- Alô. – Atendo o celular ainda dormindo.
- Feliz aniversário, filhinha. Tudo de maravilhoso na sua vida. – É a voz da minha mãe do outro lado da linha.
- Desculpa mãe. Acabei de acordar. O que falou mesmo? – Sento na cama e me estico um pouco sentindo meus olhos inchados pela sessão de choro.
- Você esqueceu seu aniversário de novo, para variar. Quatro de novembro, o dia que nasceu, Annalucia. – Ela solta
um suspiro desanimado. – Acorde as crianças, vamos tomar café juntos.
- As crianças estão na casa da Mônica e eu não estou para comemorações. Desculpe mãe. – Falo com a voz embargada. Sei que vou começar a chorar novamente.
- O que aconteceu? – Ela pergunta direta.
- Samuel e eu nos separamos, mãe. Ele foi embora de casa. – As lágrimas descem livremen
- Alô. – Falo atendendo o celular sem olhar quem estava ligando.- Annalucia sou eu, Mônica. A professora de Sônia está doente e ela já está liberada. Você pode ir buscá-la? Eu estou realmente muito ocupada.- Já estou indo. – Falo levantando da minha cadeira em um pulo.Guardo o celular e saio, pedindo a Ana para remarcar a minha agenda de hoje para o dia seguinte. Fazem três semanas que não vejo minha filha e estou morrendo de saudades dela. Desde que Samuel saiu de casa e ela decidiu que iria junto Sônia me evita de todas as formas, se recusa a falar comigo quando ligo, se tranca no quarto quando vou buscar os garotos na casa de Mônica, vai para casa de Liana quando sabe que eu estou chegando, entre outras coisas.Estou morrendo de saudades da minha pequena e não perderia essa oportunidade de jeito nenhum, quando mandei uma mensagem para Mônica
- Pode deixar general. – Falo brincando, mas sei que tenho que comer. Desde que Samuel saiu de casa eu venho pulando algumas refeições e perdendo peso.- Eu tenho que ir. Jasmin está me esperando. Depois conversamos. – A abraço e agradeço entrando ainda abraçada com Sônia em casa.- O que temos para almoçar Meg? – Pergunto assim que paro na cozinha.- Carne com batata e salada. – Minha boca enche de água estou realmente com fome. – Mas vai demorar ainda uns vinte minutos.- É o tempo para que eu tome um banho. Você leva o meu prato lá em cima para mim, por favor? – Falo fazendo manha.- E o meu também, por favor? – Sônia me imita e Meg dar risada.- Levo sim. O prato das duas. Agora me deixem terminar de
Levantei cedo para que a cabeleireira pudesse me arrumar a tempo do casamento que começaria às 10:00.Sharon não costuma se atrasar para nada, então eu duvido que chegará atrasada em seu casamento. Meus pais ficaram de passar aqui às 09:00, o casamento aconteceria na sala de reuniões das indústrias Boston logo após a assinatura do acordo pré-nupcial.Estou um pouco nervosa por não ter falado com Sharon que estava separada e que iria ao casamento sozinha, mas fiquei com receio da reação dela e bem lá no fundo eu tinha a esperança que já estivéssemos juntos no dia do casamento.Estava em um vestido rosa bebê e sandálias de salto combinando escolhidos pela própria Sharon, sou sua única madrinha, um amigo de Rey é o padrinho. Desci para esperar meus pais, a
- Ela pensou nisso, mas desistiu. Sharon não tem outros parentes próximos e é uma pessoa ruim demais para deixar tudo para caridade. Você é sua única opção. – Isso é verdade.- Ela não incluiu Rey no testamento e o impediu de conseguir qualquer com um acordo pré-nupcial. – Conto.- Rey é um pobre coitado cego pela Sharon. Vai se arrepender de ter se casado com ela. Eles nem terão lua de mel. – Ela me conta.- Como sabe disso, mãe? – Sharon não é de fazer confidências, ainda mais a minha mãe.- Querida. Foi uma correria tão grande que esquecemos de te avisar. Sharon marcou uma reunião para segunda de manhã em Paris. Seu pai e eu vamos e depois disso ele vai entrar de férias e vamos passar o mês viajando pelo Caribe. Só voltaremos perto do ano novo. – Seus olhos est
- Oi. Entra, eu não estou pronta ainda. Cheguei do casamento da Sharon com uma sensação de cabeça pesada, tomei um remédio e fui dormir. – Abro a porta para Dafine ainda de roupão.- Mas adiantou? – Ela pergunta me seguindo até o quarto.- Não, nem um pouco. Se antes a sensação era de que carregava na cabeça cem quilos, agora estou carregando centro e vinte. – Respondo enquanto pego o meu vestido.- Por que eu tenho a sensação de que essa sua cara de funeral não tem só a ver com uma dor de cabeça? Se você vestir preto eu serei obrigada a te levar em um velório e não em uma despedida de solteira. – Ela faz cara feia e volto ao closet para escolher outro.- Samuel levou as crianças ao zoológico hoje. Acompanhado de u
Garçons aparecem com bebidas e umas mulheres colocam Jazmin e a irmã sentadas nas cadeiras do palco. A gritaria aqui incomoda mais a minha cabeça do que a música da boate. Dois homens sobem no palco, ambos muito musculosos apenas de regata e calça. A música começa a tocar e os dois dançam cada um com uma das irmãs, parecia um truque de espelhos.Eles eram bons, acabei entrando na vibe e dando boas risadas quando um deles pegou Jasmin de cabeça para baixo e simulou um sexo oral, a cara que ela fez foi impagável.Depois do show mais quatro strippers se juntaram a festa e fui me sentar com Dafine em uma das mesas disponíveis. Um dos caras subiu em cima da mesa em que estávamos e em questão de minutos varias outras mulheres estavam a nossa volta. Eu não sei mesmo como Jazmin conhece tanta gente e não sei onde ela as colocará no dia do casamento mesmo.
É noite de domingo e está chovendo o mundo lá fora, como Dafine profetizou, às luzes caíram a um tempo, segundo a companhia de energia elétrica uma árvore caiu e danificou alguns fios que só serão reparados quando a chuva passar. Enquanto isso eu estou no escuro tendo um leve ataque de pânico. As crianças ainda estão com o Samuel já que amanhã é feriado e sozinha em casa é mais difícil ignorar os barulhos horríveis dos trovões.Respirava fundo tentando me acalmar, mas não estava adiantando nada. Lágrimas quentes molhavam o meu rosto inteiro e eu pensei em ligar para os meus pais, mas eles estão no meio do voo para Paris e provavelmente nem veriam minha ligação.- Annalucia! – A voz de Samuel gritou em algum lugar da casa e eu estremeci. Ele provavelmente não vai me ver encolhida no chã
Samuel- Esse sorriso idiota que você está na cara está me assustando. – Liana me manda um olhar estranho. – Esse sorriso tem nome?- O que você acha? – Sorrio ainda mais.- Annalucia Swan Alvarez, a loira mais quente de toda Buenos Aires. – Na mosca.- E quem mais seria, Liana? – Pergunto retoricamente.- Não sei. Fiquei sabendo que alguém anda levando a nova secretária ao zoológico. – Ela me acusa.- Liana, a Emma é só uma amiga. Ela queria levar a sobrinha em um passeio, eu ia ao zoológico com as crianças. Por que não? – Pergunto dando de ombros.- Porque Sônia me falou ela agia como se fosse mãe deles e que só não saiu em todas as fotos porque Josh estava as enviando para a Annalucia. “Ela não perdia uma oportunidade de ficar perto do meu pai. Quando uma senhora