Passar dois anos longe do meu irmão, me fazia sentir um vazio enorme.
Não vou dizer que não aproveitei a viagem por que fiz tudo que uma mulher da minha idade faz, saí, conheci muitas pessoas, namorei bastante, fiz muitas amizades, até mesmo onde eu morava que era algo que eu não tinha.
Até mesmo a amiga do meu ex-namorado, a Iara! Eu estava louca para conhecer pessoalmente. Eu contava as horas para chegar em casa! Finalizei o meu curso, comprei a minha passagem de volta. E pelo que a minha mãe vem me falando, que está tudo bem, meu outro irmão tinha nascido bem e saudável, o nome dele é Pedro. Eu estava louca para conhecê-lo pessoalmente, o Stefan falava sempre comigo, às vezes eu chorava após desligar, sentia muita falta dele. Meu pequeno! Você ficará muito feliz quando me ver…
Estou sentindo uma dor forte no meu peito, pensei que ao voltar meu coração ficasse mais tranquilo e leve. Quando saio do avião me sinto até mais leve por voltar para minha casa! Pego um táxi e dou o endereço da minha casa. Tenho certeza de que o Stefan vai gostar dos brinquedos que comprei e o Pedro por mais que seja um bebê, também gostará do seu presente!
Chego na guarita e tento liberar a minha entrada.
— Para onde a senhora vai?— o segurança pergunta e eu estou estranhando.
— Eu sou moradora, me chamo Samantha Medeiros, filha da Sueli Medeiros. — o segurança faz uma cara séria.
— Espere só um minuto. — ele pega o interfone e faz a ligação. — Senhorita eu sinto muito mais a sua entrada não foi liberada.
— Como? Eu não posso entrar na minha própria casa?— devolvo a pergunta. Eu estou cheia de raiva.
— Infelizmente essa foi à ordem.
— Quem foi que deu essa ordem? Foi a minha mãe?— pergunto já desesperada me negando acreditar que ela tenha feito isso comigo.
— Não senhorita, eu sinto muito pela sua perda. — ele diz e meu coração quase parar.
— Não entendi? Quem morreu? — pergunto no fio de voz.
— A senhora não sabia? A sua mãe morreu já faz dois anos. — ele me diz quase tenho um treco.
— Me desculpa o senhor deve estar se confundindo. Eu poderia falar com responsável, por favor.
— O senhor Medeiros não está, se quiser posso pedir para uma das empregadas vir.
— Faz isso, por favor. — ele interfone mais uma vez.
— Aguarde só um momento ela virá. Ele diz e eu não consigo segurar as minhas lágrimas.
Por que ele não avisou que minha mãe morreu?
Quem está cuidando dos meninos? Que seja a Dália senhor! Por favor, que venha a Dália.
Não demora e vem uma mulher, eu não reconheço.
— Sim, em que posso ajudar?— ela me pergunta.
— Eu não me lembro de você, eu queria falar com Dália, ela está aí?— a pergunto se assusta.
— Você é a Samantha?
— Sim, sou eu mesma.
— Eu sinto muito mais assim que entrei a Dália foi mandada embora, mais antes ela deixou algo para entregar a você, espere só um pouco eu vou buscar. Ela sai e eu fico andando de um lado para outro para onde eu vou meu deus?
Eu sabia, não era para ter ido, isso foi culpa dele. Infeliz eu vou te destruir, nem que seja a última coisa que eu faça! Ela volta e me entrega um envelope.
— Eu sinto muito, mais preciso voltar para dentro da casa, ou o senhor Medeiros vai me mandar embora.
— Só mais uma coisa, e Stefan? Como ele está? E o Pedro?— a pergunto com meu coração acelerado.
— Eles estão bem, dentro do possível.
— Você poderia me passar o seu número, só para falar com meu irmão?
— Eu não posso senhorita. Mas ligue para o número que a senhora falava.
— Está bem, obrigada. Eu farei Isso.
Entro no táxi e peço para ele ir para um hotel. Vou me hospedar e depois a procura do meu advogado. Não posso perder tempo.
Chego no hotel, faço pagamento do táxi e faço meu check-in, por um mês, não sei como fazer, ainda bem que ainda tenho dinheiro.
Depois de um banho, sigo para o advogado do meu pai. O cansaço está me consumindo mais eu não posso parar, eu preciso saber o que está acontecendo. Chego no empresarial e peço para falar com advogado e sou encaminhada para ir até o seu andar.
