É noite de domingo e está chovendo o mundo lá fora, como Dafine profetizou, às luzes caíram a um tempo, segundo a companhia de energia elétrica uma árvore caiu e danificou alguns fios que só serão reparados quando a chuva passar. Enquanto isso eu estou no escuro tendo um leve ataque de pânico. As crianças ainda estão com o Samuel já que amanhã é feriado e sozinha em casa é mais difícil ignorar os barulhos horríveis dos trovões.
Respirava fundo tentando me acalmar, mas não estava adiantando nada. Lágrimas quentes molhavam o meu rosto inteiro e eu pensei em ligar para os meus pais, mas eles estão no meio do voo para Paris e provavelmente nem veriam minha ligação.
- Annalucia! – A voz de Samuel gritou em algum lugar da casa e eu estremeci. Ele provavelmente não vai me ver encolhida no chã
Samuel- Esse sorriso idiota que você está na cara está me assustando. – Liana me manda um olhar estranho. – Esse sorriso tem nome?- O que você acha? – Sorrio ainda mais.- Annalucia Swan Alvarez, a loira mais quente de toda Buenos Aires. – Na mosca.- E quem mais seria, Liana? – Pergunto retoricamente.- Não sei. Fiquei sabendo que alguém anda levando a nova secretária ao zoológico. – Ela me acusa.- Liana, a Emma é só uma amiga. Ela queria levar a sobrinha em um passeio, eu ia ao zoológico com as crianças. Por que não? – Pergunto dando de ombros.- Porque Sônia me falou ela agia como se fosse mãe deles e que só não saiu em todas as fotos porque Josh estava as enviando para a Annalucia. “Ela não perdia uma oportunidade de ficar perto do meu pai. Quando uma senhora
- Liana, como vai? Aconteceu alguma coisa? – Levanto indo cumprimentá-la.- Oi Annalucia. Aconteceu sim. Eu vim até aqui porque você precisa recuperar a sua memória. – Liana fala na lata, mal me cumprimentando.- Como assim, Liana? – Apenas Dafine, Josh e o meu médico sabem que minha memória voltou e essa decisão de Liana me pegou de surpresa.- Você tem que se lembrar Annalucia. Não importa como, hipnose, pancadas, tratamento de choque ou qualquer outra coisa. Nós só precisamos de suas lembranças de volta. – Ela pega em meus ombros me sacudindo com uma força que me deixa um pouco tonta.- E por quê tudo isso agora? – Dafine pergunta mostrando a Liana que está na sala também.- Oi Delfina, quanto tempo. Não vi voc&ec
O restaurante está relativamente vazio e nossa comida chega bem rápido. Liana e Matteo sendo fofos um com o outro me dá um pouco de inveja e tenho que desviar os olhos algumas vezes. Assim que terminamos na sobremesa meu celular apita.- Meus pais desde ontem à tarde estão me bombardeando com mensagens pedindo para nós irmos passar o natal em Cancún. – Falo suspirando.- Seria o máximo. Acho que meus pais adorariam a ideia. – Liana fica entusiasmada.- Eu sei, mas eu nem conversei com o Samuel ainda. – Olho para ele. – E eu também não quero animar as crianças, não conseguiria viajar antes do dia 20 de dezembro.- E por quê não? – Samuel pergunta.- É a data em que entraremos em férias coletivas. Jazmin vai sair em lua de mel este final de semana e só volta depois do ano novo, Dafine está só
- Dafine está sozinha? – Pergunto a sua secretária.- Sim senhora. – Abro a porta da sua sala e entro.- Não bate mais na porta, Annalucia? – Ela provoca. – Ela está aí para isso.- Sem drama. Eu já sou eu novamente. – Falo me jogando em uma cadeira.- Então? – Ela pergunta em expectativa.- A vadia é linda e se eu sou o tipo dele, com certeza ela é também. – Encosto minha cabeça na sua mesa. Eu posso chamá-la de vadia, ela não quer só o meu marido, quer meus filhos também.- E como foi o encontro de vocês duas?- Quase inexistente. Liana me deixou na recepção enquanto foi falar com o pai e eu esperar a vadia, ela saiu acompanhada do Samuel, ele me viu, veio me perguntar o que eu estava fazendo ali, eu dei a desculpa do almoço, ele se convidou, ignorou ela totalme
- A única coisa que precisa de algo é você mesmo. Ir para casa. – Ele a corta. – Caiu na provocação do Samuel. Você se importa? – Ele pergunta para mim.- Claro que não. Eu termino daqui. – Termino minha taça de vinho e os levo até a porta depois que eles se despediram. – Nós vemos amanhã, Dafine. Até mais, Pedro.Quando volto a cozinha Samuel estava enxugando as mãos.- Cadê a louça suja? – Pergunto estranhando.- Eu lavei e Dafine enxugou. O único que parou de fazer o seu trabalho foi o Pedro, mas eu guardei tudo rápido. – Ele suspira e eu vou até ele.- Está cansado? – Pergunto colocando as mãos nos seus ombros fazendo uma leve massagem.- Um pouco. Espero que essa atividade de Josh não demore muito – Ele pega a minha mão, dá um b
Eu não sei que horas são, mas assim que ouvi o grito de Sônia eu levantei correndo ainda meio dormindo. A casa escura indicando que todos já estavam dormindo.- Sônia, o que foi? – Minha filha está sentada na cama chorando.- Eu tive um pesadelo. – Samuel passa por mim a abraçando. – foi horrível.- Já passou, princesa. Papai está aqui. – Vou até eles e a abraço também.- Eu não quero dormir aqui sozinha. – Ela continua chorando.- Você não vai, princesa. – A solto e ele a pega no colo. Os sigo até o quarto de hóspedes. Ele coloca ela na cama e eu estou relutante em sair.- Vem mãe. – Sônia me chama e eu me deito ao lado dela.Ficamos fazendo
- Ao que parece Samuel resolveu ficar, então estou indo. Foi um prazer, Annalucia. Se despeça dos dois por mim. – Era só o que faltava.- Tchauzinho. – Digo com um sorriso falso. Vou na direção que Sônia e Samuel foram.- Quer também, mãe? Eu pedi o meu de doce de leite e o papai de chocolate.- Não, obrigada. Acho que vou comprar nossas entradas. – Falo indicando o cinema.- Aqui está. – Samuel entrega o sorvete de Sônia. – Vamos juntos.Fomos para fila da bilheteria e enquanto Samuel comprava os ingressos me pediu para segurar o seu sorvete. Eu provei um pouco e estava uma delícia e todo mundo sabe como é uma colherada leva a outra. Quando ele se virou eu já tinha tomado mais da metade do seu sorvete.- Eu não acredito nisso. – Samuel fala assim que ele ver que eu já tomei seu sorvete quase todo.
Depois da nossa pequena sessão de amassos no sofá Samuel voltou para casa, para o quarto de hóspedes, mas já era um avanço. As crianças estavam super felizes e eu e as garotas suspendemos nosso plano. Aparentemente não precisarei disso.- Teremos que buscar Sônia? – Samuel pergunta assim que entro no carro.- Não. Ela vai com Jazmin. – Confiro os meninos e coloco o cinto.- Acha que Harry vai conseguir ficar quieto durante a cerimônia? – Samuel me pergunta.- Mamãe disse se eu ficar quietinho ela vai me dar um presente. – Harry fala animado.- Acho que eu vou fazer bagunça por você então. – Josh fala.- Isso é chantagem. Você não vai conseguir um presente assim. – Falo o recriminando.- E como consigo um presente? – Josh pergunta.- Me convidando para dançar na festa