cuidado.— o alerto, não é fácil saber o quanto o ser humano pode ser tão monstruoso, e Bruce acaba se envolvendo mais do que deveria.— Pode deixar, meu amigo, chego em seu escritório, em menos de duas horas.— Ok.Desligo, e acabo tendo um flash da minha infância. Do quanto a minha vida e dos meus irmãos foram sofridos e principalmente a minha mãe!Acabo jogando esse pensamento para longe. Olho a hora e só tenho menos de uma hora para seguir para
Desde nova, eu nunca fui desejada! A verdade que a minha mãe engravidou do meu pai por acaso, e acabaram os dois se casando por conta da gravidez. É, eu sei o quanto isso é cruel de ouvir, mas é a pura verdade! Sei que isso é muita realidade por esse mundo afora! Mas a verdade que a minha mãe nunca teve esse cuidado comigo. Desde meus sete anos, lembro que só a Dália ficava comigo, se importava de ouvir as minhas novidades quando chegava da escola, de como sempre me dava atenção, e quando chegava meu aniversário eu me importava mais com a presença dela, do que a dos meus pais. Pois eu sentia o quanto o seu carinho por mim era forte, como de uma mãe. Ela sempre justificava o porquê os meus pais eram ausentes, mas a verdade que isso não tinha justificativa, eles sempre soube que tinham uma filha, mais ao ver deles, eu crescia bem e saudável, além da Dália, fazer sempre o papel deles como pais. E as coisas foram piorando com o passar do tempo, quando eu completei 16 anos, eu tinha ganh
Já estavam me sentindo esgotado, fiquei nas duas causa que terei que julgar, tem muito detalhes, e prevejo algo que seja de longo prazo, pelo simples fato da briga de guarda de duas crianças menores.Quando chega esse tipo de causa, preciso ser cauteloso, e ter o máximo de prova para que eu possa julgar, e por a criança ser menor de 7 anos, ainda não consegue ser claro, ou até mesmo ser sincero, muitas vezes os pais fazem uma pressão enorme nessas crianças as deixando confusas, por isso que tenho que ir com calma, já estava ficando tarde quando decido encerrar para sair quando a minha assistente, me liga avisando que o promotor quer me ver.O líbero e fico no seu aguardo.— Meritíssimo, venho trazer mais um caso. E nesse em exato me chamou atenção. Se me permitir, gostaria de fazer um breve resumo.— Sim, fique a vontade e me fale por que chamou sua atenção?— espero o promotor sentar e ele me estende a pasta para que eu olhe o arquivo.— O acusado em questão, ele já tem duas queixas ab
Passar dois anos longe do meu irmão, me fazia sentir um vazio enorme.Não vou dizer que não aproveitei a viagem por que fiz tudo que uma mulher da minha idade faz, saí, conheci muitas pessoas, namorei bastante, fiz muitas amizades, até mesmo onde eu morava que era algo que eu não tinha.Até mesmo a amiga do meu ex-namorado, a Iara! Eu estava louca para conhecer pessoalmente. Eu contava as horas para chegar em casa! Finalizei o meu curso, comprei a minha passagem de volta. E pelo que a minha mãe vem me falando, que está tudo bem, meu outro irmão tinha nascido bem e saudável, o nome dele é Pedro. Eu estava louca para conhecê-lo pessoalmente, o Stefan falava sempre comigo, às vezes eu chorava após desligar, sentia muita falta dele. Meu pequeno! Você ficará muito feliz quando me ver…Estou sentindo uma dor forte no meu peito, pensei que ao voltar meu coração ficasse mais tranquilo e leve. Quando saio do avião me sinto até mais leve por voltar para minha casa! Pego um táxi e dou o endereç
Ficar no empasse entre meus irmãos me deixou cheio de raiva!Fazer o Natan ver que a Clarice é uma vadia, e ainda tentar por juízo na cabeça do David de que não precisa brigar, isso me tirou do sério!Tive que ser grosseiro com os dois, só assim mostrando que era isso que essa vadia queria. Destruir a nossa família.Levei o Natan para casa, nossa mãe ficou preocupada pelo olhar triste, e isso eu tenho que concordar. O Natan não tinha brilho em seus olhos. Se eu ver a Clarice sou capaz de destruir ela, por fazer meu irmão sofrer.Após conversar com meu irmão fui para meu quarto, tomei um banho, estava sem fome, estava com o caso em minha mente. E como iria fazer esse julgamento. Sou desperto com a minha mãe batendo na porta. Libero a sua entrada e ela fica me analisando.— Filho, o que aconteceu?— ela me pergunta preocupada.— Só foi um mal-entendido, mãe, Natan logo se dará conta de como é**. — ela me interrompe.— Não estou falando de Natan, e sim de você.— Não aconteceu nada, mãe.
Após me recuperar da crise de choro consigo cumprimentar a Iara direito! Expliquei toda pressão que estava passando, eu tinha acabado de chegar de viagem e não tinha descansado um segundo. Ela tinha me feito o convite de ir para casa dela, mais a verdade que nesse momento eu preciso ficar sozinha. Ela me fez prometer que no dia seguinte iria encontrar com ela. Ela me acompanhou até o hotel me despedir dela e pedi desculpas pelo desabafo, ela disse que era normal e que amigas era para isso mesmo, além de eu estar carregando muito problemas em pouco tempo.Segui para meu quarto, fiz o pedido para comer e fui para banho precisava renovar minhas energias. Ali a minha batalha só estava começando e não poderia me deixar abater ou não teria forças para continuar.Após comer acabei adormecendo de tão cansada que eu estava. O meu cansaço era mais psicológico.Acordo bem mais disposta, e recebo algumas notificações da Brenda, informando que já deu entrada e que logo o Paulo receberá uma notific
Eu não acredito que ela teve ousadia de jogar a bebida em mim! Estou tentando me controlar, porque eu estou a ponto de dizer umas boas para essa abusada.Sou desperto com a chegada da Iara.— Sam!— ela diz para a mulher abusada que está em minha frente.— Oi, Iara!— ela diz, saindo dos meus braços. Vejo-a abraçando minha irmã.— Vejo que você conheceu o meu irmão mais velho!— Iara diz e eu continuo encarando as duas em minha frente, eu não acredito que essa abusada seja amiga da minha irmã.— Você é irmã desse babaca?— ela pergunta para Iara que abre um sorriso.— Quem você pensa que é para falar assim comigo? Sua louca?— falo cheio de raiva.— Liam!— Iara fala em tom de repreensão.— Pode deixa Iara, sei bem lidar com babaca como ele. E me faz um favor
Ouvir a Dália falando desde que nasce me deixou bastante emocionada, ela é uma mãe para mim, ela conta das travessuras até a chegada morte do meu pai. Foi quando tudo começou a minha mãe foi ficando cada vez mais distante, até conhecer o Paulo, ela fala com uma dor imensa, e isso me dói, porque vi de perto o quanto esse homem é louco, falou sobre as brigas, à forma que ele tratava meu irmão Stefan e até mesmo depois do nascimento do Pedro, ela diz que ele não sente nada, só quer destruir e ficar com o comando dos bens da minha mãe, e isso eu não duvido. Paulo tenta interromper.— É mentira, ela estar aliada com a minha enteada, o testemunho dela não vale! Não pode valer de nada! Essa desgraçada só quer me destruir por que a demitir. — ele grita cheio de raiva, pois ela começou a contar quando ele ficou agressivo.