Chego a secretária informa que ele não está, mais que logo chegará, pois ele tem uma reunião em menos de trinta minutos. O que me resta é sentar e esperar. Pego meu celular e começo a olhar a minha conversa com a minha mãe, a frequência que ela respondia por Áudio e depois só por escrito.
Por que ele fez isso mãe, por que ele não me avisou que a senhora estava doente? Nem mesmo um luto eu pude sofrer, eu não queria que ela morresse. Tento segurar as minhas lágrimas. Aí como eu queria ver meu irmão. Mãe porque não me deu um sinal de que não estava bem, eu não sei o que fazer agora.
Sou desperta quando a secretária dele me informar que ele vai me receber. Solto um suspiro e entro.
— Em que posso ajudar senhorita?
— Me desculpa vir assim, eu sou Samantha Medeiros Vieira. Filha do senhor Renan Vieira.
— Ah, sim! Me desculpe não te reconhecer! Como você está? Eu soube da sua perda eu sinto muito. — ele diz com pesar.
— Infelizmente eu não sabia. Acabei de ficar sabendo pelo segurança de onde eu morava. — confesso e ele fica surpreso.
— Como não sabia? Eu até mesmo tinha questionado ao senhor Paulo, ele informou que a senhorita não conseguiu um voo.
— É tudo mentira desse monstro. Eu nem mesmo sabia que a minha estava doente, até por que até dois dias atrás eu recebi uma mensagem dizendo que ela estava bem.
— Como assim? Essa história estar mal contada. Pensando bem, tudo estava estranho, alguns dias antes de receber a notícia que sua mãe faleceu, ela esteve aqui com o senhor Paulo. Ela estava muito tensa, com um ar de doente, e até mesmo quis fazer um testamento. Fiz como de desejo dela, e estranhei, pois ela passou a maioria dos seus bens para o marido. Além de ele continuar com a guarda dos menores.
— Isso tudo foi planejado pelo Paulo, ele queria destruir a minha mãe, ela nunca faria isso em sã consciência. Meu Deus estou ficando com medo pelos meus irmãos, esse louco pode fazer algum mal a eles só pelo dinheiro.
— O que ele não sabe, é que a senhora Sueli, fez dois testamentos. E me fez prometer que só entregaria o segundo para você. Espere só um minuto. — Ele sai e vai em direção de outra sala.
Esse louco é capaz de tudo. Eu vou te destruir Paulo e isso é uma promessa.
Ele volta e me entrega um envelope. Abro e leio tudo, e fico assustada com seu pedido para cuidar dos meus irmãos. Junto aos meus irmãos tem a minha herança, ela precisou fazer isso para o Paulo não desconfiar, choro lendo cada palavra desse papel. Por que a senhora não me deu um sinal? Eu não queria que a senhora morresse assim, como os meus irmãos devem estar se sentindo?
Enxugo as minhas lágrimas, e solto um suspiro, preciso correr contra o tempo. Preciso parar o Paulo, antes que ele destrua o patrimônio da minha família.
— Como eu faço para derrubar o testamento que o Paulo tem? E como posso pegar as guardas dos meus irmãos, esse foi o último pedido da minha mãe. Além de liberar a herança que o meu pai deixou para mim?
— Eu não posso pegar o seu caso, mais tenho uma colega que fará tudo e você vai estar em boas mãos, vou pedir para minha secretária a chamar e assim, ela já dará entrada no processo, da guarda dos seus irmãos e os bens da sua mãe. Sobre a herança do seu pai, já estava tudo certo para quando você voltasse, já consegue o acesso da unidade que você fez o curso. O dinheiro estará em sua conta em até 20 dias úteis.
— Isso tudo? E que eu não tenho dinheiro como vou pagar Advogada?
— Não se preocupe, eu serei o seu fiador. Pagarei todo custo, isso é o mínimo que posso fazer, e depois acertamos tudo. O que você precisa agora e iniciar o pedido!— assim que ele termina de falar, uma mulher entra.
— Essa é Brenda Ribeiro, ela ficará a frente do seu caso!
— Prazer, Brenda, sou a Samantha.
