CAPÍTULO 45 Arthur Taylor Eu não acreditei que isso pudesse realmente acontecer comigo. Quando vi que ficaria preso, parece que muita ferida foi reaberta dentro de mim... me lembrei de muito do que vivi, e me desesperei. Eu parecia ter voltado no tempo, principalmente no dia em que o Don Pieter me deixou essa cicatriz no rosto. O dia da minha derrota, dia que não pude salvar a minha mãe, e essa marca no rosto me faz lembrar. Assim que chegamos na delegacia, o delegado começou a me encher de perguntas, e o pior é que a maioria delas, eu não sabia a resposta... não sei explicar porque trouxe a ruivinha embora, ou porquê me casei com ela, e o pior é que já havia uma ordem de prisão, então no mínimo essa noite, eu permaneceria ali. Enquanto me interrogaram a minha ruiva chegou com o Yuri, e fez um esparramo. — Isso é tudo mentira, eu e ele estamos casados! — falou assim que entrou, e me assustei quando colocou as duas mãos no meu rosto e me beijou.
CAPÍTULO 46 Sophia Clark/Taylor Eu não acreditei quando percebi que estava com as mãos no rosto dele, e ele quis que eu a deixasse lá. Para mim foi incrível, principalmente pelo fato de saber que isso seja algo que ele esteja passando por cima, e por mim. Eu não entendo quais são os motivos dele não me deixar tocar lá, mas o respeito... e se ele não quis que eu tirasse e eu não tirei a mão. Dava para notar a inquietação e agitação do corpo dele. Ele estava gostando daquilo, e isso é muito bom. Continuamos ali parados por um tempo, sentindo e aproveitando o momento, mas infelizmente não podíamos demorar muito, pois, em breve o carcereiro viria e me pediria para ir embora. Mas dessa vez ele resolveu me surpreender outra vez. — Eu fui ferido pelo próprio Don, eu tinha dezessete anos quando isso aconteceu... — Arthur, não precisa contar o que não quiser... — colocou os dedos na minha boca, e acariciou de leve o meu lábio, mas o tirou
CAPÍTULO 47 Sophia Clark Taylor Foi difícil para mim conseguir enxergar o chão onde eu estava pisando depois que saí de lá. O meu corpo e as minhas pernas não estavam ajudando a controlar a imensa emoção que eu estava sentindo. O que tanto aquele homem guarda dentro de si? Poucas coisas que ele me contou e eu já percebo que ele guardou coisas demais para si mesmo, e o fato de não compartilhar com alguém, o fez tirar conclusões erradas sobre as suas escolhas e a sua vida. Agora sim posso dizer que eu realmente gostaria de estar com ele, gostaria de ter tempo suficiente para ouvi-lo gostaria de poder entender mais sobre quem ele é, e também queria que ele me conhecesse. As coisas entre nós... aconteceram de forma atravessada, mas nem por isso eu digo que me arrependo, e sou tão louca ao ponto de que se eu soubesse hoje, que aquele documento era de casamento... eu teria me casado outra vez com ele, só para descobrir o que esse sentimento iria fazer comi
CAPÍTULO 48 Arthur Taylor Me senti vazio outra vez, assim que a minha ruivinha saiu. Mas, me atrevo a dizer que me sinto melhor em ter contado algumas coisas a ela, e ter sentido a sua mão num lugar tão íntimo pra mim, acho que aquela lembrança vou guardar pra sempre na minha memória. . Voltei para a cela, e logo vieram me informar que eu seria transferido para Buenos Aires, e o caso seria analisado pelo delegado de lá, mas não me informaram o motivo. Me preocupei com a Sophia, pois agora eu ficaria mais longe dela, e as coisas complicariam. Eu não sei o que aconteceu, mas o Yuri apareceu e mudou as coisas, e quando eles me chamaram para recebê-lo já era noite, e não fui transferido. Com o advogado... — Yuri! Como estão as coisas? — Eu dei um jeito meu amigo, tá me devendo uma! — sentou na cadeira a minha frente. — Mas, como? — Eu consegui antecipar o resultado do corpo de delito da sua esposa. Eles pr