— Sente-se que irei detalhar sobre o caso da senhorita Medeiros. Ele começa a contar tudo e isso a Brenda vai anotando, ela pega o testamento e ler tudo com bastante calma, falo sobre não poder entrar na minha própria casa, e caso de estar recebendo mensagem como se fosse a minha mãe. Ela pede que eu faça contato para ver se responde, e me pede para enviar os capturas de tela da tela do meu celular. Faço tudo que ela me pede e os áudios envio com os capturas de tela conforme os dias. Ela me pede meus dados, anota o endereço do hotel onde eu estou hospedada. Ela diz que logo entrara em contato comigo. Me senti mais aliviada por ser direcionada, se eu estivesse sozinha não saberia o que fazer. Me despeço deles e sigo para hotel, decido andar um pouco na beira da praia, me pego parada olhando o mar, e derramando toda minha dor em minhas lágrimas, era para ter ficado, não podia deixar minha mãe sozinha com esse monstro. Eu preciso fazer justiça, quando me viro para continuar andando esbarro em alguém, e fico surpresa por ver ela aqui.
— Sam!— ela diz animada, porém ficar séria quando olha em meu rosto, eu apenas abraço.....
Ficar no empasse entre meus irmãos me deixou cheio de raiva!Fazer o Natan ver que a Clarice é uma vadia, e ainda tentar por juízo na cabeça do David de que não precisa brigar, isso me tirou do sério!Tive que ser grosseiro com os dois, só assim mostrando que era isso que essa vadia queria. Destruir a nossa família.Levei o Natan para casa, nossa mãe ficou preocupada pelo olhar triste, e isso eu tenho que concordar. O Natan não tinha brilho em seus olhos. Se eu ver a Clarice sou capaz de destruir ela, por fazer meu irmão sofrer.Após conversar com meu irmão fui para meu quarto, tomei um banho, estava sem fome, estava com o caso em minha mente. E como iria fazer esse julgamento. Sou desperto com a minha mãe batendo na porta. Libero a sua entrada e ela fica me analisando.— Filho, o que aconteceu?— ela me pergunta preocupada.— Só foi um mal-entendido, mãe, Natan logo se dará conta de como é**. — ela me interrompe.— Não estou falando de Natan, e sim de você.— Não aconteceu nada, mãe.
Após me recuperar da crise de choro consigo cumprimentar a Iara direito! Expliquei toda pressão que estava passando, eu tinha acabado de chegar de viagem e não tinha descansado um segundo. Ela tinha me feito o convite de ir para casa dela, mais a verdade que nesse momento eu preciso ficar sozinha. Ela me fez prometer que no dia seguinte iria encontrar com ela. Ela me acompanhou até o hotel me despedir dela e pedi desculpas pelo desabafo, ela disse que era normal e que amigas era para isso mesmo, além de eu estar carregando muito problemas em pouco tempo.Segui para meu quarto, fiz o pedido para comer e fui para banho precisava renovar minhas energias. Ali a minha batalha só estava começando e não poderia me deixar abater ou não teria forças para continuar.Após comer acabei adormecendo de tão cansada que eu estava. O meu cansaço era mais psicológico.Acordo bem mais disposta, e recebo algumas notificações da Brenda, informando que já deu entrada e que logo o Paulo receberá uma notific
Eu não acredito que ela teve ousadia de jogar a bebida em mim! Estou tentando me controlar, porque eu estou a ponto de dizer umas boas para essa abusada.Sou desperto com a chegada da Iara.— Sam!— ela diz para a mulher abusada que está em minha frente.— Oi, Iara!— ela diz, saindo dos meus braços. Vejo-a abraçando minha irmã.— Vejo que você conheceu o meu irmão mais velho!— Iara diz e eu continuo encarando as duas em minha frente, eu não acredito que essa abusada seja amiga da minha irmã.— Você é irmã desse babaca?— ela pergunta para Iara que abre um sorriso.— Quem você pensa que é para falar assim comigo? Sua louca?— falo cheio de raiva.— Liam!— Iara fala em tom de repreensão.— Pode deixa Iara, sei bem lidar com babaca como ele. E me faz um favor
Ouvir a Dália falando desde que nasce me deixou bastante emocionada, ela é uma mãe para mim, ela conta das travessuras até a chegada morte do meu pai. Foi quando tudo começou a minha mãe foi ficando cada vez mais distante, até conhecer o Paulo, ela fala com uma dor imensa, e isso me dói, porque vi de perto o quanto esse homem é louco, falou sobre as brigas, à forma que ele tratava meu irmão Stefan e até mesmo depois do nascimento do Pedro, ela diz que ele não sente nada, só quer destruir e ficar com o comando dos bens da minha mãe, e isso eu não duvido. Paulo tenta interromper.— É mentira, ela estar aliada com a minha enteada, o testemunho dela não vale! Não pode valer de nada! Essa desgraçada só quer me destruir por que a demitir. — ele grita cheio de raiva, pois ela começou a contar quando ele ficou agressivo.
Antes de entrar na sessão tive que confessar para o Borges o porquê ele iria me acompanhar. Ele ficou espantado, porém, não contei tudo, pois não dava tempo, ele só me pediu para ser parcial. Era essa a linha de pensamento, não poderia misturar as coisas, ali ele era apenas um o acusado, e eu precisava analisar bem ambas partes, para poder fazer um bom julgamento.Saber tudo que ele fez me fez ativar um gatilho que estava esquecido dentro de mim.A cada insulto que ele soltava para senhorita Medeiros me deixava cheio de raiva. Tínhamos prova suficiente para negar que a guarda continuasse com ele. Porém, precisamos seguir os trâmites. Um julgamento longo, com muitos detalhes e várias provas, aqui não seria só pela guarda dos menores e sim também um crime, além de mostrar que o Paulo é culpado de ter feito isso para ter posse dos bens da viúva, ele fez isso
Chegar ao hotel com os meus irmãos foi a melhor coisa que me aconteceu desde que cheguei, o Stefan ainda estava triste, mas eu precisava conversar com ele e esclarecer que tudo iria mudar. Por mais que ele ainda seja pequeno, mais compreende algumas coisas.— Stefan, não precisa ficar triste, agora eu estou aqui e não vou te deixar mais sozinho.— Eu estou com medo, o tio Paulo é ruim, ele me bate, me deixa de castigo, eu não quero ficar com ele Sam! Não deixa, tio Paulo disse que eu sou um menino chato e mandou a Dadá embora. Eu não quero volta para lá.— Ei, você não vai mais voltar para lá, já estou resolvendo tudo, não vou deixar que nada aconteça com você! — falo o abraçando bem forte, infeliz eu sou capaz de te matar Paulo para manter meus irmãos bem.— Sam, você sabe que a mamãe morre
Após a conversa com a minha mãe, e a possibilidade do irmão da Samantha ser meio nosso irmão, ainda é estranho pensar dessa forma, porém não podemos os deixar ficarem sob a tutela do Paulo, essas crianças não merecem passar por tudo que eu e meus irmãos passamos, sei bem do que ele é capaz de fazer, e isso eu não posso permitir.Vou para meu quarto e tomo um banho. Fico pensando na Samantha o quanto a vida dela é turbulenta. Saio do banho e mando uma mensagem para o Natan e ele me responde que estar levando a Samantha para ver a casa que ele tinha comprado. E como não pretende morar lá, vai passar para Samantha. Fiquei grato por esse gesto dele. Avisei passarei lá para acompanhar de perto. Ele disse algumas gracinhas mais nem dei muita atenção! Como sempre o Natan com essa alegria dele que me irrita. Me arrumo pego a minha carteira e chave do carro, quando estou saindo minha mãe me para.— Filho vai sair?— Eu preciso resolver um assunto.— É essa menina, a Samantha?— ela me pergunta
Entrar no carro com o senhor Liam estava me deixando diferente, a forma de como ele me olhava.Quando ele me disse que se afastou do caso, senti o meu coração parar! Eu não quero perder a causa dos meus irmãos, eu estava confiando nele, mesmo com a nossas diferenças, eu conseguir ver o quanto ele pode ser bom em fazer o julgamento. Entrei em pânico, eu fiquei com muito medo. E a forma que ele cuidou de mim, me deixou ainda mais vulnerável pelo medo de perder o Stefan e Pedro.Eu não queria que os meus irmãos sofressem nas mãos do Paulo, eu sabia que se ele tivesse oportunidade faria mal a eles, e isso me deixa em pânico pensar nessa possibilidade.Logo me recomponho, eu não queria me quebrar na frente dele. Por mais que ele tenha cuidado de mim. Eu não sabia o que estava acontecendo, mais toda essa conversa tinha mexido comigo. Entrei no hotel e só quando entrei no elevador conseguir respirar. Pedi a Deus que não me deixasse cair em pânico, eu estava tentando ser forte, mais eu não se