CAPÍTULO 49 Sophia Clark Taylor Apressei os passos, aquela estrada parecia não ter fim e já estava começando a escurecer. Alguns carros passavam, e até buzinas eu ouvi, o que me apavorou um pouco. O motorista não se enganou, e logo fiquei aliviada quando vi a rodoviária. Tinha uns negócios esquisitos e grandes, que vi pessoas usando para conversar no telefone, e me aproximei para tentar entender, eu precisava tentar falar com alguém. — Como funciona esse negócio? — apontei para o treco grande. — O orelhão? — aquela moça simpática me perguntou. — Sim, acho que sim... — estranhei o nome do negócio. — Você compra um cartão, e coloca aqui, então é só discar o número que deseja falar... — Puxa, não lembro do número... preciso gravar isso logo! — Precisa de ajuda? — Eu preciso ir para Buenos Aires, qual o ônibus? — Hoje não tem mais, sinto muito... — Sério? — Sim! Tem um que faz conexão, mas você
CAPÍTULO 50 Arthur Taylor — Eu não tenho tempo para conversar! Depois que eu estiver com a minha mulher, a gente senta, e fala até sobre o tipo de pássaro que se encontra mais em La Plata, mas agora eu preciso mesmo ir! — a encarei revoltado, justo agora essa mulher resolveu vir incomodar? Porquê ninguém me advertiu sobre as sogras? O Ricardo, principalmente... — Eu não confio em você! Quem me garante que não foi você mesmo quem sumiu com ela para se vingar? Mal cheguei, e já fui informada que ela não estava... já senti que isso não cheirava bem, então eu vou com você... — Quê? Vai comigo, aonde? Nem fodendo vai andar no mesmo carro que eu, e ficar me enchendo o dia todo com as suas teorias ridículas! — olhei para o Yuri. — Quanto quer para levar a minha sogra para dar um passeio por La Plata? — levei um empurrão da sogra, e me irritei ainda mais. — Você é muito atrevido, mesmo! É a minha filha que sumiu, e eu vou por onde for! Gastei as econo
CAPÍTULO 51 Arthur Taylor De dentro do carro fui fazendo várias ligações. Liguei primeiramente para a delegacia de Buenos Aires, e depois para as outras mais próximas, embora todos me informaram que ela não havia aparecido, então isso me deixa muito mais preocupado, pois, significa que ela pode estar em perigo, pode ter acontecido alguma coisa, e só de pensar nessa possibilidade já fico louco. Tentei muitas vezes ligar no celular dela, e sempre constando desligado. — Ela me ligou ontem era quase dezesseis horas, mas eu só vi depois... o celular ficou com a Samantha, e ela não ouviu tocando! — dona Meg disse, e na mesma hora olhei para o Yuri e depois para a água de salsicha, que mentiu outra vez, e dei um meio sorriso pra ela. — Tá ruim do ouvido, hein cunhada! — me olhou feio, e agora me segurei para não gargalhar. — Arthur... ela não está com o seu cartão? Verifica se ela não usou! — Yuri falou, enquanto dirigia. — Acho difícil
CAPÍTULO 52 Sophia Clark Taylor O desespero estava me tomando conta, como eu iria conseguir sair dessa? Os dois que pareciam um casal, eram dois malucos e ficavam discutindo o tempo todo. E, o rapaz do meu lado, pegou a arma do outro e ficava me apontando e me comendo com os olhos, eu já estava ficando preocupada com isso, será que ele não tem outras intenções? Cheguei a pensar várias vezes em pular do carro em movimento, mas o carro estava numa BR, vazia, numa estrada escura e sem nada em vista. Eu estava sozinha, sem dinheiro, sem documentos, sem celular, e sem o cartão do Arthur, o que eu poderia fazer? — Para onde estamos indo? — perguntei quando o carro entrou numa ruazinha de chão, e agora parecia mais assustadora a minha situação, e eu precisava me acalmar, porque ficar nervosa não estava me ajudando em nada. — Vamos esperar amanhecer dondoca! Não tem nenhum lugar nesse horário para gastar! — a mulher comentou. — VÊ SE TU SE COMPORT